quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Não deixe a profecia morrer

Dom Hélder Câmara

NÃO DEIXE A PROFECIA MORRER

Padre Manoel Henrique de Melo Santana
Vigário Episcopal de Maceió

E
ra Dom Hélder Câmara quem nos lembrava desta meta. Foi muito boa a noite de estudos sobre o profetismo em Israel. Num clima muito agradável, de forma muito atenciosa e interessada, a noite transcorreu com muitas informações históricas, mas sobretudo contextualizadas, existencializadas. Assim, podemos examinar a importância dos profetas na vida do povo. Eles foram os guias do povo, faróis de longo alcance na caminhada do Povo de Deus.

Suas primeiras experiências aconteciam em transe, quando possuídos pela divindade, recebiam as predições esperadas. Impressiona-nos a sua consciência de falarem em nome do Senhor. Esta Palavra era brasa acesa, que queima, que é doce quando ingerida, mas amarga quando mastigada. Tem a fortaleza da rocha, e a brandura do amor. Reveste-se de coragem, ao se indignar contra a maldade humana. Com segurança e determinação, anuncia os desígnios de Deus.

Por força de seu ministério profético nem sempre se faz compreender pelos sacerdotes do Rei. Ai de mim se não ouvir a Palavra que disser; ai de mim, se eu me calar, quando Deus me mandar falar. Muitos foram expulsos de seus lugares, como fez o Sacerdote Amasias, em nome de seu Rei. Alguns confessaram como nasceu sua vocação para profeta, como fizeram Jeremias, Isaías, Amós. Alguns nomes são fictícios, criados com algum propósito, com uma mensagem específica integrada na história. Assim foi Jonas, o profeta rebelde, que fugiu e termina fazendo profecia sem acreditar. Arrependido porque o Senhor realizou sua profecia junto a Nínive, o profeta Jonas pede para morrer, porque não aceita que Deus tenha misericórdia dos pecadores. Como Elias, Jonas prefere morrer, desanima, mas o Senhor diz a Elias que o caminho é longo, longo demais. São amantes de Deus e se consideram persuadidos por Ele, mesmo que em algum dia, tenha confessado sua grande decepção e se arrependido de ter nascido, tamanho era seu sofrimento ao ser profeta. Rejeitados, consideram-se, porém, seguros no Senhor. Amorosamente reconstroem as relações do povo com Javé, segundo alguns por experiência própria, compreendendo que Javé ama seu povo e prefere a misericórdia aos sacrifícios. Oséias é o profeta do amor. Dele Jesus haverá de dizer que prefere antes a misericórdia aos sacrifícios. Isaías imagina o sofrimento do Povo como um servo sofredor, que ao longe vai compor o imaginário sofredor do Messias na hora de sua morte. Jeremias e Ezequiel apostam numa Nova Aliança, feita no coração do homem, não mais num coração de pedra, mas num coração de carne, profundamente humano. Ezequiel ainda acredita na ressureição de seu Povo, ao ter a visão do Vale de Ossos Secos.

Outros profetas nos acompanharam em vários momentos. Ultimamente tem falado e agido como profeta o Papa Francisco, contestando, denunciando e apontando os novos e tão velhos caminhos do Evangelho de Jesus. O Profeta Jesus foi expulso de sua Cidade e Igreja, não simplesmente porque era pobre, mas certamente porque contrariava a visão de Deus e o perfil diferenciado do Senhor, num ambiente marcado pelas concepções farisaicas, legalistas e manipuladas, segundo sua visão religiosa. Profeticamente, Jesus lança um veredicto: Ninguém é bom profeta em sua própria terra. E na chamada Parábola do Filho Pródigo, Jesus será condenado porque o Pai ama e protege os pecadores, se senta e come com os pecadores. Enquanto isso o filho mais velho, na Parábola em foco, representa o filho certo e correto, o fariseu, e até hoje Jesus espera que ele se arrependa e perdoe seu irmão e seu Pai, e, assim, entre em casa. Esses filhos mais velhos ainda existem. São aqueles que hoje somente concebem uma igreja santa.

Os profetas incomodam e são perseguidos. João Batista era filho de sacerdote. Seu lugar deveria ter sido Jerusalém, mas escolheu o Rio Jordão. Jerusalém perdeu a sua vez, tornou-se infiel. Fez Jesus chorar sobre ela, lamentando os profetas que ela matou. Aliás, nem sempre o profeta se deu bem com o sacerdote. Ninguém mata sacerdote simplesmente por ele rezar no altar, ou o leigo em suas lutas, mas por eles terem assumido a dimensão profética de sua missão. Assim foi Dom Oscar Romero, Padre Luiz Pinal, da Bolívia, Padre Josimo Tavares, Margarida Alves, Santo Dias, Padre Ezequiel Ramin, Irmã Dorothy Stang e tantos outros.

Francisco Torres, Ângela Lopes, Raquel, Jorge Lemos e os demais acolheram esta ideia de não deixar a profecia morrer. No final de tudo, Brancildes leu as últimas linhas do Profeta Jonas: Foi por isso que eu corri... pois tu és um Deus compassivo e clemente, lento para a ira e cheio de amor...Se é assim... eu acho melhor morrer do que ficar vivo (4, 2 e 3).

                                                                                                                                                    

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Pai Gente, Imperfeito e Humano

Rainey Marinho
Rainey Marinho
MFC Maceió

C
aminhando em um supermercado aqui em Maceió, buscando ingredientes para o almoço do dia dos pais que comemoramos em minha casa todos os anos, deparei-me com diversas propagandas utilizando a figura de modelos masculinos como pais na expectativa de vender produtos diversos. Para este trabalho usam homens jovens e fisicamente aproximados ao ideal de beleza masculina, todos com sorrisos whites, magros, loiros e demonstrando aos filhos, nas fotos, um carinho intenso. Conforme andava fui ficando cada vez mais triste. Ora, quem me conhece sabe que meu biótipo nada tem haver com o protótipo do pai ideal do merchandising, mas não foi bem isso que me deixou chateado. O que me acabrunhou é que tem gente que acredita.

Sabem, sou filho e pai de três seres humanos maravilhosos e a minha visão da paternidade é meio diferente. Ninguém nasceu ou nasce pai. Você não se prepara em uma universidade federal de paternidade contemporânea. Simplesmente quando chega a hora, ao primeiro choro e sopro de vida de seu filho, você também nasce. Vêm ao mundo os dois. Por isso, acho pouco republicano o nome destinado às unidades hospitalares onde nascem nossos meninos de maternidade. Considero um preconceito. Meus filhos falariam que é bullying. Brincadeiras a parte, diferente dos rebentos, nascemos cheios de uma responsabilidade enorme diante de um país e de um planeta repleto incertezas. Pesa-nos um pouco o ônus de ofertarmos um mundo melhor para eles, bem como, seres melhores para o mundo.

Por isso, faço aqui uma confissão e me orgulho de dizer: não me enquadro como o pai perfeito da mídia.

Pessoalmente tenho muito medo da perfeição. Ela em sua plenitude somente nos equipara aos insanos ou ao divino. Sinceramente não tenho vocação nem vontade de aceitar esses encargos. Rótulos são perigosos nos afastam da mais concreta verdade humana: nossa imperfeição.

Certa vez ouvi de um filósofo que não nascemos prontos. Por isso, filosoficamente não envelhecemos. Afinal, todos os dias estamos construindo um ser humano novo em nós mesmos. Sendo assim, nunca alcançaremos a perfeição idealizada nos folders.

Aos meus filhos, posso dizer somente que os amo enormemente. Não existe um dia que eles não estejam em meus pensamentos. Tenho fé que continuaremos aprendendo e errando por muitos anos, suplicando ao todo poderoso para que continuemos juntos e unidos em tempos de paz e em tempos de guerra.

Já na saída do hipermercado, fui abordado por uma moça muito gentil que chamava os passantes para fazerem adesão ao cartão fidelidade do local. Antes que eu dissesse não, ela já tinha perguntado meu nome, CPF e idade. Declinei sorrindo, mas não antes de dizer orgulhoso:

- Idade? Tenho dezesseis anos. Sim, fazem dezesseis anos que sou pai, hoje é o meu dia.

Obrigado a meu pai (Rainor) e a meus filhos (Lucas, Carol e Cecília) por fazerem de mim o pai que sou hoje.


domingo, 9 de agosto de 2015

Feliz Dia dos Pais!


Hoje tem Santa Missa pelos Pais

N
este domingo, 9 de agosto, o Movimento Familiar Cristão de Maceió reunirá a família mefecista e a comunidade em geral para comemorar o DIA DOS PAIS com uma SANTA MISSA PELOS PAIS, às 17h30, na Missa do MFC, que semanalmente acontece na Igreja do Aldebaran, e no mesmo horário, na Igreja de Nossa Senhora do Carmo (Salgadinho). No final da celebração, os pais serão homenageados com cantos, mensagens e lembranças, alusivo ao DIA DOS PAIS.

O Movimento Familiar Cristão de Maceió convida a família mefecista à participar desta SANTA MISSA PELOS PAIS, vivos e falecidos, um presente que não tem preço e que não pode ser comprado ou vendido e que faz um bem inestimável à alma daquele que jamais mediu esforços para dar felicidade aos seus filhos e filhas.

O MFC Maceió sugere, aos mefecistas que assim desejar participar da SANTA MISSA PELOS PAIS, vestidos com a camisa do MFC.


Liturgia do 19º Domingo do Tempo Comum - 09/08/2015



19º DOMINGO
DO TEMPO COMUM


PRIMEIRA LEITURA (1Rs 19,4-8)

Leitura do Primeiro Livro dos Reis:
Naqueles dias, 4Elias entrou deserto adentro e caminhou o dia todo. Sentou-se finalmente debaixo de um junípero e pediu para si a morte, dizendo: Agora basta, Senhor! Tira a minha vida, pois não sou melhor que meus pais.

5E, deitando-se no chão, adormeceu à sombra do junípero. De repente, um anjo tocou-o e disse: Levanta-te e come!

6Ele abriu os olhos e viu junto à sua cabeça um pão assado debaixo da cinza e um jarro de água. Comeu, bebeu e tornou a dormir.

7Mas o anjo do Senhor veio pela segunda vez, tocou-o e disse: Levanta-te e come! Ainda tens um caminho longo a percorrer.

8Elias levantou-se, comeu e bebeu, e, com a força desse alimento, andou quarenta dias e quarenta noites, até chegar ao Horeb, o monte de Deus.

— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!

RESPONSÓRIO (Sl 33)

— Provai e vede quão suave é o Senhor!

— Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,/ seu louvor estará sempre em minha boca./ Minha alma se gloria no Senhor,/ que ouçam os humildes e se alegrem!

— Comigo engrandecei ao Senhor Deus,/ exaltemos todos juntos o seu nome!/ Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu,/ e de todos os temores me livrou.

— Contemplai a sua face e alegrai-vos,/ e vosso rosto não se cubra de vergonha!/ Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido,/ e o Senhor o libertou de toda angústia.

— O anjo do Senhor vem acampar/ ao redor dos que o temem, e os salva./ Provai e vede quão suave é o Senhor!/ Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!

SEGUNDA LEITURA (Ef 4,30-5,2)

Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios:
Irmãos: 30Não contristeis o Espírito Santo com o qual Deus vos marcou como com um selo para o dia da libertação.

31Toda a amargura, irritação, cólera, gritaria, injúrias, tudo isso deve desaparecer do meio de vós, como toda espécie de maldade.

32Sede bons uns para com os outros, sede compassivos; perdoai-vos mutuamente, como Deus vos perdoou por meio de Cristo.

5,1Sede imitadores de Deus, como filhos que ele ama. 2Vivei no amor, como Cristo nos amou e se entregou a si mesmo a Deus por nós, em oblação e sacrifício de suave odor.

— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!

EVANGELHO (Jo 6,41-51)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, † segundo João.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 41os judeus começaram a murmurar a respeito de Jesus, porque havia dito: Eu sou o pão que desceu do céu.

42Eles comentavam: Não é este Jesus o filho de José? Não conhecemos seu pai e sua mãe? Como pode então dizer que desceu do céu?

43Jesus respondeu: Não murmureis entre vós. 44Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia. 45Está escrito nos profetas: Todos serão discípulos de Deus. Ora, todo aquele que escutou o Pai, e por ele foi instruído, vem a mim. 46Não que alguém já tenha visto o Pai. Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. 47Em verdade, em verdade vos digo, quem crê, possui a vida eterna.

48Eu sou o pão da vida. 49Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. 50Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. 51Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo.

Palavra da Salvação.
Glória a vós, Senhor!

HOMILIA
Dom Sérgio da Rocha
Arcebispo de Brasília

Levanta-te e come! Ainda tens um caminho longo a percorrer (1Rs 19,7). Estas palavras foram dirigidas duas vezes ao profeta Elias. Cansado de caminhar, incompreendido e perseguido, ele estava num momento muito difícil de sua missão. O convite a caminhar é dirigido a todos nós e, de modo especial, aos que passam por provações ou estão desanimando diante dos desafios da vida. Deus jamais nos abandona! Por isso, devemos permanecer sempre unidos a ele e com ele continuar a caminhar, perseverando no caminho do bem e da verdade. Diante dos desafios, o cristão não pode se acomodar, nem desanimar. Caminhar é preciso! Caminhar com Deus, por Ele alimentados com o Pão da Vida (Jo 6,48), com o pão vivo descido do céu (Jo 6,51) que é Jesus Cristo, conforme ouvimos, continuando a meditar o capítulo 6º do Evangelho segundo João. É preciso alimentar-se para ter vida e caminhar. É preciso alimentar-se do Pão que é Cristo para ter a vida eterna. Daí, a importância da Eucaristia, conforme temos refletido à luz do Evangelho. Entretanto, para ser saciado pelo Pão da Vida, é necessário crer. O Evangelho nos fala dos que murmuravam contra Jesus, recusando-se a crer nele e, assim, rejeitavam o Pão que sacia plenamente e dá a vida eternamente.

Estamos iniciando, hoje, a Semana da Família. Como deve ser a vida da família que se alimenta do Pão que é Jesus Cristo? Na Carta aos Efésios, encontramos um verdadeiro programa da vida para as nossas famílias: a bondade, a compaixão e o perdão, em resumo, viver no amor, como Cristo nos amou (Ef 5,2), eliminando toda amargura, irritação, cólera, gritaria, injúrias e maldade. É importante valorizar a família, a começar da própria casa, assumindo com responsabilidade a parte que cabe a cada um para que a família esteja unida e em paz.

Na família, o pai ocupa lugar de especial importância, juntamente com a mãe.  Neste Dia dos Pais, rezemos agradecidos a Deus Pai, suplicando pelos pais que continuam a sua missão, assim como, pelos pais falecidos. Os filhos possam oferecer aos pais: as orações, o amor, o respeito, a gratidão e a busca da paz. Os pais, sustentados pelo Pão da Vida, possam oferecer aos seus filhos o pão cotidiano e, por meio da educação cristã, o pão que é Jesus Cristo.

Continuamos a viver, em todo o Brasil, o Mês Vocacional. Rezemos pelas vocações e procuremos refletir sobre como temos vivido a vocação cristã, isto é, o chamado a seguir Jesus, sendo sal da terra e luz do mundo, a começar da própria família.

ORAÇÃO
                             
Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança que prometestes. Amém!

Editado por JorgeMacielNews

Hoje, 302ª Missa do MFC no Aldebaran


quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Domingo (09), tem Santa Missa pelos Pais

N
o próximo domingo, 9 de agosto, o Movimento Familiar Cristão de Maceió vai reunir a família mefecista e a comunidade em geral para comemorar o DIA DOS PAIS com uma MISSA EM AÇÃO DE GRAÇAS, às 17:30h, na Missa do MFC, que semanalmente acontece na Igreja do Aldebaran, e no mesmo horário, na Igreja de Nossa Senhora do Carmo (Salgadinho). No final da celebração, os pais serão homenageados com cantos, mensagens e lembranças, alusivo ao DIA DOS PAIS.

Comemorar o DIA DOS PAIS significa ter consciência da importância que é gerar, colaborar com Deus na construção do Reino e possibilitar a alguém a graça infinita de sentir-se amado por Deus e amar. Para isso é fundamental que o homem chamado a essa vocação esteja amadurecido e aceite esquecer-se de si para sempre, em favor daquele que colocou neste mundo.

O Movimento Familiar Cristão de Maceió convida a família mefecista a participar desta Celebração Eucarística, oportunidade que pediremos a Deus que abençoe todos os pais, para que eles possam cumprir com fidelidade a sua missão, para que eles possam ser fiéis ao seu matrimônio, a sua família, seguindo o exemplo da Sagrada Família.

O MFC Maceió sugere, aos mefecistas que assim desejarem, participar da MISSA EM AÇÃO DE GRAÇAS, vestidos com a camisa do MFC.


terça-feira, 4 de agosto de 2015

Comemora-se hoje o Dia do Padre


O
 Dia do Padre é celebrado oficialmente em 4 de agosto, data da festa de São João Maria Vianney, desde 1929, quando o Papa Pio XI o proclamou "homem extraordinário e todo apostólico, padroeiro celeste de todos os párocos de Roma e do mundo católico".

Padroeiro é o representante de uma categoria de pessoas, cuja vida e santidade comprovadas estimulam a uma vida de fé em comunhão com a vontade de Deus. Tendo em vista essa explicação, vamos entender por que a Igreja o escolheu como exemplo a ser seguido pelos sacerdotes, na condução de seus rebanhos.

Esse santo homem nasceu na França, no ano de 1786, e depois de passar por muitas dificuldades, por conta das poucas habilidades, foi ordenado sacerdote. Mas o bispo que o ordenou acreditou que o seu ministério não seria o do confessionário, entendendo que sua capacidade intelectual seria muito limitada para dar conselhos.

Então, ele foi enviado para a pequenina Ars, no interior da França, como auxiliar do padre Balley, o mesmo que vislumbrou, por santa inspiração, seu dom de vocação, e por confiar nele o preparou para o sacerdócio. E esse pároco, outra vez inspirado, acreditou que o dom dele (São João Maria Vianney) era justamente o do conselho e o colocou servindo no confessionário.

Assim, padre João Maria Vianney, homem justo, bom, extremado penitente e caridoso, converteu e uniu toda Ars. Amado e respeitado por todos os fiéis e pelo clero da Igreja, sua fama de conselheiro correu por todo o mundo cristão. Assim, ele se tornou um dos mais famosos confessores da história da Igreja. Conhecido também como “Cura d’Ars”, mais tarde, foi o pároco da cidade, onde morreu em 1858, sendo canonizado em 1925.

Sem dúvida, São João Maria Vianney é o melhor exemplo das palavras profetizadas pelo apóstolo Paulo: "Deus escolheu os insignificantes para confundir os grandes". Ser padre é isso, exatamente a vida inteirinha do seu padroeiro.

Ele entende o chamado para ser um servo de Deus, um sacerdote, um "pai" (padre) à semelhança de Cristo, que amou e deu a vida ao povo pobre, simples e marginalizado. Nunca hesita. Tudo aceita, confia e acredita em Deus e na sua Providência, e caminha seguro para missão que lhe é designada.

A vida simples e a simplicidade dos ensinamentos Jesus Cristo são o fundamento do seu ministério, único parâmetro e exemplo a seguir. A sua tarefa é continuar a missão de Jesus Cristo, o único e eterno Sacerdote. É o padre, que através do Evangelho, leva os homens a Deus, pela conversão da fé em Cristo. Por isso, são pessoas que nascem com esse dom e, logo cedo ou no momento oportuno, ouvem o chamado de Deus para se consagrarem a servir à comunidade, nos assuntos que se referem a Ele.

Ser padre é ser "pai" de uma comunidade inteira. Como tal, é o homem da Palavra de Deus, da Eucaristia, do perdão e da bênção, exemplo de humildade, penitência e tolerância; o pregador e conversor da fé cristã. Enfim, um comunicador e entusiasta da Igreja, que luta por uma vivência cristã mais perfeita. Dessa Igreja missionária, que não sobreviveria sem o sacerdote, como indicou o próprio Jesus Cristo, seu fundador pela Paixão por nós.

Sua missão é construir comunidades, entender a alma humana e perdoar os pecados, evangelizar, unir e alimentar a comunidade pela Eucaristia.

Entendem, como diz Lucas 21, 15: "Eu vos darei eloquência e sabedoria, às quais nenhum de vossos adversários poderá resistir nem contradizer", e são verdadeiras testemunhas da fé, por sua oração, sacrifício e coragem cristã.


segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Padre Cícero do Juazeiro me acompanha

Padre Cícero do Juazeiro
Padre Manoel Henrique de Melo Santana
Vigário Episcopal de Maceió
  
E
stou na Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Tabuleiro Novo, quase paróquia. A rua ainda é conhecida como Rua Padre Cícero, apesar de ter outro nome sem a devida repercussão. Consta que na origem da capelinha está à devoção ao Padre Cícero. Havia até uma imagem de meu Padrinho à entrada da capelinha. O tempo passou e, um dia, tudo veio ao chão, fato que não impediu a construção de outra Igreja, graças à ação de Padre Aloísio, então Pároco da Paróquia de São Paulo Apóstolo. Esta comunidade humana é socialmente pobre, mas ao mesmo tempo rica no espírito missionário. Só existe uma Igreja pronta, a de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, a futura matriz, situada numa rua de péssima acessibilidade, devida a lama e seus inúmeros buracos na via.

Uma Igreja está em construção, de Nossa Senhora de Guadalupe, com a ajuda da própria comunidade, que mantém uma quermesse para arrecadar fundos para a sua construção. É algo bonito, simples, revelador de muito empenho da parte dos seus participantes. Não estando pronta a Igreja, os fiéis se reúnem numa casa emprestada por um amigo da comunidade, onde nos fundos da casa, cerca de 160 pessoas, sentadas, celebram a Missa do sábado. O jeito desta gente alegra o coração de um pastor. A rua tem acesso precário, que dá passagem para um carro só. Às vezes, o jeito é retornar de ré para tomar outro caminho. O Santíssimo Sacramento fica hospedado em casa de um casal, ministros da Eucaristia, verdadeira referência humana. Com muito respeito eu os apanho todos os dias que vou para a Missa na Casa da Comunidade. Este local não deverá ser desativado, mesmo quando a nova Igreja estiver pronta.

Os outros lugares de culto são a garagem de uma casa e também uma sala pertencente à Soprobem, emprestada à Comunidade.

A quase paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro tem um desenvolvido espírito missionário, verdadeiras heranças dos seus padres. Os Ministros da Eucaristia visitam seus doentes, conduzindo o padre para conhecer os doentes. Quantas vezes imaginei e pedi o poder de Jesus de curar esses doentes. Causa dó ver a situação de certas famílias, como a de uma mulher sem as duas pernas e o marido, com derrame, sem falar nada. As filhas cuidam dos dois.  Aqui me contaram o exemplo de uma mãe de família que, de noite, dá água ao filho para matar a fome dele. Uma outra senhora, sem mais trabalhar, era pedreira e excelente pintora, e agora passa necessidade. Assim mesmo participa da Pastoral da Criança.        

Agradeço a Deus todos os dias de ter celebrado a minha Eucaristia em Roma, quando lá chegava, nas catacumbas de São Sebastião e não na Basílica de São Pedro o que acontecerá depois. Ainda vi Paulo VI sendo conduzido em sua sede gestatória, já alquebrado e sofrido pelos anos difíceis do pós-Vaticano II. Vi a tristeza de Roma com o assassinato de Aldo Moro, da Democracia Cristã e Paulo VI escrevendo uma emocionante página pedindo a soltura de seu amigo Aldo Moro. Estive presente na Praça de São Pedro quando João Paulo II foi eleito papa. Conheci a Comunidade de Taizé, de Roger Schutz, cuja liturgia deixa muitas impressões em seus visitantes. Estive um fim de semana na École de la foi, em Genebra, obra de Jacques Loew.  A viagem de trem foi inesquecível, vendo lá fora a neve caindo mansamente pela janela do trem. Em Ars, cidade do grande Cura d’Ars, pude conhecer mais a história de João Maria Vianney, o nosso patrono. Representava nesta oportunidade o Clero do Brasil, depois de ter presidido a Comissão Nacional do Clero e os dois primeiros Encontros Nacionais de Presbíteros do Brasil. Em Roma, numa das noites fui celebrar junto à Comunidade de Santo Egídio, com uma longa liturgia, diferente e participativa. Consta que o grande Congar, teólogo conciliar, costumava participar desta celebração.

Um dia desses, quero ver na minha Igreja a imagem de Padre Cícero, conduzido aos altares pelas mãos do Papa Francisco. Já passou o dia 20 de julho, aniversário da morte de Padre Cícero, data que todo romeiro celebra com muita esperança e confiança. E daqui do meu pedacinho de Igreja, quero pedir a você um gesto, capaz de fazer história: mande-me um relato de milagre de Padre Cícero. Depois, serão enviados estes relatos para quem de direito. Para o meu Padrinho em sua canonização não haverá problemas com milagres que atestem sua santidade. Faça esse relato e me mande e veremos em breve uma grande alegria lá no céu e aqui na terra.

Quem for vivo verá!

*E-mail do Padre Manoel Henrique: manoelhsantana@ig.com.br


domingo, 2 de agosto de 2015

Hoje, 301ª Missa do MFC no Aldebaran


Liturgia do 18º Domingo do Tempo Comum - 02/08/2015



18º DOMINGO
DO TEMPO COMUM


PRIMEIRA LEITURA (Êx 16,2-4.12-15)

Leitura do Livro do Êxodo:
Naqueles dias, 2a Comunidade dos filhos de Israel pôs-se a murmurar contra Moisés e Aarão, no deserto, dizendo: 3Quem dera que tivéssemos morrido pela mão do Senhor no Egito, quando nos sentávamos junto às panelas de carne e comíamos pão com fartura! Por que nos trouxestes a este deserto para matar de fome a toda esta gente?

4O Senhor disse a Moisés: Eis que farei chover para vós o pão do céu. O povo sairá diariamente e só recolherá a porção de cada dia a fim de que eu o ponha à prova, para ver se anda ou não na minha lei. 12Eu ouvi as murmurações dos filhos de Israel. Dize-lhes, pois: Ao anoitecer, comereis carne, e pela manhã vos fartareis de pão. Assim sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus.

13Com efeito, à tarde, veio um bando de codornizes e cobriu o acampamento; e, pela manhã, formou-se uma camada de orvalho ao redor do acampamento.

14Quando se evaporou o orvalho que caíra, apareceu na superfície do deserto uma coisa miúda, em forma de grãos, fina como a geada sobre a terra.

15Vendo aquilo, os filhos de Israel disseram entre si: Que é isto? Porque não sabiam o que era. Moisés respondeu-lhes: Isto é o pão que o Senhor vos deu como alimento.

— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!

RESPONSÓRIO (Sl 77)

— O Senhor deu a comer o pão do céu.

— Tudo aquilo que ouvimos e aprendemos,/ e transmitiram para nós os nossos pais,/ não haveremos de ocultar a nossos filhos,/ mas à nova geração nós contaremos:/ as grandezas do Senhor e seu poder.

— Ordenou, então, às nuvens lá dos céus,/ e as comportas das alturas fez abrir;/ fez chover-lhes o maná e alimentou-os,/ e lhes deu para comer o pão do céu.

— O homem se nutriu do pão dos anjos,/ e mandou-lhes alimento em abundância;/ conduziu-os para a Terra Prometida, para o Monte que seu braço conquistou.

SEGUNDA LEITURA (Ef 4,17.20-24)

Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios:
Irmãos: 17Eis, pois, o que eu digo e atesto no Senhor: não continueis a viver como vivem os pagãos, cuja inteligência os leva para o nada.

20Quanto a vós, não é assim que aprendestes de Cristo, 21se ao menos foi bem ele que ouvistes falar, e se é ele que vos foi ensinado, em conformidade com a verdade que está em Jesus.

22Renunciando à vossa existência passada, despojai-vos do homem velho, que se corrompe sob o efeito das paixões enganadoras, 23e renovai o vosso espírito e a vossa mentalidade.

24Revesti o homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade.

— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!

EVANGELHO (Jo 6,24-35)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, † segundo João.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 24quando a multidão viu que Jesus não estava ali, nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum. 25Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: Rabi, quando chegaste aqui?

26Jesus respondeu: Em verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. 27Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo.

28Então perguntaram: Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?

29Jesus respondeu: A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou.

30Eles perguntaram: Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obra fazes? 31Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: Pão do céu deu-lhes a comer.

32Jesus respondeu: Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. 33Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.

34Então pediram: Senhor, dá-nos sempre desse pão.

35Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede.

Palavra da Salvação.
Glória a vós, Senhor!

HOMILIA
Dom Sérgio da Rocha
Arcebispo de Brasília

O Senhor deu a comer o pão do céu, rezamos hoje com o Salmo responsorial (Sl 77), louvando a Deus pelas vezes que temos tido a graça de receber o Pão que desceu do céu e dá a vida ao mundo (Jo 6,33). Este é o tema principal da Liturgia da Palavra. Nós continuamos a meditar o capítulo 6º do Evangelho segundo João, iniciado no último domingo. O texto, hoje proclamado, nos mostra a reação do povo diante da multiplicação dos pães. Segundo as palavras de Jesus dirigidas à multidão, eles não estavam conseguindo discernir os sinais do Reino acontecendo por meio dele. Estavam procurando-o somente porque comeram o pão e ficaram satisfeitos (Jo 6,26). O episódio torna-se ocasião para a explicação que Jesus dá sobre o sentido do sinal que ele havia realizado, o discurso sobre o pão da vida ou o pão do céu, sobre o alimento que permanece até a vida eterna, que ele mesmo dará. Na verdade, este alimento é o próprio Jesus, como ele mesmo declara: Eu sou o pão da vida (Jo 6,35).

O que fazer diante disso? A obra que Deus espera que realizemos é crer naquele que Ele enviou (Jo 6,29), segundo a resposta dada pelo próprio Jesus aos que lhe perguntaram. Esta é a resposta que Deus espera também de nós: a fé em Jesus Cristo que nos leva a discernir os sinais de sua presença entre nós. Fé que é dom de Deus a ser acolhido e alimentado pela oração, pela adoração, pela meditação da Palavra e pela participação assídua nas missas, principalmente no dia do Senhor.

No final do diálogo entre Jesus e a multidão, no qual são recordados Moisés e o maná no deserto, diante da promessa do verdadeiro pão que desce do céu, o povo pede a Jesus: Senhor, dá-nos sempre deste pão (Jo 6,34). Nós também, hoje, nos sentimos necessitados do Pão da Vida. Por isso, repetimos a súplica da multidão: Senhor, dá-nos sempre deste Pão! Assim pedimos, dispostos a valorizar sempre mais a presença de Jesus no Santíssimo Sacramento, através da comunhão eucarística, da adoração ao Santíssimo Sacramento e da vivência da comunhão que recebemos. Aproveitemos para refletir sobre como estamos participando das missas, como nos preparamos para participar da Eucaristia e sobre como vivemos a comunhão eucarística em nossas famílias, comunidades e nos diversos ambientes.

Neste início do Mês Vocacional, somos convidados a rezar, de modo especial, pelas vocações sacerdotais, refletindo sobre a sua importância na Igreja. O Pão da Vida se faz presente na celebração eucarística por meio dos sacerdotes.  Agradecemos a Deus pelo dom do sacerdócio e por cada um de nossos padres. Agradecemos aos nossos sacerdotes, reconhecendo a sua dedicação pastoral, rezando por eles, para que sejam fiéis na vivência do ministério sacerdotal.

ORAÇÃO
                             
Manifestai, ó Deus, vossa inesgotável bondade para com os filhos e filhas que vos imploram e se gloriam de vos ter como criador e guia, restaurando para eles a vossa criação, e conservando-a renovada. Amém!

Editado por JorgeMacielNews