Padre Cícero do Juazeiro |
Padre Manoel Henrique de Melo Santana
Vigário Episcopal de Maceió
E
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stou na Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro, no Tabuleiro Novo, quase paróquia. A rua ainda é conhecida como Rua
Padre Cícero, apesar de ter outro nome sem a devida repercussão. Consta que na
origem da capelinha está à devoção ao Padre Cícero. Havia até uma imagem de meu
Padrinho à entrada da capelinha. O tempo passou e, um dia, tudo veio ao chão,
fato que não impediu a construção de outra Igreja, graças à ação de Padre Aloísio,
então Pároco da Paróquia de São Paulo Apóstolo. Esta comunidade humana é socialmente
pobre, mas ao mesmo tempo rica no espírito missionário. Só existe uma Igreja
pronta, a de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, a futura matriz, situada numa rua
de péssima acessibilidade, devida a lama e seus inúmeros buracos na via.
Uma Igreja está em construção, de Nossa
Senhora de Guadalupe, com a ajuda da própria comunidade, que mantém uma
quermesse para arrecadar fundos para a sua construção. É algo bonito, simples,
revelador de muito empenho da parte dos seus participantes. Não estando pronta
a Igreja, os fiéis se reúnem numa casa emprestada por um amigo da comunidade,
onde nos fundos da casa, cerca de 160 pessoas, sentadas, celebram a Missa do
sábado. O jeito desta gente alegra o coração de um pastor. A rua tem acesso
precário, que dá passagem para um carro só. Às vezes, o jeito é retornar de ré
para tomar outro caminho. O Santíssimo Sacramento fica hospedado em casa de um
casal, ministros da Eucaristia, verdadeira referência humana. Com muito
respeito eu os apanho todos os dias que vou para a Missa na Casa da Comunidade.
Este local não deverá ser desativado, mesmo quando a nova Igreja estiver
pronta.
Os outros lugares de culto são a garagem de
uma casa e também uma sala pertencente à Soprobem, emprestada à Comunidade.
A quase paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro tem um desenvolvido espírito missionário, verdadeiras heranças dos seus
padres. Os Ministros da Eucaristia visitam seus doentes, conduzindo o padre
para conhecer os doentes. Quantas vezes imaginei e pedi o poder de Jesus de
curar esses doentes. Causa dó ver a situação de certas famílias, como a de uma
mulher sem as duas pernas e o marido, com derrame, sem falar nada. As filhas cuidam
dos dois. Aqui me contaram o exemplo de
uma mãe de família que, de noite, dá água ao filho para matar a fome dele. Uma
outra senhora, sem mais trabalhar, era pedreira e excelente pintora, e agora
passa necessidade. Assim mesmo participa da Pastoral da Criança.
Agradeço a Deus todos os dias de ter
celebrado a minha Eucaristia em Roma, quando lá chegava, nas catacumbas de São
Sebastião e não na Basílica de São Pedro o que acontecerá depois. Ainda vi
Paulo VI sendo conduzido em sua sede gestatória, já alquebrado e sofrido pelos
anos difíceis do pós-Vaticano II. Vi a tristeza de Roma com o assassinato de
Aldo Moro, da Democracia Cristã e Paulo VI escrevendo uma emocionante página
pedindo a soltura de seu amigo Aldo Moro. Estive presente na Praça de São Pedro
quando João Paulo II foi eleito papa. Conheci a Comunidade de Taizé, de Roger
Schutz, cuja liturgia deixa muitas impressões em seus visitantes. Estive um fim
de semana na École de la foi, em
Genebra, obra de Jacques Loew. A viagem
de trem foi inesquecível, vendo lá fora a neve caindo mansamente pela janela do
trem. Em Ars, cidade do grande Cura d’Ars, pude conhecer mais a história de
João Maria Vianney, o nosso patrono. Representava nesta oportunidade o Clero do
Brasil, depois de ter presidido a Comissão Nacional do Clero e os dois
primeiros Encontros Nacionais de Presbíteros do Brasil. Em Roma, numa das
noites fui celebrar junto à Comunidade de Santo Egídio, com uma longa liturgia,
diferente e participativa. Consta que o grande Congar, teólogo conciliar, costumava
participar desta celebração.
Um dia desses, quero ver na minha Igreja a
imagem de Padre Cícero, conduzido aos altares pelas mãos do Papa Francisco. Já
passou o dia 20 de julho, aniversário da morte de Padre Cícero, data que todo
romeiro celebra com muita esperança e confiança. E daqui do meu pedacinho de
Igreja, quero pedir a você um gesto, capaz de fazer história: mande-me um
relato de milagre de Padre Cícero. Depois, serão enviados estes relatos para
quem de direito. Para o meu Padrinho em sua canonização não haverá problemas
com milagres que atestem sua santidade. Faça esse relato e me mande e veremos
em breve uma grande alegria lá no céu e aqui na terra.
Quem for vivo verá!
*E-mail do Padre Manoel Henrique: manoelhsantana@ig.com.br
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