domingo, 13 de abril de 2014

LITURGIA DO DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR - 13/04/2014

  


 DOMINGO DE RAMOS E
DA PAIXÃO DO SENHOR


PRIMEIRA LEITURA (Is 50,4-7)

Leitura do Livro do profeta Isaías:
4O Senhor Deus deu-me língua adestrada, para que eu saiba dizer palavras de conforto à pessoa abatida; ele me desperta cada manhã e me excita o ouvido, para prestar atenção como um discípulo. 5O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás.

6Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba; não desviei o rosto de bofetões e cusparadas. 7Mas o Senhor Deus é meu Auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado.

— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!

RESPONSÓRIO (Sl 21)

— Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?

— Riem de mim todos aqueles que me veem,/ torcem os lábios e sacodem a cabeça:/ ao Senhor se confiou, ele o liberte/ e agora o salve, se é verdade que ele o ama!

— Cães numerosos me rodeiam furiosos/ e por um bando de malvados fui cercado./ Transpassaram minhas mãos e os meus pés/ e eu posso contar todos os meus ossos.

— Eles repartem entre si as minhas vestes/ e sorteiam entre eles minha túnica./ Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe,/ ó minha força, vinde logo em meu socorro!

— Anunciarei o vosso nome a meus irmãos/ e no meio da assembleia hei de louvar-vos!/ Vós, que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores,/ glorificai-o, descendentes de Jacó,/ e respeitai-o, toda a raça de Israel!

SEGUNDA LEITURA (Fl 2,6-11)

Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses:
6Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, 7mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto humano, 8humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz.

9Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome. 10Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, 11e toda língua proclame: “Jesus Cristo é o Senhor”, para a glória de Deus Pai.

— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!

EVANGELHO (Mt 27,11-54)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, † segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!

Narrador 1: Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo Mateus: Naquele tempo, 11Jesus foi posto diante de Pôncio Pilatos, e este o interrogou:
Ass.: “Tu és o rei dos judeus?”
Narrador 1: Jesus declarou:
Pres.: “É como dizes”.
Narrador 1: 12E nada respondeu, quando foi acusado pelos sumos sacerdotes e anciãos. 13Então Pilatos perguntou:
Leitor: “Não estás ouvindo de quanta coisa eles te acusam?”
Narrador 1: 14Mas Jesus não respondeu uma só palavra, e o governador ficou muito impressionado. 15Na festa da Páscoa, o governador costumava soltar o prisioneiro que a multidão quisesse. 16Naquela ocasião, tinham um prisioneiro famoso, chamado Barrabás. 17Então Pilatos perguntou à multidão reunida:
Ass.: “Quem vós quereis que eu solte: Barrabás, ou Jesus, a quem chamam de Cristo?”
Narrador 2: 18Pilatos bem sabia que eles haviam entregado Jesus por inveja. 19Enquanto Pilatos estava sentado no tribunal, sua mulher mandou dizer a ele:
Mulher: “Não te envolvas com esse justo, porque esta noite, em sonho, sofri muito por causa dele”.
Narrador 2: 20Porém, os sumos sacerdotes e os anciãos convenceram as multidões para que pedissem Barrabás e que fizessem Jesus morrer. 21O governador tornou a perguntar:
Ass.: “Qual dos dois quereis que eu solte?”
Narrador 2: Eles gritaram:
Ass.: “Barrabás”.
Narrador 2: 22Pilatos perguntou:
Leitor: “Que farei com Jesus, que chamam de Cristo?”
Narrador 2: Todos gritaram:
Ass.: “Seja crucificado!”
Narrador 2: 23Pilatos falou:
Leitor: “Mas, que mal ele fez?”
Narrador 2: Eles, porém, gritaram com mais força:
Ass.: “Seja crucificado!”
Narrador 1: 24Pilatos viu que nada conseguia e que poderia haver uma revolta. Então mandou trazer água, lavou as mãos diante da multidão, e disse:
Leitor: “Eu não sou responsável pelo sangue deste homem. Este é um problema vosso!”
Narrador 1: 25O povo todo respondeu:
Ass.: “Que o sangue dele caia sobre nós e sobre os nossos filhos”.
Narrador 1: 26Então Pilatos soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus, e entregou-o para ser crucificado. 27Em seguida, os soldados de Pilatos levaram Jesus ao palácio do governador, e reuniram toda a tropa em volta dele.
Ass.: 28Tiraram sua roupa e o vestiram com um manto vermelho;
Narrador 1: 29depois teceram uma coroa de espinhos, puseram a coroa em sua cabeça, e uma vara em sua mão direita. Então se ajoelharam diante de Jesus e zombaram, dizendo:
Ass.: “Salve, rei dos judeus!”
Narrador 2: 30Cuspiram nele e, pegando uma vara, bateram na sua cabeça. 31Depois de zombar dele, tiraram-lhe o manto vermelho e, de novo, o vestiram com suas próprias roupas. Daí o levaram para crucificar. 32Quando saíam, encontraram um homem chamado Simão, da cidade de Cirene, e o obrigaram a carregar a cruz de Jesus. 33E chegaram a um lugar chamado Gólgota, que quer dizer “lugar da caveira”.
Narrador 1: 34Ali deram vinho misturado com fel para Jesus beber. Ele provou, mas não quis beber. 35Depois de o crucificarem, fizeram um sorteio, repartindo entre si as suas vestes. 36E ficaram ali sentados, montando guarda. 37Acima da cabeça de Jesus puseram o motivo da sua condenação:
Ass.: “Este é Jesus, o Rei dos Judeus”.
Narrador 1: 38Com ele também crucificaram dois ladrões, um à direita e outro à esquerda de Jesus. 39As pessoas que passavam por ali o insultavam, balançando a cabeça e dizendo:
Ass.: 40”Tu, que ias destruir o Templo e construí-lo de novo em três dias, salva-te a ti mesmo! Se és o Filho de Deus, desce da cruz!”
Narrador 2: 41Do mesmo modo, os sumos sacerdotes, junto com os mestres da Lei e os anciãos, também zombavam de Jesus:
Ass.: 42”A outros salvou... a si mesmo não pode salvar! É Rei de Israel... Desça agora da cruz! e acreditaremos nele. 43Confiou em Deus; que o livre agora, se é que Deus o ama! Já que ele disse: Eu sou o Filho de Deus”.
Narrador 1: 44Do mesmo modo, também os dois ladrões que foram crucificados com Jesus o insultavam. 45Desde o meio-dia até as três horas da tarde, houve escuridão sobre toda a terra. 46Pelas três horas da tarde, Jesus deu um forte grito:
Pres.: “Eli, Eli, lamá sabactâni?”
Narrador 1: Que quer dizer:
Pres.: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”
Narrador 1: 47Alguns dos que ali estavam, ouvindo-o, disseram:
Ass.: “Ele está chamando Elias!”
Narrador 1: 48E logo um deles, correndo, pegou uma esponja, ensopou-a em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara, e lhe deu para beber. 49Outros, porém, disseram:
Ass.: “Deixa, vamos ver se Elias vem salvá-lo!”
Narrador 1: 50Então Jesus deu outra vez um forte grito e entregou o espírito. (Todos se ajoelham.)
Narrador 2: 51E eis que a cortina do santuário rasgou-se de alto a baixo, em duas partes, a terra tremeu e as pedras se partiram. 52Os túmulos se abriram e muitos corpos dos santos falecidos ressuscitaram! 53Saindo dos túmulos, depois da ressurreição de Jesus, apareceram na Cidade Santa e foram vistos por muitas pessoas. 54O oficial e os soldados que estavam com ele guardando Jesus, ao notarem o terremoto e tudo que havia acontecido, ficaram com muito medo e disseram:
Ass.: “Ele era mesmo Filho de Deus!”
Narrador 1: Palavra da Salvação.
Ass.: Glória a vós, Senhor!

REFLETINDO A PALAVRA
“BENDITO O QUE VEM
EM NOME DO SENHOR”
Padre Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R.

SEGUINDO COM ALEGRIA CRISTO
Celebramos o início da Semana Santa com a preparação ao Tríduo Pascal de Jesus no qual celebramos a Ceia, a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. O Domingo de Ramos é uma síntese deste mistério mostrando a Paixão e a Glória de Jesus. A liturgia destes dias tem origem em Jerusalém como podemos ler no “Diário de Etéria”, escrito do final do século IV (380), que testemunhou esta liturgia. Esta tem caráter geográfico e é celebrada onde aconteceram os fatos. Os evangelistas narram que Jesus veio de Betfagé, no Monte das Oliveiras. Este monte é um local bíblico de grande importância. Ali iniciou sua caminha final para a realização do desígnio do Pai. Ele é o grande rei que vem tomar posse de sua cidade (Sl 47,3). Apresenta-se na humilde, como diz Zacarias (Zc 9,10). O povo O acolhe e coloca-Lhe mantos para que Ele passe. É uma entrada gloriosa. Jesus aceita a glorificação do povo, mas a assume como serviço. Até hoje, a sofrida Igreja de Jerusalém faz esta caminhada festiva. As orações da celebração conduzem os fiéis a perceberem que a caminhada continua até à Jerusalém Celeste. Esta glória prenuncia a glória da Ressurreição.  O sofrimento de Cristo não é um fim de tudo, pois Deus não O abandona no poder da morte, como anuncia Pedro no dia de Pentecostes (At 2,31). A celebração lembra que não podemos parar na morte. A liturgia de hoje ensina que Cristo continua entrando para ser acolhido. O povo O aclama. A palavra “Hosana” significa – salvai-nos!  Ele é rei aclamado até na cruz: rei dos judeus. A antífona diz que as crianças cantavam. Infelizmente calaram a boca das crianças na Igreja. O altar deve continuar a ser o colo da mãe Igreja para as crianças.

EXEMPLO DE HUMILDADE
A Paixão é o momento em que Cristo imprime em si com mais grandiosidade nossa humanidade realizando em Sua vontade humana a vontade Divina. A segunda leitura, que é um hino da Igreja primitiva, é uma profissão de fé em Jesus sofredor e glorioso. É o processo de transfiguração da humildade à glória. O homem foi feito imagem e semelhança de Deus. Na Encarnação que culmina na Paixão, Ele se faz imagem e semelhança do homem escravo do pecado, servo sofredor na morte vergonhosa da cruz. Por isso Deus o superexaltou. O nome que está acima de todo nome é a Sua Divindade. O próprio nome de Jesus revela o Pai, Deus é salvação. Ele foi o cordeiro mudo. Humilha-se e tem confiança no socorro de Deus. Como o Servo sofredor, cantado por Isaias (Is 50,4-7) ouve a voz de Deus e tem consciência de sua missão. Jesus em Seu sofrimento ouve a vontade do Pai. Ensina-nos que a humildade é estar aberto a Deus cada manhã.

NÃO CALAR A VOZ DO POVO
A entrada de Jesus em Jerusalém foi um momento em que o povo pôde soltar a voz e acolher Jesus como o Messias: “Bendito o que vem em nome do Senhor”... “Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia” (Mt 21,9.13). O povo escolhe quem o salva. Não se pode dizer que na Sexta-Feira o mesmo povo o condena. Podemos dizer que será ele a acolher as Palavras de Pedro no dia de Pentecostes. Deus está do lado do povo e o leva a manter-se de cabeça erguida e ter autonomia de sua consciência. Deus abre seus ouvidos para ouvir Sua voz. Como o Servo, aprende com o sofrimento a confortar os que sofrem. O povo é solidário e socorre os abatidos. Por isso resiste com a cabeça erguida. É pacífico e tem confiança que seu sofrimento não é o fim, mas a passagem para a Glória.

ORAÇÃO
                             
Deus eterno e todo-poderoso, para dar aos homens um exemplo de humildade, quisestes que o nosso Salvador se fizesse homem e morresse na cruz. Concedei-nos aprender o ensinamento da sua paixão e ressuscitar com ele em sua glória. Amém!


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