terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Vida entre diálogos


 
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte

O
 diálogo, amplo e permanente, tem força para fazer a vida resplandecer com toda a sua potencialidade. A promoção da dignidade depende, determinantemente, da competência dialogal. Exercício que gera lucidez, o diálogo é fundamental na construção da cidadania. Infelizmente, na contramão de tantos avanços e conquistas da contemporaneidade, observa-se generalizada incompetência dialogal. Situação preocupante, por comprometer as relações que definem a sociedade, limitando a incidência dos avanços obtidos no cotidiano das pessoas. Seja, pois, resgatada a capacidade humana de falar e ouvir, reconhecendo o outro como semelhante, caminho rumo à autêntica força construtiva, a partir do diálogo.

Para dialogar, é preciso reconhecer um pressuposto básico: a igualdade entre as pessoas, a partir do respeito às singularidades. Esse princípio permite a difícil conjugação das diferenças e da liberdade de escolha, o que é direito de cada um, sem comprometer a busca por entendimentos.  Um caminho a ser trilhado, para que a pluralidade de perspectivas e opiniões se tornem riquezas, com resultados benéficos para todos.

É preciso identificar as causas que inviabilizam o diálogo em muitos contextos. E merecem especial atenção as redes sociais que, no ambiente digital, trouxeram muitas possiblidades para a interação humana, mas também abrigam muitos fenômenos ameaçadores. Nesse ambiente, verifica-se com frequência a presença de pessoas que se apresentam como detentoras de opinião com “peso absoluto”. Surpreendentemente, conseguem convencer um amplo público a respeito de determinada perspectiva, não permitindo a abertura para possíveis contrapontos ou debates.

As pessoas, inclusive, por considerarem a própria opinião verdade incontestável, têm dificuldade para se avaliar, pois não concedem abertura ao “outro lado”. Evitam o necessário confronto de ideias, imprescindível para que duas ou mais pessoas, via diálogo, aproximem-se mais do conhecimento a respeito da realidade. A ilusão de se achar “dono da verdade”, emitindo juízos, é grande risco, pois atrofia a qualidade necessária para promover o entendimento. Cada vez mais, neste tempo marcado pela acelerada velocidade, não se ouve o outro lado. Consequentemente, perde-se a condição necessária para compreender o semelhante, em suas singularidades. Apega-se ao próprio modo de pensar, um completo enrijecimento que gera preocupante esclerose, obstáculo para avanços e conquistas.

É terrível o estreitamento de mentalidades que ocorre neste momento, quando são exigidos novos passos para solucionar graves problemas. Em vez de novas propostas, tende-se a repetir, de modo estéril, velhas práticas, incapazes de conduzir a sociedade às soluções necessárias. Sem os parâmetros humanísticos, o diálogo é empobrecido pelas mediocridades, justificadas por perspectivas ideológicas que se consideram absolutas. Consequentemente, não é alcançado o desenvolvimento integral tão almejado por todos.

A vida se constrói a partir de qualificados diálogos, estabelecidos por indivíduos que buscam, verdadeiramente, o entendimento. Pessoas hábeis na capacidade para escutar o outro, a partir de preciosa competência humanística. Cidadãos que buscam defender pontos de vista não simplesmente para fazer prevalecer interesses questionáveis, muitos relacionados simplesmente ao acúmulo do poder e do dinheiro. É preciso investir na competência dialogal que leva ao bem e à verdade, impulsionando os entendimentos e as intuições capazes de salvar contextos diversos da sociedade. Assim, todos crescem e conquistam o sentido nobre de viver em fraternidade solidária, pois se reconhece a importância inegociável de cada pessoa.

A capacidade para dialogar é, ao mesmo tempo, dom e tarefa, promove a formação e a correção de perspectivas. Antídoto para ignorâncias e mediocridades, livrando a cidadania de graves prejuízos. A nova etapa civilizatória que a humanidade busca só pode ser alcançada quando se promove a vida no horizonte dos diálogos.

Fonte: CNBB

Bom dia... 29/01/2019


domingo, 27 de janeiro de 2019

3º Domingo do Tempo Comum – A Missão de Jesus





Dom Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília

N
os Domingos do Tempo Comum deste ano, temos a oportunidade de ler e meditar, com a Igreja, o Evangelho segundo São Lucas. Por isso, inicia-se, hoje, a leitura do seu primeiro capítulo e, em seguida, passa-se ao capítulo quatro, uma vez que os anteriores são proclamados nos tempos do Advento e Natal.

Logo no início de sua obra, S. Lucas declara que para “escrever a história dos acontecimentos” (Lc 1,1), fez um “estudo cuidadoso”, considerando o que foi transmitido pelas “testemunhas oculares e ministros da palavra”. Ele mesmo não foi “testemunha ocular”, tendo sido companheiro de S. Paulo. O destinatário possui um nome grego muito significativo, “Teófilo”, isto é, “amigo de Deus”, o que cada um de nós deveria ser. A finalidade declarada é de grande atualidade: “verificar a solidez dos ensinamentos recebidos” (Lc 1,4) para permanecer na fidelidade a Cristo, pois nas comunidades cristãs começavam a surgir ideias e atitudes que não eram condizentes com o ensinamento dos apóstolos.

A segunda parte do texto proclamado narra o início da pregação de Jesus Cristo, em Nazaré. Jesus é aquele que vem realizar plenamente as profecias, retomando, na sinagoga, a célebre passagem de Isaías que descreve a missão do Messias. Ungido pelo Espírito, ele vem para anunciar a boa nova aos pobres e sofredores, a liberdade aos oprimidos, a vista aos cegos e o ano da graça para todos. Ao longo do Evangelho, S. Lucas nos mostra como foi que Jesus realizou esta missão, ressaltando o seu rosto misericordioso. Assim fazendo, ele desperta e anima a fé em Cristo não apenas naquele tempo, mas também em nossos dias.  “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”, afirma Jesus (Lc 4,21). Este “hoje” é permanente, pois a missão de Cristo continua através da Igreja.

A fé em Cristo é vivida em comunidade, que é comparada por S. Paulo ao corpo humano, ressaltando a diversidade dos membros, o valor de cada um e a importância da unidade. Ele chama a Igreja “corpo de Cristo” (1Cor 12,27). O livro de Neemias nos recorda o lugar especial da Palavra de Deus na comunidade. A Palavra, proclamada e acolhida na assembleia, torna-se motivo de grande alegria para o povo de Deus. Hoje, nós também bendizemos a Deus, rezando, com o salmista: “Vossas palavras, Senhor, são espírito e vida!” (Sl 19).

Bom dia... 27/01/2019


sábado, 26 de janeiro de 2019

A espiritualidade da ordenação sacerdotal




Pe. Everton Vicente Barros
Comunidade Católica Palavra Viva

A
 beleza da celebração onde acontece uma ordenação presbiteral é revestida de um esplendor todo particular: os cantos que enaltecem a bondade do Salvador por haver deixado à sua Igreja tão precioso e necessário dom; a procissão que abre a celebração ostentando à frente o crucifixo que nos faz lembrar do infinito amor de Deus pela humanidade, chegando até mesmo ao ponto de dar o Filho Unigênito para resgatar a culpa dos servos pecadores, sinal este que constitui, na espiritualidade sacerdotal, o cume de toda a vida do sacerdote; o incenso que levanta a fumaça perfumada que enche o ambiente do doce aroma da natureza e envolve toda a assembleia, quase como que formando uma única oferta, povo sacerdotal e perfume da natureza, oferecido a Deus em sua majestade divina. Como é bela a sagrada liturgia católica! Como é belo o rito da ordenação sacerdotal.

Tal celebração é composta de diversas partes, cada uma com seu significado e motivo de ser. Todas elas falam diretamente ao coração do ordenando e de todo o povo de Deus reunido para celebrar sua misericórdia em dar à Igreja um colaborador necessário e um servo de todos. Dentre tantos ritos significativos, desejando oferecer uma visão espiritual que contribua para a maior compreensão do sublime mistério que é o sacerdócio e da graça excelsa que reveste o ministro sagrado, tomaremos três momentos específicos, capazes de compendiar a mística e a beleza do sacerdócio de Cristo dado em dom aos homens por ele chamados: o chamado do candidato, a prostração e a amarração das mãos.

Terminada a proclamação do Evangelho, procede-se para o chamado e apresentação do candidato ao sacerdócio. Tal gesto poderia ser visto até mesmo como dispensável, visto que todos sabem quem é, foram àquela celebração especificamente porque era aquele jovem a ser ordenado. Dois são os motivos para o chamado e a resposta do candidato neste momento da ordenação, sendo que o primeiro se identifica apenas com o caráter jurídico que o rito reveste, tendo em vista que o sacerdote é um representante da Igreja ele é devidamente apresentado ao povo que estará sob sua guarda, ainda que apenas no nível espiritual. O Segundo é o que nos interessa mais. Em uma das obras de maior importância na mística hebraica chamada Sefer haBahir, uma das questões a que se procura resposta é a interrogação acerca do motivo de Deus ter modificado o nome do Patriarca iniciador do Povo de Israel, de Abrão para Abraão (cfr. Gn 17, 5), e a resposta que é dada afirma que a diferença dos nomes se dá pela introdução da letra he no nome de Abraão (Abraham), que é uma das letras que compõem o nome divino (YHWH) relado a Moisés junto da sarça ardente (cfr. Ex 3, 15), o que indica que Abraão, à partir daquele momento se tornava consagrado a Deus, levando o sigilo do seu próprio nome em si. Algo semelhante acontece na ordenação do sacerdote. Ele é assumido totalmente por Deus para cuidar apenas das suas coisas (cfr. Hb 5, 1), mas não como apenas um homem, mas como um homem consagrado e que se torna portador do sagrado na própria vida, existindo para cuidar das coisas que se referem a Deus em favor dos homens. Assim, a pronúncia do nome do candidato ao sacerdócio adquire um significado que chega ao limiar do que nos afirma o Senhor através dos profetas: “Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia; antes de teu nascimento, eu já te havia consagrado, e te havia designado profeta das nações” (Jr 1, 5); “Ouvi então a voz do Senhor que dizia: Quem enviarei eu? E quem irá por nós? Eis-me aqui, disse eu, enviai-me” (Is 6, 8).

A segunda parte fundamental do rito é o da prostração acompanhado da Ladainha da Todos os santos. Neste momento, aquele que deve ser ordenado sacerdote deita no chão com o rosto voltado para a terra. Este sinal é um dos mais intensos do rito. Com ele se quer explicitar que aquele homem, que todos conhecem, que conviveu com muitos, que trabalhou no mundo, que estudou no mundo e viveu no mundo não pertence mais ao mundo, está morto para o mundo assim como o mundo está morto para ele. Claro, não se entende aqui uma alienação intelectual ou social, mas a realização ontológica do que afirmava São Paulo: “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2, 20). O ordenando não mais se pertence, se dá inteiramente como propriedade a Deus, que dele pode dispor como entender. “Há algo impressionante na prostração dos ordenados: é o símbolo da submissão total diante da majestade de Deus, da sua abertura total à ação do Espírito Santo descendo sobre eles como o arquiteto da sua consagração” (São João Paulo II, Dom e mistério, IV). Enquanto o candidato se prostra, a Igreja reunida para celebrar se une à Igreja triunfante no céu para interceder pelo novo ministro sagrado que está sendo gerado, reunindo orações, súplicas e méritos, que são apresentados diante do trono de Deus Todo-Poderoso, clamando que faça brotar nele a morte que realiza a vida, como no Cristo Sumo-Sacerdote.

O terceiro elemento do rito que tomamos em particular – ainda que presente apenas em alguns lugares, como o Brasil – complementa e porta à plenitude o anterior. Após a unção das mãos com o óleo do Crisma, o sacerdote ordenado tem suas mãos envolvidas e amarradas com uma faixa de linho branco. O gesto de ter as mãos amarradas indica de forma clara o seguimento de Jesus, mantendo-se unido a ele, e apenas a ele, qual consequência da morte a que se submeteu na prostração. Escreve o, então, Cardeal Ratzinger: “As mãos estão ligadas: eu não pertenço mais a mim mesmo. Pertenço a ele e, através dele, aos outros. O seguimento é também disponibilidade ao ser ligado, à definitividade, assim como ele se ligou definitivamente a nós. As mãos ligadas são, na verdade, mãos abertas, mãos estendidas, como diz o Evangelho. A coragem de uma ligação definitiva, de um sim integral: isto é o seguimento” (Servitori dela vostra gioia. Opera Omnia, 555). Tal seguimento se torna também eco do convite de Cristo a Pedro na beira do Lago da Galileia, onde o Senhor preparava o filho de Jonas, ligando-o a si de forma estreita, para depois permitir que outros o ligassem e o levassem para onde ele não gostaria de ir (cfr. Jo 21, 18). Como a Pedro, também ao sacerdote, totalmente ligado e amarrado, por amor, a ele, o Senhor Jesus convida a tomar parte da sua vida em prol da humanidade, dirigindo-lhe as mesmas palavras que ao pescador galileu: “Me amas? Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21, 17).

O sacerdócio fulge assim como uma união íntima de amor com Jesus, onde se morre para se esvaziar da própria vida e dar espaço para a vida de Cristo, tornando-se assim imagem viva e presente do Senhor no meio do seu povo, que é a Igreja, dando-se a todos por amor a todos e no amor maior por Jesus. Amor imenso é o amor que se consome no infinito, dando nada mais que a miséria da própria pequenez e colhendo salvação para todos os irmãos. Eis a vocação do sacerdote.

Bom dia... 26/01/2019


domingo, 20 de janeiro de 2019

2º Domingo do Tempo Comum – Seus discípulos creram Nele!




Dom Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília

T
erminado o tempo do Natal, com a festa do Batismo do Senhor, celebrada no domingo passado, iniciou-se a primeira semana do Tempo Comum. Por isso, celebramos, hoje, o SEGUNDO DOMINGO DO TEMPO COMUM. Tempo litúrgico mais longo do ano, caracterizado pela cor verde, o “Tempo Comum” contempla o conjunto da vida e dos ensinamentos de Jesus, ao invés de um aspecto específico, como ocorre em outros tempos litúrgicos.

O Evangelho nos convida a refazer a experiência dos discípulos, ocorrida em Caná da Galileia, que “creram nele”, reconhecendo o “sinal” da chegada do Reino. Para tanto, o papel de Maria foi de especial importância. “Fazei o que Ele vos disser” (Jo 2,5), afirma ela aos que estavam servindo na festa de casamento. Num momento difícil, vivido pela família que realizava a festa, Maria mostra-se mãe amorosa e intercessora diante de Jesus. Ao mesmo tempo, pede aos que estavam servindo para pôr em prática a palavra de seu filho. Deste modo, realiza-se o primeiro “milagre”, isto é, o primeiro “sinal” de Jesus, o início dos sinais da chegada do Reino, da manifestação de sua glória, conforme o Evangelho segundo João.

Hoje, há muitas situações a serem transformadas na vida das pessoas, das famílias e da sociedade. Podemos dizer que, muitas vezes, falta-nos o “vinho” da alegria e da vida nova em Cristo. Há, certamente, muita água a ser transformada em vinho. Para que isso ocorra, necessitamos, acima de tudo, de Jesus Cristo. A ele, através de Nossa Senhora, apresentamos as nossas necessidades. Contudo, devemos também fazer a nossa parte. Jesus realiza “sinais” do Reino, verdadeiros milagres, contando conosco. É ele quem realiza; cabe a nós, crer nele e cumprir a sua palavra. Por isso, é a nós que Maria está dizendo: “Fazei o que Ele vos disser”. Ela nos ensina a confiar, a ter esperança e a agir. Seja o nosso programa de vida, ao longo deste novo tempo litúrgico e durante todo este novo ano, fazer o que Jesus diz, nele crendo e esperando, como verdadeiros discípulos.  O relato das bodas de Caná conclui-se com a constatação de que “seus discípulos creram nele” (Jo 2,11). Nós somos também chamados a crer em Jesus, discernindo os “sinais” de Deus e do seu Reino entre nós, especialmente através da oração e da meditação.

Bom dia... 20/01/2019


sábado, 19 de janeiro de 2019

Como plantar palavras de conforto e vitória na vida dos outros?




Luís Gustavo Conde
Via Canção Nova

J
á sabemos que, revestidos do Cristo, nos tornamos “homens novos, criados à imagem de Deus, na verdadeira justiça e santidade” (cf. Ef 4,24). A primeira consequência da vida nova é a prática das virtudes, exercendo-as de forma a reunir todos os cristãos pelo sacrifício de Cristo. Esse trabalho de evangelização está ligado estritamente à felicidade, à caridade e, sobretudo, ao amor. Nesse passo, não nos é exigido sempre grandes obras, mas é importante estarmos atentos aos momentos de tristeza que envolvem aqueles que participam do nosso cotidiano, sempre nos apresentando dispostos a ajudá-los. São Paulo, na carta escrita aos Efésios, ensina: “De vossa boca não saia nenhuma palavra maliciosa, mas somente palavras boas, capazes de edificar e de fazer bem aos ouvintes” (Ef 4,29).

E assim podemos fazer pequenas obras de evangelização, apenas com palavras de vitórias, as quais, muitas vezes, faltam na vida dos nossos irmãos. Estando com o próximo, é necessário sermos presença verdadeira, principalmente em um momento social em que os smartphones roubam toda a nossa atenção. Estar, de fato, com o outro, é desligar-se dos próprios problemas, das interferências da internet e da televisão, e ouvir o que outro nos diz de coração. Com isso, as palavras certas virão até nós e seremos mensageiros da felicidade.

Por outro lado, é preciso atentar-se às palavras que entristecem e magoam. Por vezes, a correria do nosso dia a dia nos leva a escolher palavras erradas, principalmente quando, desatentos ao sentimento do outro, não interpretamos o momento com o devido respeito e fazemos piadas, brincadeiras ou pouco caso do assunto. Nessa situação, perdemos a oportunidade de fazer o bem. Portanto, que a lição de São Paulo possa estar sempre conosco, para que as palavras que saiam de nossas bocas sempre edifiquem.

Papa Francisco nos ensina: “A misericórdia possui também o rosto da consolação. ‘Consolai, consolai o meu povo’(Is 40,1) são as palavras sinceras que o profeta faz ouvir ainda hoje, para que possa chegar uma palavra de esperança a quantos estão no sofrimento e na aflição”. Plantar palavras de vitória em sua vida e na dos outros é fácil apenas na teoria. Na prática, são diversas as situações que dificultam ouvirmos e dizermos essas palavras de consolação.

Que Deus nos ilumine e nos guie, para que sejamos capazes de ser uma presença verdadeira que nos afaste das distrações. Para que as palavras de conforto e vitória nos sejam claras, tornando-nos mensageiros da vitória para confortar o próximo em momentos de dificuldades. Logo, você irá adquirir a serenidade necessária para ouvir nos momentos de dificuldade dos outros, além de encontrar amigos verdadeiros, que lhe ouçam e aconselhem, ao seu próprio exemplo.

Que assim seja!

Referências:
BÍBLIA SAGRADA. Tradução da CNBB, 18 ed. Editora Canção Nova.
FRANCISCO. Carta Apostólica Misericórdia et misera. Dado em Roma em 20 de novembro de 2016.

Bom dia... 19/01/2019


quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

CNBB reunirá comunicadores em Goiânia-GO, no 11º MUTICOM - Inscrições estão abertas.




C
om o tema: “COMUNICAÇÃO, DEMOCRACIA E RESPONSABILIDADE SOCIAL”, acontece de 18 a 21 de julho de 2019, no Centro Pastoral Dom Fernando, em Goiânia-GO, o 11º MUTIRÃO BRASILEIRO DE COMUNICAÇÃO - MUTICOM, promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB.

O objetivo é reunir comunicadores, profissionais, pesquisadores, agentes de pastoral e autoridades civis e da Igreja para refletirem, conjuntamente sobre a democratização e as políticas de comunicação, as perspectivas das relações entre a Igreja Católica, a sociedade brasileira e a cultura contemporânea no campo da Comunicação Social.

Para um melhor aproveitamento e discussão do tema, o encontro contará com variadas conferências, workshops, stand-up, cases, programação cultural e shows.

A grande novidade do encontro deste ano, ficará a cargo do Espaço High Tech – High Touch, uma feira midiática, com produtos de comunicação e exposição de inovações tecnológicas.

Outra novidade é a realização de outros dois eventos paralelos ao MUTICOM: 10º Encontro Nacional de Assessores de Imprensa da CNBB e o I Encontro de Jovens Comunicadores da SIGNIS Brasil. Ao longo do evento ocorrerá ainda a cerimônia de entrega dos Prêmios de Comunicação da CNBB.

Já confirmadas as presenças, como palestrantes, dos jornalistas Nilson Klava e João Paulo Charleaux. Nilson Klava é repórter da GloboNews, em Brasília. É considerado o repórter mais jovem a aparecer no Fantástico. João Paulo Charleaux, é editor de Política, Economia e Internacional  do Nexo Jornal e é um dos diretores da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo). A organização do evento divulgará em breve a relação completa dos palestrantes.

As inscrições já podem ser feitas no site www.muticom.com.br. A taxa de inscrição custa R$ 180,00 individual e sem hospedagem. Quem optar pelo pacote que inclui inscrição e hospedagem, poderá escolher entre as três opções:

Convento Mãe Dolorosa: R$ 785 – O Convento, que pertence às Irmãs Franciscanas da Mãe dolorosa está a 1 km do Centro Pastoral Dom Fernando.

Centro Pastoral Dom Fernando: R$ 860 – Local do Evento.

Hotel Santos Dumont: Varia entre R$ 1.115 e R$ 1340 – O Hotel está localizado a 5 km do Centro Pastoral Dom Fernando.

Vale destacar que para os participantes que ficarem hospedados em um desses três locais terão direito ao translado gratuito para os eventos.

VEJAM ABAIXO A PROGRAMAÇÃO
PARA O MUTICOM 2019



Bom dia... 16/01/2019


domingo, 13 de janeiro de 2019

FESTA DO BATISMO DO SENHOR: Reflexão de Dom Sergio da Rocha



Dom Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília

E
stamos concluindo, neste domingo, o Tempo do Natal, com a celebração da FESTA DO BATISMO DO SENHOR. Expressemos nosso louvor a Deus pelo Batismo de Jesus e, de modo especial, pela graça do batismo que cada um de nós recebeu. Nesta ocasião, procuremos renovar a vida batismal, crescendo na fé em Cristo, na participação na Igreja e no testemunho cristão. Valorizar o Batismo implica também em ajudar os que não são batizados a acolherem a graça do Batismo, bem como motivar os pais a batizarem seus filhos. É necessário dar maior atenção aos que receberam o batismo, mas não seguem a Cristo, nem participam da vida da Igreja. Torna-se cada vez mais importante, em nossos dias, testemunhar a beleza e o vigor da fé, com simplicidade e coragem.

O Evangelho segundo São Lucas (Lc 3,15-22) narra o fato que motiva esta festa litúrgica. Na narrativa, destaca-se, primeiramente, o testemunho de João. Diante daqueles que pensavam ser ele o Messias, João reconhece humildemente a grandeza do Messias e anuncia um novo e definitivo Batismo.

No episódio do Batismo do Senhor, revela-se a identidade de Jesus como Filho de Deus Salvador, o Messias-Servo. A manifestação do Espírito e a voz do Pai dão um testemunho imensamente maior do que aquele de João Batista. Em Jesus Cristo, se cumpre plenamente a profecia de Isaías sobre o “Servo” eleito e amado por Deus, no qual repousa o Espírito. Meditamos, hoje, o primeiro dentre os quatro cânticos de Isaías a respeito do Servo de Javé e de sua missão. O que Isaías anuncia, aplica-se a Jesus, segundo o relato do Evangelho: “Eis o meu servo – eu o recebo; eis o meu eleito – nele se compraz minha alma; pus meu espírito sobre ele” (Is 42,1).

No nosso Batismo, o amor do Pai também se faz sentir, acolhendo a cada um de nós como seu “filho amado”. O Batismo cristão é oferecido a todos e não apenas ao povo da Antiga Aliança. O apóstolo Pedro reconhece que “Deus não faz distinção entre as pessoas” (At 10,34). Assim como Jesus, nós chamamos a Deus de Pai, pela graça do batismo. Ao mesmo tempo, os que clamam a Deus como Pai querido, são chamados a reconhecer e a tratar a todos como irmãos.

Recentemente, ao celebrar a solenidade da Epifania do Senhor, nós pudemos meditar sobre a universalidade da salvação oferecida a todos, em Jesus nascido em Belém. Os discípulos de Cristo devem testemunhar o amor de Deus a todos, especialmente, aos mais sofredores, a exemplo de Jesus de Nazaré, cuja missão encontra-se assim resumida pelo apóstolo Pedro: “Ele andou por toda a parte, fazendo o bem” (At 10,38).

Bom dia... 13/01/2019


sábado, 12 de janeiro de 2019

Os bispos da Igreja Católica no Brasil



A
 Igreja no Brasil conta, atualmente, com 480 bispos. Eles podem ser divididos a partir de suas diversas formas de vinculação às Igrejas Particulares ou condições definidas no Código de Direito Canônico. A partir desta classificação, chega-se ao número de membros da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB): 307.

O levantamento cruza os dados disponíveis na Secretaria Técnica da CNBB com a pesquisa contínua do chefe do Departamento de Ciência da Religião da Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC-SP), professor Fernando Altemeyer Junior.

BISPOS DO BRASIL
São 78 arcebispos metropolitanos no Brasil, que podem ser divididos em quatro grupos: os cardeais arcebispos na ativa (3), os cardeais arcebispos eméritos (6), os arcebispos metropolitanos (42) e os arcebispos eméritos (27).

Os bispos diocesanos são 399 (261 na ativa e 138 bispos eméritos). Estão assim divididos de acordo com suas funções: 203 bispos diocesanos de rito latino, 2 bispos das eparquias orientais (ritos maronita e ucraniano), 1 exarca apostólico de toda América Latina do rito armênio presente em Buenos Aires e São Paulo, 45 bispos auxiliares, 1 coadjutor e 9 prelados, que são os bispos das prelazias.

Entra na contagem o bispo responsável pela administração apostólica pessoal São João Maria Vianney, dom Fernando Arêas Rifan, cuja circunscrição eclesiástica não tem caráter territorial, como as dioceses. Será ainda contabilizado o recém-nomeado para a diocese de União da Vitória (PR), monsenhor Walter Jorge Pinto, quando receber a ordenação episcopal.

Já são 139 bispos eméritos no Brasil, além dos arcebispos eméritos citados acima. Estão assim distribuídos: 119 bispos diocesanos eméritos, nove bispos auxiliares eméritos, um eparca e dez prelados eméritos.

CNBB
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil está estruturada de acordo com as normas do Código de Direito Canônico. Assim, fazem parte da CNBB todos os bispos diocesanos do território e os equiparados em direito, como coadjutores, os auxiliares e os outros bispos titulares “que no mesmo território exercem um múnus peculiar que lhes foi confiado pela Sé Apostólica ou pela Conferência episcopal”, lê-se no cânon 450 do CDC. De acordo com as normas da Igreja, podem ser convidados ainda para a Conferência Episcopal os Ordinários de outro rito, como é o caso dos eparcas, exarcas dos ritos armênio, maronita, ucraniano e oriental.

No caso dos bispos eméritos, são considerados “membros convidados ou honorários”, uma vez que participam de atividades da conferência, como a Assembleia Geral, com direito a voz, mas não a voto.

Desta forma, são os 307 membros efetivos da CNBB: os 3 cardeais arcebispos (dom Odilo Pedro Scherer, dom Orani Tempesta e dom Sergio da Rocha), os 42 arcebispos metropolitanos, os 261 bispos diocesanos e o bispo da administração apostólica pessoal São João Maria Vianney.

RELIGIOSOS E DIOCESANOS
Professor Altemeyer ainda contabiliza a origem dos bispos, se diocesanos ou religiosos: “os bispos oriundos do clero diocesano são 282 pessoas, ou seja, 59% do episcopado. E os que pertenceram a uma ordem ou congregação de vida consagrada são 197 pessoas, ou seja, 41% do episcopado brasileiro”.

Com informações da CNBB e Notícias Católicas