Pe. Francisco Cornélio Freire
Rodrigues
Diocese de Mossoró-RN
Folheto litúrgico "Deus
Conosco"
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a celebração desta QUARTA-FEIRA DE CINZAS, iniciamos a QUARESMA, tempo especial no qual somos
chamados de modo intenso a trilhar um caminho de conversão, tendo em vista a
necessidade de viver reconciliados com Deus e, assim não apenas celebrarmos,
mas, sobretudo, gozarmos os dons pascais. Por sinal, conversão e reconciliação,
as palavras-chave da espiritualidade quaresmal, são bem evidenciadas pela
liturgia de hoje.
Através
do profeta Joel, na Primeira Leitura, ouvimos o apelo do Senhor a nos voltarmos
para Ele com todo o nosso ser, principalmente com um coração sincero, pois como
são grandes a sua compaixão, bondade e misericórdia. Ele perdoa sempre aqueles
que a Ele se voltam. Na mesma linha, a Segunda Leitura apresenta a exortação do
apóstolo Paulo à reconciliação com Deus como uma oportunidade que não pode
passar despercebida, pois é esse o tempo favorável e, por isso, a conversão não
pode ser adiada, a oportunidade não pode ser desperdiçada.
E
para alcançar a conversão e a reconciliação com Deus, a Igreja continua a
indicar algumas práticas imprescindíveis, como a esmola, a oração e o jejum,
costumes já praticados no judaísmo e aconselhados por Jesus, como indica o
Evangelho de hoje, porém, numa nova perspectiva: que tudo seja feito para
agradar a Deus, e não para ganhar a recompensa dos homens.
Para
Jesus, o importante é a atitude interior de conversão a Deus. Os cristãos não
podem agir buscando reconhecimento humano, nem se deixar levar pelas
aparências.
O
bem praticado não pode ter como fim a obtenção de méritos (reconhecimento) e
aplausos, como pretendiam os fariseus. O cristão pratica jejum agradável a Deus
quando renuncia ao egoísmo, ao ódio, à injustiça, enfim, quando age para tornar
o mundo mais propício à vida em plenitude, promovendo a verdade, praticando a
justiça, amando ao próximo e ajudando-o em suas necessidades.
Enfim,
o jejum agradável a Deus é a luta pela construção de um mundo sem hipocrisia,
sem injustiças e pleno de amor. E a Quaresma é o tempo favorável para
refletirmos e nos reconduzirmos a esse caminho.
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