sábado, 24 de julho de 2021

Reflexão para o XVII Domingo do Tempo Comum – 25/07/2021

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

"Jesus está subindo para Jerusalém, a fim de realizar a Páscoa definitiva, celebrando a Páscoa Hebraica. Isso depois da travessia do mar da Galileia, ou seja, por ser às vésperas da Páscoa, João quer recordar a travessia do mar Vermelho e Jesus como o novo Moisés, que liberta a multidão da escravidão e dá liberdade".

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este domingo a Liturgia nos apresenta dois milagres da multiplicação de poucos pães pra grandes multidões e a sobra deles, que é muito grande.

A primeira leitura, 2 Reis 4, 42 – 44, nos fala do Profeta Eliseu que multiplica vinte pães de cevada e trigo novo, para mais de cem pessoas. O homem de Deus não quer que ninguém passe necessidade. Quando no versículo 42 fala que os pães eram frutos dos primeiros frutos, significa que, de acordo com o costume deveriam ser oferecidos a Deus e, é isso, que o homem de Baal Salisa faz, segundo o versículo 42, com o coração cheio de gratidão a Deus pelos frutos recebidos. Ao receber os dons, o Profeta não os retêm, mas serve-se deles para matar a fome das pessoas. Eliseu ensina o gesto da partilha generosa que mata a fome das pessoas. Diferentemente de nós, que usaríamos a mente para perguntar o que são vinte pães para mais de cem pessoas, o Profeta está mais interessado em matar a fome das pessoas e ciente de que Deus pode e de que a Criação é para todos e não para um grupo de privilegiados.

         Aprendemos isso também com nossos pobres que apesar de nada terem, ao contrário possuem um número grande de bocas para alimentar, corpos para vestir e pessoas para dar atenção, não se intimidam com tudo isso e ousam adotar, trazer para dentro de casa, para suas mesas, seres carentes que nada têm. Eles partilham e sentem que ainda podem partilhar mais, pois acreditam no milagre do “partir e repartir o pão”. Eis o verdadeiro milagre brasileiro, fruto do coração e da fé de sua população carente, mais que pobre, miserável mesmo! É a famosa música popular: “bota água no feijão que chegou mais um”. Jamais um autêntico pobre dirá que não dá para receber mais pessoas, sua generosidade o faz acreditar no milagre da multiplicação!

         No Evangelho, Jo 6,1-15, o evangelista nos recorda esse milagre de Eliseu ao narrar a multiplicação dos cinco pães de cevada e dos dois peixes, realizada por Jesus, para alimentar aproximadamente cinco mil homens e que recolheram doze cestos com as sobras dos cinco pães. Jesus está subindo para Jerusalém, a fim de realizar a Páscoa definitiva, celebrando a Páscoa Hebraica. Isso depois da travessia do mar da Galileia, ou seja, por ser às vésperas da Páscoa, João quer recordar a travessia do mar Vermelho e Jesus como o novo Moisés, que liberta a multidão da escravidão e dá liberdade. O fato de fazê-los sentar para comer, significa que são homens livres e que “O Senhor é meu pastor, nada me falta. Em verdes pastagens me faz descansar.” Salmo 23, versículos 1 e 2.

         Se em sua caminhada para a Páscoa, Jesus não só realiza a multiplicação dos pães e mata a fome da multidão, mas quer colocar todos a serviço de todos, como homens novos. É isso que nos exorta a segunda leitura, Efésios 4, 1-6: humildade, mansidão, paciência, amando a todos reciprocamente, pela capacidade de perdoar e de ser solidário, além da união pelo vínculo da paz. Somos um único corpo, apesar da diversidade em que vivemos e somos!


Bom dia... 24/07/2021


terça-feira, 20 de julho de 2021

COMUNICAÇÃO: Essencial para o sucesso de qualquer organização.


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os dias atuais a comunicação é essencial para a sobrevivência de quaisquer meio organizacional. A humanidade tornou-se totalmente dependente das informações, que serve para nos beneficiar, tornando-nos conhecedor do que esta acontecendo nessa, ou naquela organização.

Quando falamos em comunicação, logo nos veem à mente a internet, celular, rádio, jornal, televisão... mas desde a idade da pedra já havia comunicação por gestos, sinais e expressões que os homens utilizavam para se comunicar. Evidente que ao longo dos tempos, os meios de se comunicar foram melhorados, hoje a quantidade de opções de comunicação é muito superior à idade da pedra, e certamente, será bem maior nos próximos anos. É um avanço maravilhoso para a humanidade.

Comunicar-se não é simplesmente transmitir algo, a boa comunicação exige que a mensagem seja entendida por quem a recebe e o comunicador tem que ter conhecimento do que deseja passar. Além de comunicar de forma clara e ter domínio do assunto, é necessário que as pessoas o entendam. Dessa forma, sempre se faz necessário adequar à linguagem aos que estão a sua volta.

Para tanto é preciso investir em equipamentos, atualização através de seminários, palestras, cursos, redefinir políticas, estratégias, bem como recorrer as assessorias e consultorias de profissionais capacitados a diagnosticar falhas, a gerenciar conflitos e a propor soluções.

A responsabilidade por oferecer uma boa informação deve ser incorporada e homogênea, por todos os participantes de uma organização, instituição ou corporação. A responsabilidade pelo sucesso ou não da comunicação é de todos, não apenas daqueles que trabalham diretamente com a comunicação. O comunicador deve ser cobrado, mas também precisa ser apoiado nas suas necessidades com a ajuda necessária para exercer bem o seu papel de comunicador.

Bom dia... 20/07/2021


sábado, 17 de julho de 2021

Reflexão para o XVI Domingo do Tempo Comum – 18/07/2021


Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

"O Profeta fala dos maus governantes que dispersam as pessoas do povo e se esquecem que o mandato foi dado por Deus e o povo pertence a Ele. Medo e angústia não podem ser sentimentos presentes na população e nem nas pessoas. Um governante segundo o coração de Deus, reúne as pessoas e faz valer a justiça e o que é correto."

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 primeira leitura, Jeremias 23, 2-6, fala dos maus pastores que perdem e dispersam o rebanho e dos castigos à não correspondência à confiança divina. Concretamente está pensando no rei Joaquim, que ama o luxo e não se interessa pelos pobres. Por outro lado, o Senhor reunirá todos os restos dos rebanhos dos países para onde foram expulsos e fará com que voltem aos campos de onde foram excluídos e dará novos pastores. As ovelhas não terão mais medo e nenhuma delas se perderá.

         O grande Pastor será um descendente de Davi. Será um rei sábio e praticará a justiça e a retidão.

         O Profeta fala dos maus governantes que dispersam as pessoas do povo e se esquecem que o mandato foi dado por Deus e o povo pertence a Ele. Medo e angústia não podem ser sentimentos presentes na população e nem nas pessoas. Um governante segundo o coração de Deus, reúne as pessoas e faz valer a justiça e o que é correto. Daí, que o Senhor reunirá todos os refugiados e devolverá a eles suas terras e dará novos governantes que se espelharão em Jesus e serão sábios e retos. Tanto os habitantes do Norte, como os do Sul viverão em paz e o Governante será chamado “Nossa Justiça”.

         O Evangelho, extraído de Marcos 6, 30-34, em contraposição aos líderes da primeira leitura, apresenta Jesus como o Líder e, por isso, seus liderados que, no Evangelho da semana passada, foram à labuta, agora retornam gloriosos, cheios de alegria pela realização de prodígios pastorais. O líder Jesus os leva a um lugar propício ao justo descanso. Contudo, o povo sedento de ensinamentos sábios e retos, não os deixa e se adianta na chegada ao lugar de descanso. Vendo isso, Jesus teve compaixão da multidão e retoma a pregação dos seus sábios ensinamentos.

         Se os discípulos não tem tempo para descanso, mas tem o que comer, o povo não tem nada, “são como ovelhas sem pastor”, disse Jesus.  E como é um povo formado por necessitados, conseguem mesmo a pé, chegar antes de Jesus e de seus discípulos, que estavam na barca. É a necessidade que imprime velocidade, podemos crer! Como o povo já não suporta mais as lideranças mentirosas e opressoras, não se importa em partir para o deserto, e vê em Jesus aquele que traz a vida em si.

         No versículo 34 fala que Jesus teve compaixão do povo, como vimos acima. E nós, nos apiedamos do nosso povo? Temos compaixão ou nos fazemos surdos e cegos, fazemos “olhar de paisagem”?

         A segunda leitura, carta de São Paulo aos Efésios 2, 13-18, fala que Cristo é a nossa paz! O rebanho que estava dividido se uniu e foi criado “um só homem novo, estabelecendo a paz”, conclui o versículo 15. Paulo vai mais adiante e diz que Jesus, o Líder, destruiu em si mesmo (ao ser crucificado) a inimizade entre os povos judeu e pagão. O líder não apenas pastoreia, mas une o rebanho e o leva até à fonte da Vida, versículo 18.

Bom dia... 17/07/2021


sábado, 10 de julho de 2021

Reflexão para o XV Domingo do Tempo Comum – 11/07/2021


Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

"Também conosco, quando sentirmos a rejeição à nossa missão de paz, ao nosso trabalho de construção da justiça, aos nossos atos de fraternidade, não deveremos assumir a recusa, o repúdio, como algo feito a nós, mas ao Senhor, de quem sempre somos embaixadores."

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em dúvida, o tema da liturgia deste domingo é a Missão! Segundo o Dicionário Houaiss, da Língua Portuguesa, Missão é incumbência que alguém deve executar a pedido ou por ordem de outrem; encargo; ora, a missão é profetizar/evangelizar, ordenada por Deus a quem Ele quis.

         Na primeira leitura extraída do livro do Profeta Amós 7, 12-15, temos o Sacerdote Amasias, enciumado, solicitando que Amós deixasse de ser seu concorrente e fosse pregar em Judá, mas não em Betel, seu posto de trabalho, já que ele, Amasias, era ligado ao Rei Jeroboão II e à sua corte. Todavia, foi o Senhor quem solicitou ao camponês Amós que deixasse de pastorear o gado e de cultivar sicômoros. O Senhor lhe deu a missão de ir a Betel e lá profetizasse para o Povo de Israel. Se Amós se intimidasse com a figura de Amasias e se transferisse para Judá, estaria desobedecendo a Javé.

         Muitas vezes conosco acontecem coisas semelhantes e nos sentimos em uma enrascada; mas ao Senhor, sempre deveremos obedecer, mesmo que nos deixe em uma situação difícil.

         No Evangelho, Marcos 6, 7-13, vemos o Senhor enviar os doze apóstolos em grupo de dois, com a missão de evangelizar, e dentro de uma simplicidade e austeridade pedidas ao enviado, para que confie apenas na Providência e sinta-se totalmente livre de cuidados e preocupações para o desempenho da missão.

         Eles irão lutar contra os espíritos impuros, isso significa que a luta será aguerrida e, por isso mesmo, deverão estar bem preparados, confiando apenas no poder do Senhor, e não em recursos humanos, por mais excelentes e puros que sejam.

         E como será essa evangelização? Marcos nos fala em anúncio da conversão, expulsão de demônios, cura de doentes e unção com óleo.

         Por outro lado, a não acolhida do anúncio deverá ser tratada como recusa ao dom de Deus e é dada aos apóstolos a orientação de sacudir a poeira dos pés, como testemunho contra os rejeitadores da Palavra. Nesse momento o despojamento é mudado. Não se trata de deixar elementos de que necessitarão para a própria sobrevivência e exercício da missão, mas a própria poeira daquela povoação, sinal explicito de que a eles chegou a Mensagem, mas houve a rejeição, a recusa em ouvir a Palavra de Deus.

         Também conosco, quando sentirmos a rejeição à nossa missão de paz, ao nosso trabalho de construção da justiça, aos nossos atos de fraternidade, não deveremos assumir a recusa, o repúdio, como algo feito a nós, mas ao Senhor, de quem sempre somos embaixadores. E nossa dignidade exige que não aceitemos nada, não acrescentemos nada em nossa equipagem, como uma simples lembrança ou cortesia.

         Na segunda leitura, Efésios 1,3-14, São Paulo nos fala, no versículo 4, sobre nossa vocação, pensada para nós, pelo Criador, “antes da fundação do mundo”.

         Cada um de nós é criado por e com amor e com dons e carismas que norteiam nossa vocação e nossa missão. Portanto se admiramos a capacidade de um grande profissional em sua área, dizemos que é carismático; também como cidadão do Reino, cada um de nós foi predestinado “a ser, para o louvor de sua glória, os que de antemão colocaram a sua esperança em Cristo.” Desse modo fica claro que nossa opção sempre deveria ser a maior glória de Deus, através da concretização de nossa vocação, do uso de nossos dons e carismas; tudo com o fim evangelizador. Quanto mais integrado com nossa vocação, mais clareza no tocante à nossa missão específica, mais felicidade, maior realização e maior desfrute de todo o Criado.


Bom dia... 10/07/2021


sábado, 3 de julho de 2021

Reflexão para a Solenidade de São Pedro e São Paulo – 04/07/2021

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

"Festejando São Pedro e São Paulo as bases de nossa Igreja, temos consciência de que nunca foi, não é e não será fácil a vida dos líderes e missionários cristãos."

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 primeira leitura, Atos 12, 1-11, nos relata as grandes dificuldades da Igreja nascente. Os grandes se sentem ameaçados quando outro grupo, independente de sua liderança e carisma, começa a surgir com forte energia e carisma próprio, ligados a um homem, considerado rabi e morto como bandido pelas autoridades máximas e considerado ressuscitado pelos seus seguidores.

         Como todo poder sem grande autoridade, o rei Herodes prende, tortura, mata e como necessita da aprovação popular, faz o que agrada ao povo, tornando-se populista. Herodes procura se equilibrar no poder, agradando a Roma, o verdadeiro poder, e satisfazendo os sacerdotes judeus, já que esse novo grupo religioso, para ele, dissidente do Judaísmo, está crescendo e paulatinamente conquistando o coração popular. Por outro lado, a Igreja nascente ora ao Senhor e confia apenas em Sua ação. Deus, defensor dos injustiçados, liberta Pedro e este proclama o poder de Deus e que a esperança do povo não foi em vão.

         No Evangelho, extraído de Mateus 16, 13-19, Jesus quer saber de sua identidade perante o povo (versículos 13 e 14) e não só o que o povo pensa dele, mas o Senhor quer saber também, como seus apóstolos o identificam (15 e 16). Jesus não é populista, não se satisfaz em ser identificado com Elias, ou João Batista, ou algum dos profetas, como o definiu pessoas do povo. E Simão, aquele que tem sua identidade mudada para Pedro, isto é, pedra, mineral sólido sobre a qual será construída a Igreja de Jesus Cristo e com tal poder e propriedade que “o poder do inferno nunca poderá vencê-la.”, será ele quem dirá em seu nome e em nome de todos: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo.”  Nesse acerto em reconhecer a real identidade do Rabi de Nazaré, Jesus vê a ação do Pai. Ele terá as chaves do Reino dos céus e o poder de ligar e desligar. Portanto o que Simão Pedro e os fiéis unidos sob sua liderança, ligarem ou desligarem será confirmado pelo Senhor. Em meio a tantas definições, a tantos “eu acho”, Pedro, inspirado pelo Espírito Santo, conduz a Igreja, Comunidade dos cristãos, ao discernimento em busca da autêntica revelação do Senhor, de suas verdades e da construção do Reino.

         A segunda leitura, 2 Timóteo 4, 6 – 8, 17-18, começa com Paulo vislumbrando o prêmio que receberá por ter trabalhado pelo Reino, prêmio que não deve ser visto como conquista, mérito, mas como reconhecimento, gratidão por sua vida entregue ao serviço do Evangelho, à Igreja. E Paulo não se coloca como o único a receber esse prêmio, “e não somente a mim, mas também a todos os que esperam com amor a sua manifestação gloriosa.” E Paulo conclui dizendo que o Senhor esteve sempre ao seu lado, libertando-o da boca do leão. Também a todos os trabalhadores do Reino, a todos que experiênciaram, experiênciam e experiênciarão o poder dos “leões” de ontem, de hoje e de amanhã. Mas todos esses se sentirão fortalecidos pelo amor do Senhor, seja facilitando o acolhimento da Palavra nos corações até então endurecidos, seja alargando o seu anúncio a todo o universo, seja no sentimento de proteção física e finalmente na proteção espiritual durante o ousado anúncio que encolerizará os poderosos.

         Festejando São Pedro e São Paulo as bases de nossa Igreja, temos consciência de que nunca foi, não é e não será fácil a vida dos líderes e missionários cristãos. Anunciamos um Reino de Paz, Justiça e Amor, em meio a um mundo que deseja ardentemente a riqueza, o poder e o prazer e não gosta de ser contrariado. Entretanto, em meio a tanto dissabor, experimentamos o doce prazer de termos Jesus em nossa vida e de sabermos que não estamos e jamais estaremos sós. Jesus é o Deus Conosco, o Emanuel e Maria, a Mãe; presença permanente no dia a dia de seus filhos.

Bom dia... 03/07/2021