sábado, 25 de junho de 2022

REFLEXÃO LITÚRGICA DO XIII DOMINGO DO TEMPO COMUM – 26/06/2022

O Filho do Homem não tem

onde reclinar a cabeça

Dom Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília

N

este domingo, temos como Evangelho um texto no qual Jesus toma resolutamente o caminho de Jerusalém. Jerusalém é a cidade onde Jesus deverá viver o mistério da sua morte e ressurreição e é a partir de Jerusalém que o Evangelho deve ser difundido para o mundo. Os mensageiros que vão à frente de Jesus e entram numa cidade de samaritanos para preparar hospedagem para Jesus. Mas os samaritanos não os receberam, pois Jesus dava a impressão de ir para Jerusalém. Os discípulos têm, em resposta, uma reação humana, ou seja, querem mandar fogo do céu para destruí-los; mas Jesus, não. Eis aqui o perigo das reações meramente humanas, que não partem do horizonte de Deus, mas simplesmente da nossa forma de pensar. Agora, no caminho, há o encontro de três personagens com Jesus. E o Papa Francisco assim os comenta:

“O primeiro personagem promete-lhe: «Seguir-te-ei para onde quer que vás» (v. 57). Generoso! Mas Jesus responde que o Filho do Homem, contrariamente às raposas que têm as suas tocas e aos passarinhos que têm os seus ninhos, «não tem onde reclinar a cabeça» (v. 58). A pobreza absoluta de Jesus! Com efeito, Jesus deixou a casa paterna e renunciou a qualquer segurança para anunciar o Reino de Deus às ovelhas perdidas do seu povo. Assim, Jesus nos indicou, a nós, seus discípulos, que a nossa missão no mundo não pode ser estática, mas é itinerante. O cristão é um itinerante. A Igreja está, por sua natureza, em movimento, não permanece sedentária nem tranquila no próprio recinto. Está aberta aos horizontes mais vastos, enviada — a Igreja é enviada! — para levar o Evangelho pelas estradas e alcançar as periferias humanas e existenciais. É assim o primeiro personagem. O segundo, que Jesus encontra, recebe diretamente d’Ele o chamado, mas responde: «Senhor, deixa-me ir primeiro enterrar o meu pai» (v. 59). Trata-se de um pedido legítimo, fundado no mandamento de honrar o pai e a mãe (cf. Ex 20, 12). Todavia Jesus responde: «Deixa que os mortos sepultem os seus mortos» (v. 60). Com estas palavras, deliberadamente provocadoras, Ele tenciona afirmar o primado do seguimento e do anúncio do Reino de Deus também sobre as realidades mais importantes como a família. A urgência de comunicar o Evangelho, que rompe a cadeia da morte e inaugura a vida eterna, não admite atrasos, mas requer prontidão e disponibilidade. Portanto, a Igreja é itinerante, e aqui a Igreja é decidida, age imediatamente, no momento, sem esperar. Também o terceiro personagem quer seguir Jesus, mas com uma condição: fá-lo-á depois de se ter despedido dos parentes. Eis o que o Mestre lhe diz: «Aquele que põe a mão no arado e olha para trás não é apto para o Reino de Deus» (v. 62). O seguimento de Jesus exclui arrependimentos e que se olhe para trás, mas exige a virtude da decisão” (Papa Francisco, Angelus de 30 de junho de 2019).

Este Evangelho nos relembra que seguir Jesus implica ir com Ele até as últimas consequências, não segundo os nossos critérios, mas segundo os de Jesus, não fazendo justiça com as próprias mãos. Os três personagens que quiseram seguir Jesus pelo caminho nos mostram que, sem radicalidade, não há verdadeiro discipulado: “quem põe a mão no arado e olha pata trás não está apto para o Reino de Deus”.

Bom dia... 25/06/2022

 


segunda-feira, 20 de junho de 2022

TRÍDUO DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS


TRÍDUO DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
PARÓQUIA DE SANTA CATARINA LABOURÉ
ALDEBARAN - MACEIÓ - ALAGOAS
21 A 23 DE JUNHO - ÀS 17

MISSA SOLENE NA CATEDRAL DE MACEIÓ
SEXTA-FEIRA - 24 DE JUNHO - ÀS 17H

Toda comunidade católica está convidada a participar!
 

Bom dia... 20/06/2022

 


sábado, 18 de junho de 2022

REFLEXÃO LITÚRGICA DO XII DOMINGO DO TEMPO COMUM – 19/06/2022


TOMA A TUA CRUZ E SEGUE-ME”

Pe. Rui José de Barros Guerreiro

C

elebramos o 12º DOMINGO DO TEMPO COMUM e a liturgia da palavra oferece-nos duas questões às quais teremos, cada um de nós, de dar a sua resposta. Não é nenhuma sondagem ou avaliação, mas Jesus procura saber em que ponto do caminho é que cada um de nós se encontra.

O Evangelho deste domingo começa com a indicação de que Jesus se encontrava a orar, sendo Ele, por excelência, o grande orante. O evangelista Lucas dá muita importância aos momentos de oração de Jesus, momentos que costumam preceder as viragens decisivas da sua vida, escolhendo um local isolado, entra em oração e diálogo com o Pai. Na verdade, como a oração é um momento de encontro com Deus, a mensagem que Jesus transmite aos discípulos, depois desses momentos, é uma mensagem importante pois nasce da sua íntima relação com o Pai.

Depois de ter rezado, Jesus chama os seus discípulos e pergunta o que as pessoas pensam d’Ele e como O veem eles mesmos. Face às perguntas subtilmente provocatórias de Jesus, Pedro responde em nome dos doze.

         Numa espécie de sondagem, Jesus interroga os discípulos sobre o que a multidão dizia d’Ele. Os discípulos, um pouco atrapalhados ou surpreendidos com esta questão, respondem que “uns dizem que és João Baptista; outros, que és Elias; e outros, que és um dos antigos profetas que ressuscitou”. Com esta resposta, os contemporâneos de Jesus veem-no como um homem em continuação com o passado, um simples homem bom e justo, um profeta. No fundo, os contemporâneos de Jesus ainda não descobriram a verdadeira originalidade e novidade de Jesus, ainda não descobriram em Jesus o Salvador prometido. Situação semelhante também acontece hoje. Para muitos Jesus é só um homem bom e justo e nada mais do que isso. Muitas das opiniões que ouvimos sobre Jesus reduzem-no a muito pouco, não captam a verdadeira identidade de Jesus. No entanto, Jesus não se apoia apenas naquilo que a multidão pensa, mas, de forma direta, explícita e sem qualquer hesitação, deseja saber quem é Ele para cada um dos discípulos.

Para Jesus não basta dizer o que os outros pensam de d’Ele, pois é fácil dizer a opinião dos outros e não nos comprometemos com a resposta dada, porque, afinal de contas, a opinião é dos outros e não minha. Jesus interroga aqueles que lhe são mais íntimos, aqueles que o seguem e que compartem a vida com Ele sobre o lugar que ocupa nas suas vidas. Não quer nenhuma resposta abstrata, retirada do melhor dicionário ou do melhor livro. Cada qual deve dar a sua resposta, sem fórmulas aprendidas de memória, sem pensamentos pensados por outros. Quer uma resposta pessoal, que brote do coração e da vida de cada um. Quem é, para mim, Jesus Cristo? Um irmão? Um amigo? Um Mestre? Um profeta? Um Deus? Quem sou Eu para ti?

Depois de Pedro ter professado que Jesus era o Messias de Deus, Ele ordena aos discípulos para não revelarem a sua identidade a ninguém. Na verdade, Jesus é o Messias, mas não o messias político e vitorioso que a multidão esperava. Jesus é o Messias, o enviado de Deus que oferece a salvação ao seu povo, pela doação da sua vida na cruz e onde O irão trespassar (primeira leitura). Todos e cada um dos discípulos de Jesus de Nazaré devem confrontar a sua imagem de Jesus com o Senhor Crucificado, e por isso, e a exemplo de Jesus, devem seguir o caminho da entrega da sua vida por amor: “Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me”.

Bom dia... 18/06/2022

 


quinta-feira, 16 de junho de 2022

Corpus Christi! Adoramos, agradecemos, louvamos e nos alegramos no Senhor.

 


Tão sublime Sacramento!

Reflexão do Cardeal Odilo Scherer

A

 solenidade de Corpus Christi nos coloca diante do grande tesouro da Igreja, a Eucaristia. Todos os domingos celebramos, e também todos os dias; desta vez, porém, nossa atenção concentra-se sobre o próprio Mistério da Eucaristia; acolhendo mais uma vez este dom inefável, adoramos, agradecemos, louvamos e nos alegramos no Senhor.

Os textos da liturgia de Corpus Christi fazem menção a diversos significados e percepções da fé da Igreja na Eucaristia. É “memorial” da paixão, instituída por Cristo na última ceia, pouco antes de padecer a cruz. As palavras de Jesus dão significado ao gesto da entrega do pão e do vinho aos apóstolos: “é meu corpo entregue por vós; é meu sangue, derramado por vós”.

Jesus refere-se àquilo que aconteceria logo em seguida: ele se entregou “por” nós sobre a cruz, em nosso favor; seu sangue derramado é redentor, como para os hebreus, no Egito, foi o sangue dos cordeiros pascais, untado nos umbrais das portas. A última ceia de Jesus com os apóstolos era a ceia da Páscoa judaica, na qual se comia o cordeiro pascal. Jesus lhe dá novo significado, como “ceia da nova e eterna aliança”, selada no seu próprio sangue.

A Liturgia faz constantes referências a este aspecto “sacrifical” da Eucaristia, ceia pascal dos cristãos. Antes da comunhão, a Eucaristia é apresentada ao povo com estas palavras: “eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Na cruz, Jesus é o “cordeiro imolado” entregue inteiramente pela nossa redenção, “para que não pereça todo aquele que nele crê”. Por esta “entrega por nós”, alcançamos misericórdia, perdão e vida sem fim.

A Eucaristia é também “sinal de unidade e vínculo da caridade” (S. Agostinho). Chamando a atenção da comunidade de Corinto para a dignidade da celebração Eucarística, Paulo recorda que “o pão que partimos é comunhão com o corpo e o sangue de Cristo” e, portanto, “nós todos somos um só corpo”, em Cristo (cf 1Cor 10,16-17).

No Prefácio da Santa Eucaristia, o celebrante proclama: “fazeis de todos nós um só coração, iluminais os povos com a luz da mesma fé e congregais os cristãos numa mesma caridade”. A Eucaristia é banquete de irmãos à mesma mesa, unidos todos numa só família, “em Cristo”. Nela, nossa comunhão no amor de Cristo e na mesma fé da Igreja é significada e realizada. Por isso, o dissenso da fé eclesial e a orientação individualista e egoísta da vida são atitudes contrárias à participação neste sacramento.

A Eucaristia é também “pão da vida eterna”. Após o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, Jesus convida as pessoas a procurarem “o pão vivo descido do céu”, que é ele próprio: “eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo” (Jo. 6,51). Cristo quer continuar a ser o alimento da nossa fé. E quem dele se nutre, “viverá para sempre” (cf Jo.6,58).

A Eucaristia é celebrada aqui na terra “até que Ele venha”. Por isso, ela também é sinal e anúncio profético da grande esperança que vem da nossa fé: aquilo que acolhemos na penumbra da fé e celebramos por sinais na terra, é o mesmo que ainda esperamos e se tornará plenamente manifesto na vida eterna: “anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!”.

Quanta riqueza, na Eucaristia! Não é sem razão que, em Corpus Christi, a Igreja adora e aclama este “sublime Sacramento” – “Sacramento de Jesus Cristo e da sua Igreja”! Vinde, todos, adoremos e rendamos graças ao Senhor!

Bom dia... 16/06/2022

 


sábado, 11 de junho de 2022

REFLEXÃO LITÚRGICA DA SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE – 12/06/2022

Dom Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília

E VÓS, QUEM DIZEIS QUE EU SOU?

A

 Palavra de Deus, no Evangelho deste domingo (Lc 9, 18-24), apresenta-nos a pergunta fundamental que Jesus faz aos discípulos: E vós, quem dizeis que eu sou? Este texto nos apresenta um itinerário de fé, no qual vamos amadurecendo o nosso conhecimento sobre Jesus Cristo. Jesus está rezando. O evangelista quer dizer que este é um momento importante no ministério de Jesus, pois, nos momentos centrais do seu ministério, Jesus está rezando. Agora, Jesus pergunta aos discípulos o que o povo pensa d’Ele: Quem diz o povo que eu sou? Os discípulos respondem com uma percepção elevada de Jesus: “Uns dizem que és João Batista, outros, que és Elias, mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou.” O povo tem uma percepção elevada sobre Jesus, mas que ainda distante da realidade sobre Jesus, muito distante da verdade. “O povo chega a pressentir a dimensão religiosa, absolutamente excepcional, deste Rabbi, cujas palavras o deixa fascinado, mas ainda não consegue colocá-Lo acima dos homens de Deus que apareceram ao longo da história de Israel. Ora, Jesus é realmente muito mais. É precisamente este passo sucessivo de conhecimento, que diz respeito ao nível profundo da sua pessoa, que Ele espera dos seus discípulos” (Novo Millennio Ineunte, 19).

Jesus, agora, pergunta aos discípulos: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro responde: “O Cristo de Deus”. Pedro dá um salto com esta resposta. O povo coloca Jesus na dimensão de um grande profeta; Pedro insere Jesus no mundo da divindade. Afirma que Jesus é o Messias esperado e que este Messias vem da parte de Deus, que Ele é Deus, que Ele é o Filho de Deus.

Mas Jesus vai mostrar que Ele é o Messias, mas o Messias servidor, o Messias servo. O título de Messias trazia consigo uma forte conotação política, pois Israel encontrava-se sobre o domínio romano e esperava alguém que viesse libertá-lo. Por isso, Jesus proíbe os discípulos de contarem que Ele é o Messias e revela que Seu caminho é de sofrimento, cruz e ressurreição: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”. Jesus é o Messias, mas é o Messias que deve fazer da sua vida um dom de serviço e de amor pela salvação de todos. E agora, Jesus mostra que o seu caminho é o do discípulo: “se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e me siga-me”.

O caminho de Jesus é o caminho do discípulo. O discípulo é aquele que toma a sua cruz e segue Jesus pelos caminhos da vida. Hoje, cada um de nós deve responder à pergunta: E vós, quem dizeis que eu sou? Jesus é para mim o Filho de Deus, meu Salvador, meu Senhor? Minha vida é um seguimento a Jesus Cristo? A nossa identidade é aquela de discípulos missionários de Jesus Cristo.

      O discípulo é aquele que se encontrou com Jesus e segue Jesus, que busca moldar a vida, a existência segundo Jesus. Que esta Palavra de Deus nos ajude a termos uma fé mais profunda em Jesus Cristo e a anunciá-Lo com beleza. 

Bom dia... 11/06/2022

 


sábado, 4 de junho de 2022

REFLEXÃO LITURGICA DA SOLENIDADE DE PENTECOSTES - 05/06/2022

Dom Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília

RECEBEI O ESPÍRITO SANTO

E

stamos celebrando a SOLENIDADE DE PENTECOSTES, festa da Torah para o mundo judaico e, para nós cristãos, é o dom do Espírito Santo. O ressuscitado vai ao Pai e manda sobre os seus o dom do Espírito santo. O Espírito Santo agiu no ministério de Jesus e na vida da Igreja. O relacionamento de Jesus com o Espírito é sublinhado desde o seu nascimento (Lc 1,35). No batismo de Jesus, no Jordão, o Espírito desce sobre Jesus (Mc 1,9-11; os sinóticos narram o batismo de Jesus, porém João não narra, mas diz que viu o Espírito descer sobre Ele em forma de pomba [Jo 1,32-34]). Lucas, no texto das tentações, diz que Jesus foi conduzido pelo Espírito para o deserto (recebido no Jordão); depois, na sinagoga de Nazaré, Ele lê o profeta Isaías 61 e recorda a descida do Espírito sobre Ele, que O consagrou com a unção (no batismo). Na morte na cruz, Jesus entregou o Espírito (Jo 19,30). Tal entrega há um profundo significado teológico. É o ato pelo qual Jesus consumou o seu sacrifício. A carta aos Hebreus diz “por um Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo a Deus como vítima sem mancha”.

Pentecostes é o ressuscitado que, indo ao Pai, manda sobre os seus o Espírito Santo, unge os discípulos com o Espírito Santo (At 2, 1-11). O espírito transformará a vida dos discípulos e a vida da Igreja.   A vida dos discípulos, “que parecia ter chegado ao fim, é renovada pela juventude do Espírito: aqueles jovens que, dominados pela incerteza se sentiam no fim, foram transformados por uma alegria que os fez renascer. Foi o Espírito Santo que fez isto. O Espírito não é, como poderia parecer, uma coisa abstrata; é a Pessoa mais concreta, mais próxima, aquela que muda a nossa vida” (Papa Francisco, homilia de 9 de junho de 2019).  O Espírito age na vida de cada pessoa. É o Espírito que nos faz crer em Jesus: “Ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, a não ser por obra do Espírito” (1Cor 12, 3). A fé é obra do Espírito. Se somos pessoas de fé, isto é dom do Espírito.

O Espírito age constantemente na vida da Igreja enriquecendo-a com ministérios, carismas e dons. É ele quem vai suscitando a riqueza e beleza do corpo eclesial (1 Cor 12, 3-7. 12-13).

A teologia católica contemporânea sublinha que o Espírito Santo é esta Pessoa-Amor que se comunica, manifesta o ser mais profundo de Deus, que se autocomunica exteriormente (ad extra) como dom. Se, por um lado, este amor é a expressão mais íntima de Deus – da união do Pai e do Filho -, por outro lado, é a expressão da autocomunicação ad extra deste amor superabundante, ao tempo em que é o cumprimento da obra redentora. O Espírito Santo é, também, por uma parte, a união entre o Pai e o Filho, e, por outra parte, o amor de Deus que se comunica. Ele é a Pessoa escondida, muitas vezes desconhecida, que se revela na sua ação.

Sergio Bulgakov (filósofo e teólogo cristão) diz que “o Espírito Santo é a união do Pai e do Filho na terceira pessoa; o Pai é sinal do amor sacrifical paterno, o Filho do amor sacrifical filial e o Espírito Santo é o amor exultante da gratidão”.

Bom dia... 04/06/2022

 


quinta-feira, 2 de junho de 2022

TAPETE DE CORPUS CHRISTI


A

confecção do tapete para a solenidade de Corpus Christi é uma tradição iniciada em Portugal e difundida no Brasil por seus colonizadores. Consiste na elaboração de cenas e representações bíblicas e da fé católica com uso de materiais como serragem, sal, borra de café, areia e outros mais.

O sentido do tapete é de honrar a devoção à Santíssima Eucaristia, homenageando Nosso Senhor Jesus Cristo com a produção do caminho pelo qual ele passará, conduzido pelo arcebispo ou sacerdote no ostensório, fazendo memória, também, da multidão que estendia ramos e mantos para que Jesus passasse em sua entrada em Jerusalém na Semana Santa.

O primeiro a passar sobre o tapete é o arcebispo ou padre que porta Jesus Eucarístico e somente depois outras pessoas podem pisar. Tanto é que, na procissão de entrada da Missa, todos aqueles que a compõe, passam nas laterais do tapete, reservando-o para Jesus que passará na procissão ao final da Celebração.

Por todo o Brasil, o tapete é confeccionado em quadros representando diversas passagens bíblicas, temas eucarísticos, e da vida da Igreja.

Há anos a montagem do tapete é realizada por diversos movimentos e pastorais que iniciam os trabalhos no início da manhã com a oração de abertura e a bênção dos trabalhos com previsão de conclusão para antes do início da procissão da solenidade de Corpus Christi, que acontece na quinta-feira, após o domingo da Santíssima Trindade, que ocorre, por sua vez, no domingo seguinte ao de Pentecostes.

Bom dia... 02/06/2022