Dom Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
N
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os
Domingos do Tempo Comum, a cada ano, a Igreja proclama um dos Evangelhos
sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas). Neste ano, temos a oportunidade de
ler e meditar, com a Igreja, o Evangelho segundo Mateus, que será lido em
sequência, exceto nos domingos em que ocorrem solenidades com leituras
próprias. Começa-se pelo capítulo 4º, com Jesus anunciando o Evangelho e
chamando os seus primeiros discípulos, uma vez que os textos anteriores são
proclamados em outros tempos litúrgicos. Por isso, neste ano, faça com especial
atenção a leitura orante do Evangelho segundo S. Mateus.
O
texto proclamado, neste domingo, nos convida a seguir a Cristo, imitando os
seus primeiros discípulos. O cristão deve ser reconhecido como verdadeiro
discípulo de Cristo. A palavra de Jesus é dirigida também a nós. A narrativa de
Mateus ressalta o plural “sigam-me”, fazendo-nos pensar na importância
de seguir a Jesus juntos, aceitando fazer parte do grupo dos discípulos, da
comunidade dos que vivem da fé em Cristo. Embora a resposta ao chamado seja
pessoal, nós seguimos a Jesus juntos, como discípulos em comunhão. Na segunda
leitura, São Paulo destaca justamente a unidade que deve reinar na comunidade
cristã, exortando os coríntios a “não admitir divisões” entre eles, mas
a serem “bem unidos e concordes no pensar e no falar” (1 Cor 1,10).
O
Evangelho proclamado se abre com o anúncio de que em Jesus se cumpriu a
profecia de Isaías: “o povo que vivia nas trevas viu uma grande luz e
para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz” (Mt
4,16). O discípulo faz parte deste novo povo que vence as trevas e caminha
na luz de Cristo; por isso, responde à palavra de Jesus: “Convertei-vos,
porque o Reino dos Céus está próximo” (Mt 4,17). A conversão
implica em mudança de mentalidade e de rota para retornar a Deus. Entretanto, o
discipulado não se reduz a deixar pecados, incluindo também a renúncia de bens,
conforme a atitude dos discípulos que deixaram redes, barca e família.
Todo
verdadeiro discípulo torna-se também um missionário, devendo partilhar com os
outros o dom recebido. Os discípulos passaram a seguir Jesus que “andava por
toda a Galileia”, anunciando o Evangelho e indo ao encontro dos enfermos e
sofredores (Mt 4,23). A Igreja necessita de discípulos que sejam
verdadeiros missionários, testemunhando o Evangelho na vida cotidiana e
participando da ação missionária na sua comunidade. Cada Paróquia é chamada a
ser uma comunidade missionária. Para tanto, necessita de uma participação maior
dos seus membros na ação pastoral e missionária.
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