Dom Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
E
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stamos
nos aproximando do NATAL DE JESUS. A Liturgia da Palavra nos apresenta a
figura de José, esposo de Maria, humilde carpinteiro de Nazaré, que “era
justo”, o que significa “santo”. Por isso, mesmo sem entender tudo o
que se passava com Maria, ele diz o seu “sim” a Deus. A narrativa se
conclui afirmando que “José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado” (Mt
1,24).
Além
de ser modelo de fidelidade, por cumprir fielmente a palavra de Deus, José
mostrou ser um marido que ama a sua esposa. Ao invés de denunciar Maria, por
estar grávida antes de viverem juntos, o que segundo as leis daquele tempo
poderia levá-la ao apedrejamento, ele preferiu abandoná-la em segredo (Mt
1,19). Contudo, Deus veio em seu auxílio, ajudando-o a compreender o que se
passava e a cumprir a sua missão. Ao aceitar Maria como esposa, José acolheu
também a Jesus, de quem cuidou paternalmente. A profecia de Isaías, proclamada
na primeira leitura, se cumpria através do “sim” de Maria, contando
também com o “sim” de José: “Eis que uma virgem conceberá e dará à
luz um filho e lhe porá o nome de Emanuel” (Is 7,14), “o que
significa Deus está conosco”, explica o Evangelho segundo Mateus (Mt
1,23). Além da expressão “Emanuel”,
a origem divina de Jesus é ressaltada pela repetida afirmação de que ele foi
concebido pelo Espírito Santo.
Na
Carta aos Romanos, S. Paulo testemunha a grandeza da graça de Deus na sua vida,
reconhecendo que o seu apostolado é dom de Deus e que também nós somos “chamados
a ser discípulos de Jesus Cristo” (Rm 1,6). Para tanto, a
liturgia das missas do Advento tem nos convidado a abrir as portas para que o
rei da glória possa entrar, conforme o Salmo 23. Deus conta também com o nosso “sim”,
assim como, ele contou com Nossa Senhora, S. José e com o apostolo S. Paulo.
Estamos
chegando ao final do Advento. É importante pensar como está a nossa preparação
para o Natal de Jesus. A preocupação com festas ou presentes não pode ofuscar
ou substituir o verdadeiro sentido do NATAL DO SENHOR, nem a devida
preparação espiritual. Para que o Natal seja o “NATAL DO SENHOR” é
preciso que a preparação seja feita de oração, escuta da Palavra de Deus,
participação na eucaristia e amor fraterno. Participe da missa no Natal. Procure
testemunhar a razão maior da alegria natalina: o menino Jesus, Deus-conosco!
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