sábado, 30 de dezembro de 2023

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O DIA DA SAGRADA FAMÍLIA – 31/12/2023

Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

O

 perdão dos pecados acontece por causa de uma atitude de amor para com os pais, pois o lar, Igreja doméstica, voltou a ser o local do encontro com Deus.

A misericórdia em todos os relacionamentos, mas especialmente para com os pais, está em referência ao próprio Deus que é o Pai por excelência. Portanto, honrar os pais, respeitá-los, é prestar culto a Deus.

Tanto a primeira leitura quanto a segunda, da liturgia de hoje, não escondem as falhas no relacionamento familiar e humano, mas nos dizem que o importante aos olhos de Deus não está em ser sem defeitos, em ter uma família perfeita, mas sim na capacidade de amar sem medidas, apesar dos limites e das falhas pessoais. Claro que Deus deseja que sejamos perfeitos, mas mais importante para Ele é que nos amemos e nos perdoemos como Ele nos amou e nos perdoou, sem limites, sem restrições.

Dentro desse pensamento sobre o relacionamento familiar, será importante refletir sobre a realidade da família deste início de século, onde e como vive. Certamente a maioria mora em grandes centros urbanos e é constituída pelo casal e por um ou dois filhos. Um terceiro já faz considerá-la família numerosa.

Também a mãe trabalha fora e pais e filhos se encontram à noite, cansados, muitas vezes diante da televisão, ou durante o jantar. Se isso acontece já poderão se classificar felizes, pois em outros lares, muitas vezes quando pais saem para o trabalho, os filhos ainda dormem e quando voltam eles já estão deitados. O encontro, nesse caso, só se dá no final de semana.

Rezar juntos, passar para os filhos a vivência de uma oração em família, mesmo que seja apenas à mesa, só excepcionalmente, pois em muitos casos, para que possam descansar, não cozinham em casa e vão comer fora, em um restaurante ou na casa de parentes ou de amigos.

É difícil passar valores, enfim, formar os filhos. A sociedade pós-moderna penetra em suas entranhas e é muito custoso prepará-los para o futuro, para que sejam filhos e irmãos como Deus quer. Só com a graça divina e com a disposição dos pais para uma autêntica renúncia e sacrifico.

Renúncia aos apelos de dar aos filhos tudo o que a sociedade consumista coloca como valores e que os pais enxergam como coisa boa e vantajosa. É preciso renunciar fazer do filho ou da filha pessoas como nos pede o elitismo, relativizar seus códigos. É preciso questionar os valores propostos por ela e crer nos do Evangelho.

Cabe a pergunta: formo minha família para ser cidadã deste mundo ou para ser cidadã do Reino de Deus, mas neste mundo? Jesus rezou ao Pai dizendo que não queria que nos tirasse do mundo, mas nos preservasse do mal.

Sacrifício: sacrificar significa tornar sagrado. Meu filho, minha filha, são do mundo ou de Deus? O batismo os retirou do paganismo e os fez filhos de Deus, sagrados. Respeito a senhoria de Deus sobre eles ou sou conivente com as solicitações consumistas e mundanas?

         A imagem da Família de Nazaré como família migrante e pobre nos obriga a refazer a imagem da família atual, retornando às origens e aos valores, ou seja, a abundância de bens materiais não é necessária para ser feliz e amar a Deus e ao próximo.

É importantíssimo não só a simplicidade de vida, mas sobretudo é fundamental a convivência afetiva e efetiva, além do respeito aos idosos como gratidão e como referência à sua experiência de vida que porta sabedoria e os referenciais da autêntica tradição.

A Família de Nazaré nos ensina a cristianizar a família pós-moderna, recolocando Deus no centro e n’Ele reencontrando a verdadeira felicidade.

Mensagem do dia... 30/12/2023

 


quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

QUAL VEÍCULO COMPRAR: NOVO, SEMINOVO OU USADO?

O

 bolso pesa muito no momento de decidir que veículo comprar. Mas considere também a possibilidade de satisfazer antigos sonhos, não necessariamente caros, como o de ser o dono daquele "fora-de-linha conservado e econômico".


NOVO OU USADO?

O aspecto emocional pesa na compra do carro. Você tem de gostar de como ele é. Mas não convém exagerar na diferença. Com peças de reposição muito raras e caras, devem-se evitar os importados antigos - se você não é colecionador, assim como os modelos modificados - carroceria diferente, suspensão levantada etc. Eles atraem os olhares na rua, mas as alterações dão despesa, e, na hora de passar adiante os veículos modificados, poucos querem comprá-los.

CONFORTO DO ZERO

O zero-quilômetro, além do conforto inerente ao fato de ser novo, tem vantagens evidentes: a parte mecânica é mais confiável, os custos de manutenção são mais baixos, o carro tem garantia de fábrica - em geral de um ano ou determinada quilometragem -, a mão-de-obra e certas peças são gratuitas nas primeiras revisões. Por outro lado, ele custa mais, a não ser para algumas pessoas que têm isenção de impostos, como os deficientes.

Com o passar do tempo e de milhares de buracos, aparecem os primeiros sintomas de perda da juventude: ruídos, folga na direção, embreagem gasta etc. Outro argumento favorável ao zero-quilômetro é o de que a troca frequente de veículo seria mais econômica do que permanecer com ele por alguns anos, já que a desvalorização é muito grande.

No entanto, há quem defenda a tese contrária: perde-se dinheiro trocando de carro todo ano, pois a maior depreciação do carro zero-quilômetro ocorre quando ele é retirado da concessionária.

SEMINOVOS

Só o fato de estar registrado em nome do primeiro proprietário, mesmo tendo apenas 50 km rodados, faz do ex-zero-quilômetro um carro usado e, portanto, bem mais barato que o novo. Para tentar conter a depreciação dos usados e esquentar os negócios, o mercado criou um neologismo e uma nova faixa de venda: os seminovos.

O critério que indica se um carro é seminovo é impreciso. Na definição da Associação dos Revendedores de Veículos Automotores no Estado de São Paulo (Assovesp), o seminovo deve ter, no máximo, três anos de uso, um só dono e baixa quilometragem. E este é também um critério subjetivo: considera-se com "baixa quilometragem" tanto um veículo que tenha rodado 5.000 km em três anos quanto um que tenha percorrido 30 mil no mesmo período.

Há outros fatores que impedem que o veículo seja comercializado como seminovo:  má conservação; estrutura afetada por acidentes; lataria com sinais de ferrugem; defeitos no motor, embreagem, câmbio e/ou suspensão e mau alinhamento; mudança no motor para torná-lo mais potente; mudança do tipo de combustível; rebaixamento da carroceria; acessórios que alteram a forma original do veículo.

DEPRECIAÇÃO

No Brasil da segunda metade da década de 1980, o automóvel se transformou numa espécie de aplicação de curto prazo. Hoje, as filas de espera acabaram, produção e demanda se normalizaram e até os modelos mais procurados são encontrados sem dificuldade - só ganha dinheiro com a compra e venda de veículos quem negocia com eles dia a dia. Portanto, a decisão de comprar um veículo para uso pessoal não pode estar de forma alguma vinculada ao objetivo de ganhar dinheiro ao vendê-lo: a desvalorização é incontestável.

A depreciação de um veículo é consequência de diversos aspectos: o fato e não ser novo; as condições de trânsito e de clima na região onde ele circula; o modo de dirigir do motorista; o nível das oficinas mecânicas; a falta de assistência técnica, como ocorre com certos modelos importados; o contexto econômico do país; e até a existência de um bom transporte público. Quem está acostumado a "esticar" a marcha além do normal e parar bruscamente, por exemplo, desgasta muito mais o carro do que o motorista que não exige tanto do motor.

Índices da perda entre os especialistas não há consenso sobre um índice anual de depreciação dos veículos. Em geral, o carro sofre maior desvalorização, entre 20% e 30%, no primeiro ano. Um fator que influencia essa queda abrupta é o lançamento de modelos novos, com outros atrativos e preços mais altos. A desvalorização se reduz e praticamente se estabiliza a partir do quarto ano, com um índice anual inferior a 10%.

Faça as contas: se você trocar de carro todo ano, terá pagado, em média, 25% a mais anualmente. No fim de quatro anos, o gasto terá sido de 100%. Se, por outro lado, você mantiver o veículo esse tempo todo, terá perdido 48%, no exemplo de veículos populares, e 38%, nos veículos de médio porte.

Os modelos importados e os de luxo são os que mais se desvalorizam em menos tempo, pois sua compra está mais ligada ao status que eles proporcionam. Nessa faixa de preço, os compradores potenciais preferem o zero-quilômetro. Desvalorização semelhante ocorre com os modelos esportivos. Eles frequentemente fazem pensar em motoristas displicentes que forçam o motor, deixando o carro "ralado".

A HORA DA TROCA

No Brasil, um carro roda, em média, 20 mil quilômetros por ano. Em dois anos, já apresenta cerca de 60% de desgaste dos componentes mais caros, como freio e embreagem. Embora cada caso seja um caso, considera-se que a hora da troca chega quando as despesas com a manutenção não mais conseguem segurar a desvalorização do usado.

Acessórios e opcionais que custam caro num zero-quilômetro não contribuem tanto para valorizar o usado. Apesar de ter aumentado a procura de complementos, são poucos os compradores que se dispõem a pagar a mais pelos carros usados para compensar o que os equipamentos valem.

Em compensação, o usado tem a vantagem de pagar um Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) menor, que se reduz na mesma proporção do preço do veículo. O custo do seguro do carro usado também diminui, mas em menor escala.

CARROS PARA DEFICIENTES

As pessoas com deficiências físicas habilitadas a dirigir podem comprar em qualquer concessionária um automóvel adaptado. A concessionária o encomenda à fábrica ou recorre a uma firma especializada em adaptações. Qualquer veículo pode ser modificado e tem isenção de impostos. As adaptações - embreagem, câmbio, pedais etc. - são feitas de acordo com o laudo médico do órgão de trânsito. Os deficientes auditivos podem optar pela instalação de sensores no painel que, por meio de luzes, alertam para sons ou ruídos próximos (sirene, buzina etc).

Mensagem do dia... 28/12/2023

 


segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

NATAL! JESUS NASCE NO MEIO DA GENTE, FEITO GENTE COMO NÓS.

Dom Henrique Soares da Costa
(in memoriam)

U

m Menino nasceu para nós: um Filho nos foi dado! O poder repousa nos seus ombros. Ele será chamado ‘Mensageiro do Conselho de Deus’. Estas palavras, tradicionalmente lidas nas leituras da Missa de Natal, dão bem o sentido da celebração do Natal. Nasceu para nós um Menino; foi-nos dado um Filho! Vamos encontrá-lo pobrezinho e frágil, deitado na manjedoura, alimentado por uma Virgem Mãe, guardado por um pobre carpinteiro. Mas, quem é este Menino? Quem é este Filho?

Este menininho, a Escritura nos diz que ele é a Palavra eterna do Pai: esta Palavra “no princípio estava com Deus... e a Palavra era Deus”. Esta Palavra, que dorme agora no presépio, depois de ter mamado, é aquela Palavra poderosa pela qual tudo que existe foi feito, “e sem ela nada se fez de tudo que foi feito”. Esta Palavra tão potente, feita tão frágil, esta Palavra que sempre existiu e que nasceu na madrugada de hoje, esta Palavra que é Deus, feita agora recém-nascido, é a própria Vida, e esta Vida é a nossa luz, é a luz de toda humanidade. Fora dela, só há treva confusa e densa! Sim, fora do Deus feito homem, do Emanuel, não há vida verdadeira! O Autor da Carta aos Hebreus, na segunda leitura, diz que, após ter falado aos nossos pais de tantos modos, Deus, agora, falou-nos pessoalmente no seu Filho, “a quem ele constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo”; somente a ele, o Pai disse: “tu és o meu Filho, eu hoje te gerei!” Por isso, somente eles nos dão o dom da vida do próprio Deus!

Eis o mistério da festa do Natal: nesta criancinha nascida para nós, Deus visitou o seu povo, Deus entrou na humanidade. Que mistério tão profundo: ele, sem deixar de ser Deus, tornou-se homem verdadeiramente. Deus se humanizou! Veio desposar a nossa condição humana, veio caminhar pelos nossos caminhos, veio experimentar a dor e a alegria de viver humanamente: amou com um coração humano, sonhou sonhos humanos, chorou lágrimas humanas, sentiu a angústia humana... Ele, Filho eterno do Pai, tornou-se filho dos homens para salvar toda a humanidade, “tornou-se de tal modo um de nós, que nós nos tornamos eternos!”

Ó criatura humana, por que temes com a vinda do Senhor? Ele não veio para julgar ninguém. Não nasceu para condenar. Por isso ele apareceu como criancinha e não como um rei potente; pode ser encontrado na manjedoura, não no trono. Seu chorinho é doce, não afugenta ninguém. Sua mãe enfeixou seus bracinhos frágeis: por que ainda temes? Ele não veio armado para punir. Ele está aí franzino para ficar junto de nós e nos libertar! Celebra, pois, a chegada do teu maior Amigo! Canta Aquele que foi sempre, no sono e na vigília, esperado e ansiado, o guarda de Israel, o consolo da humanidade, o alento do nosso coração. Ele chegou, finalmente! Chegou para nunca mais nos deixar, porque desposou para sempre a nossa pobre humanidade! São Jerônimo, com palavras cheias de ternura, medita sobre este mistério: “O Cristo não encontra lugar no Santo dos Santos, onde o ouro, as pedras preciosas, a seda e a prata reluziam: não, ele não nasce entre o ouro e as riquezas, mas nasce num estábulo, na lama dos nossos pecados. Ele nasce num estábulo para reerguer os que jazem no meio do estrume: ‘Ele retira o pobre do estrume’. Que todos os pobres encontrem nisso consolo! Não havia outro lugar para o nascimento do Senhor, a não ser um estábulo; um estábulo onde se achavam amarrados bois e burros! Ah! Se me fosse dado ver este estábulo onde Deus repousou! Na realidade, pensamos honrar o Cristo retirando o presépio de palha e substituindo-o por um de prata... Para mim tem mais valor justamente o que foi retirado: o paganismo merece prata e ouro. A fé cristã merece o estábulo de palha. Pois bem! Ouvimos a criança choramingar no estábulo: adoremo-la, todos nós, no dia de hoje. Ergamo-la em nossos braços, adoremos o Filho de Deus. Um Deus poderoso, que por longo tempo, bradou alto dos céus e não salvou ninguém: agora choramingou e salvou. A elevação jamais salva; o que salva é a humildade! O Filho de Deus estava no céu, e não era adorado; desce à terra e passa a ser adorado. Mantinha sob seu domínio o sol, a lua, os anjos, e não era adorado; nasce na terra, homem, homem completo, integralmente homem, a fim de curar a terra inteira. Tudo o que não assumisse de humano, também não salvaria...”

É este o mistério do Santo Natal! Tenhamos o cuidado de não parar nas aparências, de não ficarmos somente na meiga cena do Menino, com a Virgem e são José! Este Menino é o Emanuel, o Deus-conosco! Este Menino veio como sinal de contradição, pois diante dele ninguém pode ser indiferente: ou se o acolhe, ou se o rejeita: “A Palavra estava no mundo, e o mundo foi feito por meio dela, mas o mundo não quis conhecê-la. Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. Mas, a todos os que a acolheram, deram a capacidade de se tornarem filhos de Deus...” Pois bem: acolhamo-la, a Palavra que se fez Menino, Filho que nos foi dado! Se o acolhermos de verdade, na pobreza do dia a dia, no esforço de uma vida santa, então poderemos cantar com o salmista: “Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! O Senhor fez conhecer a salvação, e às nações, sua justiça. Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai!”

Vamos todos! Sejamos testemunhas da graça deste dia, da novidade desta festa. E cumpram-se em nós as palavras da Escritura: “Como são belos, sobre os montes, os pés do mensageiro que anuncia a paz, de quem anuncia o bem e prega a salvação e diz a Sião: o teu Deus reina! O Senhor consolou o seu povo! O Senhor desnudou seu santo braço aos olhos de todas as nações; todos os confins da terra hão de ver a salvação que vem do nosso Deus”. Sejamos mensageiros dessa paz, dessa boa nova, sejamos testemunhas do Menino, irradiemos a graça do Santo Natal!

“Um Menino nasceu para nós: um filho nos foi dado! O poder repousa nos seus ombros. Ele será chamado ‘Mensageiro do Conselho de Deus’” (Is. 9,6).

De dia ou de noite, contemplamos como Igreja um mistério inaudito: um Menino nos nasceu, pobre e frágil de uma Virgem Mãe. Quantos foram à igreja e foram inundados pela paz desse Menino, descido do céu no meio da noite. Agora, vencida a aurora, com o sol já alto, aproximemo-nos, inclinemo-nos para ver melhor: Quem é Aquele que repousa nos braços da Virgem Maria?

Ele é o prometido aos nossos pais, ele é o anunciado pelos profetas, ele é o esperado por Israel: “Muitas vezes e de muitos modos falou Deus outrora aos nossos pais, pelos profetas; nestes dias, que são os últimos, ele nos falou por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo”. Atenção! Este Menino não é simplesmente humano, não é uma pessoa qualquer: por ele o Pai criou o universo! Escutai: “Ele é o esplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser. Ele sustenta o universo com o poder de sua palavra. Ele foi sentou-se à direita da majestade divina, nas alturas”. Só a ele o Pai diz: “Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei!” Ele, esse Menino, não é um mensageiro de Deus, não é um portador qualquer: Ele é a própria Palavra de Deus; aquela pela qual o Pai criou tudo. Escutai, pasmos de admiração: "No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. No princípio estava com Deus. Tudo foi feito por ela, e sem ela nada se fez de tudo que foi feito”. Compreendei, sem sombra de dúvidas, sem rastro de hesitação: esse Menino é Deus! Essa Palavra, esse Filho, esse Menino é a fonte de toda a vida do mundo, é a fonte da nossa vida e o único que pode saciar o nosso coração. Ouvi ainda: é sobre a Palavra! “Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens!” Ela, a Palavra, o Verbo, veio para nos iluminar, veio assumir a nossa vida humana para nos encher da sua vida divina; ele tomou o que é nosso – fraqueza, mortalidade, fragilidade – para dar-nos o que é seu – força, imortalidade, vigor! Ele veio para encher a nossa vida de graça e de verdade, num mundo que nos ameaça com tantas desgraças e com uma vida ilusória e mentirosa...

Pois, que sejas bem-vindo, Santo Menino! Que sejas bem-nascido, ó Santo Emanuel, Deus-conosco! Pensando em ti, repetimos com unção as palavras de Santo Isaías profeta: “Como são belos andando sobre os montes, os pés de quem anuncia e prega a paz, de quem anuncia o bem e prega a salvação e diz a Sião, diz à Igreja: ‘Reina o teu Deus’! O Senhor desnudou seu santo braço aos olhos de todas as nações; todos os confins da terra hão de ver a salvação que vem do nosso Deus”.

Neste dia de tanta luz e paz, a mesma Palavra de Deus que nos enche de doçura traz uma nota de treva, traz já uma ponta de cruz. Ouvi com cuidado e sábio realismo: “A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por meio dela – mas o mundo não quis conhecê-la. Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram!” É quase inacreditável, mas ainda hoje – e sobretudo hoje! - estas palavras são tristemente verdadeiras! O mundo aí fora não acolheu Aquele que nasceu para nós; o mundo continua envolto em trevas; O mundo continua envolta em trevas! Basta que saiamos e veremos como a nossa paz será desmentida pela futilidade, pela decadência moral, pela soberba prepotente de um mundo cheio de si e satisfeito com sua própria treva! O mundo não o acolheu – que dura e cruel realidade! O mundo o perseguiu por Herodes, o exilou na fuga para o Egito, o mundo o contestou nos escribas e fariseus, o mundo o julgou e condenou como blasfemo em Caifás, como louco em Herodes Antipas, o mundo lavou as mãos ante ele e o crucificou em Pilatos! O mundo ainda hoje nele cospe com o aborto e o desprezo pela vida humana, o mundo o flagela com o consumismo e a impiedade, o mundo o crucifica com a imoralidade e a destruição da família... Que Mistério de piedade: Deus veio a nós, nasceu para nós! Que Mistério de iniquidade: o mundo o rejeitou, o mundo o desprezou, o mundo o renegou, o mundo transformou o seu Natal numa festa de consumo porco e desprezível!

Mas, nós, cristãos, temos a graça de acolhê-lo, de contemplá-lo, de nele crer, de ouvir sua Palavra e comungar com imensa alegria e gratidão seu Corpo e Sangue nascido, morto e ressuscitado por nós! É verdade que o mundo não o acolheu, mas, ouvi: “A todos que o receberam, deu-lhes a capacidade de se tornarem filhos de Deus isto é, aos que acreditam em seu nome, pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do homem, mas de Deus mesmo!” São para nós estas palavras estupendas! Porque nele cremos, porque o acolhemos, nascemos nas águas do Batismo, recebemos o seu Espírito Santo e fomos tornados filhos de Deus, filhos nele, o Filho unigênito e bendito!

Eis, quão grande é, por causa dele, a nossa dignidade; quão grande nossa esperança, quão grande nossa responsabilidade! Não reneguemos com o nosso modo de viver a realidade tão grande que nos foi dada! E, como por nós mesmos, nada podemos, a não ser sermos infiéis, terminemos essa meditação com a oração: “Ó Deus onipotente, agora que a nova luz do vosso Verbo encarnado invade o nosso coração, fazei que manifestemos em ações o que brilha pela fé em nossas mentes!” Pedimos por Aquele que, nascido eternamente do vosso seio como Deus, hoje nasceu, humano, da Virgem Maria, como o sol nasce da aurora. Ele, que é Deus convosco pelos séculos dos séculos.

Mais uma vez, caríssimos, a volta do ano trouxe-nos a santa celebração do Natal do Senhor nosso Jesus Cristo. Historicamente, o natalício do Cristo nosso Deus ocorreu há mais de dois mil anos atrás; no entanto, na potência do Santo Espírito, o Natal acontece hoje misticamente, nos santos mistérios que celebramos com piedade e unção. Cada um de nós que participa desta celebração sagrada, conserve no coração esta certeza: nos gestos, nas palavras, nos ritos da Santa Liturgia, a graça do santo Natal do Senhor faz-se realmente presente e verdadeiramente inunda a nossa vida! Para nós, aqui reunidos, o Natal é hoje, o Natal é agora!

Assim, podemos cheios de admiração, escutar o Evangelho que nos anuncia: “O Verbo se fez carne e habitou entre nós!” Em outras palavras: o Filho eterno do Pai, Luz gerada da Luz, Deus verdadeiro gerado eternamente do Deus verdadeiro, para salvar o mundo com a sua piedosa vinda, hoje nasceu homem verdadeiro, homem entre os homens, de Maria, a Virgem! Caríssimos, quem poderia imaginar tal mistério, tal surpresa de Deus, nosso Senhor? A Liturgia oriental exclama, admirada: “Vinde, regozijemo-nos no Senhor, explicando o mistério deste Dia. A Imagem idêntica do Pai, o Vestígio de sua eternidade, toma forma de escravo, nascendo de uma mãe que não conheceu o casamento, e sem mesmo sofrer mudança! O que ele era, permaneceu: Deus verdadeiro; o que não era, ele assumiu: tendo-se feito homem por amor dos homens”. Eis o mistério: o Menino que nos nasceu para nós, o filho que nos foi dado, é Deus perfeito, é o Filho eterno, através de quem e para quem tudo foi criado no céu e na terra. Ele não é uma pessoa humana; é uma Pessoa divina, a segunda da Trindade. Este menininho é adorável: dever receber toda nossa adoração, toda nossa louvor, todo nosso afeto. No entanto, sendo Deus perfeito, hoje, ele saiu do seio da Sempre Virgem Maria, como verdadeiro homem, homem perfeito, com um corpo igual ao nosso, com uma alma igual à nossa, com uma vida para viver igual à nossa pobre existência! Quanto amor, quanta bondade, quanta humildade!

Neste Deus hoje nascido da Virgem, a nossa humanidade foi unida ao próprio Deus. Hoje a força do pecado começou a ser quebrada, hoje a doença da nossa natureza humana, tão propensa ao pecado, ganhou seu verdadeiro remédio, hoje, fazendo-se homem mortal, o Salvador nosso veio trazer a medicina que cura a nossa morte! Bendita seja a sua gloriosa vinda, o seu virginal nascimento! Adoremo-lo! Afirmemos com a Igreja, na sua santa Liturgia: “Foi depositado num estábulo Aquele que contém o universo. Ele descansa numa manjedoura e reina nos céus. É o Salvador dos séculos, o Rei dos Anjos, Aquele mesmo que a Virgem amamentava.

Por tudo isso, nunca percamos de vista a graça que recebemos pelo dom da fé! Vivemos num mundo confuso, de mentiras, de idolatrias, de confusão. O homem pensa poder fazer sozinho a sua vida, encontrar do seu modo a felicidade, fazer de seu jeito a sua própria existência. A Solenidade de hoje nos recorda que a humanidade precisa de um Salvador – e esse Salvador é Jesus, nosso Senhor! Ele é a nossa única Verdade, ele, o nosso único Caminho, ele, a verdadeira Vida! Não queremos outros mestres, não admitiremos outros senhores, não buscaremos outras verdades. Mais que nunca, nesta quadra tão difícil da história, quando o cristianismo e a Igreja de Cristo são tão caluniados e perseguidos, tão denegridos pelos meios de comunicação... hoje, quando ser cristão tem se tornado motivo de chacota e mangação, queremos, uma vez mais, e com todas as nossas forças, proclamar nossa total e incondicional adesão ao nosso Deus e Senhor Jesus Cristo! Por isso, amados nos Senhor, o Filho de Deus fez-se homem: para que o homem possa ver e ouvir claramente o que é ser homem, o que é viver de modo verdadeiramente digno, livre, maduro e feliz! O mundo nos propõe uma liberdade torpe, fundada nos caprichos, na loucura de fazer aquilo que se quer; o mundo nos tenta convencer que cada um é a sua própria medida, é o dono de sua própria vida; o mundo atual nos ensina a viver entregue às próprias paixões, aos próprios desejos... Aí estão: famílias destruídas, filhos sem pais, um rio de abortos e infelicidade, jovens sem esperança, uma sociedade sem valores nem critérios verdadeiramente dignos do homem criado à imagem de Deus... Mas, outro é o caminho que o Salvador hoje nascido nos aponta. Aprendamos com ele, o homem perfeito; sigamo-lo sem medo, coloquemos aos seus pés a nossa vida e a nossa liberdade, os nossos desejos e os nossos afetos. Deixemos que sua santa lei de amor e graça inunde nosso coração, penetre nas nossas famílias, modele o nosso modo de viver! Então, seremos realmente humanos, seremos realmente livres, seremos realmente felizes!

Alegremo-nos pela hodierna solenidade! “Que desapareça toda enfermidade: hoje, o Salvador apareceu. Não haja guerra, cale-se a discórdia: hoje, a verdadeira paz desceu do céu. Desapareça toda amargura: hoje por todo o universo os céus destilam mel. Fuja a morte, pois hoje a vida nos é dada do céu... Hoje, os cegos recobram a vista, os surdos ouvem, os coxos e os leprosos são curados, aqueles que estavam na tristeza estão na alegria, os enfermos encontram a saúde, os mortos ressuscitam. Somente o Diabo e seus demônios – e o mundo que os serve – tremem de cólera, pois sua derrota é a restauração do gênero humano. Hoje, o Cristo nos apareceu como Salvador” (Homilia de um Anônimo do século V).

Eis, pois, quantos motivos para nossa alegria, quantos, para nosso júbilo! Que pessoalmente e em família, celebremos de modo santo e devoto a VINDA DO NOSSO GRANDE DEUS E SALVADOR JESUS CRISTO, a quem seja dada a glória com o Pai e o Espírito Santo pelos séculos dos séculos.

HOJE NASCEU PARA NÓS O SALVADOR! FELIZ NATAL!


Mensagem do dia 25/12/2023

 


sábado, 23 de dezembro de 2023

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 4º DOMINGO DO ADVENTO – 24/12/2023

Padre Cesar Augusto, S J – Vatican News

A

 leitura do Segundo Livro de Samuel nos dá um alerta de que não poderemos enquadrar Deus dentro dos nossos esquemas e, até, deveremos desconfiar de nossas “boas intenções”.

O rei Davi tem uma ideia que aparentemente é santa – construir um belo templo para guardar a Arca da Aliança - mas na verdade seu inconsciente deseja justificar a grandiosidade de seu palácio e posicionar Deus em um local.

Ora, Deus não se enquadra e, menos ainda pode ser usado para justificar nossos caprichos e veleidades. O Senhor, ao contrário, diz a Davi que será Ele -Deus- quem edificará uma casa para Davi, mas não será algo que poderá envelhecer e precisar de reparos.

Deus dará a Davi uma importantíssima descendência, uma casa no sentido mais nobre, e da qual nascerá o Salvador. E esse Salvador, Jesus, mais tarde ao ser interrogado pela samaritana sobre qual o local apropriado para se reverenciar Deus, responderá que Deus deve ser adorado em qualquer parte por pessoas autênticas e que buscam a verdade.

Após essa reflexão poderemos nos perguntar sobre qual visão temos de Deus, qual nosso modo de nos relacionar com Ele? Queremos manipulá-lo, trazê-lo para justificar nossos interesses ou estamos abertos para a novidade que Ele é, sem tentar ajustá-lo ao nosso modo de ser, pelo contrário, adaptando-nos ao Seu querer?

Essa será a reação dos personagens de Nazaré. Deus vai buscar uma virgem, em Nazaré, um lugar social e economicamente desprezável. Ora, virgem na mentalidade da época era uma pessoa desprezível, que não havia atraído sobre si o olhar de nenhum homem. No entanto é exatamente aí, em um povoado abjeto e em uma pessoa sem importância que Deus irá se encarnar.

Por outro lado, Maria e José terão suas vidas totalmente mudadas por Deus. Eles haviam planejado um casamento comum e uma vida tranquila. Deus entrou na vida dos noivos dizendo a Maria que Ele gostaria que ela fosse mãe de Seu Filho e que a ação seria por conta do Espírito Santo.

Maria, generosamente deu o seu sim, sem exigir maiores explicações, mas apenas obedecendo a Deus e confiando em Seu amor.

José, de repente, percebeu que sua noiva estava e que ele não era o responsável. Ele nada entendeu, mas não quis difamar aquela que, a seus olhos, era honesta. Não entendeu e procedeu de modo justo. Deus foi a seu socorro e o fez entender o que se passava.

Porque Maria e José foram abertos à vontade de Deus, acolhendo a missão dada a eles, a Humanidade foi redimida e eternamente lhe é grata, ao sim de Maria e ao sim de José.

Deixemo-nos tocar por Deus. Cabe a Ele a conduzir Seu plano de amor para nós e nosso papel no mundo. Digamos como Maria, “Faça-se em mim segundo a tua palavra.”

Mensagem do dia 23/12/2023

 


sábado, 16 de dezembro de 2023

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 3º DOMINGO DO ADVENTO – 17/12/2023

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

O

 belíssimo trecho de Isaías escolhido para a liturgia deste domingo nos fala do anúncio da boa nova aos pobres, aos sofridos, aos marginalizados. É Deus quem conduz seu profeta para acarinhar o pequeno com a mensagem de libertação, de alegria, de vida. O profeta diz que Deus o vestiu com as vestes da salvação e o envolveu com o manto da justiça.

Do mesmo modo Isaías tem certeza desse carinho de Deus pelo povo sofrido e canta: “Exulto de alegria no Senhor e minha alma regozija-se em meu Deus”, como fará Maria, tempos depois:

“A minha alma glorifica o Senhor, e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador!”

As vestes a que se refere Isaías nos indicam a união definitiva do povo com o Senhor, união que na Bíblia sempre é identificada como um casamento, aliás é o casamento por excelência. Dentro de nossa visão judaico-cristã, o casamento quer simbolizar a entrega e a união de Deus com seu povo.

Para permitir que o noivo, o Senhor venha até nós e nos despose, é necessário que antes O permitamos nos vestir com a justiça e a salvação. O Senhor quer nos redimir, mas respeita nossa liberdade. Nosso comportamento deve demonstrar que ardemos de desejo por sua salvação e por isso nos convertemos mudando nosso modo de viver, de encarar a realidade.

O final do Evangelho nos diz que João Batista preparava as pessoas para o encontro com Deus, do outro lado do Jordão. Isso significa que atravessar o Jordão é assumir uma vida nova como no casamento. Popularmente falamos “casou e mudou”. Quem adere a Jesus, une-se a ele para sempre e muda de vida.

No Evangelho a figura de João Batista, austera e sisuda, prega a conversão e mais que qualquer outro profeta, revela, mostra o Messias presente em meio ao povo. Maria nos deu Jesus, João Batista o aponta.

Ao mesmo tempo, João Batista nos dá uma lição de humildade, de honestidade, não aceitando nenhum título, por honroso que seja, que falseie sua identidade. Ele não é o Messias, não é Elias e nem um dos grandes profetas. Ele se autodenomina “a voz”, “a voz que clama no deserto”.

Se pensarmos bem, a voz tem uma missão ao mesmo tempo passageira e permanente. Passageira porque assim que leva a mensagem, ela desaparece. Tem missão permanente enquanto a mensagem que porta permanece para sempre na memória e no coração de quem a recebeu.

Por isso João Batista se intitula a voz. Ele anuncia Jesus Cristo, a luz, e este assume o protagonismo, enquanto o outro desaparece. João nos traz a luz e, cumprida a missão, desaparece.

Também temos a missão de levar Cristo, levar a luz a todos. Essa missão a recebemos de modo scramental quando, no batismo, o padre nos colocou uma vela acesa em nossas mãos e nos incumbiu de levarmos sempre conosco essa luz, a luz de Cristo e de a mantermos acesa até a vida eterna.

Tanto Maria, como Isaías, como João Batista foram anunciadores da chegada do Messias, dos novos tempos. Somos convidados também a essa missão. Para executá-la, deveremos estar revestidos de justiça e com a perspectiva da salvação. Juntamente com essas vestes, tenhamos consciência de que somos apenas um veículo para o Messias, de que ele é o protagonista, ele deverá aparecer e brilhar, ele é a luz!

Essa missão não é um arrogar-se sobre si uma tarefa sublime, mas ela nos foi imposta no dia de nosso batismo, ao recebermos a vela acesa no círio pascal.

Essa luz deverá brilhar sempre, seja em momentos harmoniosos, seja em momentos de conflitos. Ela é a luz que deve sempre imperar porque é a luz da Vida. Essa luz ilumina sempre e aquece porque é a Luz de Deus.

O denominado espírito de Natal é um clima de alegria, harmonia e paz, não porque as pessoas resolveram esquecer problemas e conflitos, mas porque estão mais sensíveis ao sentido da proximidade do Senhor, do Emanuel, Deus–Conosco.

Esse clima, esse espírito deveria estar sempre presente em meio aos cristãos e em qualquer situação. Exatamente aí onde as coisas não estão claras, onde a dúvida e dor se fazem presentes, exatamente aí se precisa da Luz de Cristo, desse espírito de harmonia, de paz, de lucidez.

Preparemo-nos para essa união profunda e radical com o nosso Deus, simbolizada pelo casamento, permitindo ao Senhor que nos vista com as vestes da salvação e nos envolva com o manto da justiça e que em nossa vida resplandeça a Luz de Cristo.

Vem Senhor Jesus, Vem!

Mensagem do dia... 16/12/2023

 


quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

NATAL, MOMENTO DE RENASCER E DEIXAR QUE DEUS PENETRE EM NOSSAS ALMAS!

N

o período natalino somos motivados a dar melhores rumos aos nossos atos; principalmente quando recebemos mensagens nos lembrando a importância do amor em todas as manifestações dos seres humanos. É um momento especial de nossas vidas, no qual vivemos a oportunidade de congraçarmos com as pessoas com as quais cruzamos, sejam nossos parentes, nossos amigos, nossos companheiros de trabalho ou quem nos presta ou aos quais prestamos serviços. O significado do Natal, muitas vezes esquecido, é o nascimento de Jesus Cristo e sua comemoração acontece, há mais de dois mil anos, no dia vinte e cinco de dezembro.

O Papa Francisco, disse: “O Natal costuma ser sempre uma ruidosa festa; entretanto se faz necessário o silêncio, para que se consiga ouvir a voz do Amor”.

Natal são todos nós, quando se dispomos a renascer e deixar que Deus penetre em nossas almas. O pinheiro de Natal são todos nós, quando com nossa força, resistimos aos ventos e dificuldades da vida. Somos todos a decoração de Natal, quando nossas virtudes são cores que enfeitam nossas vidas.

Somos o sino de Natal, quando chamamos, congregamos, reunimos. A luz de Natal são todos nós, quando com uma vida de bondade, paciência, alegria e generosidade conseguimos ser luz a iluminar o caminho dos outros.

Somos todos nós, os anjos do Natal quando conseguimos entoar e cantar Sua mensagem de paz, justiça e de amor. A estrela-guia do Natal somos todos nós, quando conseguimos levar alguém, ao encontro do Senhor.

Todos nós somos os Reis Magos, quando conseguimos dar, de presente, o melhor de nós, indistintamente, a todos. A música de Natal somos todos nós, quando conseguimos também Sua harmonia interior.

O presente de Natal são todos nós, quando conseguimos comportar-se como verdadeiros amigos e irmãos de qualquer ser humano. O cartão de Natal somos nós, quando a bondade está escrita no gesto de amor de nossas mãos.

Todos nós seremos "votos de Feliz Natal" quando perdoarmos, restabelecendo de novo a paz, mesmo a custo de nosso próprio sacrifício. A ceia de Natal somos todos nós, quando saciamos de pão e esperança, qualquer carente ao nosso lado.

O Natal, enfim, somos eu, você e todos que acreditamos no aniversariante do próximo dia 25, JESUS CRISTO; Aquele que deu sua vida para a humanidade e sempre praticou sua pregação; o filho de Deus vindo à terra para redimi-la de seus pecados e de seus erros.

Cabe-nos louvá-lo, amá-lo e proclamar, ainda uma vez, aquela frase tão difundida: "Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade". De boa vontade e de amor ao próximo, o mundo e as pessoas estão carentes. Daí a importância de levarmos para o nosso cotidiano, em meio às dificuldades inerentes, o espírito de Natal. Do Natal todo dia.

Mensagem do dia... 13/12/2023

 


sábado, 9 de dezembro de 2023

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 2º DOMINGO DO ADVENTO – 10/12/2023

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

E

m um ambiente onde se respira a opressão e as pessoas não são felizes, a libertação, a abertura de uma janela, de uma porta se torna vital.

Esse ambiente de constrangimento existe no meio do Povo de Israel e finalmente, após 40 anos, surge um profeta que anuncia estar próxima a libertação. Um novo espírito renasce no coração do povo e a expectativa é grande. Surgiu para eles a famosa luz no fundo do túnel. À medida que caminham, se aproximam da libertação. Todo e qualquer passo adiante é e sempre será um passo para a felicidade, aliás, qualquer passo proporciona esse sentimento de felicidade, de alegria.

Também nós, que vivemos no sufoco, que atravessamos graves dificuldades, que enfrentamos problemas aparentemente insolúveis, mudamos e criamos vida nova quando sabemos que existe uma solução, uma solução positiva, libertadora.

A liturgia do 2º Domingo do Advento nos traz esta boa nova, de que nossas aflições, nossas angústias terminarão porque o Senhor virá com sua Mensagem de Paz e colocará tudo em seu lugar e o ser humano voltará a desfrutar da tranquilidade, alegria e paz nas quais foi chamado a viver e nas quais viverá eternamente.

Deus age e envia seu Messias, mas Deus também pede a nossa conversão e, muitas vezes, é nossa adesão ao pecado, através da solidariedade para com o opressor, nossa conformação à situação de injustiça, que favorece a não mudança dos dominadores.

Portanto, somos causadores de nossa própria desdita e da de nossos irmãos. Por isso deveremos fazer um exame de consciência sobre nossa participação ou nossa convivência em situações de opressão e descobrir quais são os laços que nos unem, nos atam ao pecado.

Só seremos perdoados se além do arrependimento, fizermos o propósito de mudança de vida, de valores. É necessário que nos convertamos ao bem, a Deus. Só então o caminho para a vinda do Messias, do Salvador estará aplainado e a Vida se revelará, se manifestará em nosso meio.

Preparemo-nos para o Natal! Mas a verdadeira preparação, aquela que terá dimensões de eternidade, será a conversão de nosso coração. Conversão do coração para o outro, para Deus, fazendo o bem e fomentando a vida!