quarta-feira, 31 de maio de 2023

FESTA DA VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA – 31 DE MAIO

 

A Igreja encerra hoje o mês de maio com a celebração de mais um mistério mariano, a Visitação de Nossa Senhora, que adquire um significado mais do que especial quando associado à solenidade de Pentecostes.

H

oje, 31 de maio, o calendário litúrgico recorda a celebração da Festa da Visitação da Virgem Maria, oficialmente instituída pelo Papa Urbano VI em 1389. Durante esta visita, Maria recitou o cântico de louvor conhecido como o Magnificat.

A Santíssima Virgem Maria, depois de ouvir do anjo Gabriel que sua prima Isabel estava esperando um filho, foi para ajudá-la e assim levar-lhe as graças e bênçãos do Filho de Deus que havia se encarnado Nela.

Além disso, Maria não foi como rainha ou senhora, mas como serva humilde e fraterna, sempre disposta a atender a todos que necessitavam.

São João Paulo II, em sua catequese de 2 de outubro de 1996, assinalou que “a direção da viagem da Virgem Santíssima é particularmente significativa: será da Galileia à Judeia, como o caminho missionário de Jesus”. Ele mencionou que “Isabel, com sua exclamação cheia de admiração, nos convida a apreciar tudo o que a presença da Virgem traz como um dom para a vida de cada crente”.

O papa emérito Bento XVI, em suas palavras de 31 de maio de 2011, disse que “ao meditar hoje a Visitação de Maria, refletimos precisamente sobre essa coragem da fé. Aquela a quem Isabel acolhe em casa é a Virgem que ‘acreditou’ no anúncio do anjo e respondeu com fé, aceitando com coragem o projeto de Deus para sua vida e acolhendo desta forma em si mesma a Palavra eterna do Altíssimo”.

MEDITAÇÃO SOBRE A FESTA DA VISITAÇÃO

Muitos são os devotos escrupulosos, que temem recorrer a Maria mais que a seu filho Jesus.

Não devemos ter medo de louvar mais a Maria Santíssima que Jesus, pois sempre que a louvamos, nossos louvores são encaminhados diretamente para Jesus.

“Maria está tão intimamente unida a Jesus, que seria mais fácil separar a luz do sol e o calor do fogo do que separar Maria de Jesus.” (São Luis Maria)

Um exemplo simples disso é o que celebramos hoje na festa da Visitação.

A primeira coisa que Santa Isabel, prima de Jesus, disse ao avistá-la, foi um grande louvor à pessoa dela: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre!” 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?”

Em seguida, após receber esse grande louvor, ao invés de se exaltar, o que Maria fez não foi encher-se de orgulho, ao contrário, entoou um canto de louvor a Deus de tamanha perfeição que é estudado até hoje, como uma das mais importantes orações, o Magnificat.

Vejamos também o que nos ensina São Luís Maria Grignion de Montfort sobre os devotos escrupulosos:

Os devotos escrupulosos são aqueles que receiam desonrar o Filho, honrando a Mãe, e rebaixá-lo se a exaltarem demais. Não podem suportar que se repitam à Santíssima Virgem aqueles louvores justíssimos que lhe teceram os Santos Padres; não suportam sem desgosto que a multidão ajoelhada aos pés de Maria seja maior que ante o altar do Santíssimo Sacramento, como se fossem antagônicos, e como se os que rezam à Santíssima Virgem não rezassem a Jesus Cristo por meio dela. Não querem que se fale tão frequentemente da Santíssima Virgem, nem que se recorra tantas vezes a ela.

Algumas frases eles as repetem a cada momento: Para que tantos terços, tantas confrarias e devoções exteriores à Santíssima Virgem? Vai nisso muito de ignorância! É fazer da religião uma palhaçada. Falai-me, sim, dos que são devotos de Jesus Cristo (e eles o nomeiam, muitas vezes, sem se descobrir, digo-o sem parêntesis): cumpre recorrer a Jesus Cristo, pois é ele o nosso único medianeiro; é preciso pregar Jesus Cristo, isto sim que é sólido!

Em certo sentido é verdade o que eles dizem. Mas, pela aplicação que lhe dão, é bem perigoso e constitui uma cilada sutil do maligno, sob o pretexto de um bem muito maior, pois nunca se há de honrar mais a Jesus Cristo, do que honrando a Santíssima Virgem, desde que a honra que se presta a Maria não tem outro fim que honrar mais perfeitamente a Jesus Cristo, e que só se vai a ela como ao caminho para atingir o termo que é Jesus Cristo.

A santa Igreja, como o Espírito Santo, bendiz primeiro a Santíssima Virgem e depois Jesus Cristo: “benedicta tu in mulieribus et benedictus fructus ventris tui Iesus”. Não porque a Santíssima Virgem seja mais ou igual a Jesus Cristo: seria uma heresia intolerável, mas porque, para mais perfeitamente bendizer Jesus Cristo, cumpre bendizer antes a Maria. digamos, portanto, com todos os verdadeiros devotos de Maria, contra seus falsos e escrupulosos devotos: Ó Maria, bendita sois vós entre todas as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus!

REZEMOS JUNTOS A ORAÇÃO DO MAGNIFICAT

Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito; exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo. Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem. Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos. Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre.

Fonte: Templário de Maria

Mensagem do dia... 31/05/2023

 


sábado, 27 de maio de 2023

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA A SOLENIDADE DE PENTECOSTES – 28/05/2023

 
Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

“Jesus sopra o Espírito sobre seus seguidores, gerando uma nova criação!”

O

 autor do Evangelho deste domingo, João Evangelista, nos diz que a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos se deu no dia de Páscoa. Ele deseja fazer-nos compreender que o Espírito que conduziu Jesus para sua missão de salvar a Humanidade é o mesmo que agora conduz a Igreja, comunidade dos seguidores de Jesus, na continuidade da mesma missão. A Igreja torna presente, na História, o Cristo Redentor.

Quando os discípulos, à tarde do primeiro dia da semana, estão reunidos o Senhor aparece no meio deles e lhes comunica a paz. Mostra-lhes os sinais de seus sofrimentos para lhes dizer que, apesar de seu aspecto glorioso, a memória da paixão não poderá ser deixada de lado, que a glória veio através da cruz.

Estamos no primeiro dia da semana, não nos esqueçamos. Exatamente com esse sentido do novo, do novo pós pascal, isto é, do novo eterno, que não caduca, que não envelhece, Jesus faz a nova criação soprando o Espírito sobre seus seguidores. É uma referência à criação do homem, relatada no cap. 2º, vers. 7 do Gênesis, quando diz que Deus insuflou em suas narinas o hálito de vida e o homem passou a viver. No relato desse fato na tarde pascal, temos a criação da Comunidade Cristã.

A missão é dada logo em seguida: perdoar os pecados e até retê-los, se for o caso. Pecado é aquilo que impede a realização do projeto do Pai, que é a felicidade do ser humano. Ora, perdoar os pecados significa lutar para que os planos de Deus cheguem à sua concretização e, evidentemente, devolvendo àquele que está arrependido de suas ações contrárias a esse plano, a reconciliação.

Pelo batismo e pela crisma fazemos parte dessa comunidade que deve continuar a missão redentora de Jesus. Que honra!

Que nossas ações, seja na família, no trabalho ou no meio dos amigos, colaborem com a alegria e felicidade daqueles que nos cercam. Assim estaremos dando glória a Deus, pois a glória de Deus é a felicidade do homem.

Mensagem do dia... 27/05/2023

 


quinta-feira, 25 de maio de 2023

AGUARDAR O ESPÍRITO SANTO COM MARIA!

Dom Nelson Westrupp, scj
Bispo Emérito da Diocese de Santo André/SP

M
aio é o mês de Maria. Todos os dias deste mês são consagrados e entregues a Ela. Cada dia de maio a Mãe espera receber a nossa devoção filial e carinhosa. Olhando amorosamente para Ela, queremos imitar suas virtudes e dela aprender a conhecer mais e amar melhor seu Filho Jesus.

Graças à sua docilidade completa ao Divino Paráclito, os Apóstolos acudiram a Nossa Senhora para preparar o Pentecostes. Com efeito, todos eles perseveravam unidos em oração com Maria, a Mãe de Jesus (At 1, 14). Sua solicitude materna é indispensável em nossa caminhada na vida cristã. A Virgem Santíssima foi apontada por São João Paulo II como aurora luminosa e guia segura do nosso caminho (NMI, 58).

O Espírito Santo é o primeiro dom da Ressurreição. Ele continuará a obra redentora de Jesus Cristo. Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, vai atualizando na Igreja e na vida de cada batizado os frutos da redenção. Será a alma da Igreja, estará presente e operante nos sacramentos, renovará a face da terra: Eis que faço novas todas as coisas (Ap 21, 5).

A Solenidade de Pentecostes é a grande festa da Igreja nascente. Maria está presente não para receber o Espírito Santo, mas para dá-lo. Está lá como aquela que foi a primeira a receber a plenitude do Espírito Santo, antes da anunciação (cf. Lc 1,26–38) e, depois, no Calvário, quando Jesus, ao morrer, entregou o Espírito (Jo 19,30).

Assim como Maria esteve presente no nascimento e na infância de Jesus, assim também marcou presença materna no nascimento da Igreja.

Podemos dizer ainda que, segundo Lucas, em seu Evangelho e nos Atos dos Apóstolos, Maria esteve presente tanto no nascimento e na infância de Jesus, como também no nascimento e na infância da Igreja. Com isso, o evangelista quis evidenciar a continuidade histórica entre Jesus, nascido de Maria por obra do Espírito Santo, e a Igreja, nascida por obra do Espírito Santo, ainda estando presente Maria.

A Mãe de Jesus e da Igreja está presente, outrossim, na comunidade dos discípulos e discípulas de Cristo, onde quer que haja seguidores e seguidoras do Ressuscitado, onde quer que fiéis cristãos se reúnam em oração comum, à espera do Espírito do Senhor que os faz testemunhas pascais.

A exemplo da Virgem Maria, acolhamos com alegria e docilidade a ação do Espírito Santo em nosso peregrinar na fé, na esperança e na caridade.

Mensagem do dia... 25/05/2023

 


sábado, 20 de maio de 2023

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA A SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR – 21/05/2023

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

C

elebrar a Ascensão de Jesus é celebrar seu modo novo de estar conosco, do Emanuel, Deus Conosco, manifestar-se em nosso meio. Certamente esse modo novo do Senhor se manifestar entre os homens passa pela Comunidade, por suas atitudes que dão continuidade a missão do Senhor e que asseguram a continuidade da construção do Reino de Justiça e de Paz.

O Livro dos Atos dos Apóstolos, do qual é tirada a primeira leitura da solenidade de hoje, nos mostra Jesus dizendo aos seus discípulos que eles receberão o Espírito Santo e que Este os tornará suas testemunhas no mundo inteiro.

O Espírito que os discípulos receberão é o mesmo que esteve presente em Jesus. Os anjos que aparecem após a “subida” de Jesus ao Céu dizem aos discípulos para não ficarem de braços cruzados, mas agirem, isto é, continuarem a missão do Senhor. Os anjos dizem aos discípulos que Jesus vai voltar. Isso nos recorda a parábola contada pelo Senhor em que o patrão quando volta de viagem quer saber de seus servos o que fizeram, qual o produto do trabalho. Os anjos nos recordam a necessidade de deixar de ficar olhando para o céu e colocar mãos à obra, trabalhar!

O Evangelho de Mateus nos fala que o poder que Jesus recebeu do Pai e foi plenificado após sua ressurreição, é dado à Comunidade para que “Vá e faça discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que lhes ordenei!”

Batismo e catequese! Batismo é a consagração, a configuração a Jesus Cristo, o Ungido e a Catequese é a implementação da Justiça. Logo, deveremos levar as pessoas a se configurarem ao Homem Novo, de acordo com o desejo do Pai e, depois, após conscientizá-los, levá-los a praticar a justiça e as bem-aventuranças. E Mateus termina citando a certeza da presença eterna de Jesus ao nosso lado: “Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo!”

A Ascensão de Jesus é a transformação da presença do Emanuel, do Deus Conosco. Sua presença é manifestada não através de uma figura visível, a de Jesus, mas através da ação libertadora praticada pelos membros da Comunidade.

Quando chegar o final dos tempos, a Parusia, veremos a “revelação” do Senhor. Veremos que atrás de cada atitude cristã estava o Redentor – Cristo, o Autor de todo ato de bondade – o Pai, e nos inspirando, o Espírito de Amor.

Mensagem do dia... 20/05/2023

 


quarta-feira, 17 de maio de 2023

Feliz Aniversário, PENHA MACIEL!

 


H

oje é um dia especial, Aniversário da minha amada esposa PENHA MACIEL, e a primeira coisa que fiz hoje foi agradecer a Deus pela sua existência e por fazer parte da minha história. Um dia tão especial como esse tem que ser comemorado com muita alegria, afinal é mais um ano de vida, de experiência, de realizações e de sonhos, portanto, desejo que viva intensamente este dia, que Deus e a Virgem Santíssima estejam sempre ao seu lado, lhe guiando em toda sua trajetória de vida.

Parabéns pelo seu dia...

FELIZ ANIVERSÁRIO!


Mensagem do dia... 17/05/2023

 


sábado, 13 de maio de 2023

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O VI DOMINGO DE PÁSCOA – 14/05/2023

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

N

o Evangelho de hoje, tirado do capítulo 14 de João, temos as derradeiras palavras de Jesus aos seus discípulos. Ele nos aponta o comportamento a ser seguido, o caminho que nos leva a vida. Ele nos coloca sob a tutela do Espírito do Amor, nosso Advogado e que nos trará ao coração tudo aquilo que Ele nos ensinou.

Agir de acordo com o que agrada ao amigo é estar em verdadeira comunhão com ele! Isso se torna realidade quando esse amigo é o Cristo Jesus!

O critério para saber se os cristãos são verdadeiros discípulos de Jesus é a capacidade de um recíproco compromisso pessoal, um indispensável amor mútuo na comunidade e fora dela.

Quando o discípulo ama verdadeiramente, ele faz Deus estar presente. Todo e qualquer sinal de amor é manifestação de Deus.

Temos, como as estrelas, variações na intensidade do brilho. Do mesmo modo, quanto mais nosso amor aos outros for semelhante ao de Deus por nós, mais seremos portadores de seu amor ao mundo. Seremos a epifania de Deus neste mundo.

Na antiga aliança, vemos Deus se manifestar em sinais, hoje, na aliança nova e eterna, o Pai se manifesta ao mundo no cristão que ama Jesus e, por consequência, ama seus irmãos.

Para manifestar o amor de Deus no mundo, para ser sinal de sua presença amorosa, o cristão deverá estar preparado para lutar contra o mal. Essa preparação é feita através da acolhida do Espírito Santo. Será Ele quem dará aos discípulos a força para enfrentar e vencer o Mal. O Mundo verá que o amor de Deus e da Comunidade é mais forte que a morte.

De acordo com o versículo 19, “...o mundo não mais me verá, mas vós me vereis, porque eu vivo e vós vivereis.” A sociedade pecadora matou Jesus, mas ele ressuscitou e se manifesta através das ações de seus discípulos porque esses vivem no Espírito.

Na segunda leitura, tirada da Primeira Carta de Pedro, no cap.3, 18 nos ensina a norma do comportamento cristão: “...Cristo morreu, uma vez por todas, por causa dos pecados, o justo , pelos injustos, a fim de nos conduzir a Deus. Sofreu a morte, na sua existência humana, mas recebeu nova vida pelo Espírito.” Do comportamento de Jesus, do justo morrer pelo injusto, nasceu a vida nova. Deus não sente prazer no sofrimento humano, contudo em sua economia da salvação sabe valorizá-lo. Dele, do sofrimento, nasce o desejo de liberdade e vida. Da aceitação da morte por causa da justiça e do Reino surge a vida definitiva, a passagem deste mundo caduco para o Reino da Justiça e da Paz!

Mensagem do dia... 13/05/2023

 


quinta-feira, 11 de maio de 2023

A DESAGREGAÇÃO DAS ESTRUTURAS FAMILIARES

 

Muito se tem falado e escrito, nesses últimos tempos, sobre o fenômeno da explosão da violência criminal. Todo mundo quer dar a sua opinião a respeito do que estaria provocando o crescimento da violência. Explicações simplistas, como as que têm reduzido o fenômeno da violência à ineficiência policial e à pobreza social, ficam sem respaldo frente aos relatórios que confirmam o atual aumento da violência criminosa em quatro países altamente desenvolvidos. O que, então, estaria promovendo o aumento da violência criminal, tanto em países ricos como pobres?

VOLTANDO O OLHAR PARA A FAMÍLIA

E

mbora tenha estado fora de moda, constata-se que sérios analistas sociais tendem a retroceder e voltar sua ótica para a Família. Uma das hipóteses que outra vez toma vulto é a de que o fenômeno da criminalidade estaria fortemente vinculado à cultura pós-moderna ou pós-industrial. E, todos sabemos, a atual fase da história tem a desestruturação familiar como um marco saliente, ocasionando uma ineficiente socialização da criança, além de outros problemas. Já em 1995, o Conselho das Famílias dos Estados Unidos publicou relatório afirmando que a sociedade americana estaria melhor se mais gente se casasse e permanecesse casada, além de dizer, literalmente, que a "cultura do casamento" ajuda a combater a pobreza e a delinquência juvenil e que a instituição familiar pode até estar em crise, mas nenhuma outra instituição proporcionou uma melhor forma de criar os filhos, no curso da história humana.

        Afinal, o que vem a ser "ESTRUTURA FAMILIAR?” Que quer dizer o analista social, quando se refere à desestruturação familiar como uma das causas da violência criminal?

ESTRUTURA FAMILIAR

estrutura familiar é o conjunto invisível de exigências para o bom funcionamento de uma família e, ao mesmo tempo, é ela que organiza a maneira como os membros de uma família interagem. Uma família estabelece, explícita ou implicitamente, os padrões de como, quando e com quem vai se relacionar. Por exemplo, quando uma mãe diz a seu filho para tomar o seu suco e ele obedece, esta interação entre mãe e filho define quem ela é em relação a ele e quem ele é em relação a ela, naquele contexto e naquele momento. Quando operações semelhantes se repetem, tornando-se um hábito, elas formam um padrão de interação. O conjunto desses padrões de interação constitui a estrutura familiar que, por sua vez, governa o funcionamento dos membros da família. Se, em uma família, historicamente as mulheres lavam a roupa, fica estabelecido, mesmo que implicitamente, que essa é uma tarefa feminina. De tanto repetir esse comportamento, ele vai tornar-se um padrão e vai entrar na lista dos padrões que comporão a estrutura daquela família.

CONCRETAMENTE, O QUE ESTÁ SE DESESTRUTURANDO NA FAMÍLIA?

Quando falamos em desestruturação familiar, estamos querendo dizer que um ou mais padrões de relacionamento familiar estão funcionando inadequadamente. Por exemplo, como se vivencia a autoridade dentro da família, como são estabelecidos e respeitados os limites e a liberdade de cada membro, que importância se dá à expressão do afeto e à convivência familiar, como a família realiza a adaptação às mudanças da sociedade, como lida com a sexualidade, como entende os papéis de cada membro, que valor e que lugar dá aos bens materiais, ao trabalho, à solidariedade, à prestação de serviço, à espiritualidade etc. Dizer que as famílias estão se desestruturando é afirmar que um ou mais desses elementos estão em crise.

FAMÍLIA E SOCIEDADE      

Importa lembrar que a desestruturação familiar e a desestruturação da sociedade são interdependentes e estão vinculadas de tal forma que uma não pode ser entendida como causa simples da outra. Ambas são causa e ao mesmo tempo efeito e interagem constantemente, coproduzindo-se. Isolar a família da sociedade gera falsas análises, tanto de uma como de outra.

Deonira L. Viganó La Rosa é Terapeuta de Casal e Família e membro do Movimento Familiar Cristão do Rio Grande do Sul.

Mensagem do dia... 11/05/2023

 


sábado, 6 de maio de 2023

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O V DOMINGO PASCAL – 07/05/2023

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

O

 caminho se faz caminhando, essa ideia nos é passada pela liturgia de hoje, especialmente pela primeira leitura. Jesus jamais falou em sacerdotes e diáconos, mas em seguidores de sua Palavra, em seus seguidores.

Na leitura dos Atos dos Apóstolos aparece uma situação que exige uma estruturação no serviço aos carentes, concretamente um socorro às viúvas. Para ajudar na solução dessa questão, em clima de oração, é criada a função dos diáconos. Todos têm o dever do anúncio da Palavra e devem estar plenos do Espírito Santo. Anúncio e ação deverão caminhar juntos. A ação é consequência do anúncio e sua expressão concreta.

Seguir Jesus como Caminho, Verdade e Vida é a mensagem central do Evangelho e nos leva a vivenciar a novidade do Amor de Deus por nós, sempre original, descoberto aos poucos e nos plenificando.

Jesus é o Caminho para o Pai. Ele veio do Pai, com o Pai é um e volta para o Pai. Ninguém conhece o Pai a não ser o Filho e ninguém conhece o Filho a não ser o Pai, nos diz o Senhor (cfr Mt 11,27).

Jesus é a Verdade, a revelação autêntica do projeto de Deus, a manifestação visível e encarnada do amor do Pai. A verdade vos libertará (cfr. Jo 8, 32). Em Jesus nos sentimos plenamente livres e amados.

Jesus é a Vida (cfr. Jo 1,4), é a própria ressurreição, a vida eterna, a Vida!

Muitas vezes em nossa vida surge uma novidade, algo com que não contávamos e que precisamos acolher, dar espaço e lugar. Precisamos saber inserir esse inesperado que parece ter vindo para ficar e modificar nosso dia a dia e até nossa própria vida.

De acordo com as leituras de hoje é necessário que sejamos movidos pelo amor, pelo desejo de servir, que recorramos a Deus na oração e que coloquemos em prática aquilo que o Espírito Santo nos orientar. Quando Jesus fala que vai nos preparar um lugar no Céu, ele nos está prestando um serviço.

Na vida cristã o maior é aquele que serve mais. A vida de Jesus foi um eterno serviço, desde o nascimento até a morte, sem deixar de lado a ressurreição e os atos após ela.

É necessário seguir Jesus, Caminho, Verdade e Vida, que se retirava em oração, ouvia o Pai e agia.

Assim, do mesmo modo como fizeram o Senhor e a primeira comunidade, estaremos anunciando que Deus nos ama e está conosco e, através de nossas ações, de nossos serviços, continua criando o mundo.

Mensagem do dia... 06/05/2023

 


quarta-feira, 3 de maio de 2023

A DIFERENÇA ENTRE ÍDOLOS E IMAGENS

Cônego Luiz Geraldo Wanderley Sarmento

É

 importante saber que na bíblia, há uma enorme diferença entre ídolos e imagens. Deus em sua bíblia condenou os ídolos (ex. 32, 1-5), mas ao mesmo tempo mandou fazer imagens. Você acredita? Pois bem, pegue sua bíblia e leia no livro de êxodo 25, 18-22; 37, 7-9. Deus não só mandou fazer imagens de anjos, como também declarou que falaria solenemente para o povo, do meio das duas imagens de querubins (números 7, 8-9; 2 Samuel 6,2).

Além das imagens de anjos, Ele também mandou fazer imagem de uma serpente para o povo olhar para ela (Números 21,4-9), e Jesus reconheceu o valor simbólico dessa imagem que era uma prefiguração da sua morte na cruz (João 3,14).

O templo de Deus, construído ricamente pelo rei Salomão, estava cheio de imagens de escultura e javé se manifestou nesse templo e o encheu de sua glória; (Ezequiel 41, 17-20; 43,4-6). Nesse templo havia até imagens gigantes (I Reis 6,23-35 e 2 Crônicas 3,10-14). “Tinha a serpente de bronze, querubins de ouro, grinaldas de flores, frutos, árvores, leões etc. (Números 21,9; êxodo 25,13; Ezequiel 1,5;10,20; I Reis 6, 1B, 23; Números 8,4).

Depois de termos todas as passagens bíblicas aqui citadas, concluímos que não é ruim termos uma imagem como recordação de um fato ou de uma pessoa a quem amamos. A propósito, até mesmo os nossos irmãos protestantes que tanto nos criticam e nos julgam injustamente têm imagens em suas casas e em suas igrejas, como: a Arca de Noé; de Moisés e o povo de Deus atravessando o Mar Vermelho; da Natureza; Matas e até da própria bíblia.

“É certo que Deus proibiu fazer ídolos, porque o povo correria o risco de adorar a deuses estranhos, como aconteceu no deserto quando o povo abandonou a Javé, fabricou e adorou um Bezerro de Ouro, como se fosse Deus”.

Precisamos, porém, entender que nossas imagens não são ídolos, mas recordações dos nossos irmãos na fé. Ídolo é aquilo que toma o lugar de Deus. Assim, os maiores ídolos de hoje são: o poder, o prazer, as riquezas… quando causam injustiças, exploração, corrupção e morte.

É bom que fique bem claro que nós católicos não adoramos a nenhuma imagem, nenhum objeto e nenhuma pessoa humana, pois a igreja nunca ensinou nem mandou adorar a quem quer que seja; mas sempre ensinou em sua doutrina que devemos adorar unicamente a Deus, que é o Pai, o Filho e o Espírito Santo. “A honra devolvida nas santas imagens é uma veneração respeitosa, não uma adoração. Pois, esta convém unicamente a Deus”.

*Artigo do Cônego Luiz Geraldo Wanderley Sarmento, mais conhecido como “Padre Sarmento”, que por mais de seis décadas - 64 anos, foi pároco da Igreja de São Benedito, no Centro de Maceió, faleceu em 26 de maio de 2013 aos 97 anos.

Mensagem do dia... 03/05/2023