Cardeal Dom Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
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stamos para celebrar as
solenidades da Ascensão do Senhor e de Pentecostes nos próximos domingos do Tempo
Pascal. O Evangelho, hoje proclamado, nos prepara para essas grandes
celebrações pascais, recordando-nos a promessa de Jesus de não deixar “órfãos”
os seus discípulos, ao retornar para o Pai, enviando-lhes o Espírito Santo, o “defensor”
que permanece sempre com os discípulos, o “Espírito da verdade”, que
estará “junto” dos discípulos e “dentro” deles (Jo 14,16-17).
Para receber a manifestação de Jesus e acolher o dom do Espírito, somos
convidados a acolher e observar os seus mandamentos.
Desde o início deste
tempo litúrgico, temos sido motivados não apenas a celebrar, mas também a viver
a Páscoa que celebramos. Por isso, a promessa de Jesus, já cumprida, se dirige
também a nós. A nós, hoje, o Senhor promete não nos deixar sozinhos e nos
oferece o dom do Espírito da verdade, o defensor. Nós somos agraciados com a
presença do Ressuscitado e com o dom do seu Espírito. A esses dons respondemos
com o louvor e com o cumprimento de sua Palavra.
Contudo, os mistérios
pascais que celebramos não ficam apenas no interior dos templos ou da
comunidade cristã. Toda a terra deve aclamar a Deus e cantar salmos a seu nome
glorioso, conforme o Salmo 65. Para tanto, é preciso testemunhar o Evangelho a
todos, como fez corajosamente Filipe, na Samaria (At 8,5).
A primeira carta de São
Pedro nos alerta: “estai sempre prontos a dar a razão da vossa esperança a
todo aquele que pedir” (1Pd 3,15). A fé celebrada se transforma em
fé vivida e testemunhada no mundo, também entre aqueles que não creem em
Cristo. Entretanto, isso deve ser feito “com mansidão e respeito e com boa
consciência”. Para que a missão evangelizadora da Igreja continue a se
cumprir, no mundo de hoje, necessitamos de cristãos com o coração missionário
e, acima de tudo, precisamos do Espírito de Deus para nos iluminar e tornar
fecundo o trabalho evangelizador.
Neste tempo difícil de
pandemia, nós somos convidados a testemunhar a fé, através do amor e da
solidariedade com os que mais sofrem, sendo portadores da esperança que tem sua
razão de ser em Cristo Ressuscitado. A oração
e a meditação da Palavra de Deus, tão necessárias o ano todo, tornam-se ainda
mais importantes, neste momento. Por isso, organize a sua vida cotidiana para
poder rezar mais e melhor.
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