quarta-feira, 31 de março de 2021
terça-feira, 30 de março de 2021
segunda-feira, 29 de março de 2021
domingo, 28 de março de 2021
sábado, 27 de março de 2021
Reflexão para o Domingo de Ramos – 28/03/2021
Padre Cesar Augusto,
SJ - Vatican News
“Anunciamos Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição, vinde Senhor Jesus!”, aclamamos a cada consagração do pão e do vinho.
N |
este domingo, que abre a Semana Santa, a
Liturgia nos propõe refletirmos sobre a entrada de Jesus em Jerusalém, para ser
aclamado como Filho de Davi e para, alguns dias depois, ser julgado e condenado
como um grande malfeitor, um bandido que subleva o povo.
Estamos
chegando no auge, no pico do Ano Litúrgico, com a solenidade das solenidades
que é a Páscoa da Ressurreição do Senhor, no domingo próximo.
Nesta
Semana, vamos refletir sobre a entrega de Jesus na Nova e Eterna Aliança, na
quinta-feira e na paixão e morte de Jesus, na sexta. Tendo o sábado como um dia
de esperança, aguardando a realização da promessa do Senhor, de que
ressuscitaria, passamos estes dias ao lado da Virgem Maria, a Nossa Senhora das
Dores, a Mãe da Esperança, em casa, no aguardo da Vida Nova.
Esta
Semana Santa, de 2021, como a do ano passado, de 2020, terá suas celebrações
diferentes, em muitas cidades serão transmitidas online, com todos os fiéis
leigos em casa, protegendo-se da pandemia. Isso nos afervora o sentimento de
meditação e contemplação, já que nada será motivo de distração, mas sim, de
união com o Cristo que sofre sua paixão, também nos irmãos que estão enfermos
e, muitos, agonizantes, além de estar presente naqueles que fazem o papel de
cireneu, os médicos e enfermeiros e todos da área da saúde, que lidam direta ou
indiretamente a favor daqueles que sofrem.
Veremos
a Virgem Dolorosa também nas pessoas que, aflitas, acompanham, de longe, o
sofrimento dos amados, dos queridos, daqueles que importam em suas vidas. Por
que não citar aquelas pessoas que como Maria, outras mulheres, João Evangelista
e José de Arimatéia fazem um cortejo fúnebre, mesmo apenas com o coração, e sepultam
ou cremam os corpos de seus entes queridos?
Esta
semana será Santa em todos os sentidos. Vamos vivê-la na dimensão unitiva com
todos os que padecem em nosso mundo.
A
primeira leitura da missa deste domingo, extraída de Isaías 50, 4-7, inicia dizendo
que o Senhor deu ao personagem principal do texto, capacidade de confortar
pessoa abatida e para ouvir, como discípulo. Ao mesmo tempo, o personagem
principal sofre agressões e afrontas, mas não perde o ânimo porque sabe que o
Senhor é o seu auxílio e não sairá humilhado dessa situação de ultrajes. A cena
pode ser aplicada ao Cristo, em sua paixão, e a nós, em situações de profundo
sofrimento. A esperança em Deus permanece. O Senhor pode não nos livrar de
vexames e afrontas, mas Ele nos liberta dentro dessa situação e nos mantem,
apesar das humilhações, com nossa dignidade intocável. O salmo responsorial, Sl
21 (22) descreve com tragicidade o que acontece com o Servo do Senhor, mas será
o Sl 23(22), o que nos falará do sentimento mais profundo durante a experiência
de atroz sofrimento: “Ainda que eu caminhe por vale tenebroso nenhum mal
temerei, pois estás junto a mim ... minha morada é a casa do Senhor por dias
sem fim.”
Na
segunda leitura, tirada de Filipenses 2, 6-11, São Paulo nos fala explicitamente
de Jesus Cristo ao fazer a kenosis de si mesmo, isto é, ao se esvaziar da
postura de Filho de Deus para se preencher com a condição de escravo e se
igualar aos seres humanos.
Vivemos
essa entrega do Senhor a cada Eucaristia, onde ele assume nosso lugar e sendo
homem e Deus, faz a aliança nova e eterna com o Pai, renovada a cada sim dado
ao Pai, quando saímos de nós mesmos e aceitamos morrer e abraçar a vida nova.
A
Quinta-Feira Santa e a Sexta-Feira Santa celebram especialmente essa entrega do
Senhor, que também pode, aos poucos, ir se tornando a nossa, quando conscientes
no dia de nosso Batismo, demos o Sim radical ao Senhor da Vida, a cada
dificuldade o vamos repetindo, até o Sim absoluto dado na hora de nossa morte.
“Anunciamos
Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição, vinde Senhor Jesus!”,
aclamamos a cada consagração do pão e do vinho. Aí, jaz a esperança, ou melhor,
a certeza de que a vida dará sua palavra final com a ressurreição. A do Senhor
já aclamada, e a nossa, imbricada na Dele.
sexta-feira, 26 de março de 2021
quinta-feira, 25 de março de 2021
quarta-feira, 24 de março de 2021
terça-feira, 23 de março de 2021
segunda-feira, 22 de março de 2021
domingo, 21 de março de 2021
sábado, 20 de março de 2021
Reflexão para o 5º Domingo da Quaresma – 21/03/2021
Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News
O |
tema desta liturgia é aliança de Deus para com
o ser humano, sempre renovada para melhor, e o homem que deverá se entregar
totalmente ao Senhor.
Na
primeira leitura extraída de Jeremias 31, 31-34, o Senhor promete
nova aliança com a Casa de Israel e com a Casa de Judá. Será uma aliança
arraigada nas entranhas e no coração do povo. Não será mais necessário procurar
conhecer o Senhor, pois Ele será mais presente no íntimo da pessoa, que seu
próprio eu; por outro lado o Senhor promete perdoar as maldades e não se
lembrar mais dos pecados. De fato, parece uma nova criação, a ponto de o Salmo
Responsorial ser o Salmo 50 (51), “criai em mim um coração que
seja puro, dai-me de novo um espírito decidido”!
A
repercussão de tal gesto do Senhor, veremos no Evangelho do dia, tirado de João
12,20-33, onde Jesus fala da necessidade de desapegar-se da própria vida para
salvá-la, usando a metáfora do grão de trigo que precisa morrer para dar
frutos.
Ora,
sabemos que o instinto de sobrevivência é o mais forte de todos os demais, logo
será contra esse instinto, colocado em nós pelo próprio Senhor, que devo
destruir? Não, não é isso que o Senhor nos pede, mas não absolutizar, mas
inteligentemente relativizá-lo, sabendo que, na vida, existem elementos
superiores a ele.
Saber
que a dignidade humana, o direito a uma vida com suas necessidades satisfeitas,
está acima de qualquer valor, pois esse é o valor máximo! E a cada “decisão”
vou abnegando valores secundários para servir e seguir o valor absoluto, Jesus
Cristo, a verdadeira Vida, a eterna!
O
próprio Jesus deverá fazer seu discernimento e decidir. Ele sabe que a cruz é
uma realidade e que está em seu horizonte. Sua vontade é pedir: ”Pai,
livra-me desta hora!”, mas ele tem consciência de que “foi
precisamente para esta hora que eu vim.” Portanto, o Senhor se abnega
por um valor maior, fazer a nova e eterna aliança do povo com o Pai, mesmo
sabendo que isso seria sua sentença de morte.
O
grão de trigo cai na terra, morre e dá frutos maravilhosos, ele ressuscita! Com
sua ressureição, todos nós também ressuscitamos, usufruímos da aliança
realizada pelo Senhor com o Pai.
Quais
são as renúncias que devemos fazer em nossa vida? Como seguirei e servirei o
Senhor. “Se alguém me quer servir, siga-me, e onde eu estou, estará
também o meu servo.”
Aí
entra a Carta aos Hebreus 5, 7-9, nossa segunda leitura. Ela nos
fala da obediência, da obediência de Cristo ao Pai, que lhe pediu a entrega
absoluta, em nosso favor, em favor da nova e eterna aliança.
Diz
o autor da Carta: “Mas, na consumação de sua vida, tornou-se causa de
salvação eterna para todos os que obedecem”.
Concluindo,
os que aceitam a liderança de Cristo, aprenderam a fazer a “decisão”,
abnegando sua vida em favor do Reino, em favor de outras pessoas, no seguimento
do Senhor até sua doação extrema,
obedecem e participam da nova e eterna aliança do Pai, em Jesus Cristo,
anunciando a misericórdia de Deus.
Como
está minha capacidade de entrega, de amar sem limites?
Os “gregos” que buscam ver Jesus, podem encontrá-lo, visualizá-lo em mim?
sexta-feira, 19 de março de 2021
quinta-feira, 18 de março de 2021
quarta-feira, 17 de março de 2021
terça-feira, 16 de março de 2021
segunda-feira, 15 de março de 2021
domingo, 14 de março de 2021
sábado, 13 de março de 2021
Reflexão para o 4º Domingo da Quaresma – 14/03/2021
Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News
“Deus é Pai, Deus é bom. Mesmo diante de um povo enraizado em fazer o mal, Ele tem misericórdia, e como Senhor da História, se serve de homens de valor para resgatar aqueles recalcitrantes e dar-lhes a dignidade desejada.”
A |
Liturgia deste domingo transborda da
misericórdia de Deus. Começamos nossa reflexão com a Carta de Paulo aos
Efésios 2, 4-10, segunda leitura, onde o Apóstolo fala que “fomos
criados em Jesus Cristo para as obras boas, que Deus preparou de antemão para
que nós as praticássemos.” Mesmo com o coração empedernido em praticar
o mal, como nos fala a 1ª leitura, extraída de 2 Crônicas 36, 14-16.19-23,
vemos no Evangelho de João 3, 14-21 que Deus não se deixa vencer pelo
mal, mas vence o mal com o bem. No deserto, após a desobediência do povo e da
invasão de cobras venenosas, o Senhor se apiedou dele e misericordiosamente
mandou colocar no centro do acampamento uma grande haste de madeira onde pendia
uma cobra de bronze. Aquele que para ela olhava, ficava curado. Esse tronco com
a cobra pendurada era prenúncio do Cristo, suspenso em uma cruz e salvação de
todos os que a ele se dirigem com fé.
Na
conversa com Nicodemos, Jesus deixa claríssimo o objetivo de sua vinda, de sua
missão: salvar os homens! Se no
Antigo Testamento era necessário olhar para a serpente, no novo, basta
aproximar-se da luz, praticar o bem e crer no Filho do Homem!
Por
isso, na segunda leitura, Paulo fala que Deus nos ressuscitou com Cristo, em
virtude de nossa união com Jesus Cristo. É de graça! Não por causa de méritos
nossos, mas por pura graça de Deus. Não existe meritocracia. Nenhum de nós tem
mérito algum, mesmo que só pratique o bem. Como vimos no final da segunda
leitura, o bem que fazemos “foi preparado de antemão para que nós o
praticássemos”. O único que tem mérito é Jesus Cristo, que em seu
coração bondoso e generoso, aceitou morrer na cruz para nos dar a felicidade
eterna.
Do
mesmo modo, a primeira leitura fala das infidelidades do povo; apesar disso
tudo, o Senhor lhes enviava mensageiros para admoesta-los ao arrependimento e a
praticarem o que era justo, mas a reação deles era zombar dos mensageiros
divinos. A desgraça chegou através dos inimigos que atearam fogo a todas a
construções fortificadas e ao Templo e derrubaram os muros da cidade,
destruindo tudo o que havia de precioso. O rei inimigo levou os sobreviventes
como escravos para sua pátria. Tudo ficou assim até que outro rei estrangeiro,
de outro país, decidiu reconstruir o Templo em Jerusalém e resgatar Judá em sua
própria terra.
Deus
é Pai, Deus é bom. Mesmo diante de um povo enraizado em fazer o mal, Ele tem
misericórdia, e como Senhor da História, se serve de homens de valor para
resgatar aqueles recalcitrantes e dar-lhes a dignidade desejada.
Também
a nós, Seu povo, resgatados pelo sangue de Seu Unigênito, o Senhor não vê
nossos erros, mas deixa-se levar pelo seu coração paterno e nos apresenta Jesus
Crucificado como nossa salvação, como nosso Redentor. Por isso, a liturgia
deixa de lado a sisudez da quaresma e inicia a missa com o “Alegra-te,
exultai de alegria”, retirado de Isaías 66, 10s e sugere ao celebrante
trocar o roxo dos paramentos, usando os de cor rosa.
sexta-feira, 12 de março de 2021
quinta-feira, 11 de março de 2021
quarta-feira, 10 de março de 2021
terça-feira, 9 de março de 2021
segunda-feira, 8 de março de 2021
domingo, 7 de março de 2021
sábado, 6 de março de 2021
Reflexão Litúrgica do 3º Domingo da Quaresma – 07/03/2021
Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News
N |
ão queiramos fazer Deus à nossa imagem e
semelhança, nós é que fomos feitos à Sua imagem e semelhança e devemos nos
amoldar a isso.
As
leituras da liturgia deste final de semana nos levam a buscar uma pureza de fé,
de louvor a Deus, dentro do que Ele deseja.
Deus
é espírito, invisível e, por isso, não existe imagem para representá-lo, como
entendemos na primeira leitura extraída de Êxodo 20, 1-7.
Do
mesmo modo, a transformação do espaço de culto em local de vendas e de câmbio,
e a revolta de Jesus, expulsando os mercadores do Templo, como nos relata o
Evangelho, tirado de João 2, 13-25, nos admoesta sobre o zelo que deveremos ter
com esse espaço sagrado.
A
pureza também aparece na segunda leitura, 1ª Coríntios 1,22-25, quando Paulo é
incisivo em dizer que nossa fé e religião pregam Jesus Cristo crucificado,
poder de Deus e sabedoria de Deus. Portanto nada além disso deve ser pregado e
tudo o mais dentro do Cristianismo deverá decorrer desse anúncio, Jesus, o
Verbo Encarnado foi pregado na cruz, por amor a todos os homens e ressuscitou
ao terceiro dia e está sentado à direita do Pai.
A
liturgia dá um salto ao não concordar dom a materialização de Deus e nem com a
comercialização do relacionamento do homem com Ele.
Quando
Jesus fala para a samaritana que a adoração de Deus deve ser em espírito e
verdade – Jo 4, 23c –, que não existe lugar para adorá-lo, o Senhor reafirma
que Deus é onipresente, onisciente e onipotente está em toda parte e sabe de
tudo e tudo pode.
Não
queiramos fazer Deus à nossa imagem e semelhança, nós é que fomos feitos à Sua
imagem e semelhança e devemos nos amoldar a isso.
Deus
está em toda parte, em todo lugar para me dirigir a Ele, vê-Lo, senti-Lo,
percebê-Lo nas pessoas, nas coisas, pois tudo foi criado por Ele, tudo possui
sua marca registrada. Tudo deverá nos falar Dele. Tudo deverá nos levar ao Seu
encontro.
E
tudo é de graça. A vida é de graça! Tudo deve me levar a gratuitamente falar de
Deus e levar as pessoas a Deus. Amor com amor se paga! “De graça recebestes, de
graça dai.” Mt 10, 8.
Não
se paga sacramentos e nem sacramentais, mas posso fazer e receber doações por
ocasião de um momento muito importante de minha vida ou de minha família. Não
estou pagando e nem cobrando, mas fazendo e recebendo uma doação. Amor com amor
se paga!
Minha
relação com Deus é tão íntima que não precisa de imagem, eu O reconheço em suas
palavras e gestos, em seu amor; nessa relação tudo é graça, tudo é relação
afetiva, tudo é amor. Até no culto, tudo expressa a relação pai-filho;
irmão-irmão e em tudo nos unimos para louvar nosso Deus, como fez Francisco de
Assis com o Cântico das Criaturas e, mais tarde, Inácio de Loyola com a
Contemplação para Amar, conclusão de seus Exercícios Espirituais.