domingo, 26 de agosto de 2018

Senhor, a quem iremos?




Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica

M
uitos discípulos de Jesus tiveram enorme dificuldade de captar o verdadeiro significado de suas palavras. Ao interpretá-las num sentido contrário, ficavam perplexos e consideravam disparatados os ensinamentos do Mestre. E se escandalizavam com isto!

Apesar das reações negativas de seus ouvintes, Jesus não diminuía o tom de sua pregação, que continuava a ser contundente. Sendo assim, requeria largueza de visão para ser compreendida. O discipulado dependia da compreensão correta dos ensinamentos do Mestre e da adesão a eles.

Por outro lado, nenhum discípulo podia agir por coação, independentemente de sua vontade. O discipulado deveria resultar de uma escolha livre. Não interessava a Jesus que seus discípulos permanecessem com ele apenas para agradá-lo. Foi por esta razão que muitos debandaram. Não tinham fibra para pôr em prática o que lhes era ensinado. Com o Mestre permaneceu somente um punhado de discípulos fiéis que foram questionados a respeito da sinceridade de sua adesão. Foi quando Pedro, em nome do grupo, fez uma confissão de fidelidade ao Mestre. Não valia a pena afastar-se, pois só junto dele podiam encontrar palavras de vida eterna, por saírem da boca do “Santo de Deus”. Seria inútil buscar salvação fora dele.

ORAÇÃO
Pai, dá-me inteligência para compreender as palavras de Jesus
e aderir a elas, pois só assim estarei seguro de estar acolhendo
a salvação que me ofereces.

Bom dia... 26/08/2018


sábado, 25 de agosto de 2018

Quer evangelizar alguém? Inicie pela sua família



Pe. Jorge Filho
Pastoral Familiar da Arquidiocese de BH/MG

…a partir da família, a beleza do amor que Deus tem para com os homens…


S
e partirmos do princípio de que a família é o berço de nossa formação, e de que é nela que aprendemos a ser cidadãos e também cristãos – porque cabe aos pais conduzir seus filhos à pia batismal, lugar de nossa confirmação como filhos de Deus e de nosso nascimento para a vida eclesial –, devemos entender que, se realmente queremos que alguém viva uma vida autenticamente cristã, é preciso que a família da qual ela faz parte seja o lugar onde possa encontrar o ambiente privilegiado para seu contato com Deus através da experiência com Cristo.

Nesse sentido, é preciso que a família resgate seu papel de evangelizadora, vencendo as dificuldades às quais está exposta a cada dia, para que assim possa cumprir sua missão de ser o primeiro lugar do anúncio da Palavra de Deus para seus membros.

No livro dos Atos dos Apóstolos, encontramos o exemplo de conversão de Cornélio e de sua família ao cristianismo. Lembremos que ele era centurião romano e foi o primeiro estrangeiro convertido. Segundo o relato, “ele e todos os de sua casa eram tementes a Deus. Dava muitas esmolas ao povo e orava constantemente”. (At 10,12.) Quando o encontrou, Pedro exclamou: “Em verdade, reconheço que Deus não faz distinção de pessoas, mas em toda nação lhe é agradável aquele que o temer e fizer o que é justo”. (At 10,34.)

Em tempos moralmente conflituosos e, por isso mesmo, mais exigentes, quando a resposta necessita ser mais direta e eficaz, se queremos evangelizar alguém, é preciso que iniciemos por evangelizar sua família para que, assim, ela possa cumprir sua tarefa diante da sociedade.

A Igreja hoje, como em outros tempos, precisa atentar para as realidades que sugerem mais sua atenção pastoral, a fim de preparar melhor seus fiéis para que possam “estar no mundo sem ser do mundo”, e não se fecharem aos novos desafios questionadores que se apresentam, para os quais muitas vezes os cristãos ainda não têm resposta, seja pela velocidade como as coisas acontecem no mundo de hoje, ou mesmo pela efemeridade de tais novidades que surgem e desaparecem, dando lugar a outras realidades num rápido prazo de tempo.

À Igreja é dada a missão de zelar por seus fiéis, que a ela foram entregues por Nosso Senhor Jesus Cristo, quando de sua ascensão. Aos discípulos foi dada a responsabilidade de ir pelo mundo anunciando o Evangelho a todos os povos, tornando-os discípulos dele (cf. Mc 16,15). Dessa forma, quem crer e for batizado será salvo. Essa salvação pode também passar pela família, Igreja doméstica.

São João Paulo II, na Familiaris Consortio, convocou as famílias a se tornarem aquilo que são, afirmando que “cada família deve ser uma comunidade de vida e de amor, numa busca que, como para cada realidade criada e redimida, encontrará a plenitude no Reino de Deus”. Com essa convocação, o Santo confirma que cada pessoa no seio de sua família precisa receber o anúncio e tornar-se também anunciadora, para que dessa forma o mundo possa conhecer, a partir da família, a beleza do amor que Deus tem para com os homens.

Não é difícil para nós, evangelizadores, perceber que cada pessoa deve ter em sua família a referência de encontro com Deus. Por esse motivo as famílias, tão fragilizadas no mundo de hoje, precisam de atenção especial da parte da Igreja, e não se pode medir esforços para que ela se fortaleça e, mesmo, se restabeleça das feridas deixadas pelo mundo. Por isso podemos afirmar: Quer evangelizar alguém? Inicie pela sua família”.

Bom dia... 25/08/2018


quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Padre Cícero Romão Batista: de maldito a santo


 
Padre Cícero Romão Batista
U
m padre que viveu sob o signo da controvérsia e morreu proscrito, condenado pelo Santo Ofício. Esse foi sacerdote brasileiro CÍCERO ROMÃO BATISTA, acusado no fim do século 19 de proclamar falsos milagres, de incentivar o fanatismo popular e de se beneficiar financeiramente da devoção extremada de seus milhões de seguidores.

Em decorrência das acusações de que era um rebelde, um desobediente à hierarquia católica e um semeador de fanatismos, ele foi alvo de um inquérito eclesiástico que terminou por proibi-lo de rezar missas, de confessar fiéis e de ministrar sacramentos como o batismo e o matrimônio. Tornou-se, então, um pária da fé. Apesar de idolatrado pelos cerca de 2,5 milhões de peregrinos que acorrem todos os anos à cidade cearense de Juazeiro do Norte para reverenciar sua memória, Cícero foi um padre maldito, renegado pela Igreja Católica.

Toda a história pessoal de Cícero Romão Batista está permeada de mistérios, ambiguidades e contradições. Amado e odiado em igual medida por seus contemporâneos, depois de morto - e talvez ainda mais a partir daí - ele continua a provocar sentimentos idênticos de adoração e repulsa.

Nascido na cidade cearense do Crato em 1844, ordenado padre em 1870, Cícero viveu e cresceu na confluência de dois mundos. De um lado, o universo mágico do misticismo sertanejo, no qual a crença em lobisomens, almas penadas e mulas-sem-cabeça convivia com a festiva devoção aos santos padroeiros e com as advertências apocalípticas dos profetas populares, que pregavam o fim dos tempos. Do outro lado, o mundo da fé ritualizada, da disciplina clerical e da submissão cristã com a qual foi educado e doutrinado no seminário. Com um pé no maravilhoso, outro na ascese, Cícero protagonizou uma biografia acidentada, recheada de episódios mirabolantes que mais parecem beirar a ficção.

Entretanto, até os 45 anos de idade, sua vida nada teve de extraordinária. Em 1889, Cícero era um simples padre de aldeia, rezando missa numa minúscula capelinha do então povoado do Juazeiro, a 600 quilômetros de Fortaleza, quando um fenômeno misterioso chamou a atenção dos sertanejos, da Igreja e da imprensa. Ao ministrar a comunhão a uma beata - a humilde costureira e doceira Maria de Araújo -, a hóstia consagrada teria se transformado em sangue. "Não posso duvidar, porque vi muitas vezes", escreveu Cícero a dom Joaquim José Vieira, bispo do Ceará.

Os jornais abriram manchetes para noticiar o fenômeno e os sertanejos caíram de joelhos diante do proclamado milagre. A Igreja, porém, acusou Cícero e a beata de fraude. "Se Maria de Araújo recebe realmente provas do céu, que as vá gozando só, sem perturbar a boa ordem da diocese", desdenhou o bispo Vieira.

Fato ou embuste, o caso é que o padre e seus adeptos evocaram em sua defesa uma série de fenômenos mais ou menos semelhantes, devidamente chancelados pelo Vaticano sob a classificação genérica de "milagres eucarísticos". Mas uma frase atribuída ao então reitor do Seminário da Prainha, o padre Pierre-Auguste Chevalier, revelaria a dificuldade do clero tradicional em aceitar as manifestações da fé popular: "Jesus Cristo não iria sair da Europa para fazer milagres no sertão do Brasil", teria tripudiado o francês.

CHEFE POLÍTICO
O episódio da hóstia que diziam se transformar em sangue rendeu a Cícero a admiração dos milhares de peregrinos, que desde então não nunca pararam de chegar a Juazeiro para testemunhar a suposta maravilha. Mas também significou para o padre uma longa via-crúcis de indisposições perante as autoridades eclesiásticas da época.

Banido pelo clero, Cícero passou a ocupar a posição de mártir no imaginário coletivo, ao mesmo tempo que começou a desfrutar de uma enorme notoriedade e de um imenso poder junto ao povo mais simples do sertão, vítimas históricas da seca e do descaso governamental. Aquela gente, sem perspectivas, sem dinheiro e sem chão, cada vez mais se identificava com o sacerdote que nunca foi propriamente um grande orador, mas em compensação sabia falar a mesma língua deles, chamando-os de "amiguinhos", ouvindo-lhes as queixas, distribuindo prédicas e conselhos.

Moralista severo, Cícero pregava contra os amancebados, os festejos pagãos e o desregramento das famílias. Numa terra em que imperava a lei do punhal e do bacamarte, seu lema mais famoso conclamaria os pecadores ao arrependimento: "Quem bebeu não beba mais, quem roubou não roube mais, quem matou não mate mais", costumava dizer.

Quando não pôde mais celebrar batismos, ele próprio aceitou apadrinhar inúmeras crianças, vindo daí o título de "padrinho padre Cícero", que na corruptela da linguagem popular resultou Padim Pade Ciço.

"Em cada casa um oratório, em cada quintal uma oficina", pregava ele, atraindo trabalhadores, agricultores e artesãos de todo o Nordeste, que passaram a se fixar e aos poucos transformaram o arrabalde em um importante centro manufatureiro. O povoado virou cidade autônoma e, em 1911, Cícero foi nomeado o primeiro prefeito de Juazeiro. Líder religioso, tornou-se também chefe político, igualmente polêmico e contraditório. Ao mesmo tempo que pregava aos "náufragos da vida", como se referia aos menos favorecidos, estabeleceu alianças com as elites poderosas.

A SANTA SÉ DELIBERA
Entre 2001 e 2006, uma comissão multidisciplinar de estudos se debruçou sobre a vasta documentação relativa ao padre, em arquivos do Brasil e do Vaticano. Coordenada pelo bispo do Crato, dom Fernando Panico, tal comissão foi composta por especialistas de várias áreas do conhecimento: antropologia, filosofia, história, psicologia, sociologia e teologia. A finalidade era trazer à luz novos documentos que servissem para tentar responder a uma questão que sempre acompanhou o nome de Cícero: quem afinal foi esse homem, acusado de espertalhão por muitos, aclamado como visionário por outros tantos?

O relatório final da comissão foi entregue em maio de 2006 na Santa Sé. Junto, uma coleção de 11 volumes reunia as transcrições das centenas de cartas trocadas entre os principais personagens da história do padre. Um volume à parte levava cerca de 150 mil assinaturas de populares em prol da reabilitação, às quais se somava um abaixo-assinado no qual se lia o nome de 253 bispos brasileiros favoráveis à causa. Em complemento à papelada, a carta de dom Fernando ao papa: "Venho com toda esperança e humildade suplicar a Vossa Santidade que se digne reabilitar canonicamente o padre Cícero Romão Batista, libertando-o de qualquer sombra e resquício das acusações por ele sofridas".

Em setembro de 2008, a igreja de Nossa Senhora das Dores - o templo que Cícero construiu em Juazeiro e no qual depois se viu impedido de rezar missa - foi elevado pelo Vaticano à categoria de basílica. Com isso, o brasão de Bento XVI foi sintomaticamente colocado à porta de entrada, bem à vista dos romeiros que chegam para louvar o Padim. No templo em que o padre está enterrado, a capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, também em Juazeiro, foi autorizada a instalação de um vitral multicolorido em que se destaca a imagem de Cícero, ao lado de outros santos oficiais.

Em 2015, finalmente, o perdão se tornou 100% oficial. O bispo Dom Fernando Pânico, declarou sua reabilitação em 13 de dezembro. Esse é o primeiro passo para uma posterior beatificação, ou seja, o reconhecimento canônico de que o homem Cícero Romão Batista teria vivido na plenitude das virtudes cristãs, sendo um "bem-aventurado", resultou na consequente autorização para o culto público a seu nome. Devido às milhares de graças que os romeiros dizem ter alcançado por intercessão do padre Cícero - cegos que teriam voltado a ver, aleijados que andaram novamente, loucos que teriam recuperado o juízo -, o caso, ainda pode evoluir da simples beatificação para a efetiva canonização, quando então ele seria elevado à honra dos altares de toda a Igreja. Esse processo burocrático, como ocorreu com Frei Galvão (1739-1822), o primeiro santo nascido no Brasil e durou vários anos.

SANTO SERTANEJO
A POLÊMICA TRAJETÓRIA DE PADRE CÍCERO

1844: Cícero Romão Batista nasce na cidade do Crato (CE).

1870: Cícero é ordenado padre, apesar das reservas do reitor do seminário, que o julgava um aluno "teimoso" e "dono de ideias confusas".

1872: Sem ter recebido nenhuma paróquia, o jovem padre aceita o convite de moradores para rezar a missa de Natal no pequeno povoado de Juazeiro, vizinho ao Crato. Segundo ele, um sonho faz com que continue a morar ali para sempre. Jesus teria pedido a Cícero que "tomasse conta" dos pobres do local.

1889: 1 de março, sexta-feira da Quaresma, o padre Cícero oferece a comunhão à beata Maria de Araújo e a hóstia se transforma em sangue. O fenômeno teria ocorrido por semanas seguidas, até 15 de agosto, dia da Ascensão de Nossa Senhora. Os paninhos manchados de sangue são adorados como relíquias sagradas. O milagre vira notícia na imprensa de todo o país.

1891: O bispo do Ceará, dom Joaquim José Vieira, censura Cícero e o monsenhor Monteiro por proclamarem milagres ainda não investigados pela Santa Sé. Cria uma comissão de inquérito eclesiástico, formada pelos padres Francisco Antero e Clycério da Costa Lobo. A ordem é desmascarar um possível embuste.

1892: O padre Antero viaja ao Vaticano em defesa de Cícero. O Santo Ofício examina o caso. Em agosto, o bispo cearense proíbe Cícero de rezar missas, pregar aos fiéis, confessar e ministrar sacramentos.

1894: o Santo Ofício condena os fatos como "prodígios vãos e supersticiosos. Os padres adeptos do milagre se retratam. Menos Cícero.

1898: Cícero vai ao Vaticano se defender. É interrogado e depois recebido pelo papa Leão XIII. O Santo Ofício absolve Cícero das censuras, desde que ele guarde silêncio sobre o caso. O padre jura submissão, mas segue suspenso das ordens sacerdotais. Os paninhos sujos de sangue são roubados da matriz do Crato e desaparecem por vários anos.

1908: Atraído por notícias da existência de uma valiosa mina de cobre na região, chega a Juazeiro um baiano misterioso: Floro Bartolomeu. Médico, rábula e garimpeiro, ele passa a ser o principal braço político de Cícero.

1909: Começa a circular O Rebate, primeiro jornal de Juazeiro, fundado para defender a tese da emancipação do povoado em relação ao Crato. Floro Bartolomeu é um dos editores.

1910: Morre misteriosamente o professor José Marrocos, um ex-seminarista que exerce grande influência sobre Cícero. Floro é acusado de tê-lo envenenado, mas nunca se prova nada a esse respeito.

1911: Juazeiro se emancipa. Cícero, filiado ao Partido Republicano Conservador, é nomeado primeiro prefeito do novo município. Permanecerá quase duas décadas no cargo, sendo reeleito seguidamente. Na data da posse, sela um pacto de paz com os principais coronéis da região, no qual todos prometem parar as animosidades mútuas.

1913: Em acordo com o governo federal e com o aval de Cícero, Floro viaja ao Rio de Janeiro para tramar a queda do então presidente (cargo igual ao de governador) do Ceará, Franco Rabelo. De volta, Floro depõe as autoridades municipais e instala uma Assembleia estadual paralela para caracterizar a duplicidade de poderes e provocar uma intervenção federal.

1914: O governo estadual reage. Manda tropas para atacar Juazeiro. Cícero segue o conselho de um sobrevivente de Canudos e pede aos moradores que cavem um fosso gigantesco em torno da cidade: o "Círculo da Mãe de Deus". Com isso, o ataque fracassa. Juazeiro parte para a ofensiva. Comandado por Floro, um exército de jagunços e cangaceiros toma o Crato e várias outras cidades cearenses, cercando Fortaleza. O governo federal decreta a intervenção no Ceará. Cícero é nomeado vice-presidente do estado.

1916: A Santa Sé declara que Cícero, aos 72 anos, por ainda alimentar o "fanatismo", está excomungado. Mas ele jamais saberia disso. Temendo pela saúde do velho padre, o bispo do Crato, Quintino Rodrigues, evita aplicar a excomunhão e exige dele uma retratação pública. O Santo Ofício revê a pena, mas mantém suspensas as ordens sacerdotais.

1926: A Coluna Prestes entra no Ceará. Cícero escreve carta aberta a Prestes, conclamando-o à rendição. Floro tem a ideia de convocar Lampião para integrar o chamado "Batalhão Patriótico", organizado para dar combate à Coluna. É quando o cangaceiro recebe a patente de capitão e passa a assinar "Capitão Virgulino". No mesmo ano, Cícero é eleito deputado federal, mas não assume o cargo, por causa da idade avançada.

1930: Vitória da revolução que leva Getúlio Vargas à Presidência da República. Cícero escreve uma carta aberta ao povo, classificando os revolucionários de "mensageiros de Satanás".

1934: Morre Cícero Romão Batista. No testamento, ele deixa a maior parte dos bens para a Igreja. Após o falecimento do padre, os paninhos manchados de sangue reaparecem em poder de uma beata. Por ordens do novo bispo do Crato, de acordo com o que determinara o Santo Ofício, eles são destruídos e queimados.

2001: O cardeal Joseph Ratzinger, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, reabre o processo que culminou na suspensão de Cícero.

2005: Ratzinger é eleito papa. No ano seguinte, recebe a documentação de uma comissão interdisciplinar de estudos que sugere a anistia, post-mortem, do padre.

2015: O padre Cícero é perdoado das punições impostas e reconciliado com a Igreja Católica. O processo de beatificação passa a ser possível.


Com informações do Site: "AH - Aventuras na História"

Bom dia... 22/08/2018


domingo, 19 de agosto de 2018

Reflexão: Nosso destino é o céu!




Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R.

A
 Assunção de Maria ao céu é um dogma da Igreja Católica. Não foi inventado, mas nos foi transmitido pela Santa Tradição com fundamento nas Sagradas Escrituras. Tradição é a Fé que nos foi ensinada desde o início da Igreja juntamente com a Palavra de Deus anunciada pelos Apóstolos. Quem nos transmitiu essa verdade foram aqueles que viveram com ela. A Santa Tradição e a Santa Palavra de Deus se fundamentam em Jesus.

A RESSURREIÇÃO JÁ COMEÇOU
A Assunção de Maria está intimamente ligada à Ressurreição de Jesus. Ele prometeu que todo aquele que crer e comer o Pão da Vida vai ter a vida eterna (Jo 6,47.51). Não precisamos esperar até o fim dos tempos para confirmar. Por isso, celebramos a Assunção de Maria para mostrar que nela já temos certeza de que a gloriosa ressurreição de todos acontece; ela já está de corpo e alma no Paraíso. Como a primeira dentre os mortais que chegou a essa glória, Maria é poderosa intercessora e companheira em nossa caminhada. Ela pode interceder por nós como a mais gloriosa de todos os mortais. Como nós, ela faz parte do Corpo de Cristo e, como membro mais saudável depois do Filho, é modelo de santidade, advogada nossa; ela intervém constantemente em favor do Povo de Deus do qual ela faz parte.

OS POBRES SE LEVANTAM
Viver atentos às coisas do alto, como rezamos na coleta da missa, é aprender a construir a vida na terra, e da terra, fazer um céu. É isso que Maria canta em seu glorioso cântico: "Minha alma glorifica o Senhor", o Magnificat. As maravilhas que fez por ela, Deus faz também para nós, pois somos todos amados por Ele que olha para nossa humildade. Os pobres vão se levantar, não para destruir os opressores, mas para fazer um mundo de irmãos, todos saciados pela misericórdia de Deus.

Anunciar o Evangelho de Jesus é fazê-lo conhecido e amado. Maria continua essa evangelização, pois a todo aquele que a ama, apresenta seu Filho, como vemos nos ícones, em particular, o ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. O Espírito Santo que a fecundou com sua presença, fecunda a fé no coração de cada um. Maria tem tantos nomes, pois nenhum é capaz de transmitir tudo o que ela é diante de Deus para nós.

Bom dia... 19/08/2018


sábado, 18 de agosto de 2018

Importância do voto!





Dom Pedro Carlos Cipollini
Bispo Diocesano de Santo André, SP

N
ossa situação está difícil. O país não está bem, e o sinal mais preocupante é a falta de esperança. Uma nuvem de tristeza baixou sobre nossa Nação.

Não se pode negar, que grande parte da culpa desta situação está nos maus políticos que temos. A maioria não segue os padrões éticos que são a opção pelo caminho do bem, da lei e da justiça.

A ética regula os relacionamentos entre as pessoas e as instituições, e é a base da vida social.

Para o bem da sociedade, é necessário que todos sejam justos, honestos e tenham respeito com os semelhantes. Sem a ética na política, a corrupção toma conta. A corrupção é uma “doença” grave e contagiosa. Ela estimula o crime, inclusive o de “colarinho branco”. E a impunidade somente acentua esta doença.

O papa Francisco disse aos políticos latino-americanos, em dezembro de 2017: “Há necessidade de dirigentes políticos que vivam com paixão o seu serviço ao povo; solidários com seus sofrimentos e esperanças; políticos que anteponham o bem comum aos seus interesses privados; que sejam abertos a ouvir e a aprender no diálogo democrático, que conjuguem a busca da justiça com a misericórdia e a reconciliação”.

No entanto, devemos fazer a nossa parte e votar bem! Não deixe de votar, pois sua ausência enfraquece a democracia. Não venda ou troque seu voto, porque é um crime eleitoral. Você não deve mudar de opinião por influência da mídia ou amigos, e tenha cuidado com as notícias falsas.

Além do mais, você precisa conhecer o político, o partido e a coligação. Fique atento para não se deixar influenciar pelas pesquisas.

Precisamos ainda, respeitar sempre a opinião do outro e conviver com o diferente. E acima de tudo, nosso voto seria incompleto se deixássemos de acompanhar, controlar e fiscalizar o exercício do cargo do candidato eleito.

No dia 16 de agosto, iniciou-se a propaganda eleitoral, e no último dia de agosto, tem início a propaganda eleitoral gratuita em rádio e televisão. Em 7 de outubro teremos as eleições.

A Igreja Católica no Brasil é comprometida com a política no sentido amplo do termo: bem comum, paz, justiça, cuidado com a vida e a cidade, cuidado com o povo. Isto é verdadeira política!

Por isso a Igreja deseja a mobilização de todos, pois somos corresponsáveis pela situação em que vivemos. Situação que precisa mudar. E o grande protagonista das mudanças que o Brasil precisa é o povo; é você.

Lembrem-se todos: VOTO NÃO TEM PREÇO, TEM CONSEQUÊNCIA!

Bom dia... 18/08/2018


quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Comunidade católica festeja Nossa Senhora dos Prazeres, Padroeira de Maceió.




A
 devoção à Maria tornou-se fundamental para a espiritualidade e a arte das Igrejas Católica e Ortodoxa. Ela figura com proeminência na iconografia oriental e nas obras inspiradoras de grandes artistas ocidentais. Venerada em todo mundo, na Arquidiocese Maria é Padroeira, é a Senhora dos Prazeres.

No começo do Evangelho de São Lucas, há um refrão que é anunciado, com toda clareza, pelos anjos do céu: “Anuncio-vos uma grande alegria que o será para todo o povo” (Lc 2,10). A perfeita alegria é Jesus Cristo, que Maria deu a toda humanidade.

Neste ano, a FESTA DE NOSSA SENHORA DOS PRAZERES estará sintonizada com o Sínodo dos Bispos sobre a Juventude, convocado pelo Papa Francisco e que se realizará de 3 a 28 de outubro, em Roma, com o tema: “Os Jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Nós queremos que os jovens sintam o chamado de Jesus e permaneçam com Ele em uma amizade pessoal e verdadeira. E esta amizade é a fonte do verdadeiro prazer e da autêntica alegria.

As noites de louvor em honra de Nossa Senhora dos Prazeres vão recordar aos jovens que sua vocação é ser amigo de Cristo, discípulos d’Ele e sentinelas do amanhã. Por isso, convidamos a todos a cantar, de 17 a 27 de agosto de 2018, na Catedral Metropolitana de Maceió, os louvores de Maria com a voz e o coração: “Virgem Santa, Mãe Imaculada, vossos filhos vos querem louvar. Lá no Céu, lá de vossa morada, recebei nossa prece e cantar”.

PROGRAMAÇÃO DA FESTA DA PADROEIRA DE MACEIÓ - NOSSA SENHORA DOS PRAZERES

TODOS OS DIAS:
06h - Celebração Eucarística e Café para os pobres.
De 10h às 12h - Adoração ao Santíssimo Sacramento

DIA 17 - ABERTURA DA FESTA - “Maria personalizava cada evento perguntando-se no fundo do coração o que o Senhor queria lhe dizer com aquilo.” (Lc 1,19.51)
18h30min - Caminhada saindo com a família Militar, Corpo de Bombeiros de Alagoas, 59 BIMTz, Marinha, Aeronáutica e guarda Municipal de Maceió. do Batalhão Militar para a Igreja Catedral. Ao chegar - Celebração da Santa Missa
Presidente: Exmo. e Revmo. Dom Antonio Muniz Fernandes - Arcebispo Metropolitano de Maceió
Animação: Coral Nossa Senhora Aparecida (INOCOOP)

DIA 18 - “Eu sou o caminho” (cf. Jo 14,6) - Se, para o escritor francês Bernanos, “tudo é graça”, poderíamos dizer que, para o jovem, “tudo é caminhar” no sentido de que cada gesto do cristão deve ser uma via que nos leva, passo a passo, cada vez mais perto de Deus e do nosso próximo.
15h - Celebração Eucarística
Responsabilidade - Setor Lagoa
19h - Caminhada da Família (Pais e Filhos)
Celebração Eucarística
Presidente: Pe. Márcio Manoel Machado Nunes
Responsabilidade: Pastoral Familiar, Setor da Juventude e Pastoral Universitária e CNLB
Animação: Ministério da Juventude

DIA 19 - “Jesus caminhava à frente deles.” (cf. Mt 10,32) - Jesus caminha à nossa frente. Precede-nos e abre-nos o caminho. E esta é a nossa confiança e a nossa alegria: ser seus discípulos, estar com ele, caminhar atrás dele, segui-lo.
15h - Celebração Eucarística
Responsabilidade: SSVP e PPI
19h - Celebração Eucarística
Presidente: Dom José Francisco Falcão - bispo auxiliar do Ordinariado Militar do Brasil.
Responsabilidade. Focolarinos, ECC, EJC, GEN
Animação: Ministério do ECC

DIA 20 - “Jesus chamou-os” (cf. Mc 1,17) - O jovem deve deixar que o Senhor Jesus o chame para junto de si! Deixemo-nos “convocar” por ele e peçamo-lo, com alegria de acolhermos juntos sua Palavra.
15h - Celebração Eucarística
Responsabilidade: Romeiros, Área Noroeste e Setor Tabuleiro 1
19h - Celebração Eucarística
Presidente: Pe. Wendel Gomes Assunção - Administrador Diocesano de Palmeira dos Índios.
Responsabilidade: Cursilho de Cristandade
Animação: Ministério do Cursilho

DIA 21 - “Mestre, onde mora:” (cf. Jo 1,38-39) - A maior parte das narrativas evangélica foi, mais do que um momento de formação intelectual, uma escola de amizade e de vida. “Ficar com”, “permanecer”, “caminhar ao lado” são sinônimos da palavra amizade. Fiquemos com Jesus. Ele é o nosso melhor amigo.
15h - Celebração Eucarística
Responsabilidade: Área Norte e Setor Tabuleiro 2
19h - Celebração Eucarística
Presidente: Monsenhor José Augusto (Vigário-Geral)
Responsabilidade: Pastoral da P. Idosa, Pastoral Carcerária, Pastoral de Rua, Pastoral da Aids e Pastoral da Criança.
Animação: Ângelus

DIA 22 - “Aproxima-te de mim, porque sou um homem pecador”. - A santidade não é a impecabilidade, mas este movimento profundo em nós de nos voltarmos para o outro, para o Todo-Ouro e deixarmo-nos atravessar por uma experiência de reconhecimento e misericórdia.
15h - Celebração Eucarística
Responsabilidade: Área do Vale do Paraíba
19h - Celebração Eucarística
Presidente: Dom Dulcênio Fontes Matos - Diocese de Campina Grande - PB
Responsabilidade: Legião de Maria, Mães que Oram pelos Filhos e Congregados Marianos.
Animação: Coral Rosa Mística (Village) e Santa Teresinha (Rio Largo)

DIA 23 - “Discípulo e missão são como duas faces da mesma moeda: quando o discípulo está apaixonado por Cristo, não pode deixar de anunciar ao mundo que só Ele nos salva.” (cf. At 4,12) De fato, o discípulo sabe que sem Cristo não há luz, não há esperança, não há amor, não há futuro.” (Bento XVI)
15h - Celebração Eucarística
Responsabilidade: Área Mundaú e Setor Atlântico
19h - Celebração Eucarística
Presidente: Dom Henrique Soares da Costa - Diocese de Palmares - PE.
Responsabilidade: Comunidades Terapêuticas - RECRIAR, Novas Comunidades, Caritas Arquidiocesana e Pastoral Social.
Animação; Fraternidade Casa de Ranquines

DIA 24 - A assistência dos pais com seus filhos à Celebração Eucarística Dominical é uma pedagogia eficaz para comunicar a fé e um estreito vínculo que mantém a unidade entre eles. “O domingo significou, ao longo da vida da Igreja, o momento privilegiado do encontro das comunidades com o Senhor Ressuscitado”. (Bento XVI)
15h - Celebração Eucarística
Responsabilidade: Colégios Católicos de Maceió e Setor Metropolitano Rio Largo
19h - Celebração Eucarística
Presidente: Dom Hélio Pereira dos Santos - Bispo Auxiliar de São Salvador - BA.
Responsabilidade: Apostolado da Oração, MEJ e Seminário

DIA 25 - Os jovens se comprometem por uma constante renovação do mundo à luz de Deus. Mais ainda: cabe-lhe a tarefa de opor-se às fáceis ilusões de felicidade imediata e dos paraísos enganosos da droga, do prazer, do álcool, junto com todas as formas de violência.
15H - Celebração Eucarística
Responsabilidade: Área Manguaba e Setor Centro
19h - Celebração Eucarística
Presidente: Dom Genival Saraiva (Vigário-Geral)
Responsabilidade: RCC, Grupo Mãe de Deus, Arautos do Evangelho e Catequese.
Animação: Ministério da RCC

DIA 26 - Os jovens, amigos de Cristo, discípulos dele, sentinelas do amanhã, como costumava dizer São João Paulo II, são sensíveis à chamada de Cristo que convida a segui-lo. Podem responder a essa chamada como sacerdote, como consagrados ou ainda como pais e mães de família, dedicados totalmente a servir aos seus irmãos com todo seu tempo, sua capacidade e com a vida inteira.
15h - Celebração Eucarística
Responsabilidade: Mãe Rainha e Terço do Homens
19h - Celebração Eucarística
Presidente: Dom Valério Breda, Diocese de Penedo - AL.
Responsabilidade: Equipes de Nossa Senhora, Encontro Matrimonial Mundial e Pascom Arquidiocesana.
Animação: Coral de São Benedito – Maceió

DIA 27 – SOLENIDADE DE NOSSA SENHORA DOS PRAZERES - “Não houve mulher que tenha vivido e sofrido uma desapropriação mais radical do fruto de suas entranhas do que ela. Como Mãe, sentiu a força do instinto que quer possuir e reter, e, ao mesmo tempo, toda a pulsão do amor e da vida que quer dar e entregar. Ofereceu seu Filho a Deus e ao mundo.”
09h - Missa Solene
Presidente: Dom Antônio Muniz Fernandes
Animação: Coral Unidos em Cristo (Eustáquio Gomes)
15h - Celebração Eucarística
Animação: Coral Nossa Senhora das Graças - Levada
16h - Procissão
Encerramento no Estacionamento de Jaraguá com
Celebração Eucarística Presidida por Dom Antônio Muniz Fernandes.

Com informações da Arquidiocese de Maceió