terça-feira, 31 de julho de 2018
segunda-feira, 30 de julho de 2018
domingo, 29 de julho de 2018
17º Domingo do Tempo Comum - O Pão partilhado
Dom Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
N
|
este
e nos dois próximos domingos, interrompemos a leitura do Evangelho segundo
Marcos, por ser o mais curto, para ler e meditar o capítulo sexto do Evangelho
segundo João. Nele, Jesus se apresenta como o Pão da Vida, que multiplica o
pão, saciando a fome da multidão.
O
tema do pão partilhado já se encontra na primeira leitura. O profeta Eliseu
partilha com o povo os pães que lhe foram oferecidos, ao invés de guardá-los
para si. Ao realizar esse gesto de generosidade e partilha, Eliseu mostra que
Deus quer saciar a fome do seu povo. É uma prefiguração do “sinal” realizado
por Jesus.
O
apóstolo Felipe, assim como ocorreu com o servo do profeta Eliseu, não
acreditava ser possível saciar a fome do povo, considerando o pouco que tinham.
Deus abençoa e multiplica o pão partilhado! Ele conta, hoje, com o pouco que
podemos oferecer para multiplicar o pão, assim como Jesus contou com a
colaboração das pessoas para realizar tantos outros milagres, “sinais” da
chegada do Reino.
A
narrativa joanina da multiplicação dos pães realça a significativa figura de um
menino que oferece os pães e os peixes. Era muito pouco perante a multidão que
ali estava. A condição física e social de uma criança, marcada pela fragilidade
e pequenez, torna ainda mais significativa a oferta dos cinco pães e dois
peixes, que somados equivalem a sete, número da totalidade ou plenitude, no
contexto bíblico. Portanto, não se oferece apenas o que sobra ou que tem pouco
valor, mas o que se tem e que se considera importante. Acrescente-se a isso, o gesto
de Jesus de dar graças pelos pães e os peixes, expressando que os bens
partilhados são dons de Deus.
Infelizmente,
há muita indiferença perante o drama da miséria e da fome, conforme tem
ressaltado o Papa Francisco. É preciso dispor-se a partilhar generosamente o
pouco que se tem, reconhecendo que os bens são dons de Deus. É ele o Senhor!
Somos apenas administradores de bens que são dele e de cuja administração nós
devemos prestar contas a ele. Contudo, o Evangelho de hoje nos convida a
colocar nossa fé em Jesus Cristo, o Pão da Vida, que vem saciar a nossa fome de
vida e que, através de nós, apesar da nossa fragilidade e pequenez, quer saciar
a fome sofrida por tanta gente: fome do pão cotidiano nas casas, fome do pão da
Palavra e da Eucaristia. Além das iniciativas pessoais, são muito importantes
as ações comunitárias, isto é, a vivência comunitária da caridade e da partilha
através das pastorais e dos movimentos. A celebração eucarística, no qual
partilhamos o Pão da Vida, seja fonte e sustento da partilha do pão cotidiano!
sábado, 28 de julho de 2018
sexta-feira, 27 de julho de 2018
quinta-feira, 26 de julho de 2018
quarta-feira, 25 de julho de 2018
Comunicadores da CNBB Regional NE II se reunirão em outubro, no 7º MUTICOM, em Caruaru-PE.
A
|
sétima edição do MUTICOM - MUTIRÃO DE
COMUNICAÇÃO DO REGIONAL NORDESTE II acontecerá de 19 a 21 de outubro, em
Caruaru, agreste pernambucano. A Diocese de Caruaru sediará o evento pela
segunda vez. O encontro reunirá comunicadores do Regional CNBB NE II.
O tema do 7º MUTICOM
será “Comunicar
a vida, o amor e a esperança”, inspirado na Mensagem do Papa Francisco
para o 51º Dia Mundial das Comunicações Sociais, em 2017, mas que está em total
consonância com o tema da Mensagem deste ano. O Papa nos exorta a comunicar
boas notícias, que nos leve a uma edificação humana e espiritual. Esta Boa
notícia é o próprio Jesus, que é a Notícia por excelência. Ele é a Verdade e a Paz,
e por isso, devemos construir um jornalismo de paz, trabalhando para que as “fake news" cessem e as verdadeiras
notícias surjam com muito mais vigor.
O Santuário da
Graça, ao lado da FAFICA - FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE CARUARU,
local oficial do MUTICOM CARUARU 2018, que iniciará com o credenciamento da
tarde do dia 19 de outubro, seguido do jantar e cerimônia de abertura.
Após a cerimônia
inicial, Dom Manoel Delson, Arcebispo da Paraíba e Bispo referencial para a
Comunicação no Regional, fará a conferência de abertura, sobre o tema central
do 7º MUTICOM. O encerramento acontecerá com um coquetel.
No dia 20, pela manhã,
já na FAFICA - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru, haverá um
momento de oração e em seguida dar-se-á início às oficinas. Serão 12 temas, que
são possibilidades de atuação dos agentes da PASCOM nas diversas comunidades.
No turno da tarde,
cases e conferências serão alternados. Os cases, que são relatos de
experiências, sempre antecederão as conferências. Na primeira, teremos a
presença no jornalista Francisco José, da Rede Globo Nordeste, que falará sobre
“Fakenews
e jornalismo de paz”.
A segunda
conferência terá como tema “Vida cristã nas redes sociais”, com
assessoria do jornalista e repórter do SBT Brasil, Daniel Adjuto. A noite será
de confraternização com forró e apresentações culturais, além de comidas
típicas da região.
No Domingo, 21,
teremos como primeira atividade a Santa Missa, no Santuário da Graça. Após a
Missa, os comunicadores seguirão para os seminários, na FAFICA. As 10h30, a
diretora geral da Globo Nordeste, Jô Mazzarolo, fará a conferência de abertura,
sobre “A mídia: rede de comunicação, comunhão e cooperação”. Por fim,
a Cerimônia de encerramento, na qual será divulgada a sede do 8º MUTICOM, em 2020, e a posse da nova
Coordenação da PASCOM do Regional NE II. O almoço será no Alto do Moura,
símbolo da cultura caruaruense. Quem não quiser ir ao Alto do Moura, poderá
almoçar no local do evento.
Todas as informações
referentes ao MUTICOM CARUARU 2018, estão
no site oficial do evento: http://www.muticomne2.com
O investimento por
participante será de R$ 75,00 (sem a
camisa do evento) ou R$ 95,00 (com
direito a camisa do evento). As inscrições poderão ser feitas até o final
de setembro.
terça-feira, 24 de julho de 2018
segunda-feira, 23 de julho de 2018
domingo, 22 de julho de 2018
16º Domingo do Tempo Comum - Cuidar com compaixão
Dom Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
A
|
Liturgia da Palavra deste 16º DOMINGO DO TEMPO COMUM ressalta o pastoreio do rebanho que
pertence ao Senhor, convidando-nos a participar da missão. O Evangelho segundo
S. Marcos nos apresenta a “compaixão” de Jesus diante da “numerosa
multidão” que o procurava, cuja situação era semelhante à de “ovelhas
sem pastor” (Mc 6,34).
O
profeta Jeremias (Jr 23,1-6) censura os “pastores” por não cuidarem do
rebanho, deixando as ovelhas se dispersarem e se perderem. Ao mesmo tempo, ele
anuncia que Deus irá substituí-los por pastores capazes de tomar conta das
ovelhas e fará surgir da descendência de Davi o pastor ideal que reinará com
sabedoria, justiça e retidão, trazendo a salvação e a vida para o seu povo.
Reconhecemos, nessa profecia, a promessa messiânica, pois ela se cumprirá
plenamente em Jesus Cristo, o Bom Pastor que dá a vida pelas ovelhas.
Na
Carta aos Efésios, São Paulo nos mostra que Jesus Cristo, pelo seu sangue
derramado, une os que se encontravam divididos em um “só corpo” (Ef 2,16),
isto é, num só rebanho. Ele derrubou o muro da inimizade que separava judeus e
pagãos e fez deles um só povo. Tal imagem faz pensar no muro do templo de
Jerusalém que impedia aos pagãos de ultrapassá-lo e de violar o espaço
reservado aos judeus ou na própria Lei de Moisés interpretada erroneamente por
mestres que excluíam os pagãos da salvação.
No mundo de hoje, marcado por tantas divisões e violências, necessitamos
anunciar que Cristo “é a nossa paz” (Ef 2,14), promovendo a reconciliação e a
unidade, aos que se encontram perto e aos que estão longe (Ef 2,17).
O
Salmo 22 nos recorda que o rebanho pertence ao Senhor. É ele o verdadeiro
pastor que a todos conduz, contando também com a nossa colaboração no cuidado
pastoral do seu rebanho, conforme os diversos dons e vocações. Além da
dedicação dos pastores, cada um é chamado a oferecer a sua colaboração no
cuidado pastoral e na ação missionária da Igreja, testemunhando a “compaixão”
diante dos que mais sofrem, através de gestos concretos. Cuidar das ovelhas
sofridas com compaixão é missão a ser compartilhada por nós na Igreja. Cada um
é também chamado a contribuir para que a paz e a reconciliação ofertadas por
Jesus aconteçam na vida das pessoas, nas famílias e na sociedade.
Como
fizeram os apóstolos, nós também nos reunimos com Jesus, na Celebração Eucarística,
para contar a ele o que temos vivido e restaurar as nossas forças a fim de amar
e servir os irmãos, cuidando com compaixão dos que mais sofrem.
sábado, 21 de julho de 2018
sexta-feira, 20 de julho de 2018
quinta-feira, 19 de julho de 2018
quarta-feira, 18 de julho de 2018
Comunidade Católica Shalom comemora 36º aniversário de fundação
Em Maceió, as comemorações
aconteceram na Paróquia Santa Rita e também no Centro de Evangelização,
localizados no bairro do Farol.
A
|
Comunidade
Católica Shalom chegou aos seus 36 anos de existência no dia 09 de julho.
Para a ocasião foram organizados diferentes eventos que ocorreram ao longo
desta semana.
O
primeiro deles foi a Santa Missa, em Ação de Graças, na Igreja de Santa Rita,
presidida pelo Frei Ademir, celebrada no próprio 09 (segunda-feira). A celebração contou com a presença dos membros da
Comunidade, da Obra Shalom (grupos de
oração), amigos e familiares. A Santa Missa foi animada por cânticos da
própria Comunidade e teve em seu início a entrada dos Escritos (compilação de escritos diversos do fundador, Moysés Azevedo)
e dos Estatutos da Comunidade Católica Shalom (onde se encontram as regras e os fundamentos do Carisma Shalom),
além dos sinais de consagração da Comunidade de Vida e da Comunidade de Aliança.
Em sua homilia, frei Ademir abordou como tema central a necessidade de
evangelização nos tempos atuais e a importância do engajamento de cada batizado
na construção do Reino de Deus, bem como animou a todos os presentes a buscarem
sempre renovar o fervor na doação ao Senhor e aos irmãos.
O
segundo evento comemorativo foi uma assembleia comunitária, realizada no dia
10/07 (terça-feira) na qual foi
reproduzida uma breve pregação de Moysés Azevedo destinada a toda a Comunidade,
falando sobre o significado histórico e espiritual destes 36 anos completados e
sobre os direcionamentos para os próximos passos a serem dados pelo Shalom,
discernidos através do Conselho Geral em seu Retiro de Escuta. Em seguida houve
uma celebração oracional finalizada com adoração ao Santíssimo Sacramento,
momento de muitas graças e bênçãos para todos os presentes.
As
comemorações foram encerradas com o Shalom White, festa temática animada pelo
DJ Mano, tocando os melhores remixes de músicas católicas, e por membros da
Comunidade que relembraram as músicas que marcaram a história do Shalom. Com
direito a bolo de aniversário e muita animação, membros, familiares e amigos da
Comunidade puderam partilhar da alegria desta estimável data que, para além de
ser uma simples festa, foi a recordação dos grandes feitos de Deus na vida de
inúmeras pessoas através deste Carisma de Paz.
UM POUCO DE HISTÓRIA
Surgida
em Fortaleza (CE) em 1982, a Comunidade Católica Shalom nasceu como um desejo
do coração de seu fundador, Moysés Louro de Azevedo Filho, de evangelizar a
humanidade, em especial, os jovens. Juntamente com outros jovens
universitários, Moysés teve a iniciativa de inaugurar a primeira livraria e
lanchonete voltada para evangelização e a ela deu o nome de Shalom. Apesar de
ser esta a primeira expressão concreta do Carisma Shalom, não foi, contudo, o
ponto inicial.
O
grande marco do desabrochar deste Carisma ocorreu dois anos antes (09 de julho de 1980) quando Moysés foi
convidado por Sua Eminência Cardeal Aloísio Lorscheider, O.F.M., então
arcebispo de Fortaleza, a dar um presente à sua escolha à São João Paulo II, na
época Papa. O presente deveria ser entregue durante o ofertório da Missa
inaugural celebrada pelo santo Padre por ocasião do X Congresso Eucarístico
Nacional. A escolha do fundador para o presente foi sua própria vida, ofertada
pela evangelização, e aos pés de São João Paulo II florescia o Carisma Shalom.
Desde
aquela época esta obra, que era inicialmente voltada para os jovens, foi se
expandindo até alcançar os mais diversos segmentos da sociedade (famílias, idosos, crianças) através de
múltiplas formas de evangelização (Seminários
de Vida no Espírito Santo, acampamentos de jovens, promoção humana, catequese,
etc.). Atualmente a Comunidade está presente em mais de 20 países e é
reconhecida como Associação Privada Internacional de Fiéis, com personalidade
jurídica, reconhecida pela Santa Sé com o decreto do dia 22 de fevereiro de
2012, junto ao então Pontifício Conselho para os Leigos (cujas competências e funções são atualmente assumidas pelo Dicastério
para os Leigos, a Família e a Vida).
Em
Maceió desde 2005, a Comunidade inaugurou seu novo centro de evangelização no
bairro do Farol, na Rua Dr. Floriano Ivo, nº 72, por trás da Casa da Indústria
Napoleão Barbosa. Tendo iniciado suas atividades no mês de abril, conta com
grupos de oração para jovens, crianças, adultos e casais, além de missas aos
domingos e missionários disponíveis para oração e aconselhamento. Inicialmente
houve centros de evangelização nos bairros de Jatiúca e Mangabeiras,
sucessivamente.
Com informações da
Arquidiocese de Maceió.
terça-feira, 17 de julho de 2018
segunda-feira, 16 de julho de 2018
domingo, 15 de julho de 2018
Todos somos chamados por Deus e enviados em missão – 15º Domingo do Tempo Comum – Ano B
Pe. Leomar Antônio Montagna
Maringá – PR
N
|
a Liturgia deste 15º
DOMINGO DO TEMPO COMUM, veremos na leitura do livro do profeta Amós (7,12-15) que no ano de 760, antes de
Cristo, Jeroboão era o Rei de Israel, com sede em Betel, onde estava situado o
santuário. A corte governava para uma pequena parcela de privilegiados e entre
eles estavam os sacerdotes do templo. Neste sentido, a religião era um suporte
ideológico para encobrir as injustiças e práticas perversas, pois mantinha uma
realidade de abismo entre ricos e pobres por meio de uma sustentação teológica.
É neste contexto que Deus manda o profeta Amós, especialmente neste momento
difícil, pois a fé e a moral estão degeneradas e os valores estão diluídos. Um
profeta sempre é escolhido por Deus, ensina com palavras, mas mais ainda com
seu testemunho de vida. O profeta não visa seu próprio interesse, não teme
desafiar a ordem estabelecida, defende a justiça e discerne quando o poder é ou
não legítimo. Para ele a religião tem que ser comunhão com Deus e não suporta a
falsidade do culto, por isso ele é sempre uma voz incômoda. Amós é expulso pela
corte e pelos funcionários do templo: “Vai-te
daqui... porque aqui é o santuário do rei”. Em nome de
Deus, o profeta segue sua missão com ousadia e coragem, assim como fez
Jesus: “Passando pelo meio
deles, continuou o seu caminho” (Lc 4,30).
No Evangelho de Marcos (6, 7-13) é Jesus quem envia os seus
apóstolos para evangelizar: “Então,
Jesus chamou os Doze e começou a enviá-los, dois a dois”. O que
vai garantir o sucesso da missão não será a abundância de poder econômico, nem
na força mediática, mega shows, aparência estética, muitas rendas, fumaça,
espetáculos etc. Não podemos achar que a força da evangelização está na ‘teologia do pano, na liturgia da fumaça e
na pastoral do espetáculo’. Alguém já dizia: “Quanto mais pobre o circo, mais enfeita-se o palhaço”. O
próprio modo de viver, na simplicidade, já é suficiente para dar testemunho de
Jesus Cristo: “Ordenou-lhes que
não levassem coisa alguma para o caminho”. Um mundo melhor
possível, sempre será fruto do próprio Deus que toca na interioridade humana.
Não adiantaria termos uma inteligência excelente, uma perfeita organização
pastoral, empenharmos todos nossos esforços e recursos possíveis se não
contássemos com a ajuda e a graça de Deus: “Se Deus não construir a nossa casa em vão trabalham os operários” (Sl 126). A bíblia nos dá essa
conscientização e no Documento de Aparecida (246ss) quando se fala de formação dos
discípulos missionários a Sagrada Escritura ocupa um lugar de destaque na
construção de um mundo melhor possível a favor do ser humano, como já dizia o
Papa Paulo VI: “O homem poderá
construir um mundo sem Deus, mas sem Deus construirá contra o próprio homem” (Populorum
Progressio, 42). Um mundo melhor possível será sempre obra do próprio Deus
que age na vida de seus filhos e filhas.
Hoje, também, Jesus nos envia em
missão, dois a dois, para viver melhor a caridade, sentir os desafios de viver
em comunidade, não somos nós que escolhemos a direção (sandálias), a missão não deve ser um peso, mas um gosto, um
prazer: “Eis que venho, com
prazer faço a vossa vontade!” Por isso não podemos
abandoná-la por qualquer motivo, mesmo quando rejeitados: “Se em algum lugar não vos receberem nem
vos escutarem, saí dali e sacudi o pó dos vossos pés em testemunho contra ele”. Dos
destinatários da missão se requer a acolhida ao missionário como enviado de
Deus e a docilidade à Palavra divina por ele proclamada, caso contrário
fecha-se para si mesmo o caminho da salvação.
Por fim é preciso estar atentos para
não interpretar mal a frase de Jesus sobre ir sacudindo também o pó dos pés
quando não são recebidos. Este, na intenção de Cristo, devia ser um testemunho
para eles, não contra eles. Devia servir para fazê-los entender que os
missionários não haviam ido por interesse, para tirar-lhes dinheiro ou outras
coisas; que, mais ainda, não queriam levar nem sequer seu pó. Haviam ido por
sua salvação e, rejeitando-a, eles privavam a si mesmos do maior bem do mundo.
Para concluir esta reflexão, coloco
algumas características da missão de Jesus e de seus discípulos: “Eles partiram... pregavam a conversão,
expulsavam demônios e curavam doentes”.
1º) Mudança radical – conversão;
2º) Desalienar as pessoas – libertar dos demônios;
3º) Restaurar a vida – curar as pessoas;
4º) Estar consciente que a missão vai provocar choque com os que não
querem transformação da realidade.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
sábado, 14 de julho de 2018
sexta-feira, 13 de julho de 2018
quinta-feira, 12 de julho de 2018
quarta-feira, 11 de julho de 2018
São Bento
D
|
eus o chamou para ser o
"grande patriarca do monaquismo ocidental". A ordem por ele fundada
fez nascer das ruínas do Império Romano a cultura e a civilização europeias.
Vejamos neste 11 de julho o que nos traz a "Revista Arautos do Evangelho" sobre o Grande São Bento no dia a ele dedicado pela Igreja.
O
orgulhoso e outrora invicto Império Romano dissolvia-se devastado pelas hordas
avassaladoras dos invasores bárbaros. Tudo cedia diante deles: exércitos,
muralhas, instituições e costumes eram varridos pela maré montante dos novos
dominadores.
"O
navio afunda!" - Exclamava São Jerônimo, que escreveu com tristeza ao
receber a notícia da queda de Roma: "A minha voz se extingue; os soluços
embargam-me as palavras. Está tomada a ilustre Capital do Império!" A
civilização parecia se desfazer num dramático ocaso sem esperança.
Entretanto,
uma estrela luzia nessa escuridão desconcertante, indicando o verdadeiro rumo
dos acontecimentos: na cidade de Hipona cercada pelos vândalos, Santo Agostinho
escrevia "A Cidade de Deus", proclamando que o mundo nascido do
paganismo soçobrava irremediavelmente, e a Cidade de Deus - a Santa Igreja
Católica - não apenas jamais seria destruída, mas sempre triunfaria sobre
qualquer adversidade. Que meios, porém, e que homens utilizaria Deus para desse
caos fazer emergir a ordem e o esplendor?
VOCAÇÃO
DO VARÃO PROVIDENCIAL
Nos
tempos evangélicos, o Divino Mestre chamara obscuros pescadores para serem as
colunas de sua Igreja. Agora o Espírito Santo escolhia um jovem para renovar
essa sociedade convulsionada e instaurar uma nova civilização. No entanto - oh,
paradoxo! - esse rapaz, cujo nome era Bento, nascido de nobre família da
Núrsia, em 480, sentiu em si o apelo do Senhor para O seguir no silêncio e na
solidão.
Seus
pais o enviaram a Roma para estudar. Mas logo percebeu ele que, para
corresponder ao sobrenatural desejo que ardia em seu coração, não podia
permanecer naquele mare magnum, misto de barbárie e cultura romana decadente.
Assim, na flor da juventude e sem nunca ter manchado sua inocência batismal,
abandonou casa, haveres e estudos, e partiu à procura dum lugar ermo onde
pudesse adquirir o conhecimento e o amor de Deus.
"DESEJAVA
MAIS OS DESPREZOS QUE OS LOUVORES DO MUNDO"
A
cidade de Enfide (atual Affile), a cerca de 50 quilômetros de Roma, foi o local
escolhido para o seu recolhimento. Ali se instalou com sua antiga governanta,
que lhe prestava os serviços domésticos.
Um
pequeno incidente caseiro foi ocasião para o seu primeiro milagre. Encontrou
certo dia a governanta chorando porque, por descuido, deixara quebrar um crivo
de argila que havia pedido emprestado a uma vizinha para limpar trigo.
Compadecendo-se dela, Bento tomou os pedaços do crivo, pôs-se em oração e ele
se reconstituiu de forma tão perfeita que nem se notava sinal algum de fratura.
Logo
se espalhou a notícia desse milagre, trazendo-lhe muita fama. Ele que, segundo
relata o Papa São Gregório Magno, "desejava mais os desprezos que os
louvores deste mundo", fugiu da casa de Enfide, indo procurar refúgio num
lugar solitário chamado Subiaco, onde se alojou numa minúscula gruta.
UMA
GRANDE TENTAÇÃO, UMA VITÓRIA DEFINITIVA
A
caminho de Subiaco, ele encontrou- se com Romano, monge que vivia num mosteiro
próximo dali. Em determinados dias, Romano fazia descer por uma corda um pedaço
de pão até a gruta de Bento. Durante certo tempo, foi esta a única fonte de
alimentação do jovem ermitão. Em breve, porém, tornou-se ele conhecido na
região, e muitas pessoas, vindo procurar nutrimento para suas almas,
traziam-lhe alimento para seu corpo.
Nesse
período, sofreu o jovem as mais duras tentações diabólicas. Fortemente provado
em certa ocasião contra a virtude da pureza, viu-se a ponto de ceder e até
mesmo abandonar sua solidão.
Ajudado, porém, pela
graça divina, reagindo, despojou-se de sua vestimenta e se atirou numa moita de
espinhos e urtigas, na qual se revolveu durante longo tempo. Saiu com o corpo
todo ferido, mas com a alma livre da tentação.
TENTATIVA
DE ENVENENAMENTO
Nos
três anos em que passou nesse lugar em completo isolamento, espalhou- se a fama
de sua santidade. Tendo falecido o abade de um mosteiro existente por perto, os
monges vieram pedir-lhe para assumir esse cargo. De início, Bento recusou,
porém, ante a grande insistência dos religiosos, acabou por aceitar. Em pouco
tempo, contudo, esses tíbios monges - arrependidos de terem escolhido por
superior um homem que lhes exigia o caminho da perfeição - decidiram matá-lo,
pondo veneno no seu vinho. O Santo traçou um grande sinal-da-cruz sobre a jarra
de cristal que lhe foi apresentada e esta se despedaçou. Compreendendo bem o
que isso significava, Bento abandonou no mesmo dia o mosteiro de monges
relaxados e regressou à estimada solidão de sua gruta.
NASCE
A ORDEM BENEDITINA
Atraídos
pelo brilho de suas virtudes e a fama de seus milagres, muitos varões sedentos
de sobrenatural foram para junto da gruta para viverem sob sua direção.
Formaram-se, assim, sucessivas comunidades. Ao todo, São Bento erigiu ali doze
mosteiros, escolhendo um abade para cada casa. Estava fundada a Ordem
Beneditina.
Nessa
época, Subiaco começou a ser visitada por pessoas importantes de Roma que
traziam os filhos para serem educados segundo o espírito beneditino. Dentre
estes, o Santo abade recrutou dois de seus melhores discípulos: São Mauro e São
Plácido.
GRANDE
TAUMATURGO
Deus
concedeu com largueza a seu servo o dom dos milagres. O abastecimento de água
de três dos mosteiros construídos sobrealta montanha acarretava grandes
trabalhos aos monges. Estes foram pedir- lhe para se mudarem. Nessa noite,
Bento rezou nesse local durante bom tempo e, antes de descer, marcou um ponto
com três pedras. No dia seguinte disse àqueles monges:
-
Ide e cavai no rochedo onde encontrardes três pedras superpostas. Feito isso,
de lá brotou água que jorra em abundância até hoje.
Bento
havia aceitado como monge um homem godo "pobre de espírito". Certo
dia, deu-lhe por missão desbastar o mato à beira do lago para ali plantar uma
horta. O homem cortava com vigor o matagal quando a foice desprendeu-se do cabo
e caiu no lago, num lugar profundo. Aflito, foi ele confessar a São Mauro sua
"falta". Bento, posto a par do sucedido, foi ao local e enfiou na
água a ponta do cabo.
Nesse momento a foice
subiu do fundo do lago e prendeu-se de novo no cabo. - Toma, trabalha e não te
aflijas mais - disse o santo Abade ao monge. Muitos outros milagres operou Deus
por intermédio de seu fiel servidor. Ele curou doentes, salvou pessoas de
perigos, expulsou demônios, fez um monge andar sobre as águas, e até
ressuscitou um menino morto.
"EU
ESTAVA PRESENTE..."
Outro
dom singular que aprouve ao Senhor conceder-lhe é o de estar presente em
espírito junto a seus filhos espirituais, onde fosse necessária sua vigilância
de Pai e Fundador. Dois episódios ilustram bem esse prodigioso privilégio.
Prescrevia
a regra que os monges nada comessem nem bebessem quando saíssem do mosteiro
para cumprir alguma incumbência.
Um
dia dois monges, tendo ficado fora até muito tarde, aceitaram hospitalidade de
uma piedosa mulher que lhes serviu alimento e bebida. Voltando ao mosteiro, foram
pedir a bênção a São Bento, que os interpelou:
-
Onde comestes?
-
Em nenhum lugar - responderam eles.
-
Por que mentis? Acaso não entrastes na casa de tal mulher e ali comestes tal e
tal coisa, e bebestes tantas vezes?
Os
dois culpados prostraram-se a seus pés e lhe pediram perdão.
Havia
perto de Subiaco uma comunidade de virtuosas mulheres consagradas ao serviço do
Senhor, às quais o Santo enviava com frequência um monge para lhes dar
assistência espiritual. Certo dia, o monge encarregado dessa missão aceitou de
presente delas alguns lenços e os escondeu sob o hábito, em seu peito.
Regressando ao convento, foi severamente repreendido por São Bento e ficou
estupefato pois, tendo já se esquecido da falta cometida, não atinava com o
motivo da repreensão.
Então o santo Abade lhe
disse: "Acaso não estava eu presente quando recebeste das servas de Deus
os lenços e os guardaste em teu peito?"
ALVO
DE PERSEGUIÇÕES
Em
todos os tempos e lugares, é próprio dos Santos serem alvo da incompreensão e
do ódio dos asseclas do demônio. O sacerdote de uma igreja próxima de Subiaco,
tomado de inveja, começou a denegrir o gênero de vida de Bento, procurando
afastar de sua santa influência todos que podia.
Vendo frustrados seus
esforços, enviou de presente a Bento um pão envenenado, com o fito de matá-lo.
Fracassado também este intento, chegou ao cúmulo de introduzir no jardim do
mosteiro sete mulheres de má vida, com esperança de corromper os jovens monges.
Compreendendo
que tudo isso era feito com intuito de persegui-lo pessoalmente, Bento nomeou
prepostos seus em cada um dos doze mosteiros que havia fundado, e retirou-se de
Subiaco.
MONTE
CASSINO, O CAMINHO PARA A RESTAURAÇÃO
Dirigiu-se
então a Cassino, uma cidadezinha fortificada a meio caminho entre Roma e
Nápoles. Havia lá um templo pagão no qual camponeses da região rendiam culto a
Apolo. Ao redor do templo, mantinham eles cuidadosamente alguns bosques nos
quais ofereciam sacrifícios ao demônio. Ali chegando, o homem de Deus destruiu
o ídolo, abateu os bosques e transformou o edifício em igreja erguendo nela um
oratório a São João Batista e outro a São Martinho de Tours.
Em
seguida, deu início à construção do famoso mosteiro de Monte Cassino, o qual
teve por único arquiteto o santo Abade e como construtores os próprios monges.
O
mosteiro de Monte Cassino foi a resposta de Deus à decadência do mundo de sua
época. Exemplo de governo patriarcal e de sociedade verdadeiramente cristã, em
meio às nações bárbaras, exerceu enorme influência sobre os costumes privados e
públicos, tanto na ordem espiritual quanto na temporal. Bispos, abades,
príncipes e homens de todas as classes visitavam o Santo, seja para lhe pedir
um conselho, seja pela amizade e estima que tinham por ele. Potentados da
época, às vezes depois de conquistas e vitórias, iam com frequência refugiar-se
secretamente em Monte Cassino para se embeberem um pouco do espírito
beneditino.
Descobriu-se,
assim, após o desmoronamento do Império Romano, o caminho para a renovação.
A
REGRA DOS MONGES
Enquanto
erguia o edifício do novo mosteiro, São Bento erigia interiormente a Obra
beneditina sobre uma base mais firme que a rocha, escrevendo sua inspirada e
famosíssima Regra dos Monges. Tem ela por objetivo desprender o coração humano
das trivialidades, facilitando à alma elevar-se a Deus sem obstáculos, com um
proceder sempre sereno, tendo em vista a vida eterna.
Com
seu conhecido aforismo "Ora et labora" (Reza e trabalha), a Regra tem
o mérito de harmonizar no monge a oração e a ação, a ascese e a mística. A
Regra escrita por São Bento produziu benéficos frutos em toda a Cristandade.
Este sábio conjunto de normas vigorou quase com exclusividade nos mosteiros de
Ocidente durante oito séculos.
A
SANTIDADE E O ESPÍRITO VALEM MAIS QUE A REGRA
Entretanto,
mais que a Regra, foram a santidade e o espírito de seu Fundador que deram à
Ordem Beneditina a estabilidade, a força de expansão e a eficácia da sua ação
civilizadora. Inspirados pela busca da perfeição na obediência, no esplendor da
liturgia, no primor do canto gregoriano e no amor à beleza posta a serviço de
Deus, os filhos de São Bento exerceram um papel fundamental na cultura, nos
costumes e nas instituições das nações que formaram a Cristandade medieval.
A
Ordem de São Bento teve um extraordinário surto de desenvolvimento a partir do
século X, com a fundação da Abadia de Cluny.
No
seu apogeu, 17 mil mosteiros estavam subordinados a ela. Nações inteiras foram
convertidas à Fé cristã pelos discípulos do santo Patriarca. Muitas famosas
universidades - Paris, Cambridge, Bolonha, Oviedo, Salamanca, Salzburgo -
nasceram como desdobramentos de colégios beneditinos. Inúmeros mártires deram
valorosamente a vida pronunciando o nome de seu Fundador.
Plêiades
de cardeais, bispos e santos doutores tinham-no por mestre. Mais de 30 papas
seguiram sua inspirada Regra. Finalmente, há 1500 anos, incontáveis almas se
consagram a Deus sob a égide de sua santa Instituição.
Pode-se,
pois, com toda propriedade, comparar ao grão de mostarda da parábola do Divino
Mestre a Obra do Pai do Monaquismo Ocidental: "É esta a menor de todas as
sementes, mas, quando cresce, torna-se um arbusto maior que todas as
hortaliças, de sorte que os pássaros vêm aninhar-se em seus ramos" (Mt
13,32).
MORREU
DE PÉ, COMO VALENTE GUERREIRO
O santo Abade anunciou
com meses de antecedência a data de sua morte. Seis dias antes, mandou preparar
a sepultura. Logo foi atacado por violenta febre. Como a enfermidade se
agravava cada vez mais, no dia anunciado fez-se conduzir ao oratório onde, fortalecido
pela recepção da Santíssima Eucaristia e apoiado nos braços de seus discípulos,
morreu de pé com as mãos levantadas aos Céus e os lábios pronunciando a última
oração.
Era
o dia 21 de março de 547. Foi enterrado no local onde havia outrora edificado o
oratório de São João Batista, em Monte Cassino.
Com informações da GaudiumPress
Assinar:
Postagens (Atom)