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Vigília Pascal na Noite Santa, que conclui o Tríduo
Pascal é vivida por um dia de silêncio. No Sábado Santo, a Igreja medita e
reflete Cristo morto para se chegar à noite e celebrar a vitória de Jesus sobre
a morte.
O
sábado, dentro da grande celebração do Tríduo Pascal, do centro do mistério da
nossa fé, é o dia que nós estamos diante do sepulcro de Jesus. Estamos diante
de um amor capaz de amar até o fim. Estamos diante de um amor capaz de amar até
a cruz. Estar diante do sepulcro de Jesus crucificado é estar diante das
grandes contradições que marcaram e que marcam a história da humanidade e que
exige um empenho de transformação."
SABER SILENCIAR COMO MARIA
No
dia em que a Igreja contempla o "repouso" de Cristo no túmulo, após o
vitorioso combate da cruz, o papel da Virgem Maria é evocado por toda a sua fé
e coração cheio de amor, num símbolo da dor pela morte de Jesus e a expectativa
na ressureição. O Sábado Santo deve ser de silêncio e esperança que vem de
Maria, que também nos questiona o quanto temos nos colocado à prova,
silenciando a nossa alma diante do mundo:
“Sábado é um dia que por vezes fica no meio do caminho. Entre a sexta e
o domingo existe um vácuo, um espaço... Mas somos chamados neste dia a viver a
espera, com aquela que é a mãe da Esperança: Nossa Senhora. De fato, o sábado
não é um dia para ser esquecido, mas para ser saboreado. Quanto tempo faz que
você não saboreia o silêncio diante de um mundo tão ensurdecedor e barulhento?
Silêncio não necessariamente é vazio. Pode ser gestação, espera e encontro.
Nossa Senhora sabia silenciar para escutar do coração o que não entendia. Ela
nos ensina a silenciar.”
Neste
Sábado Santo, de dor pela morte de Jesus e alegria da sua Ressureição, somos
convidados a parar, no recolhimento e na meditação, e a nos unir à Virgem
Mãe e à Igreja, que fica em silêncio: os sinos não tocam, as igrejas são
despojadas e vazias. Um dia que nos ajuda a compreender como viver, em
confiante expectativa, os “muitos dias” de silêncio que a vida apresenta ao
longo da nossa existência. Um dia que chegou a ser definido como "o mais
longo dos dias", um tempo de reflexão, que pode ser ampliado na vida de
cada um.
A
Vigília Pascal, momento central do calendário litúrgico e considerada a mãe de
todas as vigílias por anteceder a festa da Páscoa, inicia na noite de sábado,
mas faz parte da liturgia da Páscoa da Ressurreição. É também o dia da
"crise" da Palavra: os próprios Evangelhos não falam nada, pode-se
somente imaginar que esse seja o tempo em que o corpo de Jesus permanece no
sepulcro, enquanto os apóstolos, sendo um dia de repouso para os judeus,
permanecem sem saber o que aconteceria a seguir.
CULTIVAR ESPAÇOS DE SILÊNCIO
Um
Sábado Santo que, como já nos recordou o Papa Francisco (2021), foi vivido
"no pranto e na perplexidade pelos primeiros discípulos, perturbados com a
morte ignominiosa de Jesus. Enquanto o Verbo está em silêncio, enquanto a Vida
está no túmulo, aqueles que tinham esperança dele são postos duramente à prova,
sentem-se órfãos, talvez até órfãos de Deus”.
"O sábado é o convite ao 'grande silêncio'. Não um silêncio de
desespero, mas um silêncio de fecundidade. A imagem da semente ajuda a compor
essa fecundidade, esse silêncio fecundo. Se o grão de trigo não morre, não pode
dar frutos, disse Jesus. A semente que é lançada à terra e que, no silêncio, na
espera, de uma vida nova, cria essa expectativa. É esse silêncio, esse silêncio
fecundo, que vai nos conduzindo para a grande Vigília Pascal. De fato, o Papa
Francisco insiste que cada pessoa possa cultivar espaços de silêncio."
“O sábado é esse dia privilegiado de um silêncio fecundo,
verdadeiramente cheio de esperança na vida nova. Silêncio que nos conduz à
Vigília Pascal: a luz que vence a escuridão. A vida nova. Jesus ressuscitou.
Jesus é vencedor. A semente deu frutos. O nosso silêncio, a nossa espera tem
pleno sentido em Jesus ressuscitado e ajuda a compor um itinerário de vida, um
projeto de vida que nos conduz a produzir muitos frutos para a nossa história,
para a história da comunidade, para a história em que estamos inseridos.”
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