Dom
Sergio da Rocha
Cardeal
Arcebispo de Brasília
N
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este Tempo
Quaresmal, a Liturgia da Palavra tem nos apresentado Jesus como a Água viva (3º
Domingo) e a Luz do mundo (4º Domingo). Neste 5º Domingo da Quaresma, a catequese
batismal em preparação para a Páscoa se completa com a passagem da “ressurreição
de Lázaro”, apresentando-nos Jesus como “a Ressurreição e a Vida”. No centro da narrativa joanina, está a
palavra de Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo
que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim não morrerá jamais”
(Jo 11,25-26). A pergunta de Jesus à Marta, irmã de Lázaro, se dirige
também a nós: “Crês isto?” Nós somos chamados a repetir com ela: “Sim,
Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir
ao mundo” (Jo 11,27).
Esta profissão de fé, manifestada por Marta, deve estar no coração e nos
lábios de cada discípulo de Cristo, especialmente nos momentos mais difíceis,
como aquele da morte de Lázaro.
Na cena da
ressurreição de Lázaro, destacam-se a ação de Jesus e a colaboração das
pessoas. Lázaro recebe a vida por meio de Jesus, que o chama: “Lázaro,
vem para fora!” (Jo 11,43). Ninguém sai sozinho do “sepulcro”!
Somos libertados do pecado e da morte por Cristo. Entretanto, Jesus quis contar com a
colaboração das pessoas, conforme as suas palavras: “tirai a pedra!”
(Jo 11,39) e “desatai-o e deixai-o caminhar!” (Jo
11,44). Hoje, há muitos “Lázaros” necessitados da “Ressurreição e
a Vida”. E Jesus continua a dizer: “vem para fora”, sai do túmulo!
Contudo, faltam, muitas vezes, pessoas dispostas a “tirar a pedra” e a
desatar as amarras para que “Lázaro” possa voltar à vida e caminhar. É preciso
mais amor fraterno, misericórdia e solidariedade. O cristão, ao dizer “Sim,
Senhor, eu creio!”, se torna portador da esperança ancorada na fé e
traduzida em gestos concretos de compaixão e serviço, conforme o lema da
Campanha da Fraternidade deste ano: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”.
Estamos chegando ao
final do Tempo da Quaresma. O próximo domingo será o Domingo de Ramos e da
Paixão do Senhor. Procure refletir sobre como tem transcorrido a sua
Quaresma e aproveite bem o tempo que resta para preparar-se melhor para a
Páscoa, através da oração, da penitência e do amor fraterno. Procure
reconciliar-se com Deus e com os irmãos para poder celebrar bem a Páscoa. No
Domingo de Ramos, ocorre a Coleta da Campanha da Fraternidade, que é um gesto
concreto de comunhão e partilha de toda a Igreja no Brasil. Participe!
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