Francisco Orofino e Frei Carlos Mesters
Folheto Litúrgico Deus Conosco
O
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fio condutor das leituras deste domingo é o
exercício do poder a serviço da vida. Tanto no livro de Daniel como no
Apocalipse e no Evangelho de João, o poder eterno do Filho do Homem e de Jesus
serve a vida, faz o povo viver em paz e revela o Reino de Deus. No começo do
Evangelho de Marcos, Jesus pregava dizendo: "O Reino de Deus está
próximo!" (Mc 1,15).
O povo
conhecia bem o significado da expressão "Reino de Deus". Ela resumia
toda a Aliança. No Evangelho de hoje, diante de Pilatos, Jesus assume sua
realeza. Jesus é Rei. Mas que tipo de rei é Jesus? Naquela época havia muito
sofrimento, causado por uma violência estúpida vinda da parte dos governantes,
dos reis deste mundo; tanto das lideranças do próprio povo quanto do Império
Romano. O império era o mundo. Jesus diz com clareza que seu Reino "não é
deste mundo", ou seja, não podemos confundir a proposta de Jesus com
qualquer proposta política em nossa sociedade, tanto de ontem como de hoje.
O Reino
de Deus não pode ser fruto de uma revolução violenta ou de regimes
nacionalistas messiânicos, por mais que eles se apresentem assim. O Reino não
vai surgir com perturbações armadas ou com cataclismos apocalípticos. Jesus
ensina que o Reino já está no meio de nós. O Reino já está presente na
humanidade (Lc 17,21). Deus já está
reinando. Onde? Na própria manifestação de Jesus. O Reino de Deus manifesta-se
no próprio Jesus. Em seus gestos, suas opções e suas palavras, Jesus nos revela
o Reino de Deus.
Ao longo
das leituras dos domingos deste ano, acabamos de conhecer um pouco mais de
Jesus. Sabemos que Jesus é um Rei bem diferente das imagens de reis que
conhecemos. Jesus é, antes de tudo, um Rei pobre. Não possui exércitos nem
qualquer tipo de força militar. Em sua ação, Jesus combateu os males causados
por uma sociedade injusta e desigual.
Mesmo
desarmado, mas com a força do Pai ao seu lado, Jesus combate a fome, as
doenças, a ignorância, a solidão, os preconceitos, a violência, a injustiça, o
medo, o sofrimento, o pecado e a morte. Jesus veio trazer a bênção da vida que
tínhamos perdido por causa do pecado.
Nesta
festa de Cristo Rei queremos ser bons e fiéis súditos de seu Reino. Queremos
renovar o compromisso de seguir na estrada de Jesus. Compete a nós, hoje,
combater este bom combate em defesa da vida, guardar a fé e não perder a
esperança. Nesta luta pelo Reino descobriremos a presença de Deus no meio de
nós.
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