terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Quaresma, tempo de conversão para o serviço aos irmãos

Dom Jaime Vieira Rocha
Dom Jaime Vieira Rocha
Arcebispo Metropolitano de Natal

N
a última quarta-feira de cinzas, a Igreja Católica deu início ao Tempo Quaresmal e a Campanha da Fraternidade 2015. A Quaresma é um tempo de penitência e de reflexão sobre a necessidade de conversão que todos nós, cristãos e cristãs, temos para nos conformarmos mais e mais a Jesus Cristo, o Bom Pastor, Ele que veio para servir e não para ser servido (cf. Mc 10,45).

É um tempo de preparar os corações para a grande celebração da Páscoa do Senhor, Ressurreição de Cristo e esperança da nossa ressurreição.

Na mensagem para a Quaresma 2015, o Papa Francisco afirmou que este tempo favorável de graça, é um tempo propício para nos deixarmos servir por Cristo e, deste modo, tornarmo-nos como Ele. O cristão é aquele que permite a Deus revesti-lo da sua bondade e misericórdia, revesti-lo de Cristo para se tornar, como Ele, servo de Deus e dos homens.

Neste ensinamento do Papa latino-americano, nosso Pontífice, encontramos refletido o objetivo da Campanha da Fraternidade deste ano, que tem como tema: Fraternidade: Igreja e Sociedade e como lema: Eu vim para servir (cf. Mc 10,45). No objetivo geral da Campanha da Fraternidade, encontramos expresso o sentido profundo da vida da Igreja e de todo cristão: Aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade, propostos pelo Concílio Vaticano II, como serviço ao povo brasileiro, para a edificação do Reino de Deus.

No serviço aos homens e às mulheres encontramos expresso para a sociedade o sentido de nossa missão. Assim como Jesus, somos enviados a proclamar o Reino de Deus que consiste, não em estruturas ou objetos, mas na mensagem de libertação para toda a criação de Deus. A Igreja, comunidade dos seguidores de Jesus a serviço da sociedade, é chamada a proclamar ao mundo a esperança e a vitória da graça de Deus que nunca abandona o ser humano.

Seremos verdadeiramente cristãos e cristãs se fizermos da experiência da fé, do discipulado e da missão não um entretenimento ou uma ponte para o nosso enriquecimento material ou exercício de poder, nem na busca dos próprios interesses, mas, como bem nos ensina o Concílio Vaticano II, na Constituição pastoral Gaudium et spes, no reconhecimento de que as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens e mulheres de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo (CONCÍLIO VATICANO II. Constituição pastoral sobre a Igreja no mundo de hoje, Gaudium et spes, 1).

Vivamos, pois, com confiança este tempo quaresmal, participemos das reflexões da Campanha da Fraternidade e rezemos para que todos os membros da Igreja estejam “abertos e disponíveis para todos, para que possamos partilhar as dores e as angústias, as alegrias e as esperanças, e andar juntos no caminho do Reino de Deus” (MISSAL ROMANO. Oração eucarística VI – D).


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