ENTREVISTA
MUDANÇAS NA IGREJA NÃO ACONTECEM COMO
NUM PASSE DE MÁGICA
TRECHO DE ENTREVISTA DO PADRE MANOEL
GODOY A IHU
Padre Manoel Godoy |
"É interessante
a observação que ouvi de quem esteve muito perto de todo o acontecimento da
JMJ. Uma coisa é o discurso do Papa, outra a postura do clero presente: nada
mudou. Os carreiristas continuaram buscando espaço de poder do mesmo jeito”,
constata Manoel Godoy, padre, teólogo, em entrevista à IHU On-Line.
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as
falas do papa, enfatiza, ainda não é possível "delinear as linhas mestras
de seu pontificado”, mas "alguns acentos, que poderíamos traduzir mais ou
menos assim: ‘trabalhem, não se deixem amedrontar, dialoguem muito, sejam
simples e testemunhem Jesus Cristo e sua Boa Nova por todos os cantos’”. A
postura de Francisco demonstra que ele "não tem tanto preocupações com a
ortodoxia, mas muito mais com a paralisia a que fomos submetidos”, avalia.
IHU On-Line - Que avaliação faz
da visita do Papa? Já é possível vislumbrar as linhas mestres de seu
pontificado?
Papa Francisco carrega sua própria bolsa |
Manoel Godoy - Cada pessoa tem o
seu perfil e o Papa Francisco marcou muito essa viagem com seu estilo pessoal:
simples, franco e direto. A primeira vista, parece que há uma continuidade com
o jeito do Papa João Paulo II, mas, olhando mais a fundo, percebem-se logo
diferenças profundas. Enquanto no Beato os gestos tinham mais aparências
teatrais, mais fabricados, em Francisco tudo sai muito natural, com aquela
insistência em carregar sua própria bolsa de viagem. Por outro lado, Bento XVI,
sua relação com o público, não deixava de transparecer seu enorme esforço por
se mostrar simpático e agradável.
Saindo
deste aspecto mais externo, o conteúdo das mensagens deixadas por Francisco
precisa ser analisado com mais cuidado. São níveis diferentes, pois os
destinatários variam enormemente: jovens, autoridades civis, hierarquia
católica, jornalistas.
Não
diria que é possível delinear as linhas mestras de seu pontificado, mas podemos
ver alguns acentos, que poderíamos traduzir mais ou menos assim:
"trabalhem, não se deixem amedrontar, dialoguem muito, sejam simples e
testemunhem Jesus Cristo e sua Boa Nova por todos os cantos”. Já é
significativo que ele incentive a todos a colocarem a mão na massa, sem medo.
Há muito tempo estamos cercados por escrúpulos e medos, pois as ações na Igreja
são sempre alvo de muita vigilância hierárquica. Parece que Francisco não tem
tanto preocupações com a ortodoxia, mas muito mais com a paralisia a que fomos
submetidos. Vamos ver até onde vai a liberdade de ação em seu pontificado, pois
até agora estamos sendo desafiados a trabalhar sem medo. Esse clima de
liberdade na Igreja é muito bom e poderá produzir frutos criativos em todos os
segmentos eclesiais. Porém, os frutos desta visita ainda estão por vir.
Mudanças na Igreja não acontecem como num passe de mágica. Há muitos filtros
que se interpõem entre o que Francisco falou e a pastoral concreta na Igreja.
IHU On-Line - Quais foram os
pontos mais relevantes do discurso do papa aos bispos da CNBB e do CELAM?
Manoel Godoy - Um dos pontos mais
significativos que emerge destes discursos é a visão que Francisco tem da
pessoa do bispo: homens simples, despojados, alegres, desapegados, na frente,
no meio e atrás do povo (tudo ao mesmo tempo), não carreiristas, contentes com
o lugar que ocupam, sem ficar aspirando outros lugares, que saibam guiar sem
comandar, pastores e não mandatários. Pastores, próximos das pessoas, pais e
irmãos, com grande mansidão: pacientes e misericordiosos. Homens que amem a pobreza,
quer a pobreza interior como liberdade diante do Senhor, quer a pobreza
exterior como simplicidade e austeridade de vida. Homens que não tenham
"psicologia de príncipes”.
Outro
ponto de destaque é sua visão de Igreja: capaz de derrubar as estruturas caducas,
com um espírito mais pastoral que administrativo; com parâmetros baseados em
novas culturas, não encarcerada numa mentalidade meramente rural; marcada pela
ampla participação de todos os batizados, por meio de conselhos em todos os
níveis; superando clericalismos de toda a ordem e funcionalismos; atenta as
periferias existenciais e não centrada em si mesma. Uma Igreja com coragem de
assumir o hoje que lhe cabe e não viver se refugiando no passado e nem no
futuro. Francisco critica a postura de quem, perante os males da Igreja, busca
solução apenas na disciplina, na restauração de condutas e formas superadas.
Destaco
ainda um terceiro ponto: o papel dos leigos. Francisco deixa claro que a Igreja
não pode continuar infantilizando os leigos e que isso, às vezes, acontece com
profunda conivência dos próprios leigos. Desafiou a todos a desenvolverem
alguns valores que revelam a mais profunda raiz cristã: espiritualidade,
generosidade, solidariedade, perseverança, frater¬nidade, alegria. Insistiu
nesta última, afirmando que o cristão não pode ser pessimista! Não pode ter uma
cara de quem parece num constante estado de luto.
E
o último ponto é sua visão sobre as ideologias, onde alertou para possíveis
desvios, classificados como reducionismo socializante, ideologização
psicológica, proposta gnóstica, proposta pelagiana. Alerta, porém, que não há
uma hermenêutica asséptica. E sobre os desvios, é bastante incisivo quando fala
sobre a desviação pelagiana. Afirma que ela aparece fundamentalmente sob a
forma de restauracionismo. Na América Latina costuma verificar-se em pequenos
grupos, em algumas novas Congregações Religiosas, em tendências para a
"segurança” doutrinal ou disciplinar. Fundamentalmente é estática, embora
possa prometer uma dinâmica para dentro: regride. Procura "recuperar” o
passado perdido.
Manoel Godoy é
graduado em Teologia pela Faculdade Nossa Senhora da Assunção, São Paulo,
mestre em Práxis Cristã pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia - FAJE,
Belo Horizonte. Foi assessor da CNBB por dez anos e membro da Organização dos
Seminários Latino-Americanos, do CELAM/Bogotá. Atualmente é diretor executivo
do Instituto Santo Tomás de Aquino – ISTA, professor do Instituto de Teologia
Pastoral – ITEPAL, e do Centro Loyola, em Belo Horizonte.
QUANTO O MUNDO GASTA
EM ARMAS E GUERRAS?
Tradução: ADITAL
O
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gasto mundial anual em guerras ou na
preparação de conflitos se aproxima a 1.8 trilhões de dólares, sendo os Estados
Unidos o país que mais gasta, apesar da redução de seu orçamento bélico.
Segundo os últimos dados, em 2012, o gasto militar estadunidense alcançou os
682 bilhões de dólares (39% do gasto mundial), apesar da redução de seu
orçamento de defesa em uns 40 bilhões de dólares.
O
Instituto Internacional para a Investigação da Paz de Estocolmo (Sipri, siglas
em inglês), dedicado à investigação dos conflitos, das armas, seu controle e
desarme, mostra, em seu último anuário, uma lista dos países com maior gasto
militar em 2012.
O
segundo lugar, depois dos Estados Unidos, mesmo com uma distância
significativa, é ocupado pela China (166 bilhões), seguido pela Rússia (90,7
bilhões), pelo Reino Unido (60.8 bilhões) e pelo Japão (59,3 bilhões). O sexto
na lista é a França (58,9 bilhões) e, a seguir, estão a Arábia Saudita, a
Índia, a Alemanha e a Itália. O Brasil, a Coreia do Sul, a Austrália, o Canadá
e a Turquia completam o "Top 15”.
No
que se refere ao armamento nuclear, de acordo com o Instituto Sipri, no mundo
há cerca de 8.400 ogivas nucleares, das quais 2.000 poderão ser acionadas
imediatamente. No total, contando as cabeças que estão armazenadas à espera de
ser destruídas nos arsenais das potências nucleares – EUA, Rússia, China, Grã
Bretanha, França, Índia, Paquistão e Israel- existem cerca de 23.300 bombas
nucleares.
CENA URBANA
O clima está tão
politizado que ontem espirrei no ônibus, uma mulher disse: “Saúde!”. O
motorista gritou: “Educação!!!” – e todos cantaram o Hino Nacional.
REFLEXÃO
A SALVAÇÃO É
PARA TODOS
Pe. Eduardo
Belotti
Assistente
Eclesiástico do MFC de Maringá - Paraná
O
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Evangelho de Lucas ressalta a ação do Espírito
Santo tão necessária para manter vivo o entusiasmo pela construção do Reino de
Deus na Terra, Jesus Cristo vai agir com a força do Espírito Santo, em sua nova
etapa na história da Salvação. É a Nova Aliança. Embora sendo Nova, Ele não
nega a Antiga, Ele vai às Sinagogas para cumprir os ritos do Antigo Testamento.
Jesus, o Salvador, concretiza a salvação através da libertação de todos os males
da humanidade. Vemos assim que os pobres e os oprimidos são os primeiros da
lista, no plano da Salvação. Eles são os protagonistas desta nova história. O
mundo inteiro está incluído na Salvação, pois ela não é privilégio de um povo.
Portanto, ela é para Israel e para todos os povos. A Salvação é Dom de Deus,
por isso Ele diz: proclamar o ano da Graça. Deus no meio dos homens. Porém esta
Salvação se realiza através da conversão e da perseverança. Jesus diz: O
Espírito do Senhor está sobre mim... Jesus tem como objetivo ser e anunciar a
Boa Notícia a todos. Ele quer devolver a vida a quem está excluído dela.
Pretende libertar de todos os males. É o
seu projeto para a humanidade. Jesus encaminha a humanidade para uma situação
de reconciliação e de partilha, que tornam possíveis a igualdade, a
fraternidade e a comunhão. Shalom!
FRASES
Tudo o que um sonho
precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado.
Roberto Shinyashiki
Imagine uma nova
história para sua vida e acredite nela.
Paulo Coelho
Não espere por uma
crise para descobrir o que é importante em sua vida.
Platão
Perder tempo em
aprender coisas que não interessam, priva-nos de descobrir coisas interessantes.
Carlos Drummond de Andrade
Somente quando
encontramos o amor descobrimos o que nos faltava na vida.
John Ruskin
Se um homem não
descobriu nada pelo qual morreria, não está pronto para viver.
Martin Luther King
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