Dom
Sergio da Rocha
Cardeal
Arcebispo de Brasília
C
|
ontinuamos a
percorrer o caminho para Jerusalém, com Jesus e os apóstolos, conforme o início
do Evangelho proclamado (Lc 13,22). S. Lucas continua a narrar a longa
viagem de Jesus para Jerusalém, onde consumará a sua missão. A passagem de hoje
apresenta a resposta de Jesus a uma curiosa pergunta: “Senhor, é verdade que
são poucos os que se salvam?” (Lc 13,23).
Ao invés de
responder à curiosidade sobre “quantos” se salvam, Jesus mostra como
viver para entrar no Reino, destacando a universalidade da salvação e as suas
exigências. A resposta ocorre em dois momentos principais. No final do texto,
ao afirmar que “virão homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e
tomarão lugar à mesa do reino de Deus”. Todos são chamados a serem salvos.
Não basta pertencer a determinado povo, grupo ou instituição para assegurar-se
da salvação, pois “há últimos que serão primeiros e primeiros que serão
últimos” (Lc 13,30).
No contexto do
Evangelho de hoje, a palavra dirigida por Jesus pode ser aplicada primeiramente
aos membros do povo eleito, questionando, especialmente, os fariseus que tinham
visão exclusivista da salvação, restringindo-a aos membros do seu povo.
Contudo, a afirmação de Jesus interpela também os seus discípulos, ao se
referir àqueles que comeram e beberam com ele, mas não praticaram a justiça do
Reino.
A salvação é dom de
Deus ofertado a todos; não se baseia em privilégios ou exclusivismo. Em Jesus
Cristo, realiza-se plenamente a profecia de Isaías, conforme a primeira
leitura: “virei para reunir todos os povos e línguas; eles virão e verão
minha glória” (Is 66,18).
Ao mesmo tempo, aos
quem o acompanhavam, Jesus indicou o caminho da “porta estreita” para
entrar no Reino. Os que estavam ouvindo e vendo Jesus não poderiam se acomodar
ou simplesmente alegar isso para serem salvos. Por isso, ele adverte: “fazei
todo esforço possível para entrar pela porta estreita” (Lc 13,24).
A porta estreita não significa que a vida cristã seja penosa ou triste. Através dela, experimenta-se a alegria e a
beleza da vida cristã, que não é vida fácil, pois exige esforço pessoal,
fidelidade, vivência da justiça e santidade. Para isso, como verdadeiro Pai que
ama seus filhos, Deus nos educa e corrige, conforme a Carta aos Hebreus (Hb
12,5), animando-nos a caminhar sempre sem desanimar e acertando os nossos
passos.
Neste Dia Nacional
do Catequista, com profunda gratidão, nós bendizemos a Deus e suplicamos as
suas bênçãos para todos os que se dedicam à Catequese. Procuremos valorizar e
apoiar, sempre mais, o valioso trabalho pastoral dos catequistas!
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