Dom Jaime Vieira Rocha |
Dom Jaime Vieira Rocha
Arcebispo
Metropolitano de Natal
N
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a última quarta-feira de cinzas, a Igreja Católica
deu início ao Tempo Quaresmal e a Campanha da Fraternidade 2015. A Quaresma é
um tempo de penitência e de reflexão sobre a necessidade de conversão que todos
nós, cristãos e cristãs, temos para nos conformarmos mais e mais a Jesus
Cristo, o Bom Pastor, Ele que veio para servir e não para ser servido (cf. Mc 10,45).
É um tempo de preparar os corações para a
grande celebração da Páscoa do Senhor, Ressurreição de Cristo e esperança da
nossa ressurreição.
Na mensagem para a Quaresma 2015, o Papa
Francisco afirmou que este tempo favorável de graça, é um tempo propício para nos
deixarmos servir por Cristo e, deste modo, tornarmo-nos como Ele. O cristão é
aquele que permite a Deus revesti-lo da sua bondade e misericórdia, revesti-lo
de Cristo para se tornar, como Ele, servo de Deus e dos homens.
Neste ensinamento do Papa latino-americano,
nosso Pontífice, encontramos refletido o objetivo da Campanha da Fraternidade
deste ano, que tem como tema: Fraternidade: Igreja e Sociedade e
como lema: Eu vim para servir (cf.
Mc 10,45). No objetivo geral da Campanha da Fraternidade, encontramos
expresso o sentido profundo da vida da Igreja e de todo cristão: Aprofundar,
à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade,
propostos pelo Concílio Vaticano II, como serviço ao povo brasileiro, para a
edificação do Reino de Deus.
No serviço aos homens e às mulheres
encontramos expresso para a sociedade o sentido de nossa missão. Assim como
Jesus, somos enviados a proclamar o Reino de Deus que consiste, não em
estruturas ou objetos, mas na mensagem de libertação para toda a criação de
Deus. A Igreja, comunidade dos seguidores de Jesus a serviço da sociedade, é
chamada a proclamar ao mundo a esperança e a vitória da graça de Deus que nunca
abandona o ser humano.
Seremos verdadeiramente cristãos e cristãs se
fizermos da experiência da fé, do discipulado e da missão não um entretenimento
ou uma ponte para o nosso enriquecimento material ou exercício de poder, nem na
busca dos próprios interesses, mas, como bem nos ensina o Concílio Vaticano II,
na Constituição pastoral Gaudium et spes, no reconhecimento de que as alegrias
e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens e mulheres de hoje,
sobretudo dos pobres e de todos os aqueles que sofrem, são também as alegrias e
as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo (CONCÍLIO VATICANO II. Constituição pastoral
sobre a Igreja no mundo de hoje, Gaudium et spes, 1).
Vivamos, pois, com confiança este tempo quaresmal,
participemos das reflexões da Campanha da Fraternidade e rezemos para que todos
os membros da Igreja estejam “abertos e disponíveis para todos, para que
possamos partilhar as dores e as angústias, as alegrias e as esperanças, e
andar juntos no caminho do Reino de Deus” (MISSAL
ROMANO. Oração eucarística VI – D).
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