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Evangelho, Jesus anuncia o Reino do Céu a todos os seres humanos. Ele o anuncia
através de sua caminhada para Jerusalém, caminhada não apenas no sentido
geográfico, mas principalmente no sentido teológico. Para nós é a caminhada
para a salvação.
Por
isso ela começa com a pergunta sobre se são muitos ou são poucos os que se
salvam.
Jesus
não a responde, mas fala que a salvação depende do compromisso radical com o
projeto do Pai, a prática da justiça.
Muitos
pensam em entrar no Reino apenas pertencendo à Igreja pelo batismo, fazendo
parte de alguma associação, tendo títulos religiosos honoríficos, mas tudo isso
para Jesus diz pouco ou nada.
É
necessário não praticar injustiças, não ser conivente com elas, não ser omisso,
mas comprometer-se, radicalmente, com a prática da justiça e sentir-se pequeno,
não contando com suas obras, suas práticas religiosas, mas contando apenas com
a misericórdia divina.
Na
segunda leitura, o autor da Carta ao Hebreus nos incentiva à perseverança por
causa das lutas travadas para serem todos fiéis ao projeto de Deus. O grande
incentivo e modelo de perseverança é Cristo Crucificado. Mais ainda, seu autor
diz que o sofrimento ajuda os cristãos a alcançarem a maturidade da fé.
Se
Deus permite que soframos, é porque não somos estranhos a Ele, mas filhos
queridos. Ele deseja nossa perfeição. Não é Ele que nos envia sofrimentos.
Doenças e aflições não procedem de Deus, mas das circunstâncias da vida e, às
vezes, da maldade dos homens.
Não
existe um número de eleitos, de chamados à salvação. O que existe é um apelo
permanente à conversão. Para o cristão, o sofrimento não deverá deprimir, mas
fazer crescer em nós frutos de paz e de justiça.
Estamos
dispostos a entrar pela porta estreita da desinstalação e do compromisso com os
marginalizados? Abrimos a porta de nosso coração para que também ela deixe de
ser estreita e se torne ampla?
Muitas
vezes lutar pela justiça, desinstalar-se pode levar o cristão à porta estreita,
mas será exatamente essa atitude que irá abrir as portas do coração, e isso
poderá fazer sofrer, poderá fazer doer!
Desinstalar-se,
lutar pelo direito e pela justiça faz sofrer porque nos coloca em luta contra o
egoísmo de outros e também nossos, lutar nos tira do comodismo, nos desinstala.
Caminhar para Jerusalém supõem maturidade, supõem sair-se de si e estar voltado para o outro.
Fonte: Vatican News
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