Dom Sergio da
Rocha
Cardeal
Arcebispo de Brasília
C
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oncluindo o Tempo do Natal, a Igreja celebra a FESTA DO BATISMO DO SENHOR. O
Evangelho segundo Mateus, hoje proclamado, narra o fato que motiva esta festa
litúrgica. Trata-se de um momento decisivo da manifestação de Jesus Cristo ao
mundo, como Filho de Deus Salvador e Messias-Servo. Embora o testemunho de João
Batista a respeito de Jesus fosse muito importante, o Evangelho enfatiza o
testemunho maior do Espírito e do Pai, revelando quem é Jesus Cristo.
Neste
Tempo de Natal, podemos afirmar que no Batismo do Senhor ocorre um
prolongamento da Epifania, há pouco celebrada, isto é, uma espécie de “segunda
Epifania”, despertando em nós a fé em Jesus Cristo. Os dois momentos de
manifestação de Jesus Cristo como Salvador são marcados pela simplicidade,
assumindo ele inteiramente a nossa condição humana. No nascimento, através da
fragilidade de uma criança envolta em faixas e deitada na humilde manjedoura;
no Batismo, ao se colocar no meio do povo pecador que se aproximava de João
Batista em busca de conversão.
Em
Jesus Cristo, cumpre-se plenamente a profecia de Isaías sobre o “Servo”
eleito e amado por Deus, no qual repousa o Espírito. Meditamos, hoje, o
primeiro dentre os quatro cânticos de Isaías a respeito do Servo de Javé e de
sua missão. O que Isaías anuncia aplica-se a Jesus, segundo o relato do
Evangelho: “Eis o meu servo – eu o recebo; eis o meu eleito – nele se
compraz minha alma; pus meu espírito sobre ele” (Is 42,1).
No
nosso Batismo, o amor do Pai também se faz sentir, acolhendo a cada um de nós
como seu “filho amado”. O Batismo cristão é oferecido a todos e não
apenas ao povo da Antiga Aliança. O apóstolo Pedro reconhece que “Deus não
faz distinção entre as pessoas” (At 10,34). Por isso, os que clamam
a Deus como Pai querido são chamados a reconhecer e a tratar a todos como
irmãos.
Aproveitemos
esta festa litúrgica para agradecer a Deus a graça do Batismo recebido e para
refletir a respeito de nossa vida batismal, a ser vivida com maior empenho
durante este ano, através da participação na Igreja e do testemunho cristão
cotidiano. Valorizar o Batismo implica também em ajudar os que não são
batizados a acolherem a graça do Batismo e motivar os pais a batizarem seus filhos.
É necessário dar maior atenção aos que receberam o batismo, mas não seguem a
Cristo, nem participam da vida da Igreja. É cada vez mais importante, em nossos
dias, testemunhar a fé em Cristo, com simplicidade e coragem, buscando sempre
com a graça de Deus.
Belíssimas reflexões!
ResponderExcluirA cada domingo tenho o compromisso de visitar este blog para refletir sobre a liturgia do domingo.
Tony (Brasileiro, mas atualmente em Lisboa, Portugal)