Vivenciar as relações no ambiente de
trabalho
*Padre Flávio Sobreiro
E
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mpresas buscam produtividade, e a
capacidade de produção está associada ao esforço oferecido por cada
funcionário. Empresas crescem à medida que seus colaboradores também crescem
interiormente. Quanto menor for a capacidade de crescimento interior de cada
um, tanto menor será sua produtividade.
Como a espiritualidade cristã pode
ajudar as companhias a serem locais de alta produtividade gerada a partir da
humanização? Jesus Cristo conhecia Seus discípulos, Ele sabia o nome de cada
um, conhecia as histórias de vida deles. Trilhou um caminho fazendo deles não
funcionários do Reino de Deus, mas amigos que poderiam difundir, para outros
cantos da Terra, a mensagem de amor que Ele anunciava.
Claro que, em uma empresa de grande
porte, essa realidade de conhecer cada colaborador é praticamente impossível de
ser aplicada no dia a dia. Mas grandes empresas possuem equipes responsáveis
por seus diversos setores. Por isso, o primeiro passo é que o empresário
conheça aqueles que estão em contato direto com ele. Essa rede de conhecimento
deve ser criada na base e estender-se de modo mais amplo aos diversos setores
da companhia, a fim de saber quem está ao seu lado, suas dificuldades, seus
limites e suas potencialidades. Conhecer os dons de cada um que com ele convive
diretamente é o primeiro passo para uma equipe de base, na qual o crescimento é
prioridade a ser buscada e não meta a ser imposta.
Conhecer aqueles que colaboram para o
bom andamento da empresa é fundamental para que a ideia principal desse
conhecimento interpessoal chegue a todos. Esta rede de amor não é impossível de
ser realizada; no entanto, ela só funcionará se for vivenciada por todos
aqueles que acreditam na verdade de seus princípios.
Uma rede de amor, na qual o conhecer e
a acolhida são eficazes, é fruto de um processo nascido na verdade dos
sentimentos de quem busca um jeito novo de vivenciar as relações no ambiente de
trabalho. Ao buscar apenas o resultado financeiro, essa rede terminará, mais
cedo ou mais, no fracasso.
O projeto inicial deve nascer da
convicção de que as relações entre empresário e colaboradores seja fruto de um
processo que busque, em primeiro lugar, superar as divisões existentes na
empresa onde os funcionários não mais sejam vistos apenas como meros executores
de funções, e passem a ser vistos e conhecidos como pessoas. Para o crescimento
de uma empresa, o empresário terá de ter consciência de que ele, primeiro,
deverá buscar o crescimento interior. Não há como exigir mudanças se antes elas
não acontecerem, verdadeiramente, em sua própria vida.
Padre Flávio Sobreiro é Bacharel em
Filosofia pela PUCCAMP. Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre -
MG. Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Cambuí-MG).
Padre da Arquidiocese de Pouso Alegre - MG.
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