Pe. Leomar Antônio Montagna
Paróquia Nossa Senhora das Graças - Sarandi (PR)
N |
a
Liturgia deste 23º DOMINGO DO TEMPO COMUM, veremos, na 1ª Leitura, que a
verdadeira sabedoria vem de Deus, só n’Ele encontramos o sentido da vida. É a
sabedoria que nos faz conhecer os desígnios de Deus e as coisas em sua ordem de
importância. Ser sábio não é só tirar nota dez na escola e tirar zero na
vivência comunitária, na caridade e no serviço aos irmãos, ser sábio é
sobressair-se bem diante dos desafios da vida; o mundo de hoje carece muito
dessa sabedoria.
Na
2ª Leitura, o apóstolo Paulo nos esclarece sobre a ação social da Igreja e as
consequências do seguimento de Jesus. As verdadeiras transformações na ordem
socioeconômica não são as que se realizam na violência, mas as que procedem de
profundas convicções em vista da fé.
Paulo
intercede em favor de um escravo fugitivo (Onésimo), junto a seu dono (Filêmon);
ele não pensava numa sociedade sem escravos, mas, em muitos gestos, aboliu a
diferença entre senhor e escravo, judeu e grego, homem e mulher. Enfim, Paulo
tem a consciência de que Jesus histórico é o mesmo da Palavra, do sacrário, e é
o mesmo que vive nos irmãos.
No
Evangelho narrado por Lucas, Jesus nos ensina que ser discípulo implica
rupturas e disposição para enfrentar conflitos com as forças que se opõem a sua
proposta de vida e liberdade. O desapego pressupõe riscos e o seguimento poderá
nos levar a contrariar alguém por defendermos a justiça e a verdade. Para
alcançar o reino de Deus é indispensável obedecer ao chamado de Jesus, mas cada
um deve avaliar as próprias forças e se decidir para não desanimar no caminho,
isto é, ser realista, não ter ilusões. “Eles o venceram pelo sangue do
Cordeiro e pela palavra do testemunho que deram; diante da morte, não amaram a
própria vida”.
As
exigências de Cristo aos seus discípulos são radicais, só assim serão dignos
Dele. Devem decidir-se por Cristo, mesmo à custa de perder o afeto dos
familiares e enfrentar uma vida crucificada, pois o morrer é que faz germinar a
vida em sua plenitude. A dignidade do discípulo está no fato de nele, estar
presente o Cristo, embora seja uma frágil criatura. O que conta e deve ser
vivida de forma absoluta é sua fé em Cristo.
O
discípulo de Cristo deve estar imbuído de uma mística cristã para ter coragem
de levar adiante a ideia e as propostas do reino, deverá lutar não somente um
dia, um ano, mas deve estar preparado para lutar por toda a vida, como muito
bem resume um trecho do escritor e poeta alemão Bertolt Brecht: “Existem
homens que lutam um dia e são bons; existem outros que lutam um ano e são
melhores; existem aqueles que lutam muitos anos e são muito bons. Porém,
existem os que lutam toda a vida. Estes são os imprescindíveis”.
O
cristianismo é uma escolha. Diante de Cristo tudo o mais se torna relativo: “Por
causa de Cristo, porém, tudo o que eu considerava como lucro agora considero
como perda. Mais ainda: considero tudo uma perda, diante do bem superior que é
o conhecimento do meu senhor Jesus Cristo. Por causa dele perdi tudo, e
considero tudo como lixo, a fim de ganhar cristo, e estar com ele”.
Boa
reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
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