Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News
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tema desta liturgia é aliança de Deus para com
o ser humano, sempre renovada para melhor, e o homem que deverá se entregar
totalmente ao Senhor.
Na
primeira leitura extraída de Jeremias 31, 31-34, o Senhor promete
nova aliança com a Casa de Israel e com a Casa de Judá. Será uma aliança
arraigada nas entranhas e no coração do povo. Não será mais necessário procurar
conhecer o Senhor, pois Ele será mais presente no íntimo da pessoa, que seu
próprio eu; por outro lado o Senhor promete perdoar as maldades e não se
lembrar mais dos pecados. De fato, parece uma nova criação, a ponto de o Salmo
Responsorial ser o Salmo 50 (51), “criai em mim um coração que
seja puro, dai-me de novo um espírito decidido”!
A
repercussão de tal gesto do Senhor, veremos no Evangelho do dia, tirado de João
12,20-33, onde Jesus fala da necessidade de desapegar-se da própria vida para
salvá-la, usando a metáfora do grão de trigo que precisa morrer para dar
frutos.
Ora,
sabemos que o instinto de sobrevivência é o mais forte de todos os demais, logo
será contra esse instinto, colocado em nós pelo próprio Senhor, que devo
destruir? Não, não é isso que o Senhor nos pede, mas não absolutizar, mas
inteligentemente relativizá-lo, sabendo que, na vida, existem elementos
superiores a ele.
Saber
que a dignidade humana, o direito a uma vida com suas necessidades satisfeitas,
está acima de qualquer valor, pois esse é o valor máximo! E a cada “decisão”
vou abnegando valores secundários para servir e seguir o valor absoluto, Jesus
Cristo, a verdadeira Vida, a eterna!
O
próprio Jesus deverá fazer seu discernimento e decidir. Ele sabe que a cruz é
uma realidade e que está em seu horizonte. Sua vontade é pedir: ”Pai,
livra-me desta hora!”, mas ele tem consciência de que “foi
precisamente para esta hora que eu vim.” Portanto, o Senhor se abnega
por um valor maior, fazer a nova e eterna aliança do povo com o Pai, mesmo
sabendo que isso seria sua sentença de morte.
O
grão de trigo cai na terra, morre e dá frutos maravilhosos, ele ressuscita! Com
sua ressureição, todos nós também ressuscitamos, usufruímos da aliança
realizada pelo Senhor com o Pai.
Quais
são as renúncias que devemos fazer em nossa vida? Como seguirei e servirei o
Senhor. “Se alguém me quer servir, siga-me, e onde eu estou, estará
também o meu servo.”
Aí
entra a Carta aos Hebreus 5, 7-9, nossa segunda leitura. Ela nos
fala da obediência, da obediência de Cristo ao Pai, que lhe pediu a entrega
absoluta, em nosso favor, em favor da nova e eterna aliança.
Diz
o autor da Carta: “Mas, na consumação de sua vida, tornou-se causa de
salvação eterna para todos os que obedecem”.
Concluindo,
os que aceitam a liderança de Cristo, aprenderam a fazer a “decisão”,
abnegando sua vida em favor do Reino, em favor de outras pessoas, no seguimento
do Senhor até sua doação extrema,
obedecem e participam da nova e eterna aliança do Pai, em Jesus Cristo,
anunciando a misericórdia de Deus.
Como
está minha capacidade de entrega, de amar sem limites?
Os “gregos” que buscam ver Jesus, podem encontrá-lo, visualizá-lo em mim?
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