Pe. Cícero Lenisvaldo - Arquidiocese de Maceió/AL
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Jesus: “Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra
será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos
céus”. Estas palavras dirigidas a Pedro por Jesus se tornaram uma espécie de
emblema que a tradição da Igreja assume como imagem que se refere ao Papa: o
símbolo das chaves é o sinal do poder espiritual que é delegado por Cristo a
Pedro.
No
Antigo Testamento a imagem aparece em um caso estranhamente político, ou seja,
em relação à transferência de poderes de um ministro: “Porei sobre seus ombros
a chave da casa de Davi; se ele abrir, ninguém fechará, se fechar, ninguém
abrirá” (Is 22, 22). A expressão “chaves do Reino dos céus” não está
presente no Antigo Testamento.
Ora,
as chaves de uma casa são o indicativo de responsabilidade sobre ela; desse
modo, Pedro recebe do único Senhor da Igreja a missão de governá-la em seu nome.
A
imagem dessa passagem se alarga segundo um simbolismo subsequente, aquele de
ligar e desligar, conhecido pelo judaísmo para indicar a potestade judiciária;
evidentemente, aqui se coloca a questão da remissão dos pecados. Significa
autoridade para afirmar quem está ou não na comunhão de fé da Igreja.
O
símbolo das chaves que evoca o abrir e o fechar, no mundo judaico é aplicado
também ao ensinamento. Era a chave da ciência a qual se referia Jesus em uma
outra passagem do Evangelho: “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Vós
fechais aos homens o Reino dos Céus. Vós mesmos não entrais e nem deixais que
entrem os que querem entrar” (Mt 23,13). Desse modo, existe para Pedro
também uma outra missão, a de comunicar com fidelidade e pureza a palavra de
Cristo, sendo assim sinal de unidade na verdade, fazendo-a brilhar diante dos
homens para que se torne lâmpada para os passos no caminho da vida.
Assim
como Pedro foi colocado em um lugar único no Colégio dos Apóstolos pelo próprio
Jesus, também os seus sucessores ocupam um lugar único no colégio episcopal.
Isso porque a Palavra de Cristo não ficou no passado, ela é permanentemente
presente; o Senhor continua confirmando Pedro em seus sucessores.
Jesus
estabeleceu Pedro como o primeiro dos Apóstolos; o evangelho de hoje nos faz
ver qual é a força de salvação que Jesus colocou nas suas mãos. Pedro e os seus
sucessores têm o poder de decidir diante de Deus (ligar e desligar);
devem confirmar na fé os seus irmãos; devem apascentar com amor toda a
comunidade. Esta é a função de Pedro: ser a referência para a fé, reunir a
igreja e conservá-la na unidade. Pedro dá solidez e coesão ao novo povo de
Deus. Ensinando e governando com a assistência do Espírito Santo, traça o
caminho para todos nós.
A liturgia de hoje é uma oportuna ocasião para manifestarmos nossa comunhão e fé com o sucessor de São Pedro e de rezar por ele.
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