sábado, 12 de julho de 2025

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 15º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 13/07/2025

 

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 primeira leitura da liturgia deste 15º Domingo do Tempo Comum nos fala da maravilha que é possuir uma lei feita por Deus e que, por isso mesmo, leva à Vida. Essa Lei está impregnada em nosso ser.

O Livro do Deuteronômio diz que ela “está ao seu alcance: está na sua boca e no seu coração”. Isso significa que não deveremos ficar presos a um código de regras, de prescrições, mas que nos entreguemos, sem reservas, à promoção da Vida.

No Evangelho, a parábola do Bom Samaritano, contada por Jesus, deixa isso claríssimo. O Mestre dá a essa Lei um nome: misericórdia!

A misericórdia promove a Vida. Ela não faz rodeios para salvar o ser humano. A Vida está em primeiro lugar. Salvaguardar a Vida, seja de quem for, é a Lei Máxima! E quando se fala em Vida não se restringe à vida física, mas se compreende também a moral, a psíquica, a espiritual.

Fala-se da Vida do Homem. Tudo deve estar subordinado a esse valor, porque Deus é Vida e Ele assim determinou que fosse. Por isso, matar alguém, física ou moralmente é um pecado grave.

Do mesmo modo é desconhecimento da revelação do Amor de Deus, qualquer atitude que demonstre falta de misericórdia. Está escrito: “Quero a misericórdia e não o sacrifício”.

Por que é um samaritano quem pratica a misericórdia na parábola contada por Jesus? Será que Jesus quer simplesmente incomodar os judeus? Não, não é nada disso. Ele até pode ter esse desejo, e certamente o tem, de alertar seus concidadãos. Mas a figura do samaritano, nesta parábola, tem o significado de ser alguém que desconhece um código de leis.

Jesus quer destacar que esse homem nascido na Samaria agiu somente por causa de seu coração. Ele teve a sensibilidade de perceber a situação de miséria em que se encontrava o homem assaltado. Ajudou muito para que tivesse compaixão, sua origem samaritana, de marginalizado.

Jesus se identificou com o pobre coitado e agiu como Deus, isto é, teve compaixão. Segundo Lucas, somente Jesus tem compaixão. É um gesto eminentemente divino! O QUE É MEU É TEU!  QUERO QUE VOCÊ TENHA VIDA!

Podemos apreender o seguinte ensinamento: para alguns, a salvação está no cumprimento das leis; para outros, nos atos realizados dentro de um templo; para o samaritano, está em assumir a Vida e colocar-se a caminho dos que estão sendo privados dela. Ao se solidarizar com o marginalizado, o samaritano encontrou Deus e a verdadeira religião.

 

Fonte: Vatican News


Mensagem do dia... 12/07/2025

 

quarta-feira, 9 de julho de 2025

MFC - MOVIMENTO FAMILIAR CRISTÃO, 70 ANOS DE EXISTÊNCIA!

 

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 MFC - Movimento Familiar Cristão, celebrou no último 2 de julho, durante a realização do 22º Encontro Nacional em Maceió-AL, seus 70 anos de existência. Esta data significativa marca décadas de dedicação à promoção dos valores familiares e cristãos em diversas comunidades ao redor do mundo.

O MFC foi fundado em 1955, com o objetivo de apoiar famílias na vivência de seus valores cristãos. Desde então, o MFC tem se expandido globalmente, alcançando diversos países e culturas. A fundação do MFC foi impulsionada por líderes cristãos que acreditavam na importância de fortalecer a família como núcleo essencial da sociedade.

O Movimento Familiar Cristão foi fundado no Brasil durante o Congresso Eucarístico no Rio de Janeiro, por meio do encontro entre casais uruguaios e brasileiros da Ação Católica, a convite do Pe. Richards. Esse encontro foi facilitado por Dom Helder Câmara e Pe. Távora, que também participaram das reuniões.

A história do MFC no Brasil se inicia com a vinda de casais uruguaios, membros do MFC, para o Brasil, com o objetivo de apresentar o movimento aos casais brasileiros. O Movimento, que surgiu no Uruguai no final da década de 1940, tem como foco a evangelização familiar e a busca pela valorização da família dentro do contexto cristão.

O início do MFC no Brasil foi um marco importante para a atuação da Igreja Católica no país, pois o Movimento passou a atuar na promoção de atividades e encontros que visam fortalecer os laços familiares e promover a vivência da fé cristã no ambiente familiar.

Ao longo de suas sete décadas de existência, o MFC tem sido uma força significativa na promoção da convivência familiar harmoniosa e do crescimento espiritual. Seu impacto se reflete nas inúmeras famílias que encontraram apoio e inspiração através do movimento.

Olhando para o futuro, o MFC continua a se adaptar às mudanças sociais e tecnológicas, mantendo seu compromisso com os valores que o sustentam. O movimento busca inovar em suas abordagens, usando novas tecnologias para alcançar e apoiar ainda mais famílias ao redor do mundo.

   A celebração dos 70 anos do MFC é uma oportunidade para refletir sobre sua rica história e renovar seu compromisso com a missão de fortalecer famílias e comunidades através dos valores cristãos.

O MFC E A VIDA FAMILIAR

O Movimento Familiar Cristão desempenha um papel significativo no fortalecimento das famílias, promovendo valores e ensinamentos cristãos que ajudam a consolidar laços familiares e a enfrentar os desafios da vida moderna. Este Movimento é uma comunidade de apoio que busca integrar a fé e a vida familiar, oferecendo recursos e atividades que promovem o crescimento espiritual e pessoal de seus membros.

Um dos principais objetivos do MFC é fortalecer os laços familiares. Através de encontros regulares, os membros têm a oportunidade de compartilhar experiências, trocar conselhos e aprender uns com os outros. Isso cria um ambiente de apoio mútuo onde as famílias podem se sentir valorizadas e compreendidas.

O MFC incentiva a comunicação aberta e honesta entre os membros da família, promovendo um melhor entendimento e resolução de conflitos.

As atividades propostas pelo Movimento Familiar Cristão incentivam as famílias a passarem mais tempo juntas, reforçando o vínculo afetivo entre pais e filhos.

O MFC é fundamentado em valores cristãos, que são transmitidos através de diversas atividades nas suas bases, em encontros promovidos pelas lideranças do Movimento, e nos eventos da Igreja. Esses valores são essenciais para a formação de indivíduos íntegros e comprometidos com a comunidade.

Através de reuniões e encontros de formação, o MFC ajuda as famílias a viverem de acordo com os princípios cristãos, promovendo a ética e o amor ao próximo.

As famílias são incentivadas a dar testemunho de sua fé no dia a dia, influenciando positivamente a sociedade ao seu redor.

Em tempos de crise ou dificuldades, o MFC oferece apoio essencial onde os membros podem encontrar conforto e orientação para enfrentar desafios pessoais e coletivos.

O MFC oferece suporte emocional, ajudando os membros a lidarem com perdas, estresse e conflitos familiares.

As lideranças do Movimento estão disponíveis para oferecer orientação espiritual, ajudando as famílias a manterem sua fé e esperança.

O Movimento Familiar Cristão é uma força vital para muitas famílias, fornecendo um espaço seguro e acolhedor para o desenvolvimento espiritual e emocional.

Ao promover valores cristãos e fortalecer os laços familiares, o MFC contribui para a formação de famílias mais unidas e resilientes, capazes de enfrentar os desafios da vida com fé e amor.

Mensagem do dia... 09/07/2025


 

sábado, 5 de julho de 2025

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA O 14º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 06/07/2025

 

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 Evangelho de Lucas proclamado na liturgia deste domingo nos fala do envio, feito por Jesus, de 72 discípulos para prepararem sua chegada a toda cidade e lugar anunciando a Boa Nova.

Sabendo que na concepção rabínica da época havia no mundo 72 nações, podemos entender que o Senhor envia seus discípulos ao mundo todo para prepararem, com suas pregações, sua própria chegada, Ele o grande sinal da presença do Reino entre os homens.

Essa missão tão sublime exige deles atitudes exclusivas como não gastar tempo com cumprimentos pela estrada, confiar apenas na Providência, não levando nada consigo, mas estar desimpedido para desempenhar bem a tarefa e não ter outras preocupações.

Apesar da grandiosidade da missão, o Senhor avisa que eles poderão não ser bem recebidos, e que serão como cordeiros em meio a lobos. Deverão confiar apenas na Providência Divina e no Amor do Pai.

Irão dois a dois, para cumprir a exigência formal do testemunho de duas pessoas para uma declaração ser válida, além de dar visibilidade ao espírito comunitário, e deverão fazer tudo de modo urgente.

O dom da paz é o dom do próprio Deus. Como mensageiros de Deus, o discípulos deverão levar a paz a todos que os receberem. Eles são enviados do Senhor! Jesus não os envia para pregar obrigações e desgraças, mas para anunciar que são filhos queridos do Pai, que lhes proporciona o dom mais precioso: a Paz!

Os discípulos voltam com a tarefa cumprida e contam a Jesus como foi realizada. São portadores da alegria, dos sinais da vitória e Jesus lhes diz que viu “Satanás cair do céu, como um relâmpago”. Ou seja, o mundo se tornou mais bonito, mais justo, sem violência, sem sofrimento.

Também somos enviados pelo Senhor para preparar sua chegada na vida das pessoas. Isso deverá ter prioridade em nossa vida e nada nos deverá dificultar nossa ação. Nossa missão será levar a Paz, a certeza da Presença e do Amor de Deus.

Nosso trabalho de evangelização deverá comportar a pregação da justiça, do perdão, da vitória da vida. Isso nos transformará em exorcistas, não de Satanás personificado, mas daquilo que causa inferno e desgraça na vida das pessoas, todo e qualquer tipo de injustiça, de desamor.

Por outro lado, deveremos saber que ser anunciador da chegada de Jesus de modo algum não nos privilegia nos isentando de sofrimentos e preocupações. Somos companheiros do Senhor em sua “via crucis”.

No final do Evangelho de hoje, o Senhor nos diz qual deverá ser o motivo de nossa alegria, a alegria do missionário, do discípulo. Deveremos  ficar alegres porque o nosso nome foi inscrito no céu!


Fonte: Vatican News

Mensagem do dia... 05/07/2025


domingo, 29 de junho de 2025

SÃO PEDRO

 

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esse dia 29 de junho, os fiéis refletem e honram a vida e o legado de um dos principais apóstolos de Jesus Cristo, SÃO PEDRO, um dos três santos celebrados na Festa Junina, junto com Santo Antônio e São João.

São Pedro é reconhecido como o fundador da Igreja Católica em Roma e o primeiro papa, mas sua importância vai muito mais além.

São Pedro se tornou um ícone cultural e uma figura venerada em várias tradições populares.

O dia 29 de junho é celebrado como o dia de São Pedro. Essa data foi escolhida em referência à tradição católica de celebrar o martírio de São Pedro e São Paulo, ambos considerados os principais santos da Igreja Cristã. No calendário litúrgico, São Pedro é honrado nesse dia em particular.

A celebração do martírio de São Pedro tem suas raízes nas histórias transmitidas pela tradição cristã. Segundo ela, Pedro foi crucificado de cabeça para baixo em Roma, a pedido dele próprio, por se considerar indigno de morrer da mesma maneira que Jesus. 

Esse ato final de devoção e sacrifício tornou São Pedro um mártir venerado e sua memória é celebrada no dia 29 de junho. 

A escolha dessa data específica para homenageá-lo está relacionada ao fato de que, segundo a tradição, tanto São Pedro quanto São Paulo foram martirizados em Roma nesse período.

A HISTÓRIA

São Pedro é um santo que iniciou sua vida de forma comum, nasceu em uma vila bem pequena no norte de Israel, chamada Betsaida, que fica às margens do lago de Genesaré. 

Seu nome de nascimento era Simão, era pescador e vivia em Cafarnaum, uma cidade importante na região.

Tudo mudou quando Simão conheceu Jesus. Foi durante esse encontro que Jesus disse a ele: "Você será pescador de homens", convidando-o a segui-Lo. Simão aceitou o chamado e tornou-se discípulo de Jesus. Mais tarde, Jesus deu a ele o nome de Pedro, que significa "Pedra" em aramaico.

Pedro desempenhou um papel fundamental na vida de Jesus e na história da Igreja. Ele foi um dos principais apóstolos de Jesus, testemunhando Seus ensinamentos, milagres e Sua ressurreição. Pedro também foi o primeiro líder da Igreja Cristã, sendo reconhecido como o primeiro papa.

Pedro também enfrentou momentos difíceis em sua jornada. Durante a prisão de Jesus, ele negou conhecê-Lo por três vezes, cumprindo uma profecia feita por Jesus. No entanto, Pedro se arrependeu amargamente e, após a ressurreição de Jesus, recebeu o perdão e a restauração por parte do Mestre.

Após receber o poder do Espírito Santo em Pentecostes, Pedro se tornou um pregador corajoso e um líder influente na disseminação do Evangelho. 

Ele viajou extensivamente, evangelizando e fortalecendo as comunidades cristãs. Pedro também escreveu duas cartas que estão presentes no Novo Testamento, encorajando os fiéis e instruindo-os em sua fé.

A devoção a São Pedro transcende as fronteiras religiosas. Ele é reverenciado não apenas pelos católicos, mas também por muitas outras tradições cristãs e é considerado um dos pilares da Igreja. 

Sua humildade, fé e devoção a Jesus são exemplos inspiradores para todos os cristãos.

A história de São Pedro é marcada por sua transformação de pescador a apóstolo e líder da Igreja. Sua jornada de fé, arrependimento e redenção serve como um lembrete poderoso do amor e da misericórdia de Deus. 

Celebrar São Pedro é uma oportunidade de conhecer e se inspirar nessa figura tão importante na história do cristianismo.

A CHAVE

Uma das representações mais conhecidas de São Pedro é vê-lo segurando uma chave nas mãos. Essa imagem simboliza o poder e a autoridade que foram concedidos a ele por Jesus Cristo. 

Ou seja, segundo a tradição católica, essa representação simbólica está associada a significados específicos:

Autoridade concedida por Jesus: De acordo com a Bíblia, Jesus disse a Pedro: "E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus." (Mateus 16:19). A chave representa a autoridade que foi dada a Pedro para governar a Igreja.

Papel de liderança: A chave também representa o papel de liderança de Pedro como o primeiro papa e fundador da Igreja Cristã em Roma. Ele recebeu a responsabilidade de guiar e governar a comunidade dos fiéis.

Portanto, essa imagem icônica de São Pedro segurando uma chave nos lembra da importância de sua posição como líder espiritual e da autoridade que lhe foi confiada. 

Ela simboliza a sua missão de abrir as portas da fé e conduzir os fiéis no caminho da salvação.

SANTO DAS CHUVAS

São Pedro é conhecido como o santo das chuvas e da aldeia, venerado especialmente nas regiões agrícolas e rurais. Sua associação com a chuva remonta a antigas tradições populares que acreditavam que ele tinha o poder de controlar o clima, trazendo chuvas para a fertilidade da terra.

Nesse contexto, São Pedro é considerado um protetor dos agricultores e responsável por garantir boas colheitas. 

Com isso, é comum encontrar procissões, danças e rituais relacionados à busca pela chuva durante as festividades juninas em várias partes do mundo.  As principais petições a São Pedro são para que ele abençoe a terra com água abundante, para garantir o sucesso das plantações.

Além disso, São Pedro é frequentemente retratado com características infantis, como uma figura amigável e acolhedora. Essa representação está associada ao fato de que Pedro era um dos discípulos mais próximos de Jesus e compartilhava uma relação de confiança com ele. 

A relação próxima entre São Pedro e Jesus é frequentemente retratada em histórias bíblicas, nas quais Pedro é mostrado como um aprendiz devoto, mas também como alguém que demonstrou falhas e dúvidas ao longo do caminho. 

Essa representação humanizada de São Pedro o torna mais acessível e inspirador para os fiéis, pois mostra que mesmo os líderes religiosos podem enfrentar desafios e incertezas. São Pedro também é conhecido por seu zelo e compromisso com a propagação do evangelho. 

Após a morte de Jesus, ele se tornou uma figura central na expansão do cristianismo, viajando para várias regiões para disseminar os ensinamentos de Jesus. Sua coragem e determinação em enfrentar perigos e perseguições são exemplos de devoção e dedicação à fé.

São Pedro é lembrado ainda por sua capacidade de realizar milagres. Histórias populares descrevem curas, libertações e outros feitos miraculosos atribuídos a sua intercessão. Esses relatos reforçam a crença na intercessão dos santos e inspiram os fiéis a buscar a ajuda espiritual de São Pedro em momentos de necessidade.

No contexto das festividades juninas, São Pedro desempenha um papel especial como padroeiro das celebrações. Suas festividades são marcadas por danças folclóricas, comidas típicas, fogueiras e muita alegria. 

As pessoas se reúnem em comunidades e paróquias para honrar São Pedro e agradecer pelas bênçãos recebidas, além de solicitar sua intercessão por proteção, prosperidade e boas colheitas.

Mensagem do dia... 29/06/2025

 

sábado, 28 de junho de 2025

REFLEXÃO LITÚRGICA DA SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO - 29/06/2025

 

Pe. Cícero Lenisvaldo - Arquidiocese de Maceió/AL

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isse Jesus: “Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”. Estas palavras dirigidas a Pedro por Jesus se tornaram uma espécie de emblema que a tradição da Igreja assume como imagem que se refere ao Papa: o símbolo das chaves é o sinal do poder espiritual que é delegado por Cristo a Pedro.

No Antigo Testamento a imagem aparece em um caso estranhamente político, ou seja, em relação à transferência de poderes de um ministro: “Porei sobre seus ombros a chave da casa de Davi; se ele abrir, ninguém fechará, se fechar, ninguém abrirá” (Is 22, 22). A expressão “chaves do Reino dos céus” não está presente no Antigo Testamento.

Ora, as chaves de uma casa são o indicativo de responsabilidade sobre ela; desse modo, Pedro recebe do único Senhor da Igreja a missão de governá-la em seu nome.

A imagem dessa passagem se alarga segundo um simbolismo subsequente, aquele de ligar e desligar, conhecido pelo judaísmo para indicar a potestade judiciária; evidentemente, aqui se coloca a questão da remissão dos pecados. Significa autoridade para afirmar quem está ou não na comunhão de fé da Igreja.

O símbolo das chaves que evoca o abrir e o fechar, no mundo judaico é aplicado também ao ensinamento. Era a chave da ciência a qual se referia Jesus em uma outra passagem do Evangelho: “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Vós fechais aos homens o Reino dos Céus. Vós mesmos não entrais e nem deixais que entrem os que querem entrar” (Mt 23,13). Desse modo, existe para Pedro também uma outra missão, a de comunicar com fidelidade e pureza a palavra de Cristo, sendo assim sinal de unidade na verdade, fazendo-a brilhar diante dos homens para que se torne lâmpada para os passos no caminho da vida.

Assim como Pedro foi colocado em um lugar único no Colégio dos Apóstolos pelo próprio Jesus, também os seus sucessores ocupam um lugar único no colégio episcopal. Isso porque a Palavra de Cristo não ficou no passado, ela é permanentemente presente; o Senhor continua confirmando Pedro em seus sucessores.

Jesus estabeleceu Pedro como o primeiro dos Apóstolos; o evangelho de hoje nos faz ver qual é a força de salvação que Jesus colocou nas suas mãos. Pedro e os seus sucessores têm o poder de decidir diante de Deus (ligar e desligar); devem confirmar na fé os seus irmãos; devem apascentar com amor toda a comunidade. Esta é a função de Pedro: ser a referência para a fé, reunir a igreja e conservá-la na unidade. Pedro dá solidez e coesão ao novo povo de Deus. Ensinando e governando com a assistência do Espírito Santo, traça o caminho para todos nós.

A liturgia de hoje é uma oportuna ocasião para manifestarmos nossa comunhão e fé com o sucessor de São Pedro e de rezar por ele.

Fonte:




Mensagem do dia... 28/06/2025

 

terça-feira, 24 de junho de 2025

SÃO JOÃO BATISTA

 

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ão João Batista nasceu no dia 24 de junho. Seu pai era sacerdote e chamava-se Zacarias. Sua mãe, conhecida como Santa Isabel, era prima de Santa Maria, mãe de Jesus.

O casal nunca tinha tido filhos. Além de idosa, Santa Isabel era estéril. No entanto, um dia, o anjo Gabriel anunciou a Zacarias que eles teriam um filho e ele deveria se chamar João. O acontecimento foi considerado um milagre.

João Batista aprendeu a ler e a escrever com os seus pais. No final da sua adolescência, seu pai, Zacarias, morreu, e ele passou a sustentar a sua mãe. Quando ela morreu, a vida de João Batista tomou outro rumo.

Já adulto, João Batista foi morar no deserto da Galileia com o objetivo de fazer pregações às margens do rio Jordão. Ele vivia uma vida precária, agasalhando-se com roupas feitas de peles de animais. Mesmo vivendo uma vida difícil, João era acompanhado por vários seguidores, que acreditavam em suas pregações.

Na sua fala, João pedia que as pessoas se arrependessem dos seus pecados. Para o completo arrependimento, ele as batizava nas águas do rio Jordão. Por esse motivo, o futuro santo ficou conhecido como João Batista.

Em sua passagem pelo deserto, João passou a ser considerado profeta ou “homem enviado por Deus”. Foi no deserto que ele anunciou que Jesus seria o messias e que chegaria para salvar a humanidade. João Batista também batizou Jesus.

MORTE DE SÃO JOÃO BATISTA

João Batista é lembrado como o primeiro mártir da Igreja. Segundo o Novo Testamento, o profeta denunciou a vida adúltera do rei Herodes Antipas. O monarca havia se envolvido com sua ex-cunhada, Herodíades.

Em uma festa, Salomé, filha de Herodíades e sobrinha do rei, dançou para ele, encantando-o. Embriagado, Antipas disse à moça que faria qualquer coisa que ela quisesse. Salomé, incentivada pela mãe, pediu a cabeça de João Batista em uma bandeja. Antipas, então, ordenou a prisão de João Batista, que morreu degolado na cadeia, no dia 29 de agosto.

João Batista é lembrado por ser santo, pregador, mártir, justo e o último dos profetas. A sua imagem mais conhecida é a da pintura, na qual ele segura um bastão em forma de cruz.

FESTA DE SÃO JOÃO

As primeiras festas de São João foram celebradas na Idade Média. Essa comemoração, com a de São Pedro e a de Santo Antônio, é conhecida como a festa dos santos populares.

No Brasil, as Festas Juninas costumam ser dedicadas aos três santos. A festa de São João Batista é celebrada no dia 24 de junho e em todos os estados brasileiros, especialmente nos da região Nordeste.

O evento comemora o nascimento de São João, a importância da sua figura e o anúncio que ele fez da vinda de Jesus Cristo.

FOGUEIRA DE SÃO JOÃO

Antes do nascimento de São João, Santa Maria perguntou à sua prima Isabel como ela saberia do nascimento. Então Santa Isabel disse que, nesse dia, ela acenderia uma grande fogueira para que, de longe, a prima soubesse que o bebê havia vindo ao mundo. Por esse motivo, a fogueira é o símbolo principal do Dia de São João.


Mensagem do dia... 24/06/2025

 

sábado, 21 de junho de 2025

REFLEXÃO LITÚRGICA DO 12º DOMINGO DO TEMPO COMUM - 22/06/2025

 

Pe. Cícero Lenisvaldo - Arquidiocese de Maceió-AL

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o Evangelho de hoje, encontramos uma profissão de fé cristológica. Observemos a pedagogia com a qual Jesus guia Pedro e os outros Apóstolos para a revelação que faz do Messias sofredor; ao mesmo tempo, o Senhor nos ensina que o cristão participa do Senhor ressuscitado somente compartilhando, na fé, a sua experiência de Senhor crucificado.

O Senhor nos pede uma resposta clara sobre a questão que Ele coloca: "E vós, quem dizeis que eu sou?". Qual é o tipo de Cristo no qual colocamos a nossa fé? Em qual Cristo eu creio realmente? Os equívocos são possíveis. O seguir Jesus Cristo pode ser marcado por ambiguidade e confusão.

Este caminho será autêntico se repercorre o caminho Pascal de Cristo. Muitos católicos acabam caindo em um prejuízo teológico de tendência protestante, que os faz pensar que seguir Jesus Cristo seria percorrer um caminho sem nenhum problema ou dificuldade. A motivação para seguir Cristo seria de resolver minhas dificuldades de diferentes ordens. Porém, não é essa proposta que o Senhor nos apresenta.

No evangelho encontramos um ponto decisivo: começa a se revelar o mistério, Jesus se dirige para a cruz. A viagem para Jerusalém tem início idealmente aqui: do primeiro anúncio da Cruz. Ele não coloca a questão da Cruz em letras pequenas como vemos que faz a propaganda para enganar o cliente.

Jesus está para oferecer aos discípulos a suprema revelação: a cruz é iminente. Ele faz esta revelação ao sair de um momento de profunda oração solitária. A oração cristã se encarna na própria Pessoa de Jesus; normalmente O encontramos absorvido, solitário, em diálogo com o Pai. Mas, os momentos da oração de Cristo são para Ele momentos altamente messiânicos; os principais gestos de Jesus são habitualmente preparados pela sua oração pessoal. Aqui, no contexto de hoje, o momento messiânico decisivo é o anúncio da Cruz, que para Lucas, o autor do Evangelho, é um mistério aceitável somente em um gesto de profunda espiritualidade e de diálogo com o Pai.

São Lucas não tem a intenção de adoçar a mensagem da Cruz. Para ele crer significa muito mais que uma simples adesão mental ou sentimental; se trata de acolher a proposta do Evangelho na vida. O gesto de Simão de Cirene no caminho do Calvário é símbolo para aqueles que seguem Cristo. Quando Jesus diz "Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me”, a expressão “tome sua cruz cada dia e me siga”, está se referindo à continuidade da Cruz na vida do cristão.

A Cruz é esperança e salvação, mas é preciso viver com o Senhor. É a única estrada que leva a ressurreição. E pelo fato de que a Cruz de Jesus salvou o mundo, o seu discípulo, participando com generosidade nas provações, está de qualquer modo envolvido na redenção de todo o mundo.

O significado Cristão do sofrimento é transformado em manifestação do amor, em participação no amor que Deus nos revelou em seu Filho.

Fonte:




Mensagem do dia... 21/06/2025

 

quinta-feira, 19 de junho de 2025

SOLENIDADE DE CORPUS CHRISTI

 

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 Solenidade em honra ao Corpo do Senhor – “CORPUS CHISTI”, que a Igreja celebra na quinta-feira após a oitava de Pentecostes, mais precisamente depois da festa da Santíssima Trindade, foi oficializada em 1264 pelo Papa Urbano IV.

Como sabemos, Deus costuma se revelar aos humildes e pequenos, e Ele se utilizou de uma simples jovem para lhe revelar a festa de Corpus Christi. Segundo os registros da Igreja, Santa Juliana de Cornillon, em 1258, numa revelação particular, teria recebido de Jesus o pedido para que fosse introduzida, no Calendário Litúrgico da Igreja, a Festa de Corpus Domini.

Santa Juliana nasceu, em 1191, nos arredores de Liège, na Bélgica. Essa localidade é importante, e, naquele tempo, era conhecida como “cenáculo eucarístico”. Nessa cidade, havia grupos femininos generosamente dedicados ao culto eucarístico e à comunhão fervorosa.

Tendo ficado órfã aos cinco anos de idade, Juliana, com a sua irmã Inês, foram confiadas aos cuidados das monjas agostinianas do convento-leprosário de Mont Cornillon. Mais tarde, ela também uma monja agostiniana, era dotada de um profundo sentido da presença de Cristo, que experimentava vivendo, de modo particular, o Sacramento da Eucaristia.

Com a idade de 16 anos, teve a primeira visão. Via a lua no seu mais completo esplendor, com uma faixa escura que a atravessava diametralmente. Compreendeu que a lua simbolizava a vida da Igreja na Terra; a linha opaca representava a ausência de uma festa litúrgica, em que os fiéis pudessem adorar a Eucaristia para aumentar a fé, prosperar na prática das virtudes e reparar as ofensas ao Santíssimo Sacramento.

Durante cerca de 20 anos, Juliana, que entretanto se tinha tornado priora do convento, conservou no segredo essa revelação. Depois, confiou o segredo a outras duas fervorosas adoradoras da Eucaristia: Eva e Isabel. Juliana comunicou essa imagem também a Dom Roberto de Thorete, bispo de Liége. Mais tarde, a Jacques Pantaleón, que, no futuro, se tornou o Papa Urbano IV. Quiseram envolver também um sacerdote muito estimado, João de Lausanne, pedindo-lhe que interpelasse teólogos e eclesiásticos sobre aquilo que elas estimavam.

Foi precisamente o Bispo de Liége, Dom Roberto de Thourotte, que, após hesitações iniciais, aceitou a proposta de Juliana e das suas companheiras, e instituiu, pela primeira vez, a solenidade do Corpus Christi na sua diocese, precisamente na paróquia de Sainte Martin. Mais tarde, também outros bispos o imitaram, estabelecendo a mesma festa nos territórios confiados aos seus cuidados pastorais. Depois, tornou-se festa nacional da Bélgica.

Dessa forma, a festa foi crescendo cada vez mais, e outros bispos faziam a mesma coisa em sua diocese. Tomou tal proporção, que veio a tornar-se não só uma festa do território da Bélgica, mas sim de todo o mundo. Sendo que, a festa mundial de Corpus Christi foi decretada oficialmente somente em 1264, seis anos após a morte de irmã Juliana, em 1258, com 66 anos.

No quarto onde repousava, foi exposto o Santíssimo Sacramento e, segundo as palavras do seu biógrafo, Juliana faleceu contemplando, com um ímpeto de amor, a Jesus Eucaristia, por ela sempre amado, honrado e adorado.

Santa Juliana de Mont Cornillon foi canonizada, em 1599, pelo Papa Clemente VIII.  Como vimos, ela morreu sem ver a procissão de forma mundial.

Milagre de Bolsena

Depois da morte do Papa Alexandre IV, foi eleito o novo Papa, o cardeal Jacques Panteleón. Naquela época, a corte papal era em Orvieto, um pouco ao norte de Roma. Muito perto dessa localidade fica a cidade de Bolsena, onde, em 1264, aconteceu o famoso Milagre de Bolsena.

Em que consiste esse milagre? Um padre da Boemia, Alemanha, que tinha dúvidas sobre a verdade da transubstanciação, presenciou um milagre. Durante uma viagem que fazia da cidade de Praga a Roma, ao celebrar a Santa Missa na tumba de Santa Cristina, na cidade de Bolsena, Itália, no momento da consagração, viu escorrer sangue da Hóstia Consagrada, banhando o corporal, os linhos litúrgicos e também a pedra do altar, que ficaram banhados de sangue.

O sacerdote, impressionado com o que viu, correu até a cidade de Orvieto, onde morava o Papa Urbano IV, que mandou a Bolsena o Bispo Giacomo, para ter a certeza do ocorrido e levar até ele o linho ensanguentado. A venerada relíquia foi levada em procissão a Orvieto em 19 junho de 1264. O Pontífice foi ao encontro do Bispo até a ponte do Rio Claro, hoje atual Ponte do Sol. O Papa pegou as relíquias e mostrou à população da cidade.

Começo da celebração

O Santo Padre, movido pelas visões de Santa Juliana, pelo prodígio e também a petição de vários bispos, fez com que a festa do Corpus Christi se estendesse por toda a Igreja por meio da bula Transiturus de hoc mundo, em 11 de agosto de 1264. Esses fatos foram marcantes para se estabelecer a festa de Corpus Christi.

A morte do Papa Urbano IV, em 2 de outubro de 1264, um pouco depois da publicação do decreto, prejudicou a difusão da festa. Mas o Papa Clemente V tomou o assunto em suas mãos e, no concílio geral de Viena, em 1311, ordenou, mais uma vez, a adoção dessa festa. Em 1317, foi promulgada uma recompilação das leis por João XXII e assim a festa foi estendida a toda a Igreja.

Foi assim que a festa de Corpus Christi aconteceu, tendo como testemunho estes dois fatos: as visões de Santa Juliana e o milagre eucarístico de Bolsena.

Corpus Christi NO BRASIL

Corpus Christi é uma festa religiosa católica que celebra a presença real de Jesus Cristo na Eucaristia. A festa ocorre sempre na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, que por sua vez acontece 60 dias após o Domingo de Páscoa.

No Brasil, é um feriado, e nas Igrejas, acontecem procissões onde o Santíssimo Sacramento é levado em ostensório e decoram as ruas com tapetes coloridos.

A festa celebra o mistério da transubstanciação, onde o pão e o vinho se transformam no corpo e sangue de Cristo na Eucaristia.

É um momento para os católicos reafirmarem sua fé na presença real de Cristo na Eucaristia e renovarem seu compromisso com o sacramento.

As tradições de Corpus Christi no Brasil têm raízes na cultura popular e na herança trazida pelos imigrantes portugueses.

DIA DE PRECEITO

Diferentemente de outras solenidades que foram transferidas para o domingo pela CNBB, Corpus Christi permanece sendo celebrado na quinta-feira, como sinal de reverência à instituição da Eucaristia. Assim, o fiel católico está chamado a participar da Missa nesse dia e, onde for possível, da tradicional procissão com o Santíssimo Sacramento pelas ruas, manifestando publicamente a fé e a adoração a Jesus Eucarístico.

A Solenidade de Corpus Christi é um dia de preceito na Igreja Católica, há obrigação de participar da Santa Missa, salvo por justa causa.

Mensagem do dia... 19/06/2025