Pe. Cícero Lenisvaldo - Arquidiocese de Maceió-AL
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o Evangelho
de hoje, encontramos uma profissão de fé cristológica. Observemos a pedagogia
com a qual Jesus guia Pedro e os outros Apóstolos para a revelação que faz do
Messias sofredor; ao mesmo tempo, o Senhor nos ensina que o cristão participa
do Senhor ressuscitado somente compartilhando, na fé, a sua experiência de Senhor
crucificado.
O
Senhor nos pede uma resposta clara sobre a questão que Ele coloca: "E vós,
quem dizeis que eu sou?". Qual é o tipo de Cristo no qual colocamos a
nossa fé? Em qual Cristo eu creio realmente? Os equívocos são possíveis. O
seguir Jesus Cristo pode ser marcado por ambiguidade e confusão.
Este
caminho será autêntico se repercorre o caminho Pascal de Cristo. Muitos
católicos acabam caindo em um prejuízo teológico de tendência protestante, que
os faz pensar que seguir Jesus Cristo seria percorrer um caminho sem nenhum
problema ou dificuldade. A motivação para seguir Cristo seria de resolver
minhas dificuldades de diferentes ordens. Porém, não é essa proposta que o
Senhor nos apresenta.
No
evangelho encontramos um ponto decisivo: começa a se revelar o mistério, Jesus
se dirige para a cruz. A viagem para Jerusalém tem início idealmente aqui: do
primeiro anúncio da Cruz. Ele não coloca a questão da Cruz em letras pequenas
como vemos que faz a propaganda para enganar o cliente.
Jesus
está para oferecer aos discípulos a suprema revelação: a cruz é iminente. Ele
faz esta revelação ao sair de um momento de profunda oração solitária. A oração
cristã se encarna na própria Pessoa de Jesus; normalmente O encontramos
absorvido, solitário, em diálogo com o Pai. Mas, os momentos da oração de
Cristo são para Ele momentos altamente messiânicos; os principais gestos de Jesus
são habitualmente preparados pela sua oração pessoal. Aqui, no contexto de
hoje, o momento messiânico decisivo é o anúncio da Cruz, que para Lucas, o
autor do Evangelho, é um mistério aceitável somente em um gesto de profunda
espiritualidade e de diálogo com o Pai.
São
Lucas não tem a intenção de adoçar a mensagem da Cruz. Para ele crer significa
muito mais que uma simples adesão mental ou sentimental; se trata de acolher a
proposta do Evangelho na vida. O gesto de Simão de Cirene no caminho do
Calvário é símbolo para aqueles que seguem Cristo. Quando Jesus diz "Se
alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me”,
a expressão “tome sua cruz cada dia e me siga”, está se referindo à
continuidade da Cruz na vida do cristão.
A
Cruz é esperança e salvação, mas é preciso viver com o Senhor. É a única
estrada que leva a ressurreição. E pelo fato de que a Cruz de Jesus salvou o
mundo, o seu discípulo, participando com generosidade nas provações, está de
qualquer modo envolvido na redenção de todo o mundo.
O significado Cristão do sofrimento é transformado em manifestação do amor, em participação no amor que Deus nos revelou em seu Filho.
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