Francisco Orofino e Frei Carlos Mesters
Folheto Litúrgico Deus Conosco
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O
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fio condutor das leituras de hoje
é duplo: a partilha e o exercício do poder. No Evangelho, Jesus critica a
liderança dos doutores da lei e exalta a partilha feita pela viúva. A mesma
partilha é feita pela viúva pobre a pedido do profeta Elias. A Carta aos
Hebreus destaca como Jesus exerceu sua autoridade entregando-se a si mesmo por
nós.
No Evangelho, Jesus faz um discurso bem forte contra os doutores da lei,
que usam seu saber para dominar e explorar o povo. É muito perigoso quando as
lideranças religiosas, ao invés de ensinarem o povo a partilhar, usam de seu
poder para acumular riquezas. Jesus acusa os teólogos de sua época porque
transformam seu saber em poder opressor, manipulando a imagem de Deus.
Transformam o Deus defensor dos pobres num Deus que defende os ricos e sua
riqueza acumulada.
Jesus condena violentamente as falsas lideranças religiosas que exploram
a fé do povo simples. São falsos pastores, mais preocupados em tosquiar suas
ovelhas do que em transmitir os ensinamentos de Deus. Jesus é para nós a única
e verdadeira liderança religiosa.
A Carta aos Hebreus quer renovar nossa esperança em Jesus. Tudo o que a
antiga Aliança buscava obter através de rituais e sacrifícios, torna-se para
nós plena realidade no mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.
Através de Jesus temos agora acesso direto ao nosso Deus. Em Jesus temos a
plena reconciliação da humanidade com a vontade de Deus. Prova de amor maior
não há do que partilhar a sua vida com seus irmãos e irmãs.
Na Primeira Leitura, o profeta Elias mostra como atua uma liderança que
se inspira na Palavra de Deus. Elias foi enviado a uma viúva, numa cidade fora
de Israel. Ele foi pedir abrigo a uma pessoa que não era de seu povo, nem da
sua religião. Temos aqui um quadro simbólico do encontro entre Deus e os
pobres.
O nosso Deus se coloca ao lado da viúva, do órfão, do estrangeiro. Deus
defende e dá a vida aos pobres. Mas os pobres devem aprender a partilhar. É o
que Elias diz para a viúva: partilha comigo o pouco que você tem, e nada
faltará. Quando os pobres partilham, a vida triunfa. A verdadeira liderança revela
o rosto de Deus no meio dos pobres.
O Salmo de Meditação mostra como o próprio Deus exerce sua autoridade a
serviço dos pobres. O Salmo enumera as pessoas pobres atendidas por Deus: os
oprimidos, os famintos, os prisioneiros, os cegos, os encurvados, os
estrangeiros, os órfãos e as viúvas. Em resumo, Deus ama os justos e transforma
o caminho dos injustos.
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