sábado, 27 de julho de 2019

XVII Domingo do Tempo Comum - “PAI NOSSO”




Dom Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília

O
 texto do Evangelho segundo Lucas, hoje proclamado, inicia-se com uma afirmação fundamental para compreender o que se passa a seguir: “Jesus estava rezando”. São muitas as situações em que Jesus reza, conforme os Evangelhos.  O exemplo de Jesus leva os discípulos a quererem aprender a rezar, segundo o pedido de um deles: “Senhor, ensina-nos a rezar” (Lc 11,1).

Em resposta, Jesus lhes ensina a oração que nós denominamos “Pai Nosso”. Contudo, junto com as palavras que nos ensina a dizer ao Pai, ele também ensina as atitudes que devem acompanhar a oração, especialmente, a confiança e a perseverança em Deus, bem como, o amor ao próximo, que se expressa no perdão. Não se pode rezar o Pai Nosso de qualquer jeito, apenas repetindo palavras. É preciso rezar com o coração e atitudes de filhos e de irmãos, pois não se pode aceitar a Deus como pai e rejeitar os irmãos. Filhos que confiam no Pai; filhos que fazem a vontade do Pai; filhos que permanecem fiéis ao Pai e, por isso, procuram viver fraternalmente como irmãos. Procuremos rezar, de coração, a oração que o Senhor nos ensinou, nas diversas situações da vida, em meio a alegrias ou dores. Jesus se dirigiu ao “Pai” também na hora da paixão, no jardim das oliveiras e na própria cruz.

É importante recordar-se sempre que foi de Jesus que recebemos esta belíssima oração, através da Igreja. Por meio do Pai Nosso, nós manifestamos a graça de pertencer à família dos filhos de Deus, reconhecendo-o como Pai e, ao mesmo tempo, aceitando os outros como irmãos. Pelo batismo, ingressamos na Igreja e passamos a chamar a Deus como Pai nosso. Por isso, é preciso revalorizar o batismo e a nossa pertença à Igreja. Na segunda leitura, a Carta de São Paulo aos Colossenses (Col 2,12-14) fala do batismo como sendo a nossa participação na morte e ressurreição de Cristo, como passagem da morte do pecado à vida em Cristo, graças à sua vitória pascal. A oração de Abraão, verdadeiro diálogo com Deus, apresentado na primeira leitura (Gn 18,20-32), faz-nos pensar na importância de orar não somente por si.

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