segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Padre Cícero do Juazeiro me acompanha

Padre Cícero do Juazeiro
Padre Manoel Henrique de Melo Santana
Vigário Episcopal de Maceió
  
E
stou na Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Tabuleiro Novo, quase paróquia. A rua ainda é conhecida como Rua Padre Cícero, apesar de ter outro nome sem a devida repercussão. Consta que na origem da capelinha está à devoção ao Padre Cícero. Havia até uma imagem de meu Padrinho à entrada da capelinha. O tempo passou e, um dia, tudo veio ao chão, fato que não impediu a construção de outra Igreja, graças à ação de Padre Aloísio, então Pároco da Paróquia de São Paulo Apóstolo. Esta comunidade humana é socialmente pobre, mas ao mesmo tempo rica no espírito missionário. Só existe uma Igreja pronta, a de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, a futura matriz, situada numa rua de péssima acessibilidade, devida a lama e seus inúmeros buracos na via.

Uma Igreja está em construção, de Nossa Senhora de Guadalupe, com a ajuda da própria comunidade, que mantém uma quermesse para arrecadar fundos para a sua construção. É algo bonito, simples, revelador de muito empenho da parte dos seus participantes. Não estando pronta a Igreja, os fiéis se reúnem numa casa emprestada por um amigo da comunidade, onde nos fundos da casa, cerca de 160 pessoas, sentadas, celebram a Missa do sábado. O jeito desta gente alegra o coração de um pastor. A rua tem acesso precário, que dá passagem para um carro só. Às vezes, o jeito é retornar de ré para tomar outro caminho. O Santíssimo Sacramento fica hospedado em casa de um casal, ministros da Eucaristia, verdadeira referência humana. Com muito respeito eu os apanho todos os dias que vou para a Missa na Casa da Comunidade. Este local não deverá ser desativado, mesmo quando a nova Igreja estiver pronta.

Os outros lugares de culto são a garagem de uma casa e também uma sala pertencente à Soprobem, emprestada à Comunidade.

A quase paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro tem um desenvolvido espírito missionário, verdadeiras heranças dos seus padres. Os Ministros da Eucaristia visitam seus doentes, conduzindo o padre para conhecer os doentes. Quantas vezes imaginei e pedi o poder de Jesus de curar esses doentes. Causa dó ver a situação de certas famílias, como a de uma mulher sem as duas pernas e o marido, com derrame, sem falar nada. As filhas cuidam dos dois.  Aqui me contaram o exemplo de uma mãe de família que, de noite, dá água ao filho para matar a fome dele. Uma outra senhora, sem mais trabalhar, era pedreira e excelente pintora, e agora passa necessidade. Assim mesmo participa da Pastoral da Criança.        

Agradeço a Deus todos os dias de ter celebrado a minha Eucaristia em Roma, quando lá chegava, nas catacumbas de São Sebastião e não na Basílica de São Pedro o que acontecerá depois. Ainda vi Paulo VI sendo conduzido em sua sede gestatória, já alquebrado e sofrido pelos anos difíceis do pós-Vaticano II. Vi a tristeza de Roma com o assassinato de Aldo Moro, da Democracia Cristã e Paulo VI escrevendo uma emocionante página pedindo a soltura de seu amigo Aldo Moro. Estive presente na Praça de São Pedro quando João Paulo II foi eleito papa. Conheci a Comunidade de Taizé, de Roger Schutz, cuja liturgia deixa muitas impressões em seus visitantes. Estive um fim de semana na École de la foi, em Genebra, obra de Jacques Loew.  A viagem de trem foi inesquecível, vendo lá fora a neve caindo mansamente pela janela do trem. Em Ars, cidade do grande Cura d’Ars, pude conhecer mais a história de João Maria Vianney, o nosso patrono. Representava nesta oportunidade o Clero do Brasil, depois de ter presidido a Comissão Nacional do Clero e os dois primeiros Encontros Nacionais de Presbíteros do Brasil. Em Roma, numa das noites fui celebrar junto à Comunidade de Santo Egídio, com uma longa liturgia, diferente e participativa. Consta que o grande Congar, teólogo conciliar, costumava participar desta celebração.

Um dia desses, quero ver na minha Igreja a imagem de Padre Cícero, conduzido aos altares pelas mãos do Papa Francisco. Já passou o dia 20 de julho, aniversário da morte de Padre Cícero, data que todo romeiro celebra com muita esperança e confiança. E daqui do meu pedacinho de Igreja, quero pedir a você um gesto, capaz de fazer história: mande-me um relato de milagre de Padre Cícero. Depois, serão enviados estes relatos para quem de direito. Para o meu Padrinho em sua canonização não haverá problemas com milagres que atestem sua santidade. Faça esse relato e me mande e veremos em breve uma grande alegria lá no céu e aqui na terra.

Quem for vivo verá!

*E-mail do Padre Manoel Henrique: manoelhsantana@ig.com.br


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