Dom
José Aparecido Gonçalves de Almeida
Arquidiocese
de Brasília - DF
N |
este Domingo vibramos
na feliz esperança da ressurreição e da participação no Banquete do Cordeiro.
No seu grande apocalipse, Isaías anuncia que o Senhor dos exércitos, após o
juízo sobre a humanidade infiel à antiga aliança, preparará “para todos os
povos, um banquete de ricas iguarias, regado com vinho puro, servido de pratos
deliciosos e dos mais finos vinhos” (Is 25,6), libertando-os de toda
cadeia. Este banquete é prefiguração da Eucaristia e do Banquete escatológico
antecipado na história pela mesma Eucaristia.
Esta
promessa escatológica não nos livra das dificuldades da vida presente. Na
segunda Leitura, São Paulo confidencia: “Eu aprendi o segredo de viver em toda
e qualquer situação, estando farto ou passando fome, tendo de sobra ou sofrendo
necessidade. Tudo posso naquele que me dá forças” (Flp 4,12-13). Cheio
de gratidão, ele glorifica o Deus providente, que o sustém pelas mãos generosas
dos irmãos, e nos conforta na esperança da vida eterna.
Ao
dar este banquete, “o Senhor Deus eliminará para sempre a morte, e enxugará as
lágrimas de todas as faces” (Is 25,8). Paulo aludirá a esta promessa
afirmando que a ressurreição de Cristo comportou a vitória definitiva sobre a
morte (cf. 1Cor 15,54-55). João dela se lembrará ao anunciar a salvação
que o Cordeiro morto e ressuscitado trará, enxugando toda lágrima e destruindo
a morte, a dor e todo pranto (cf. Ap 21,4 e 7,17). Ao pedir que Deus
receba os mortos no Seu Reino, a Igreja assume esta esperança: “Unidos a eles,
esperamos também nós saciar-nos eternamente da vossa glória, quando enxugardes
toda lágrima dos nossos olhos. Então, contemplando-vos como sois, seremos para
sempre semelhantes a vós e cantaremos sem cessar os vossos louvores” (Oração
Eucarística III).
A
primeira Leitura exalta justamente a fidelidade de Deus à Sua promessa. O
Evangelho (Mt 22,1-14), contudo, nos faz refletir sobre a exigência de
uma adequada resposta humana: “Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?”
(v.8). Da parte de Deus tudo está dado. A nossa correspondência, porém,
será fruto da experiência exigente da caridade, a veste nupcial. “Ninguém – diz
são Josemaría – é excluído da salvação, se livremente abre as portas às
amorosas exigências de Cristo” (É Cristo que passa, 180). Para saborear
as ricas iguarias e os vinhos mais finos é preciso afastar o coração de tudo o
que afasta de Deus.
Bento
XVI assim conclui uma meditação sobre esta Parábola do Evangelho de Mateus:
“Todos nós somos convidados a ser comensais do Senhor, a entrar com fé no seu
banquete, mas devemos vestir e guardar o hábito nupcial, a caridade, viver um
profundo amor a Deus e ao próximo” (Homilia, 9.X.2011).
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