quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

REFLEXÃO LITÚRGICA DA SOLENIDADE DA QUARTA-FEIRA DE CINZAS




Pe. Francisco Cornélio Freire Rodrigues
Diocese de Mossoró-RN
Folheto litúrgico "Deus Conosco"

C
om a celebração desta QUARTA-FEIRA DE CINZAS, iniciamos a QUARESMA, tempo especial no qual somos chamados de modo intenso a trilhar um caminho de conversão, tendo em vista a necessidade de viver reconciliados com Deus e, assim não apenas celebrarmos, mas, sobretudo, gozarmos os dons pascais. Por sinal, conversão e reconciliação, as palavras-chave da espiritualidade quaresmal, são bem evidenciadas pela liturgia de hoje.

Através do profeta Joel, na Primeira Leitura, ouvimos o apelo do Senhor a nos voltarmos para Ele com todo o nosso ser, principalmente com um coração sincero, pois como são grandes a sua compaixão, bondade e misericórdia. Ele perdoa sempre aqueles que a Ele se voltam. Na mesma linha, a Segunda Leitura apresenta a exortação do apóstolo Paulo à reconciliação com Deus como uma oportunidade que não pode passar despercebida, pois é esse o tempo favorável e, por isso, a conversão não pode ser adiada, a oportunidade não pode ser desperdiçada.

E para alcançar a conversão e a reconciliação com Deus, a Igreja continua a indicar algumas práticas imprescindíveis, como a esmola, a oração e o jejum, costumes já praticados no judaísmo e aconselhados por Jesus, como indica o Evangelho de hoje, porém, numa nova perspectiva: que tudo seja feito para agradar a Deus, e não para ganhar a recompensa dos homens.

Para Jesus, o importante é a atitude interior de conversão a Deus. Os cristãos não podem agir buscando reconhecimento humano, nem se deixar levar pelas aparências.

O bem praticado não pode ter como fim a obtenção de méritos (reconhecimento) e aplausos, como pretendiam os fariseus. O cristão pratica jejum agradável a Deus quando renuncia ao egoísmo, ao ódio, à injustiça, enfim, quando age para tornar o mundo mais propício à vida em plenitude, promovendo a verdade, praticando a justiça, amando ao próximo e ajudando-o em suas necessidades.

Enfim, o jejum agradável a Deus é a luta pela construção de um mundo sem hipocrisia, sem injustiças e pleno de amor. E a Quaresma é o tempo favorável para refletirmos e nos reconduzirmos a esse caminho.

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