"Também nós, temos nossos bons desejos e nossas qualidades,
mas nada conseguimos fazer para que eles se desenvolvam, a não ser confiar em
Deus, em sua Providência"
A |
s leituras da liturgia deste domingo
querem nos mostrar o poder de Deus, de sua palavra. Começamos com a leitura de
Ezequiel 17,22-24, nossa primeira leitura em que Deus faz uma intervenção e é
claro, dá certo. O Senhor tira um galho
da copa de um cedro e planta esse broto em um monte bem elevado. O resultado
será um cedro majestoso que abrigará pássaros e seus ninhos. Vemos aí o desejo
de um povo novo, uma nova sociedade, com seus valores antigos (o galho e o
broto), mas plantado em outro local (no alto, mais próximo Dele e
afastado do comum, do meramente material).
Também
nós, quantas vezes não somos arrancados e levados para lugar mais próximo ao
coração de Deus? Ser arrancado dói, levanta poeira, e ao sermos transplantados,
ficamos, durante um pequeno tempo, murchos, mas o carinho e a proximidade de
Deus nos traz nova vida e reflorescemos como nunca!
O
Evangelho, Marcos 4, 26-34, nos mostra, em sua primeira parte, a força, a
pujança de Deus, que faz a semente germinar, sem qualquer concurso humano (o
agricultor está dormindo, enquanto o divino Agricultor age dentro da semente).
Também
nós, temos nossos bons desejos e nossas qualidades, mas nada conseguimos fazer
para que eles se desenvolvam, a não ser confiar em Deus, em sua Providência. Na
hora certa, agimos corretamente porque o Senhor ouviu nossas preces, sondou
nosso coração e deu o vigor necessário a todos os nossos dons e carismas. Aí
brilhamos como nunca, nossos frutos aparecem e são consumidos pela sociedade! É
Deus agindo em nós!
A
segunda leitura tirada da 2ª Carta aos Coríntios 5, 6-10, pode nos levar à
visão equivocada de desprezo e desvalorização do corpo. Ora, o corpo foi criado
por Deus e somos seres humanos e não anjos, puros espíritos. O corpo é
essencial ao homem, por isso a ressurreição. Não existe homem sem corpo. No
primeiro capítulo dessa Carta aos Coríntios, Paulo fala no capítulo 6,
versículo 14: “Mas o corpo não é
para a fornicação e, sim, para o Senhor, e o Senhor é para o corpo.” E
no cap 15, 42: “...semeado corruptível, o corpo ressuscita incorruptível;
semeado desprezível, ressuscita reluzente de glória; semeado na fraqueza,
ressuscita cheio de força; semeado corpo psíquico, ressuscita corpo
espiritual.”
Concluindo
nossa reflexão, tomamos como frase síntese o versículo 7 da segunda leitura: “...pois
caminhamos na fé e não na visão clara.” Desde o momento em que o Senhor
nos podou e nos colocou em outro local, com o objetivo que déssemos muitos
frutos para alimento do Reino e, com isso, o ampliássemos ao máximo, nosso ser
já pertencente ao Senhor, passou a trazer em si, como o trazia Paulo, as marcas
da evangelização no corpo (lacerações, rugas, cicatrizes, etc) que não
enfearam nosso corpo, mas o embelezaram com as marcas da paixão de Jesus
Cristo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Informe sempre no final do seu comentário o seu nome e a sua Cidade.