sábado, 30 de abril de 2022

A importância do Leigo na Igreja


Dayse Maria Mellero de Melo

A experiência do encontro pessoal com Jesus

é a única capaz de sustentar a missão do Leigo (a) na Igreja.

A messe necessita de cristãos com o coração extasiado,

apaixonado pela Cruz e pela Paz do Senhor Jesus.

 QUEM SÃO OS LEIGOS?

        São todos os que professam a fé em Jesus Cristo, no âmbito da Comunidade Católica, tendo recebido o batismo, mas não pertencentes ao grupo dos ministros que receberam o Sacramento da Ordem.

O Igreja pretende valorizar a vocação de todos, evitando qualquer distinção de classe entre clérigos e não clérigos, pois ela não é formada por classes, mas constitui-se numa grande comunidade de irmãos, que têm funções diferentes, exercendo a autoridade hierárquica como um serviço à comunidade inteira. Bom exemplo a respeito encontra-se na Carta aos Efésios que diz: “Há um só corpo e um só espírito…, no entanto, a cada um de nós foi dada a Graça conforme a medida do dom de Cristo… a alguns ele concedeu serem apóstolos; a outros, profetas; a outros, evangelistas; a outros pastores e mestres” (Ef 4, 4 -12).

“Uma vez que, como todos os fiéis, por meio do batismo e da confirmação, são destinados por Deus ao apostolado, os leigos, individualmente ou reunidos em associações, têm obrigação geral e gozam do direito de trabalhar  para que o anúncio divino da salvação seja conhecido e aceito por todos os homens, em todo o mundo; esta obrigação é tanto mais urgente naquelas circunstâncias em que somente através deles as comunidades podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo”.

DESAFIO VOCACIONAL

        É preciso suscitar, constantemente, no coração dos leigos e leigas a importância da sua vocação missionária, e o quanto ela contribui para o bem de toda a Igreja e da sociedade. Em saída, cheios do Amor de Deus em ações práticas de amor ao próximo, os leigos devem refletir, com sabedoria, seu protagonismo neste contexto reconhecendo o valor pessoal de seu ministério na comunidade. Serviço chamado; movido e enaltecido intensamente pelo Amor de Jesus Cristo em todas as ações pastorais desenvolvidas pela igreja.

Conforme os desígnios de Deus, neste momento, em plena comunhão com a Santíssima Trindade, com o Papa Francisco e a nossa Igreja, necessitamos de um novo Pentecostes (At 2,1-4) dentro do coração de cada um, para que, impregnando o mundo com o espírito cristão, possa bendizer e retribuir com muita alegria e esplendor, todas as graças recebidas do alto, compartilhando-as fraternalmente em grandes atos de caridade [amor pleno ao próximo], diante das missões pastorais que, em caminhada, representam a imagem de Jesus Cristo – a Pedra Angular que sustenta fielmente a edificação do projeto de Deus para todo seu povo amado (1Pd 2,6-8).

O APOSTOLADO DOS LEIGOS

           Como membros vivos na missão da Igreja, todos os leigos são chamados a desenvolver funções que incrementam a perene santificação da própria comunidade.

Atuando em trabalhos voluntários que atingem à vida do próximo, nas pastorais; nos movimentos e em missões fora da Igreja, os leigos e leigas continuam a escrever, com amor, o Ato dos Apóstolos (Jo 13,12-17).

De irmão para irmão, a participação dos leigos não está somente nas missões desenvolvidas dentro das comunidades eclesiais, pois muitos se lançam às Bem-Aventuranças fora da igreja, e voluntariamente dedicam boa parte de suas vidas em ações de misericórdia e solidariedade em muitas instituições de saúde, casas de assistência aos idosos e crianças, casas de recuperação de usuários de drogas e de álcool, e tantas outras belíssimas obras de promoção humana (Mt 5,7).

Olhando mais precisamente para as ações pastorais nas igrejas, imaginemos a quantidade de fiéis engajados em todas as comunidades do universo Cristão. São milhares de leigos e leigas envolvidos na estrutura eclesial, e, juntamente com o clero: bispos, presbíteros e diáconos, como membros ativos, ajudam na missão evangelizadora, anunciando Jesus, O Cristo – cabeça da nossa Igreja – movida pela ação do Espírito Santo.

Hoje, seria impossível mantermos as estruturas de atuação das nossas comunidades eclesiais sem o apostolado dos leigos.

O MINISTÉRIO DOS LEIGOS

           Devemos lembrar que as portas sempre estiveram e continuam abertas para todo fiel que, como povo de Deus, queira participar e evoluir, a seu modo, acatando o convite de Cristo, “Vem e Segue-Me”,  desenvolvendo a missão evangelizadora que Jesus Cristo deixou para nossa Igreja através dos frutos do Espírito Santo.

Pelo chamado a um enobrecedor projeto de vida pessoal, sendo, pela graça, um instrumento para a construção do Reino de Deus, todo discípulo missionário deve engajar-se ativamente em algum ministério eclesial, ou em obras de ações sociais voltadas ao bem da comunidade, pois estando incorporado mais ativamente às obras divinas, produz frutos abundantes que o elevam ainda mais a um estado contemplativo de amizade com o Pai – servindo-O em ações de fraternidade, realizadas e reconhecidas em todas as missões exercidas para o bem comum da humanidade (Gl 6,10). “Consagram a Deus o próprio mundo”.

Para os leigos e leigas que ainda não conseguiram “reconhecer o chamado”, para a alegria do Pai, do Filho e do Espírito Santo, a Santíssima Trindade, todos podem interceder em orações, clamando ao Espírito Santo para que ilumine a alma missionária desses irmãos, manifestando em seu interior o desejo de agir na propagação do Evangelho (At 18,18.26; Rm 16,3).

Todos os leigos Incorporados a Cristo estão em plena comunhão com O Seu corpo que está vivo em nossa igreja – revelando em unidade – o sentido universal da graça alcançada em comunidade.

O serviço ao próximo é um dos maiores testemunhos de fé do verdadeiro cristão, pois formando um só corpo em Cristo (Rm 12,4-5), traz para a terra um pedaço do céu – onde Deus está a serviço de suas amadas criaturas (Mc 10,45).

Movidos pelos dons e carismas recebidos do céu, a participação, dentro das comunidades pastorais, aproxima muitos irmãos que contemplam um grau mais elevado de espírito evangélico, ou seja, estando mais enraizados e fortalecidos de conhecimentos do plano de Deus, conseguem ser bons propagadores do Seu Reino.

O envolvimento com a comunidade paroquial gera diversas oportunidades de formações , de conhecimentos, estimulando a participação em cursos, palestras, estudos bíblicos, Teologia, grupos de orações e tantas outras providências do céu, que edificam e animam com a sabedoria divina e o discernimento humano [fé e razão], “valores do Reino no âmbito da vida social, econômica, política e cultural” (Documento de Aparecida n.212). Pela graça, o verdadeiro amor da Santíssima Trindade ilumina os caminhos para ‘as coisas’ de Deus, fazendo com que se receba verdades de fé e de caridade plena ao próximo (Rm 13,10).

LEIGOS – DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS

           Para os que já atuam em comunidades eclesiais, a perseverança é um dom que deve ser sempre animado pelo Espírito Santo, pois o cansaço, a falta de interesse e a fraqueza podem levar ao afastamento da missão. Por isso, é necessário “renovar seu carisma original”. A obra necessita de cristãos com o coração extasiado, encantado pela paz do Senhor (Jo 14,26-27).

REFLEXÃO À LUZ DO ESPÍRITO SANTO

           Com o resplandecer da Nova Primavera, exaltada com imensa riqueza pastoral pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, agora, colhendo e semeando bons frutos dessa estação, a Igreja Católica, incentivada ardentemente pelo Papa Francisco, coloca os cristãos leigos e leigas como protagonistas da Igreja em saída – sujeitos da evangelização no mundo.

A missão de anunciar a Boa-nova para o mundo tem seu início principalmente dentro das comunidades pastorais das igrejas, visto que, tendo Cristo como cabeça; o clero, os religiosos (as) e os leigos e leigas como seus membros, juntos, com planejamento, vocação, visão apostólica, perseverança, fé, e principalmente muito amor ao próximo, fortaleçam o Reino de Deus – aproximando os que mais necessitam, pela graça, conhecer o Amor e a Misericórdia Divina.

Caminhando e evangelizando através da caridade e não do proselitismo, mas sinalizando o bem maior da paz interior prometida por Jesus, o protagonismo dos leigos promove uma ação redentora, capaz de mostrar ao mundo, o quanto O Deus criador deste mundo pode transfigurar nossas vidas. Mas para isso é preciso que O conheçam melhor, pois é na vida que Ele se revela.

Bom dia... 30/04/2022

 


segunda-feira, 25 de abril de 2022

CNBB DIVULGA O PERFIL DO EPISCOPADO BRASILEIRO EM 2022

O

 Portal da CNBB divulgou no último dia 21/04, os dados atualizados do episcopado no Brasil, que atualmente é formado por 317 na ativa e 161 eméritos, totalizando 478 bispos.

    Segundo o Portal, a Igreja no Brasil possui 278 circunscrições eclesiásticas confiada aos cuidados de um bispo. A circunscrição eclesiástica pode ser uma prelazia, uma diocese, arquidiocese, eparquia ou exarcado para fiéis de ritos específicos, e também circunscrições que não tem uma limitação territorial, como a administração apostólica pessoal.

    Segundo a Secretaria Técnica da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), as circunscrições eclesiásticas estão divididas assim:

1.     217 são dioceses,

2.     45 arquidioceses,

3.     8 prelazias,

4.     3 eparquias,

5.     1 exarcado,

6.     1 rito próprio,

7.     1 ordinariado militar,

8.     1 administração apostólica pessoal e

9.     1 arquieparquia.

    Cada uma delas conta com um bispo eleito pelo Papa para administrar o governo pastoral.

    O levantamento mostra que 13 dioceses brasileiras estão sem o bispo titular à frente do governo por renúncia, transferência, falecimento ou perda de ofício, motivos que podem tornar uma sede VACANTE, expressão oriunda do latim que significa trono vazio e que é usada pela Igreja para dizer que uma Sede Episcopal está sem o seu ocupante no governo pastoral.

    Neste período, a Igreja Particular fica aos cuidados de um administrador diocesano, eleito pelo Colégio de Consultores, que pode desempenhar algumas funções limitadas pelo Código de Direito Canônico; ou por um administrador apostólico, um bispo nomeado pelo Papa.

AS 13 DIOCESES VACANTES SÃO:

1.     Diocese de Alagoinhas (BA);

2.     Diocese de Amargosa (BA);

3.     Diocese de Cametá (PA);

4.     Diocese de Cruz Alta (RS);

5.     Diocese de Estância (SE);

6.     Diocese de Iguatu (CE);

7.     Diocese de Montes Claros (MG);

8.     Diocese de Quixadá (CE);

9.     Diocese de Rondonópolis – Guiratinga (MT);

10. Diocese de Roraima (RR);

11. Diocese de Salgueiro (PE);

12. Diocese de São João da Boa Vista (SP);

13. Diocese de Tubarão (SC).

    De acordo com o Departamento de Ciência da Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, que realiza há mais de 20 anos um trabalho de atualização de estatísticas e nomes do episcopado brasileiro, das 278 circunscrições eclesiásticas, a mais nova é a diocese de Xingu-Altamira (PA), erigida em 2019. Já mais antiga é a arquidiocese de São Salvador da Bahia, erigida em 25 fevereiro 1551. A Sé Primacial da Igreja no Brasil completou, em 2021, 470 anos de criação.

    Criada pela Bula “Super specula militantis ecclesiae”, do Papa Júlio III, a arquidiocese de São Salvador da Bahia foi a primeira do país, por isso possui o título.

A pesquisa aponta ainda que São Paulo é a maior arquidiocese do país, com 5 milhões de católicos, na frente de Rio de Janeiro (3,5 milhões) e Olinda e Recife (3,3 milhões). Segundo ele, no mundo, São Paulo perde em número de católicos para a cidade do México (5,1 milhões) e para Guadalajara (5,6 milhões).


Com informações do Portal da CNBB

Bom dia... 25/04/2022

 


domingo, 24 de abril de 2022

REFLEXÃO LITURGICA DO II DOMINGO DA PÁSCOA – 24/04/2022

 

Dom Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília

A QUEM PERDOARDES OS PECADOS,

ELES SERÃO PERDOADOS!

E

ste tempo Pascal nos faz experimentar a força da ressurreição de Cristo na história, na vida e existência das pessoas. Às vezes quando nos deparamos com os horrores da guerra, da violência, da fome, das injustiças somos tentados a pensar que seja o mal a prevalecer, mas é o amor de Cristo que vence. Basta olharmos, mesmo nos horrores da guerra, quanta solidariedade, quantas pessoas acolhendo os refugiados, quanta gente comprometida com o bem, com a justiça e a verdade no anonimato da história. O direcionamento da liberdade para o bem é fruto da ação da graça de Deus que trabalha no escondimento dos corações, das consciências.

Estamos celebrando este segundo domingo da Páscoa, domingo da Divina Misericórdia. A misericórdia é o amor que vem das entranhas de Deus, do coração de Deus que quer perdoar, restaurar as vidas feridas pelo pecado, pelo mal. O Evangelho de hoje (Jo 20, 19-31) nos apresenta uma aparição de Jesus aos discípulos primeiro sem Tomé e depois, com Tomé. Há uma continuidade entre o crucificado e o ressuscitado, por isso, ele mostra para os discípulos, as mãos e o lado. Suas mãos traziam as marcas das chagas, agora gloriosas e também o seu lado.  Depois ele lhes deseja, de novo, o dom da Paz. A paz é um dom que nasce do coração do ressuscitado que tinha reconciliado à terra com o céu. Ele construiu com seu sangue a paz, agora ele doa a paz. Ele quer que os seus sejam portadores da Paz. Por isso, os discípulos de Jesus não podem ser construtores de guerras, injustiças, mas de Paz.

Jesus dá a missão aos discípulos. Jesus foi enviado pelo Pai e agora ele envia os discípulos. Estes devem continuar, na história, a obra do ressuscitado. A Igreja é continuadora, na história, da missão de Cristo. Depois, Jesus sopra sobre os discípulos, lhes dá o Espírito Santo. O ressuscitado é o doador do Espírito para os seus, para a sua Igreja. Em seguida Jesus aos discípulos o poder de perdoar os pecados: “A quem perdoardes os pecados eles serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles serão retidos” (Jo 20, 23).  Este poder expresso, neste versículo, é a manifestação de um poder muito maior, isto é, o poder de isolar, de repelir e anular o mal e o pecado, um poder dado pelo Pai a Jesus em sua missão e, por sua vez, dado por Jesus, através do Espírito, àqueles a quem ele comissiona (R. Brown, Comentário ao Evangelho Segundo João, 2, 1531). Jesus deu este poder aos discípulos e através destes, a sua Igreja. É o que a Igreja continua e continuará a fazer, em nome de Jesus, até o final dos tempos.

Na parte final do Evangelho tem-se o encontro do ressuscitado com Tomé (Jo 20, 24-30). Tomé foi chamado a ser o primeiro a crer sem ver, mas não foi capaz de dar esse passo, precisou ver, tocar para crer. Ver, tocar representa a fragilidade no caminho de fé. Talvez, na fragilidade da fé de Tomé nos sintamos contemplados, consolados, mas somos chamados, sempre, a um crescimento maior no caminho da fé. Que o encontro com este Evangelho nos ajude a uma maturidade maior na nossa fé e a termos sempre consciência que através da Igreja, do sacramento da reconciliação o Senhor, através do sacerdote, nos concede o perdão e a paz.

Bom dia... 24/04/2022

 


sábado, 16 de abril de 2022

Sábado Santo!


D

urante o SÁBADO SANTO a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e sua morte, sua descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum sua ressurreição.

 

No dia do silêncio: a comunidade cristã vela junto ao sepulcro. Calam os sinos e os instrumentos. É ensaiado o aleluia, mas em voz baixa. É o dia para aprofundar. Para contemplar. O altar está despojado. O sacrário aberto e vazio.

 

A Cruz continua entronizada desde o dia anterior. Central, iluminada, com um pano vermelho com o louro da vitória. Deus morreu. Quis vencer com sua própria dor o mal da humanidade. É o dia da ausência. O Esposo nos foi arrebatado. Dia de dor, de repouso, de esperança, de solidão. O próprio Cristo está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado. Depois de seu último grito da cruz "por que me abandonaste?", agora ele cala no sepulcro. Descansa: "consummantum est", "tudo está consumado". Mas este silêncio pode ser chamado de plenitude da palavra. O assombro é eloquente. "Fulget crucis mysterium", "resplandece o mistério da Cruz".

 

O Sábado é o dia em que experimentamos o vazio. Se a fé, ungida de esperança, não visse no horizonte último desta realidade, cairíamos no desalento: "nós o experimentávamos… ", diziam os discípulos de Emaús.

 

É um dia de meditação e silêncio. Algo parecido à cena que nos descreve o livro de Jó, quando os amigos que foram visitá-lo, ao ver o seu estado, ficaram mudos, atônitos frente à sua imensa dor: "Sentaram-se no chão ao lado dele, sete dias e sete noites, sem dizer-lhe uma palavra, vendo como era atroz seu sofrimento" (Jó. 2, 13).

  

Ou seja, não é um dia vazio em que "não acontece nada". Nem uma duplicação da Sexta-feira. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo em que pode ir uma pessoa. E junto a Ele, como sua Mãe Maria, está a Igreja, a esposa. Calada, como ele. O Sábado está no próprio coração do Tríduo Pascal. Entre a morte da Sexta-feira e a ressurreição do Domingo nos detemos no sepulcro. Um dia ponte, mas com personalidade. São três aspectos - não tanto momentos cronológicos - de um mesmo e único mistério, o mesmo da Páscoa de Jesus: morto, sepultado, ressuscitado:

 

"...se despojou de sua posição e tomou a condição de escravo…se rebaixou até se submeter inclusive à morte, quer dizer, conhecesse o estado de morte, o estado de separação entre sua alma e seu corpo, durante o tempo compreendido entre o momento em que Ele expirou na cruz e o momento em que ressuscitou. Este estado de Cristo morto é o mistério do sepulcro e da descida à mansão dos mortos. É o mistério do Sábado Santo em que Cristo depositado na tumba manifesta o grande repouso sabático de Deus depois de realizar a salvação dos homens, que estabelece na paz o universo inteiro".

 

VIGÍLIA PASCAL

A celebração é no sábado à noite, é uma Vigília em honra ao Senhor, segundo uma antiquíssima tradição, (Ex. 12, 42), de maneira que os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (Lc. 12, 35 ss), tenham acesas as lâmpadas como os que aguardam a seu Senhor quando chega, para que, ao chegar, os encontre em vigília e os faça sentar em sua mesa.

 

A VIGÍLIA PASCAL SE DESENVOLVE NA SEGUINTE ORDEM:

 

Breve Lucernário

Abençoa-se o fogo. Prepara-se o círio no qual o sacerdote com uma punção traça uma cruz. Depois marca na parte superior a letra Alfa e na inferior Ômega, entre os braços da cruz marca as cifras do anos em curso. A continuação se anuncia o Pregão Pascal.

 

LITURGIA DA PALAVRA

Nela a Igreja confiada na Palavra e na promessa do Senhor, media as maravilhas que desde os inícios Deus realizou com seu povo.

 

LITURGIA BATISMAL

São chamados os catecúmenos, que são apresentados ao povo por seus padrinhos: se são crianças serão levados por seus pais e padrinhos. Faz-se a renovação dos compromissos batismais.

 

LITURGIA EUCARÍSTICA

Ao se aproximar o dia da Ressurreição, a Igreja é convidada a participar do banquete eucarístico, que por sua Morte Ressurreição, o Senhor preparou para seu povo. Nele participam pelas primeira vez os neófitos.

 

Toda a celebração da Vigília Pascal é realizada durante a noite, de tal maneira que não se deva começar antes de anoitecer, ou se termine a aurora do Domingo.

 

A missa ainda que se celebre antes da meia noite, é a Missa Pascal do Domingo da Ressurreição. Os que participam desta missa, podem voltar a comungar na segunda Missa de Páscoa.

 

O sacerdote e os ministros se revestem de branco para a Missa. Preparam-se as velas para todos os que participem da Vigília.

 

Fonte: Agência Católica de Informações

Bom dia... 16/04/2022

 


quinta-feira, 14 de abril de 2022

Quinta-feira Santa, dia da instituição da Eucaristia!

 

 

A

 Igreja celebra hoje a QUINTA-FEIRA SANTA. Neste dia, durante a Última Ceia, Jesus instituiu dois sacramentos: Eucaristia e a Ordem Sacerdotal.


Esta data é comemorada pela Igreja com uma eucaristia especial. Nela, o sacerdote lava os pés de doze pessoas que representam os apóstolos, repetindo assim o gesto de Jesus Cristo.  Com esta ação, Jesus transmite a mensagem da caridade, quando diz: “Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz”.


Dessa forma, o Senhor Jesus dá um testemunho idôneo da vocação ao serviço do mundo e da Igreja que todos os fiéis devem seguir.


Por outro lado, também é celebrada a instituição do Sacramento da Ordem sacerdotal por Cristo e a instituição da Eucaristia.


A Santa Missa é então a celebração da Ceia do Senhor, na qual Jesus, na véspera da sua paixão, “enquanto ceava com seus discípulos, tomou pão...”.


Ele quis que, como em sua última Ceia, seus discípulos se reunissem e recordassem-no abençoando o pão e o vinho: “Fazei isto em memória de mim”.


Neste dia, há alegria e a Igreja rompe a austeridade quaresmal cantando o “Glória”: é a alegria de quem se sabe amado por Deus; porém, ao mesmo tempo, é sóbria e dolorida, porque é conhecido o preço que Cristo pagou por nós.


Hoje inicia a festa da "crise pascoal", isto é, da luta entre a morte e a vida, já que a vida nunca foi absorvida pela morte, mas sim combatida por ela. A noite do sábado de Glória é o canto à vitória, porém tingida de sangue, e hoje é o hino à luta, mas de quem vence, porque sua arma é o amor.

 

Fonte: Agência Católica de Informações

Bom dia... 14/04/2022

 


sábado, 9 de abril de 2022

Domingo de Ramos: Seguir Cristo é renunciarmos a nós mesmos.

Foto: Arquivo CN/cancaonova.com

Professor Felipe Aquino, Canção Nova

A

Semana Santa começa no Domingo de Ramos, porque celebra a entrada de Jesus em Jerusalém montado em um jumentinho – o símbolo da humildade – e aclamado pelo povo simples que O aplaudia como “Aquele que vem em nome do Senhor”. Esse povo, há poucos dias, tinha visto Jesus ressuscitar Lázaro de Betânia e estava maravilhado, pois tinha a certeza de que esse era o Messias anunciado pelos profetas, mas, esse mesmo povo tinha se enganado com tipo de Messias que Cristo era. Pensava que, fosse um Messias político, libertador social, que fosse arrancar Israel das garras de Roma e devolver-lhe o apogeu dos tempos de Salomão.

Para deixar claro a este povo que Ele não era um Messias temporal e político, um libertador efêmero, e sim, o grande Libertador do pecado, a raiz de todos os males, então, o Senhor entra na grande cidade, a Jerusalém dos patriarcas e dos reis sagrados, montado em um jumentinho; expressão da pequenez terrena. Ele não é um Rei deste mundo! Dessa forma, o Domingo de Ramos dá o início à Semana Santa, que mistura os gritos de hosanas com os clamores da Paixão de Cristo. O povo acolheu Jesus abanando seus ramos de oliveiras e palmeiras.

OS RAMOS LEMBRAM NOSSO BATISMO

Esses ramos significam a vitória: “Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas”. Os ramos santos nos fazem lembrar que somos batizados, filhos de Deus, membros de Cristo, participantes da Igreja, defensores da fé católica, especialmente nestes tempos difíceis em que essa é desvalorizada e espezinhada. Os ramos sagrados que levamos para nossas casas, após a Missa, lembram-nos de que estamos unidos a Cristo na mesma luta pela salvação do mundo, a luta árdua contra o pecado, um caminho em direção ao Calvário, mas que chegará à Ressurreição.

O SENTIDO DA PROCISSÃO DE RAMOS

O sentido da Procissão de Ramos é mostrar essa peregrinação sobre a terra que cada cristão realiza a caminho da vida eterna com Deus. Ela nos recorda que somos apenas peregrinos neste mundo tão passageiro, tão transitório, que se gasta tão rapidamente e nos mostra que a nossa pátria não é neste mundo, mas sim, na eternidade; aqui nós vivemos apenas em um rápido exílio em demanda da casa do Pai.

Missa do Domingo de Ramos traz a narrativa de São Lucas sobre a Paixão de Nosso Senhor Jesus, Sua angústia mortal no Horto das Oliveiras, o Sangue vertido com o suor, o beijo traiçoeiro de Judas, a prisão, os maus-tratos causados pelas mãos dos soldados na casa de Anás, Caifás; Seu julgamento iníquo diante de Pilatos, depois, diante de Herodes, Sua condenação, o povo a vociferar “crucifica-O, crucifica-O”; as bofetadas, as humilhações, o caminho percorrido até o Calvário, a ajuda do Cirineu, o consolo das santas mulheres, o terrível madeiro da cruz, Seu diálogo com o bom ladrão, Sua morte e sepultura.

ENTRADA “SOLENE” DE JESUS EM JERUSALÉM

A entrada “solene” de Jesus em Jerusalém foi um prelúdio de Suas dores e humilhações. Aquela mesma multidão que O homenageou, motivada por Seus milagres, agora vira as costas a Ele e muitos pedem a Sua morte. Jesus, que conhecia o coração dos homens, não estava iludido. Quanta falsidade há nas atitudes de certas pessoas! Quantas lições nos deixam esse Domingo de Ramos!

O Mestre nos ensina, com fatos e exemplos, que o Reino d’Ele, de fato, não é deste mundo. Que Ele não veio para derrubar César e Pilatos, mas para derrubar um inimigo muito pior e invisível: o pecado. E para isso é preciso imolar-se, aceitar a Paixão, passar pela morte para destruir a morte; perder a vida para ganhá-la. A muitos o Senhor Jesus decepcionou; pensavam que Ele fosse escorraçar Pilatos e reimplantar o reinado de Davi e Salomão em Israel; mas Ele vem montado em um jumentinho frágil e pobre.

Muitos pensam: “Que Messias é esse? Que libertador é esse? É um farsante! É um enganador que merece a Cruz por nos ter iludido”. Talvez Judas tenha sido o grande decepcionado. O Domingo de Ramos ensina-nos que a luta de Cristo e da Igreja e, consequentemente, a nossa também, é a luta contra o pecado, a desobediência à Lei Sagrada de Deus, que hoje é calcada aos pés até mesmo por muitos cristãos que preferem viver um Cristianismo “light”, adaptado aos seus gostos e interesses, e segundo as suas conveniências. Impera, como disse Bento XVI, “a ditadura do relativismo”.

O Domingo de Ramos nos ensina que seguir o Cristo é renunciarmos a nós mesmos, morrermos na terra como o grão de trigo para poder dar fruto, enfrentar os dissabores e ofensas por causa do Evangelho do Senhor. Ele nos arranca das comodidades e das facilidades, para nos colocar diante d’Aquele que veio ao mundo para salvá-lo.