Dom
Sergio da Rocha
Cardeal
Arcebispo de Brasília
A
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liturgia da Palavra deste penúltimo Domingo do
Tempo Comum leva-nos a olhar para o futuro que Deus prepara para nós, com
esperança, mas vivendo o presente com responsabilidade e firmeza na fé.
O profeta Malaquias
anuncia o “Dia” do Senhor, o dia do julgamento, que será de condenação
para “os soberbos e ímpios”, enquanto para os que temem o Senhor “nascerá
o sol da justiça trazendo salvação em suas asas” (Ml 3,20). Trata-se
de um forte apelo à esperança dirigido, especialmente, aos que duvidavam da
justiça e do amor de Deus na história. O profeta mostra que Deus não abandonou
o seu povo e irá estabelecer o seu reino de justiça. Em resposta, rezamos o
Salmo 97, proclamando que “o Senhor virá julgar a terra inteira, com justiça
julgará”. De fato, nós rezamos o Creio afirmando que Jesus Cristo “há de
vir a julgar os vivos e os mortos”.
Conforme o Evangelho
segundo S. Lucas, a preocupação dos discípulos era saber “quando” e “como”
isso aconteceria. Ao invés de satisfazer a curiosidade deles a respeito do
futuro, Jesus lhes mostra como proceder no presente, destacando três atitudes
que deveriam cultivar. A primeira é: “cuidado para não serdes enganados”
(Lc 21,8), alertando para que não se deixem levar por rumores a respeito
do fim. A segunda é: “não fiqueis apavorados” (21,9); ao
contrário, é preciso confiar em Deus. A terceira atitude encontra-se resumida
na frase conclusiva do texto proclamado: “é permanecendo firmes que ireis
ganhar a vida” (21,19), mostrando a importância da perseverança e do
testemunho. O tempo de grandes dificuldades, perseguição e morte, será ocasião
para os discípulos testemunharem a fé, segundo as palavras de Jesus (21,13),
prometendo-lhes “dar palavras acertadas” para se defenderem.
Na comunidade dos
tessalonicenses, a preocupação com a vinda do Senhor levou alguns a viverem de
maneira errada. São Paulo refere-se a “alguns que vivem à toa, muito
ocupados em não fazer nada” (2Ts 3,11). Para estarem bem preparados
para o dia do julgamento, os tessalonicenses são exortados a trabalhar e a agir
com responsabilidade. Ao invés do medo ou da acomodação, é necessário
agir. Diante da figura deste mundo que
passa e do julgamento que virá, a fé move os discípulos de Cristo para agirem
com esperança e responsabilidade, dando testemunho e permanecendo firmes.
O Papa Francisco instituiu o 33º Domingo do Tempo Comum como o
dia mundial dos pobres, por meio da Carta Apostólica Misericórdia et Misera (n.
21), como fruto e prolongamento do Ano Santo da Misericórdia (2016). Seja este
dia uma ocasião especial para expressar o amor aos pobres, a solidariedade,
através de ações pessoais e comunitárias.
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