Valente
Terapeuta
– Curitiba/PR
C
|
omo
é importante dizermos essas três palavrinhas. O significado tem o poder de
transformar coisas ruins em coisas maravilhosas. Quando um filho enlaça com
seus braços e diz ao pai ou à mãe: eu te amo, transcorre um feixe de luzes em
volta dos dois, construindo e fortalecendo os liames que os une, de forma a
consolidar aqueles laços de afetividade, de amor, de querer bem. Como é bonito
viver esses momentos!
Estou
acostumado a ouvir pacientes que sofrem demasiadamente e relatam a sua dor por
um ente querido não manifestar seu apreço, seu carinho, sua estima, seja sua
esposa, marido, filho, filha, nora, neta e por aí vai.
Engraçado
o ser humano. As coisas evoluem, as descobertas do homem moderno com sua
tecnologia de ponta, os laboratórios com suas pesquisas nos apresentando
remédios fantásticos, a tecnologia com a velocidade da informação onde em
tempos recentes nem havíamos condições de imaginar. E o ser humano, ainda hoje,
fazendo uso de suas queixas habituais. Um pai, uma mãe, defronte um terapeuta,
falando de forma triste, sentida, que trocaria muitas e muitas coisas que lhe
são caras, gratas e importantes, por um gesto de carinho de um ente querido.
Meu Deus! Com toda a evolução acima citada, e o que ainda está por vir nos
próximos anos, o ser humano pouco sabe de si próprio. E, quando sabe, pouco
sabe lidar consigo mesmo. Não é verdade?
Quantos
e quantos se vêm nesta situação, de ter o que querem, porém, o que gostariam
mesmo de ter, pouco ou nada têm. O carinho, o afeto, o reconhecimento e a
gratidão poucos realmente vivenciam. Uns privilegiados, com certeza.
Mas,
gente! Vamos ser honestos e sinceros. Pouco se faz para que isso aconteça. Aí
vem a pergunta, por quê? Porque somos duros, turrões, envergonhados, sem jeito,
preconceituosos... de darmos um abraço cheio, gostoso, aquele abraço integral,
maravilhoso, que nos transporta a sensações de esplendor de amor. Amor por
todos os lados e poros. Beijar a quem amamos, às vezes, é algo intransponível
aos nossos preceitos, preconceitos, formação, vergonha... por isso sofremos. E,
diante do terapeuta, envergonhados de não sabermos e/ou não conseguirmos fazer,
contamos nosso sofrimento interior por não ouvirmos essas três palavrinhas eu
te amo!
Não
é fácil!! Porém, nada intransponível. Uma paciente, com extremo retardo físico,
olha sempre para seus pais – adotivos – e os abraça, feliz, muito feliz,
irradiando amor para todos os lados, e emite seus sons de alegria, carinho,
candura e querer bem. Ela assim se manifesta quando quer expressar seu
sentimento de amor e reconhecimento. Que felicidade nessa família, apesar da
provação muito forte!
A
experiência do amor fraternal nos faz mais dóceis, mais pacientes, calmos,
tranquilos. Faz-nos estar de bem conosco mesmo e dilata e expande nossos
valores morais, como a capacidade de amar, a capacidade de perdoar, inclusive a
nós mesmos, a capacidade de tolerar, de sublimar e por aí vai.
Vamos
exercitar essas três palavrinhas iniciando para conosco mesmo. Quem não
consegue se amar integralmente, precisa rever o que não se perdoou ainda.
Busque, analise e reflita, para então, se perdoar de suas faltas, das coisas
que deixou de fazer, do que fez de forma errada... e bola pra frente, pois
nunca é tarde para dizer verdadeiramente aos seus pares, entes queridos, as
três palavrinhas: EU TE AMO!
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