terça-feira, 30 de outubro de 2018

Redes Sociais: Ponto de discórdia?




N
ão é de hoje que as Redes Sociais invadiram as vidas das pessoas de uma forma incontrolável. Nesses últimos meses, a campanha eleitoral extrapolou todas as expectativas possíveis e imagináveis.

Em virtude do pleito eleitoral, as pessoas passaram a brigar, discordar das opiniões contrarias, sem aceitar que discordassem da sua própria opinião, podendo estar certo ou não, desfazendo laços de amizades de décadas e até familiares por causa de opiniões políticas divergentes. É comum as pessoas exporem seus posicionamentos políticos nas Redes Sociais, e por conta disso, desfazerem muitas amizades.

A maioria dos participantes das Redes Sociais tentam o diálogo, mas acabam atingindo amigos e parentes que têm pensamento divergente, mesquinho, tacanho e as vezes agressivo, que dizem ter recebido ofensas pessoais e xingamentos e terminam em conflito.

Muitos não aceitam a opinião do outro e para não ver mais os posts deles e para que eles não vejam mais os seus, excluem ou bloqueiam os amigos e parentes. Tudo isso para não aceitar o posicionamento político ou partidário do outro.

É difícil, num período eleitoral, evitar os embates, entretanto, é necessário que a sua opinião não seja a única e que o assunto não entre na sua relação de amizade e convívio pessoal.

O respeito deve imperar, principalmente entre parentes e amigos. É preciso haver equilíbrio e muito cuidado com o que for escrever nas Redes Sociais. É preciso respirar antes de dar o “enter” na mensagem. Devemos entender que estamos em uma Rede Social e é inevitável a crítica às suas opiniões. A discussão é saudável, desde que seja equilibrada, sem palavrões e ofensas.

Diante dessas situações, o Ministério da Justiça, no começo de outubro, começou uma campanha pelas Redes Sociais para conscientizar as pessoas para que mantenham os direitos individuais e evitem conflitos e brigas pessoais.

“Liberdade de expressão é o direito de manifestar livremente opiniões e ideias. Entretanto, o exercício dessa liberdade não deve afrontar o direito alheio, como a honra e a dignidade de uma pessoa ou determinado grupo. O discurso do ódio é uma manifestação preconceituosa contra minorias étnicas, sociais, religiosas e culturais, que gera conflitos com outros valores assegurados pela Constituição, como a dignidade da pessoa humana. O nosso limite é respeitar o direito do outro.”

O momento eleitoral que agora terminou, foi muito preocupante. Foi uma eleição muita polarizada, em que os ânimos se acirraram além dos limites. Houve muito ódio no ar, muita mentira em forma de fake news nas redes sociais, muita divisão nas famílias. No fundo, o que houve mesmo foi muita insatisfação nos corações devido a uma grande crise econômica, que afeta todas as pessoas e toda a sociedade, e a rejeição por uma ideologia político-partidária que assolou o país nesses últimos anos e também por falta figuras públicas que cativassem e despertassem o respeito e a confiança da população.

Passadas as eleições, espero que a paz volte a reinar no país e que amigos e familiares voltem a usufruir da amizade perdida durante o período eleitoral.

Finalizo dizendo:

“Cada um tem o direito de ter opinião e voto, e nós precisamos respeitar a opinião e voto do outro, mesmo que não seja igual a nossa. Isso é democracia”.

Bom dia... 30/10/2018


domingo, 28 de outubro de 2018

30º Domingo do Tempo Comum: Homilia Dominical


  

Pe. Joaquim Garrido
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus

A
 liturgia do 30° DOMINGO DO TEMPO COMUM fala-nos da preocupação de Deus em que o homem alcance a vida verdadeira e aponta o caminho que é preciso seguir para atingir essa meta. De acordo com a Palavra de Deus que nos é proposta, o homem chega à vida plena, aderindo a Jesus e acolhendo a proposta de salvação que Ele nos veio apresentar.

A primeira leitura afirma que, mesmo nos momentos mais dramáticos da caminhada histórica de Israel, quando o Povo parecia privado definitivamente de luz e de liberdade, Deus estava lá, preocupando-se em libertar o seu Povo e em conduzi-lo pela mão, com amor de pai, ao encontro da liberdade e da vida plena.

A segunda leitura apresenta Jesus como o sumo-sacerdote que o Pai chamou e enviou ao mundo a fim de conduzir os homens à comunhão com Deus. Com esta apresentação, o autor deste texto sugere, antes de mais, o amor de Deus pelo seu Povo; e, em segundo lugar, pede aos crentes que “acreditem” em Jesus – isto é, que escutem atentamente as propostas que Ele veio fazer, que as acolham no coração e que as transformem em gestos concretos de vida.

No Evangelho, o catequista Marcos propõe-nos o caminho de Deus para libertar o homem das trevas e para o fazer nascer para a luz. Como Bartimeu, o cego, os crentes são convidados a acolher a proposta que Jesus lhes veio trazer, a deixar decididamente a vida velha e a seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida. Dessa forma, garante-nos Marcos, poderemos passar da escravidão à liberdade, da morte à vida.

Bom dia... 28/10/2018


domingo, 21 de outubro de 2018

29º Domingo do Tempo Comum - "Ele veio para servir e não para ser servido!"



Frei Carlos Mesters e Francisco Orofino
Folheto Litúrgico Deus Conosco

A
s leituras de hoje nos ensinam como viver numa Comunidade cristã. Toda Comunidade deve ser um sinal do Reino de Deus, lugar onde as pessoas criam laços afetivos, vivendo a fraternidade. É viver a fé que professamos no Batismo. Numa Comunidade cristã não deveria haver títulos que separam e segregam as pessoas. Como diz Jesus, ninguém deveria aceitar ser chamado de mestre, nem de guia, nem de pai (cf. Mt 23,8-10). Ninguém deveria ser destacado por seu saber, pelas riquezas ou por suas posições dentro da sociedade.

Viver em fraternidade significa afirmar a igualdade de todos diante de Deus, superando o espírito de competição, de discórdia e de autoritarismo. Para que essa proposta seja possível, Jesus deixa um mandamento: "Entre vós, não deverá ser assim! Quem quiser ser grande ou o primeiro, seja servo de todos!" Um mandamento difícil de ser observado.

O que sustenta uma Comunidade cristã é o serviço mútuo. Na proposta de Jesus, autoridade não significa mando, nem poder pessoal. Autoridade é serviço, partilha de qualidade e dons. Quem buscar uma posição dentro da Comunidade deve se espelhar em Jesus, o modelo do verdadeiro servidor. "Eu estou no meio de vocês como aquele que serve" (Lc 22,27).

Na Primeira Leitura, do livro de Isaías, temos um trecho do quarto cântico do Servo. Desde o começo, a Comunidade cristã descobriu nesses cânticos o rosto do verdadeiro Messias. Jesus é esse Servo de Deus. Através da atuação do Servo, Deus manifesta sua justiça, vencendo todas as injustiças humanas. Mas a vitória de Deus não se fará sem o sofrimento do Servo, porque a injustiça humana é forte, traiçoeira e impiedosa.

No tempo de Jesus muita gente esperava um Messias. Mas um Messias dentro da mentalidade humana, um líder que viesse com força e poder. Ninguém esperava um Messias que fosse servidor, fraco e indefeso. O cântico do Servo vem nos lembrar que a força de Deus se manifesta na fraqueza humana. "Quando sou fraco, aí é que sou forte" (2Cor 12,10).

Só os pobres conseguem perceber esse recado de Deus. Jesus, instruído pelo Pai e pelos pobres, revelou o sentido verdadeiro do poder: o serviço a Deus e aos pobres. "O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate de muitos" (Mc 10,45). Nossas Comunidades deveriam viver essa proposta de Jesus, acolhendo seu mandamento radical: quem quiser ser o maior que seja o servidor de todos. Não podemos reproduzir entre nós os valores da sociedade humana, onde reinam a força, o poder, as honrarias e a corrupção.

Bom dia... 21/10/2018


sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Começa hoje o MUTICOM CARUARU 2018, o encontro da Comunicação da CNBB NE2



A
gentes da PASCOM – Pastoral da Comunicação, Profissionais da Comunicação, Professores, Estudantes da área, Presbíteros, Religiosos e Leigos engajados nas Dioceses e Arquidioceses dos Estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, tem encontro marcado a partir de hoje (19) até  o domingo (21), em Caruaru - Pernambuco, durante o 7º MUTIRÃO DE COMUNICAÇÃO DO CNBB - REGIONAL NORDESTE II, com o tema "COMUNICAR A VIDA, O AMOR E A ESPERANÇA", para refletir sobre a comunicação, formando os agentes para atuarem eficazmente, contribuindo com a evangelização da Igreja.


7º MUTIRÃO DE COMUNICAÇÃO DO REGIONAL NORDESTE II, com o tema "Comunicar a vida, o amor e a esperança", convida-nos a refletir sobre a atuação dos agentes nos variados meios de comunicação, conclamando todos para comunicar boas notícias, cheias de esperança, enfim, comunicar Jesus Cristo que é a verdadeira Vida, o Amor supremo e a Esperança por excelência.

O MUTICOM CARUARU 2018 pretende articular e motivar as Pastorais da Comunicação na Regional Nordeste II, na sua missão e atuação, embasados no Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil, para que os meios e processos comunicativos possam contribuir na evangelização e formação do povo de Deus, na ambiência digital e tecnologias que sejam facilitadoras dos compartilhamentos de boas notícias e difusão da Mensagem Evangélica e ensinamentos da Igreja.

Durante o MUTICOM CARUARU 2018 os participantes participarão de uma Noite Cultural e todas as Refeições acontecerão no local do evento. No domingo, os que desejarem optar em almoçar no Alto do Moura (local gastronômico de Caruaru), a organização disponibilizará transporte. Os que não desejarem ir ao Alto do Moura, almoçarão no local do evento. Lembrando que o almoço no Alto do Moura será por conta do participante.

O evento acontecerá nas instalações da FAFICA - FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE CARUARU, na Av. Azevedo Coutinho, s/n, em Caruaru, PE.

Duvidas? Acesse: https://www.muticomne2.com/

Bom dia... 19/10/2018


quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Papa Francisco: abortar é como contratar um assassino de aluguel




O
 Papa Francisco condenou com firmeza o aborto e recordou que não apenas não é um direito, como também é um crime: “É como alugar um assassino para resolver um problema”, advertiu. O Santo Padre fez esta afirmação em sua catequese da Audiência Geral da quarta-feira, 10 de outubro, dedicada ao Quinto Mandamento: não matarás, na qual insistiu que “não se pode, não é justo tirar um ser humano, mesmo pequeno, para resolver um problema”.

Este rechaço ao aborto se deu em plena comemoração dos 50 anos da Encíclica “Humanae vitae”, de 25 de julho de 1968, na qual o Papa Paulo VI, que foi proclamado santo no último domingo, 14 de outubro, fazia uma defesa da vida e da moral sexual em plena onda de difusão dos métodos anticoncepcionais e abortivos que levou ao momento atual antinatalidade e de banalização da sexualidade.

De modo especial, condenou aqueles que impulsionam o aborto a pais cujo filho ainda não nascido padece de algum tipo de deficiência. “Os pais, nestes casos dramáticos, têm necessidade de verdadeira proximidade, verdadeira solidariedade para enfrentar a realidade superando os compreensíveis medos”.

Entretanto, denunciou que, em vez desse apoio, muitos pais que se encontram nesta situação, “muitas vezes recebem conselhos para interromper a gravidez”.

Em sua catequese, Francisco assinalou que “todo o mal existente no mundo se resume nisso: o desprezo pela vida”. “A vida é agredida pelas guerras, pelas organizações que exploram o homem, pelas especulações sobre a criação e pela cultura do descarte, e por todos os sistemas que submetem a existência humana a cálculos de oportunidades, enquanto um número escandaloso de pessoas vive num estado indigno do homem”, assegurou.

É nesse contexto, na cultura do descarte, em que situou o aborto. “Uma abordagem contraditória permite a supressão da vida humana no ventre materno em nome da salvaguarda de outros direitos. Mas como pode ser terapêutico, civil ou simplesmente humano um ato que suprime a vida inocente e inerme no seu germinar?”.

“De onde vem tudo isso?”, perguntou-se. “A violência e a rejeição da vida nascem do medo. O acolhimento, de fato, é um desafio ao individualismo”. “Uma criança doente é como todo necessitado da terra, como um idoso que necessita de assistência, como tantos pobres que lutam para seguir em frente: aquele ao que se apresenta como problema é, na realidade, um dom de Deus, que pode me tirar do egocentrismo e me fazer crescer no amor. A vida vulnerável nos indica o caminho para sair, o caminho para nos salvar de uma existência dobrada sobre nós mesmos e descobrir a alegria do amor”.

O Papa explicou que “os ídolos deste mundo: o dinheiro, o poder, o sucesso”, são os que “levam o homem a rejeitar a vida”. Assegurou que esses ídolos “são parâmetros errados para valorizar a vida. A única medida autêntica da vida é o amor, o amor com o qual Deus ama”. “Vale a pena acolher cada vida, porque cada homem vale o sangue de Cristo. Não se pode desprezar aquilo que Deus tanto amou”, sublinhou.

O Papa finalizou sua catequese afirmando que “devemos dizer aos homens e mulheres do mundo: não desprezem a vida. A vida do outro, mas também a própria vida, porque também essa se inclui no Mandamento ‘não matarás’. A tantos jovens, digo: não desprezem sua existência! Parem de rejeitar a obra de Deus! Você é obra de Deus!”.

Com informações do Site ACI Digital

Bom dia... 18/10/2018


terça-feira, 16 de outubro de 2018

Papa Francisco: Ai dos cristãos hipócritas, que deixam Jesus na Igreja


 
Papa Francisco
Papa Francisco

N
ós que nascemos numa sociedade cristã, corremos o risco de viver o cristianismo “como um costume social”, formalmente, com a “hipocrisia dos justos”, que têm “medo de deixar-se amar”. Na homilia da missa celebrada na Casa Santa Marta, o Papa convida todos a um exame de consciência, comentando o Evangelho de São Lucas e a advertência de Jesus aos habitantes de Betsaida, Corazim e Cafarnaum, que não acreditaram nele não obstante os milagres.

Jesus “está triste por ter sido rejeitado”, explicou Francisco, enquanto cidades pagãs como Tiro e Sidônia, vendo os seus milagres “com certeza teriam acreditado”. E chora, “porque essas pessoas não foram capaz de amar”, enquanto Ele “queria chegar a todos os corações com uma mensagem que não era uma mensagem ditatorial, mas era uma mensagem de amor”.

CRISTIANISMO FORMAL
Vamos nos colocar no lugar dos habitantes das três cidades, prosseguiu o Papa. “Eu que recebi muito do Senhor, nasci numa sociedade cristã, conheci Jesus Cristo, conheci a salvação”, fui educado à fé. E com muita facilidade me esqueço de Jesus. Depois, ao invés, “ouvimos notícias de outras pessoas que ouviram o anúncio de Jesus, se converte e o segue”. Mas nós, comentou o Pontífice, estamos “acostumados”.

E esta é uma atitude que nos faz mal, porque reduzimos o Evangelho a um fato social, sociológico, e não a uma relação pessoal com Jesus. Jesus fala a mim, fala a você, fala a cada um de nós. A pregação de Jesus é para cada um de nós. Como é possível que aqueles pagãos, que ao ouvirem a pregação de Jesus o seguem, e eu, que nasci aqui, numa sociedade cristã, me acostumo, e o cristianismo é como se fosse um costume social, uma veste que visto e depois a deixo? E Jesus chora sobre cada um de nós quando nós vivemos o cristianismo formalmente, não realmente.

HIPOCRISIA DOS JUSTOS
Se agimos assim, esclareceu Francisco, somos um pouco hipócritas, com a hipocrisia dos justos.

Há a hipocrisia dos pecadores, mas a hipocrisia dos justos é o medo ao amor de Jesus, o medo de deixar-se amar. E, na realidade, quando nós fazemos isso, nós tentamos administrar a relação com Jesus. “Sim, eu vou à Missa, mas você fique na Igreja que eu depois vou para casa”. E Jesus não volta conosco para casa: na família, na educação dos filhos, na escola, no bairro…

EXAME DE CONSCIÊNCIA
E assim Jesus permanece lá na Igreja, comentou Francisco amargurado, “ou permanece no crucifixo ou na imagem”.

Hoje pode ser para nós um dia de exame de consciência, com este refrão: “Ai de ti, ai de ti”, porque eu dei muito, dei a mim mesmo, escolhi você para ser cristão, ser cristã, e você prefere uma vida pela metade, uma vida superficial: um pouco sim de cristianismo e água benta, mas nada mais. Na realidade, quando se vive esta hipocrisia cristã, o que nós fazemos é expulsar Jesus do nosso coração. Fazemos de conta tê-lo conosco, mas o expulsamos. “Somos cristãos, orgulhosos de sermos cristãos”, mas vivemos como pagãos.

Cada um de nós, concluiu o Papa, deve pensar: “Sou Corazim? Sou Betsaida? Sou Cafarnaum?”. E se Jesus chora, pedir a graça de chorar também nós. Com esta oração: “O Senhor me deu muito. O meu coração é tão duro que não o deixa entrar. Pequei de ingratidão, sou um ingrato, sou uma ingrata”. “E peçamos ao Espírito Santo que nos escancare as portas do coração, de modo que Jesus possa entrar e não só ouçamos Jesus, mas ouçamos a sua mensagem de salvação e “assim dar graças por tantas coisas boas que ele fez por cada um de nós”.

Com informações do “Vatican News”.

Bom dia... 16/10/2018


domingo, 14 de outubro de 2018

28º Domingo do Tempo Comum: Discípulos-Missionários Santos




Dom Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília

O
 Evangelho nos apresenta uma pergunta que continua a ecoar ao longo dos séculos: “que devo fazer para ganhar a vida eterna?” (Mc 10,17). A resposta de Jesus pode ser resumida na expressão “Vem e segue-me” (Mc 10,21). Em Jesus Cristo, o discípulo encontra o Caminho, a Verdade e a Vida. Ao responder à pergunta daquele homem, Jesus “olhou para ele com amor”, propondo duas atitudes fundamentais: a vivência dos mandamentos e a partilha dos bens para obter um tesouro no céu. O apego aos bens materiais torna difícil entrar no reino de Deus, através do seguimento de Jesus. O discípulo não conseguirá trilhar o caminho carregado de bens materiais. Na primeira leitura, o Livro da Sabedoria nos recorda o valor maior a ser cultivado que é a “sabedoria” e não o poder e as riquezas.

O diálogo entre Pedro e Jesus ilumina a questão do desapego a ser cultivado pelo discípulo. Enquanto Pedro fala em “deixar e seguir” (Mc 10,28), Jesus se refere a “deixar e receber” (Mc 10,29-30). A visão de Pedro a respeito parece negativa, acentuando aquilo que se deixa para seguir Jesus. A resposta de Jesus a Pedro se refere ao muito que o discípulo recebe, “cem vezes mais”, já na vida presente, e no futuro, a vida eterna. Contudo, a vida dos discípulos nunca será fácil, cômoda. Jesus menciona também as “perseguições”, que se tornam um critério fundamental para definir um verdadeiro discípulo de Cristo.

A Carta aos Hebreus proclama que a “a Palavra de Deus é viva e eficaz”. Sua força criadora, renovadora, é experimentada por aqueles que a acolhem e testemunham, fazendo-se discípulos-missionários do Senhor. Para ser discípulo-missionário santo, é preciso ter sempre “coração de discípulo”, que se coloca continuamente à escuta do Senhor.

CANONIZAÇÃO
Estamos celebrando este 28º DOMINGO DO TEMPO COMUM, em profunda comunhão com o Santo Padre, o Papa Francisco, e com os Bispos que participam do Sínodo sobre os Jovens, a Fé e o Discernimento Vocacional, iniciado no Vaticano, dia 03 de outubro. Unidos, como Igreja, nós bendizemos a Deus pelo Sínodo e pela canonização de sete santos, neste domingo, dentre os quais, o Papa Paulo VI, falecido em 1978; Dom Oscar Romero, Arcebispo de San Salvador, na América Latina, assassinado em 1980, enquanto celebrava a missa; e o jovem operário italiano Nunzio Sulprizio, falecido em 1836, com 19 anos. A canonização durante o Sínodo nos recorda a vocação à santidade de todo o Povo de Deus, especialmente dos jovens, chamados a serem santos no mundo de hoje. Somos todos chamados à santidade, através do discipulado e da missão, cada um segundo a vocação recebida. Os santos são verdadeiros discípulos-missionários, especialmente pelo testemunho cotidiano da fé e do amor ao próximo.

Bom dia... 14/10/2018


sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Nossa Senhora da Conceição Aparecida: Mãe, Rainha, Padroeira e Protetora do Brasil




E
m 1717, três humildes pescadores retiraram das águas do rio Paraíba uma pequena imagem de Nossa Senhora da Conceição, que o povo daquelas beiras carinhosamente passou a invocar como NOSSA SENHORA APARECIDA. Desde então a pequena e quase negra imagem, da cor e do tamanho da nossa gente mais sofrida, vem sendo um grande sinal do amor de Deus por todos nós.

Nossa Senhora, através da imagem da Conceição Aparecida, é reconhecida como uma força extraordinária de união e de identificação do povo brasileiro. Nela nos sentimos protegidos e encorajados a avançar na árdua tarefa de construir uma nação cada vez mais justa, ordeira e pacífica. Como a Rainha Ester diante do rei todo-poderoso, Maria diante de Deus intercede pelo Brasil, suplicando vida para nosso povo.

APARECIDA: MÃE DOS HUMILDES E PEQUENINOS!

É festa, é júbilo, é gratidão. Nosso coração se alegra e se rejubila na festa de Maria, a Senhora Aparecida. Ela é Mãe, Rainha e Imaculada. Quem tem sua alma em Maria alcança a paz e a vida, pois encontra Jesus, a quem ela nos conduz. Os humildes e pequeninos reconhecem bem depressa aquilo que é de Deus e traz vida e libertação. Nosso amor para com Maria há de ser amor a Jesus, e aos irmãos e irmãs. Louvemos, agradecidos, à Mãe do Redentor, a Senhora Aparecida.

LITURGIA E MARIA

A Exortação Apostólica de Paulo VI  (O culto da Virgem Maria) apresenta de modo exaustivo a relação entre liturgia e culto de Nossa Senhora. Aí se encontram as mais belas imagens de Maria, recolhidas em parte pela devoção cristã nas Ladainhas de Nossa Senhora: Virgem, Mãe, herdeira da promessa feita aos patriarcas, arca da aliança, sede da sabedoria, templo do Espírito Santo, fonte da alegria messiânica, testemunha, ao lado dos apóstolos, da efusão do Espírito do Ressuscitado, imagem da Igreja que luta e aniquila o mal, celeste Jerusalém, sinal da superabundante graça redentora. Estão presentes ainda todos os mistérios evangélicos nos quais Maria participa e que não são comemorados especificamente no decurso do ano litúrgico.

Com Maria, toda a nossa vida é introduzida na missa. Por sua intercessão, Cristo entra na situação de todos nós: pecadores, crianças, adultos, velhos, doentes, pobres, consagrados, chamados a seguir a Cristo mais de perto, a caminho para o céu, onde contemplamos na "Assunta" um luminoso sinal de esperança. A "devoção" à Mãe de Deus, nesta perspectiva bíblica, não perturba nossa Eucaristia: mostram-no bem nossos irmãos do Oriente que gostam de colocar o ícone (imagem) da Theotókos (Mãe de Deus) ao lado do ícone de Cristo Mestre em lugar de destaque em todas as suas assembleias.

CONSAGRAÇÃO A NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA

Ó Maria Santíssima, pelos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo, em vossa querida imagem de Aparecida, espalhais inúmeros benefícios sobre todo o Brasil.

Eu, embora indigno de pertencer ao número de vossos filhos e filhas, mas cheio do desejo de participar dos benefícios de vossa misericórdia, prostrado a vossos pés consagro-vos o meu entendimento, para que sempre pense no amor que mereceis; consagro-vos a minha língua, para que sempre vos louve e propague a vossa devoção; consagro-vos o meu coração, para que, depois de Deus, vos ame sobre todas as coisas.

Recebei-me, ó Rainha incomparável, vós que o Cristo crucificado deu-nos por Mãe, no ditoso número de vossos filhos e filhas; acolhei-me debaixo de vossa proteção; socorrei-me em todas as minhas necessidades espirituais e temporais, sobretudo na hora de minha morte.

Abençoai-me, ó celestial cooperadora, e com vossa poderosa intercessão, fortalecei-me em minha fraqueza, a fim de que, servindo-vos fielmente nesta vida, possa louvar-vos, amar-vos e dar-vos graças no céu, por toda eternidade. Assim seja!

Com informações do Folheto Litúrgico “Deus Conosco – Editora Santuário”.

Bom dia... 12/10/2018


quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Política, Religião e Futebol não se discutem.




Felipe Marcelo Gonzaga de Carvalho*

D
itos populares sempre tiveram um grande peso na vida individual e coletiva, justamente por ficar conotado um padrão de comportamento a ser seguido, o que na verdade não deveria, porém isso depende muito da cultura popular, se ela aceita como padrão tais ditos, infelizmente o crescimento coletivo acaba regredindo.

Penso o poder de um ditado na vida de um indivíduo e de um povo, o quanto firmam seus pensamentos e ações num simples ditado, que foi um pensamento de alguém ou de alguns, mutagênico, adaptando-se ao modo como alguns achavam ser o melhor para a vida em conjunto, uma forma de direcionamento coletivo, principalmente pelo fato de que o povo é frágil no sentido de sua manipulação e aí sobressaem aqueles com destreza de intelecto.

Desde criança ouvia um ditado que mais se tornou uma prece: "Política, Religião e Futebol não se discutem". Eu nunca entendia o porquê não se discutir tais palavras, até porque não há uma verdade absoluta, nem mesmo para estas palavras, então há sim sempre o que discutir e deve-se discutir para que haja aprimoramento, seja este pessoal ou coletivo. Poucos dão conta que tal ditado está encravado na cultura da gestão pública, pois o medo de revés impera nas instituições públicas e interfere na prestação de serviços.

Como não discutir, dialogar, argumentar sobre política, futebol e religião? Será mesmo que tais palavras já possuem seu simbolismo e são imutáveis em suas ações? Será que mesmo o pensar diferente, de “sair da casinha” é proibido? Será que é uma enorme ofensa discorrer sobre política? E sobre futebol? O que dirá da religião? Somos todos iguais quanto ao que se entende por elas? Não somos todos “seres pensantes” passíveis de pensar por nós mesmos? É uma “heresia” pensar diferente? Por que querem manter em segredo ou mesmo hesitarem mudanças? Seria medo do desconhecido? Seria medo de que ao ponderar haverá mais pessoas para apoiar alterações de comportamento frente aos temas aqui inqueridos?

O que mais me chama a atenção nesse ditado é: TANTO FUTEBOL, POLÍTICA QUANTO RELIGIÃO TEM ALGO MUITO EM COMUM: “A prática em excesso torna fanatismo, o que sai totalmente da razão e o indivíduo que se torna fanático traz sérios problemas a uma sociedade ou mesmo para o mundo, dependendo de quanto esse fanatismo está intrínseco numa sociedade”.

Há muitos casos com fanatismo no futebol, o qual foram motivos de mudanças culturais e de procedimentos na prática desse esporte, um emblemático foi dos Hooligans.

Na Política, o fanatismo mais contundente foi o Nazismo, também similar ao Comunismo e/ou Socialismo, onde seus adeptos não aceitam demais ideologias de vida e de política, o simples fato de haver pessoas contrárias a essas ideologias já é motivo de ódio.

Atualmente, o fanatismo mais representativo na Religião tem sido o Estado Islâmico, que tem deflagrado uma série de assassinatos no Oriente e Ocidente, tudo porque usam o Islamismo como fonte de suas aberrações ideológicas.

Há quem discordará de meus pensamentos aqui comentados, mas esse é o propósito deste artigo a discussão e ponderação!

Podemos sim sermos diferentes e eis aí a graça do ser humano: A Diferença! Imaginemos todos iguais, sem pensarmos diferentes sobre algo, mesma cor de roupas, mesmos caminhos a percorrer, mesmos gostos musicais, mesmos projetos arquitetônicos para construções residenciais, comerciais, industriais e demais construções... Imaginemos todos sem criatividade, o que seríamos senão robôs? Teríamos gosto pela vida? Seríamos felizes? Creio que não!

Esse tipo de ditado tem por objetivo a privação do pensamento, da liberdade do indivíduo em ponderar sobre algo, de somente fazer o que mandam porque se não seguirem vem outro ditado: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo.” É até engraçado isso, pensando aqui “com meus botões”, tais ditados, pois um segue o outro, como se realmente fossem procedimentos padrão para que todos devam fazer e “ai” daquele que não cumprir!

Há muito o ser humano saiu da “Era das Trevas”, partindo para “O Iluminismo”, ou seja, a era onde o pensamento começou a fluir, iluminando os seres antes somente viventes e passando para seres pensantes. Porém, no geral, não se estimula ou incentiva pensar, pois para quem detém o poder, “quanto mais um povo pensa, pior é governá-lo.” Então se criou a forma de “pão e circo” para o povo, onde se espera que com uma porção de pão e um pouco de entretenimento bastam para saciar “a fome” do povo.

Poucas pessoas compreendem que Política tem muita influência no Serviço Público, principalmente no aspecto desempenho de cada servidor. Sempre ouvia dizer que o Serviço Público tem sérios problemas de empatia; da seriedade profissional, chegando até mesmo ao descaso alheio; da compreensão do que seria o chamado de Servidor Público, a relutância da maioria da população quanto ao respeito ao funcionário público, mas ainda assim, todos os anos há muitos que enfrentam diversos concursos públicos nos mais variados cargos na fuga da vida profissional em organizações privadas com futuro incerto.

O simples fato de pessoas se abdicarem de entender a Política fortalece ainda mais aqueles que querem deter o poder para si, insuflando seus egos ao infinito, na tentativa de eternizarem seus nomes na história, mas será mesmo que são seres dignos de lembrança? Eu discordo de muitos nomes até hoje “endeusados”, porém estes detiveram o poder da oratória, então muitos os seguiam sem ponderarem de fato tais ideais.

E assim venho a ti, caro leitor (a), compartilhar meus pensamentos a respeito desse então célebre e deturpado ditado: “Política, Futebol e Religião não se discutem.” Para mim, há muito que se discutir sobre cada uma destas palavras! Espero que com minhas singelas palavras possam dar mais vontade de expor seus pensamentos sobre o tema para termos um mundo mais vivo, pensante e admirável!

*Bacharel em Administração Geral pela FAEL - Faculdade Educacional da Lapa, Pós Graduado em Gestão Pública pela UFPR - Universidade Federal do Paraná, casado, pai de 2 filhos, natural de Porto União/SC, servidor público municipal em Lapa/PR.