Dom Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
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elebramos,
neste domingo, a SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS, transferida do dia 1º de
novembro, para que todos possam participar da Eucaristia. Os santos são nossos
intercessores e modelos de vida cristã. Pela intercessão e méritos dos santos,
nossas preces chegam a Jesus Cristo e por meio dos seus exemplos, somos motivados
a segui-lo fielmente. A Liturgia da Palavra nos mostra quem são os santos e o
que devemos fazer para viver na santidade.
O
livro do Apocalipse se refere a uma “multidão imensa de gente de todas as
nações, tribos, povos e línguas, que ninguém podia contar”, pois a salvação
em Cristo e a santidade são para todos. Eles “estavam de pé” diante do
Cordeiro, “trajavam vestes brancas e traziam palmas na mão” (Ap 7,9). Nas imagens dos santos mártires, encontramos
sempre uma palma na mão, recordando a palma do martírio, do testemunho, da
fidelidade até a morte, palma da vitória conquistada por Cristo. Os santos são
testemunhas e exemplos de fidelidade a Cristo na vida cotidiana e nas grandes
ocasiões. Acima de tudo, “vieram da grande tribulação” e permaneceram fiéis.
Contudo, não são santos por conta própria. Eles são santos porque foram
redimidos por Cristo: “lavaram e alvejaram as suas roupas no sangue do
Cordeiro” (Ap 7,14). A santidade é sempre dom de Deus e, por isso, é
sempre vivida pela graça de Deus.
O
Evangelho nos apresenta a belíssima passagem das Bem-aventuranças,
recordando-nos, hoje, que os santos são “bem-aventurados”, isto é, “felizes”
(Mt 5,1-12). Eles não foram pessoas tristes ou infelizes, embora tenham
passado por provações, abraçando a cruz de cada dia. São santos e felizes
os que vivem as bem-aventuranças: os pobres em espírito, os mansos, os
misericordiosos, os puros de coração, os aflitos consolados por Deus, os que
têm fome e sede de justiça, os perseguidos por causa da justiça. Este é
o caminho da santidade proposto por Jesus. Somos todos chamados a ser santos,
trilhando o caminho das bem-aventuranças e, deste modo, experimentando a
felicidade verdadeira e duradoura que vem de Deus.
Com
a primeira carta de S. João, reconhecemos que o Pai nos deu um “grande
presente”: “sermos chamados filhos de Deus!” (1Jo 3,1). Os
santos, purificados por Cristo, se comportam como verdadeiros filhos de Deus e,
por isso, como irmãos.
A
santidade a ser vivida e testemunhada por cada um na vida cotidiana leva a amar
a Igreja e dela participar. As pessoas santas evangelizam pelo seu testemunho
de vida, incluindo a participação na Igreja, nas missas e atividades pastorais.
Sejamos santos, participando
ativamente da comunidade!
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