Dom Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
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elebramos,
com toda a Igreja, a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo.
Na oração do Pai Nosso, ensinada por Jesus, nós suplicamos ao Pai: “venha a
nós o vosso Reino”. Contudo, nem sempre prestamos a devida atenção às
palavras que repetimos tantas vezes. A Liturgia da Palavra desta solenidade nos
mostra como é este Rei em quem nós cremos e como é o seu Reino. O Evangelho nos
revela o rosto deste Rei do Universo, ao narrar a sua paixão e morte na cruz.
Somos convidados a contemplar Jesus coroado de espinhos para entender bem o
significado de sua realeza, que não pode ser entendia segundo os parâmetros dos
reis e dos reinos presentes na história. Na cruz, Jesus se revela o verdadeiro
rei, o Senhor, que vem para dar a vida pela salvação do seu povo. Ao invés de
cercar-se de honrarias, Jesus é o rei que se faz servo, doando a sua vida por
nós. A narrativa da paixão, segundo Lucas (Lc 23,35-43), ressalta a
misericórdia de Jesus. Na cruz, ele oferece o perdão ao malfeitor arrependido,
prometendo-lhe o paraíso. Além disso, em outra passagem, Lucas narra que Jesus
rezou, na cruz, suplicando ao Pai o perdão àqueles que o crucificavam. Jesus
não é apresentado como um rei dominador, mas como o rei-servo que constrói o
seu Reino sobre o perdão e a doação.
No
prefácio da missa desta solenidade, louvamos ao Pai porque o Reino de Jesus é
um “reino eterno e universal: reino da verdade e da vida, reino da santidade
e da graça, reino da justiça, do amor e da paz”. É este o Reino que pedimos
ao Pai, todas as vezes que rezamos o Pai Nosso. Com o belo hino de louvor da
Carta de S. Paulo aos Colossenses, nós damos graças ao Pai que “nos recebeu
no reino de seu Filho amado” (Cl 1,13) e porque quis “por ele
reconciliar consigo todos os seres, os que estão na terra e no céu, realizando
a paz pelo sangue da sua cruz” (Cl 1,20).
Em
todo o Brasil celebramos hoje o dia nacional dos cristãos leigos e leigas,
chamados a participarem ativamente da vida e da missão evangelizadora da
Igreja, especialmente, pelo testemunho cristão nos diversos ambientes da
sociedade. Nós bendizemos a Deus e agradecemos os fiéis leigos que se dedicam
generosamente ao serviço da Igreja nas diversas pastorais, movimentos e
serviços, bem como, pela participação responsável na construção da sociedade.
Torna-se cada vez mais necessária a atuação dos cristãos leigos nos diversos
campos da vida social, como “sal da terra” e “luz do mundo”.
Nossas comunidades paroquiais necessitam também de um número maior de leigos e
leigas para as diversas pastorais, movimentos e serviços. Somos todos “batizados
e enviados” em missão!
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