sábado, 26 de junho de 2021

Reflexão para o 13º Domingo do Tempo Comum – 27/06/2021

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

"O Senhor sabe que fazer a vontade do Pai é destruir o Mal e seus sinais. Deus é Vida!" 

O

 tema deste domingo, Vida/Morte, é bastante atual e nos faz refletir sobre nossa postura frente à morte; muitas vezes de conformismo e não de aceitação e, pior, ignorando o instinto mais forte do ser humano que é o de sobrevivência.

         A primeira leitura, Sabedoria 1, 13-15; 2, 23-24, nos fala de modo claríssimo que “Deus não fez a morte” e “fez o homem para a imortalidade e o fez à imagem de sua própria natureza”; ora, Deus é VIDA e o ser humano não só foi criado pela Vida, mas foi criado à imagem da Vida. Por isso a morte não nos é natural, mas uma violência, algo que não estava no programa, nos planos de Deus, “foi por inveja do diabo que a morte entrou no mundo!”, diz o versículo 24, fomos criados para a imortalidade, diz o versículo 23.

         Mesmo que a ciência diga que a morte é natural, que obedece ao ciclo; na visão judaico-cristã, não é; haja vista a ressurreição de Jesus Cristo (não revivificação e nem reencarnação, mas a retomada da vida deixada antes e agora sem os limites chamados humanos) e a promessa de vida eterna contida no bojo do Cristianismo.

         Poderemos, para salvar a proposição da Ciência, dizer que ela se refere a uma visão estritamente material, física, onde existe a alma, mas mortal, sem a dimensão espiritual. Aí já entramos em outro plano que é, exatamente, o da vocação do ser humano, a vida eterna. Como explicar esse desejo de eternidade que existe em nós, esse inconformismo com os limites do tempo, do espaço, limites da vida? A própria Ciência nesse seu afã de procurar esticar ao máximo a vida do ser humano, deseja o quê? A declaração atribuída ao astronauta Yuri Gagarin, ao voltar da primeira viagem que o ser humano fez ao espaço, de que não  encontrara Deus, tenha sido dita ou não por ele, traduz a ideia tida sobre Deus, não só daquelas pessoas de ciência, mas de quase todas as pessoas do mundo. Também os crentes fundamentalistas levaram ao pé da letra a ascensão de Jesus, no sentido de que literalmente subiu aos céus, mas ao céu abóbada celeste e não ao céu dimensão de felicidade eterna. Os Cruzados construíram no Monte das Oliveiras um templo octogonal, em 1200 transformado em mesquita, que na época não havia teto, exatamente para celebrar a subida de Jesus aos céus. Ora, tanto o grupo formado por cientistas, como o dos cruzados, não tinha presente a verdade de que Deus se encontra em outra dimensão. Nesta, em que vivemos agora, é encontrado de outro modo, na oração e em tudo que nos dizem as religiões.

         Após terminar sua Criação, Deus viu que tudo era bom e deu ordem ao ser humano para crescer, se multiplicar e dominar o Criado. Podemos entender que Deus colocou um mundo novinho nas mãos humanas e deu aos humanos, criados à sua imagem e semelhança o poder de dominar, isto é, de transformar a criação, para isso deu a eles inteligência, dons e carismas. Aí encontramos, as artes, as ciências, tudo o que o homem se utiliza para fazer o bem, transformar o Criado e expulsar os limites e a “colher torta” impostos pelo Mal.

         No Evangelho, Marcos 5, 21-43, Jesus é visto como a Vida, a fonte da Vida. Procurado por um pai que deseja a vida para sua filha, sendo tocado por uma mulher que deseja a vida, através da cura da doença de que é portadora, o Senhor confirma que ele é a Vida; ao revivificar a menina, Jesus lhe dá o retorno à vida e mostra que ele é senhor absoluto da vida e da morte; ao curar a hemorroissa, mostrou que também tem poder sobre os efeitos do Mal nas pessoas. Jesus é o verdadeiro homem, criado à imagem e semelhança do Pai, que realiza plenamente o mandato de dominar o Criado e aperfeiçoá-lo. Jesus é Humano, mas também é Divino. Nele se encontram o Céu (da dimensão transcendente) e a terra, toda a dimensão imanente.

         Dentro dessa caminhada na obediência de transformar o mundo, continuar a obra do Senhor em colocar ordem ao caos, São Paulo nos diz em 1Coríntios 15, 26, que “O último inimigo a ser aniquilado será a Morte”. Portanto não aceitar a morte, lutar para vencê-la é um ato de religião, um ato cristão. E se formos aparentemente vencidos por ela, saibamos que ela dá a penúltima palavra, mas a última é dada por Jesus Cristo, o Senhor da Vida, vencedor da morte, do pecado, o grande artífice que concluirá a criação, aperfeiçoando-a e entregando-a ao Pai.

         Jesus, não se incomoda em transgredir duas vezes a Lei; o que quer é fazer a vontade do Pai e esta não está na Lei que proíbe deixar-se tocar por quem tem doença incurável e tocar em um cadáver. Jesus não só consente no toque da hemorroíssa e a cura, como pega na mão da pequena defunta e a traz de novo para sua família. O Senhor sabe que fazer a vontade do Pai é destruir o Mal e seus sinais. Deus é Vida!

Bom dia... 26/06/2021


sábado, 19 de junho de 2021

Reflexão para o 12º Domingo do Tempo Comum – 20/06/2021


Padre Cesar Augusto, SJ
Vatican News

"Logo, o medo, as amarguras de uma vicissitude desgovernada, nada deve e pode nos tirar a paz e enfraquecer nossa paciência, já que sabemos em quem confiamos, no Deus Conosco, Jesus Cristo." 

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 Evangelho extraído de Marcos 4, 35-41 nos recorda bastante nossa vida de hoje, principalmente, quando começa a falar da forte ventania – vv. 37 e 38.

         Vivemos tempos muito difíceis, além da situação de escassez e que vive boa parte da população, o desemprego é uma atroz realidade, famílias inteiras indo morar nas ruas porque não têm como pagar o aluguel, muitas empresas falindo, lojas comerciais sendo fechadas, a população passando fome e tendo outras necessidades, casas de saúde com suas unidades de tratamento intensivo lotadas, pessoas morrendo sem o atendimento hospitalar necessário e sem o amparo afetivo de seus queridos além de vermos milhares de mortos diários, dentre os quais alguns da mesma família. Pessoas queridas, amigos, familiares, artistas, religiosos, sacerdotes, empresários, pessoas comuns, jovens, profissionais, todas essas categorias e muito mais sendo sepultadas sem velório, sem a despedida de seus entes queridos, sem serviço religioso, urnas funerárias contendo sacos de plástico com corpos de pessoas amadas. Aí perguntamos, onde está Deus? “ ...na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro” como está escrito no versículo 38? Essa pergunta onde está Deus, o Papa Bento XVI a fez quando, em Auschwitz, no dia 22 de abril de 2010, comentava os horrores do genocídio originado com o Holocausto Judeu.

         A culpa está na população? mas esta já está bastante sacrificada e acostumada a pagar os desmandos de outros. Vai para o trabalho em ônibus e metrôs superlotados, com tantas notícias falsas já não sabe em quem acreditar e chega a duvidar até da proteção fornecida pela vacina, e vê sua população mais adequada para o trabalho, ficar doente e morrer porque não teve acesso às vacinas, sim, vivemos um tempo caótico, onde as trevas rondam nossas barcas e os ventos fortes e as tempestades nos aterrorizam.

         E gritamos por Deus como fizeram os discípulos na barca. O Papa já implorou bastante a misericórdia de Deus e a intercessão da Virgem, idem nossos líderes religiosos cristãos ou não. Todos clamam ao Supremo Poder.

         A ciência ‘faz das tripas o coração’, podemos dizer.

         O que está acontecendo?

         Ao mesmo tempo em que clamamos ao Senhor que nos livre do mal, sabemos que desde o início, com o pecado de Adão e Eva, nosso mundo foi subvertido e, com ele, a imperfeição entrou no mundo originário do caos. Se quisermos olhar por outro modo, esse caos está desaparecendo também com a ação do ser humano, quando Deus não só viu que tudo era bom, mas deu ao Homem a tarefa de transformar, de dominar o criado e, o domínio das forças da natureza está dentro dessa tarefa, confiada por Deus à criatura feita à sua imagem e semelhança.

         De qualquer modo, o Senhor está conosco, dormindo ou não, isto é, aparentemente permitindo que os ocorrências e fatos sigam o seu curso.

         Mas o Senhor nos dá a sua paz, é o que vemos quando ele dá ordens ao vento e ao mar – cfr v. 39 e sucede uma grande calmaria.

         Por outro lado, a pergunta dos discípulos, “quem é este”? já está respondida na primeira leitura Jó 38, 1.8-11, quando os limites do mar são colocados por Deus. E aí vale a pena abrirmos um espaço para citarmos não apenas Jó, mas de modo especial sua tão famosa paciência. Jó foi um homem justo que perdeu o que possuía, filhos, bens, humilhado pela mulher e amigos, perdeu tudo, menos a fé. Deus tem o poder de prevalecer sua vontade acima de todas as dominações.

         Nossa paciência deve se originar da fé no poder do Senhor. Ele é Deus! Não estamos em uma “canoa furada”; pelo batismo nos entregamos a Ele. Mesmo que haja vítimas e elas existem, não serão eternamente vítimas, o Senhor tem poder não só de dar a vida, mas de dá-la novamente, de ressuscitar. Ele é o Senhor da Vida, não nos esqueçamos. Mesmo a paciência que possuo, não é um fruto meu, de meu trabalho psicológico, mas sim, graça, dom, presente de Deus. É manifestação Dele em mim.

         O que Ele não quer é que sintamos medo, pois isso seria falta de confiança NELE, em Seu poder. Exatamente o sentimento oposto, o amor, a certeza de que nada nos acontecerá para sempre, já que somos amados por Ele, deveria dominar nossa vida, deveria nos fortalecer.

         Na segunda leitura, 2 Coríntios 5, 14-17, temos a revelação do amor de Deus por nós, quando um morreu por todos, para que os vivos não vivam mais para si, mas para Cristo que morreu e ressuscitou por todos. E Paulo adianta que não conhecemos ninguém segundo a natureza humana, pois conhecemos Cristo segundo o espírito, logo se alguém está em Cristo é nova criatura e o mundo velho despareceu. “Tudo agora é novo.”

         Logo, o medo, as amarguras de uma vicissitude desgovernada, nada deve e pode nos tirar a paz e enfraquecer nossa paciência, já que sabemos em quem confiamos, no Deus Conosco, Jesus Cristo.

Bom dia... 19/06/2021


sábado, 12 de junho de 2021

Reflexão para o 11º Domingo do Tempo Comum – 13/06/2021


Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

"Também nós, temos nossos bons desejos e nossas qualidades, mas nada conseguimos fazer para que eles se desenvolvam, a não ser confiar em Deus, em sua Providência"

 

A

s leituras da liturgia deste domingo querem nos mostrar o poder de Deus, de sua palavra. Começamos com a leitura de Ezequiel 17,22-24, nossa primeira leitura em que Deus faz uma intervenção e é claro, dá certo.  O Senhor tira um galho da copa de um cedro e planta esse broto em um monte bem elevado. O resultado será um cedro majestoso que abrigará pássaros e seus ninhos. Vemos aí o desejo de um povo novo, uma nova sociedade, com seus valores antigos (o galho e o broto), mas plantado em outro local (no alto, mais próximo Dele e afastado do comum, do meramente material).

         Também nós, quantas vezes não somos arrancados e levados para lugar mais próximo ao coração de Deus? Ser arrancado dói, levanta poeira, e ao sermos transplantados, ficamos, durante um pequeno tempo, murchos, mas o carinho e a proximidade de Deus nos traz nova vida e reflorescemos como nunca!

         O Evangelho, Marcos 4, 26-34, nos mostra, em sua primeira parte, a força, a pujança de Deus, que faz a semente germinar, sem qualquer concurso humano (o agricultor está dormindo, enquanto o divino Agricultor age dentro da semente).

         Também nós, temos nossos bons desejos e nossas qualidades, mas nada conseguimos fazer para que eles se desenvolvam, a não ser confiar em Deus, em sua Providência. Na hora certa, agimos corretamente porque o Senhor ouviu nossas preces, sondou nosso coração e deu o vigor necessário a todos os nossos dons e carismas. Aí brilhamos como nunca, nossos frutos aparecem e são consumidos pela sociedade! É Deus agindo em nós!

         A segunda leitura tirada da 2ª Carta aos Coríntios 5, 6-10, pode nos levar à visão equivocada de desprezo e desvalorização do corpo. Ora, o corpo foi criado por Deus e somos seres humanos e não anjos, puros espíritos. O corpo é essencial ao homem, por isso a ressurreição. Não existe homem sem corpo. No primeiro capítulo dessa Carta aos Coríntios, Paulo fala no capítulo 6, versículo 14: “Mas o corpo  não é para a fornicação e, sim, para o Senhor, e o Senhor é para o corpo.” E no cap 15, 42: “...semeado corruptível, o corpo ressuscita incorruptível; semeado desprezível, ressuscita reluzente de glória; semeado na fraqueza, ressuscita cheio de força; semeado corpo psíquico, ressuscita corpo espiritual.”

         Concluindo nossa reflexão, tomamos como frase síntese o versículo 7 da segunda leitura: “...pois caminhamos na fé e não na visão clara.” Desde o momento em que o Senhor nos podou e nos colocou em outro local, com o objetivo que déssemos muitos frutos para alimento do Reino e, com isso, o ampliássemos ao máximo, nosso ser já pertencente ao Senhor, passou a trazer em si, como o trazia Paulo, as marcas da evangelização no corpo (lacerações, rugas, cicatrizes, etc) que não enfearam nosso corpo, mas o embelezaram com as marcas da paixão de Jesus Cristo!

Bom dia... 12/06/2021


sábado, 5 de junho de 2021

Reflexão para o 10º Domingo do Tempo Comum – 06/06/2021


Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

"Jesus mandou dar a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus, (Marcos 12, 13-17) ora todo o nosso ser, corpo e espírito pertence a Deus e um corpo, mesmo marcado pela doença e velhice, é vivificado pela alma que está plena de sabedoria e sempre jovem".

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 primeira leitura (Gênesis 3, 9-15) nos fala do primeiro pecado, o de nossos pais Adão e Eva e, da misericórdia de Deus em não só perdoar, mas dar a toda a Humanidade um Salvador.

         Vemos na reação de Adão e de Eva, aquilo que fazemos sempre quando a consciência nos pesa, nos escondemos da autoridade ou fugimos de sua presença porque nos sentimos nus, descobertos e nossa fragilidade é exposta, não temos mais a proteção de algo, mesmo que seja uma roupa rala, ou uma mentira com pernas curtíssimas. Por outro lado, não assumimos nossas culpas, nossas responsabilidades e até procuramos dividi-la com alguém, no caso de nossa perícope, Adão procura dividi-la com o próprio Deus (a mulher que tu me deste por companheira); Adão joga a culpa na mulher que lhe foi dada como companheira pelo próprio Deus, não foi uma boa companheira, pois o levou a transgredir a proibição de não comer o fruto da árvore.

         Por outro lado, deixemos de lado a ação humana e vejamos a beleza, a bondade e o amor do Senhor que, imediatamente nos promete um Salvador. As descendências da mulher e da serpente serão inimigas porque o Mal, simbolizado pela serpente, fez o que podia para impedir o bom relacionamento entre Deus e o ser humano, o MAL meteu sua colher torta, como dizemos, mas Deus, todo Amor e Poder, no ato, anuncia a reintegração do ser humano em seu ninho de Amor. E a descendência da mulher – Cristo – lhe ferirá a cabeça, destruirá o mal, o pecado, a morte eterna e a descendência da serpente, o Mal ferirá o calcanhar da descendência da mulher, ou seja, fará o Cristo sofrer a paixão e morrer na cruz. Mas vitória será do Ressuscitado, sem dúvida e seu triunfo será eterno, por todos os séculos dos séculos.

         Portanto, nossa vitória já está assegurada, basta darmos sempre o sim resposta ao sim proposta de Deus. No batismo é dado o Sim radical, confirmado por cada sim dito através de nossa vida, seja curta ou longa e coroado pelo Sim definitivo dado na hora da passagem desta vida para a outra.

         A segunda leitura, tirada de 2 Coríntios 4, 13-5,1, fala no versículo 16: “...Mesmo se o nosso homem exterior se vai arruinando, o nosso homem interior, pelo contrário, vai-se renovando dia a dia.” Não deveremos nos preocupar ou nos amedrontar com os sinais de velhice e de morte que a idade e doenças trazem ao nosso corpo, mas com aquilo que é eterno, de Deus, o interior, a alma, a psique, o espírito. Jesus mandou dar a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus, (Marcos 12, 13-17) ora todo o nosso ser, corpo e espírito pertence a Deus e um corpo, mesmo marcado pela doença e velhice, é vivificado pela alma que está plena de sabedoria e sempre jovem, madura, sem sinais de caduquice, tendo superado as vicissitudes do dia a dia.

         No Evangelho, Marcos 3, 20-35, vemos os parentes de Jesus, sua mãe e familiares, vindo para socorre-lo porque corria a notícia de que ele estava fora de si, na verdade, era tanto trabalho que nem sobrava tempo para se alimentar e fazia coisas muito extraordinárias e diferentes, na visão da multidão. Também nós, não entendemos como alguém como nós consegue superar a fome e o cansaço e trabalha sem parar fazendo coisas extraordinárias. Atribuímos a essa pessoa poderes adquiridos de modo ilícito ou, no mínimo, o uso de drogas. Não aceitamos sua capacidade e seu modo de ser superior ao comum dos mortais. Ele é um dos nossos e precisamos de descanso e de comida. Como ele fica sem comer e sem descansar e faz coisas insuperáveis? Não pode ser, “aí tem!”, costuma-se dizer de coisas inexplicáveis, mas que duvidamos.

         Nos versículos 28 e 29, especialmente neste último, as palavras de Jesus nos deixam claro o que ele pensa da má vontade para entender o óbvio. As ações boas realizadas por pessoas boas, são credíveis e sua autoria vem do Bem, de Deus; o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus e, mais tarde, alguns foram batizados e receberam o Espírito Santo.  Se comumente falamos que “filho de peixe, peixinho é”, ser filho do Altíssimo, do Bem, do Amor, só poderá realizar o bem e suas boas ações não podem ser creditadas ao Mal.  E dentre todas essas ações se destacam aquelas realizadas pelo desejo de libertar algum irmão do jugo do poder das trevas. Aí o Senhor fala da incoerência de um Reino dividido contra si mesmo. Deus, o Sumo Bem não faz pacto com o Mal. Pensar o contrário é insultar o próprio Deus. Finalmente, o Senhor mostra a sua nova família, não são os que o querem retirar da prática das boas ações, mas aqueles que “estão sentados ao seu redor”, isto é, aqueles que comungam com ele no ato de fazer o bem, de fazer a vontade do Pai e, nisso, Maria se destaca grandemente. Ela disse na Anunciação (Lc 1, 38), “eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra.” E a boa nova de Gênesis 3,15 se realiza!

Bom dia... 05/06/2021