Cardeal Arcebispo de Brasília
“Daí graças ao Senhor porque ele é bom! Eterna é a sua misericórdia”.
A
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ssim rezamos, hoje, com
o Salmo 117, continuando a expressar o nosso louvor pela Páscoa da Ressurreição
do Senhor. A Igreja nos pede que “os cinquenta dias entre o Domingo da
Ressurreição e o Domingo de Pentecostes sejam celebrados com alegria e
exultação, como se fossem um só dia de festa”.
O segundo Domingo da
Páscoa é denominado “Domingo da Divina Misericórdia”, conforme
estabeleceu São João Paulo II. O Papa Francisco afirmou que “Jesus Cristo
é o rosto da misericórdia do Pai”. O Evangelho segundo João (Jo
20,19-31) nos apresenta o primeiro encontro de Jesus com os seus
discípulos, após a paixão e a morte na cruz. Apenas o “discípulo amado”
havia permanecido aos pés da cruz, com as santas mulheres, conforme o relato
joanino da Paixão. Contudo, depois de ter sido traído e abandonado, Jesus
Ressuscitado reencontra os seus discípulos, desejando-lhes a paz, transmitindo-lhes
o dom do Espírito e a missão de perdoar. Ao invés de cobrar explicações ou de
condenar, Jesus lhes oferece a paz e propõe o perdão.
O texto meditado
ressalta a figura do apóstolo Tomé. Ele não estava na comunidade dos
discípulos, quando o Senhor se colocou no meio deles, e nem acreditou no
testemunho dado por eles. Por isso, não foi capaz de fazer a experiência do
encontro com o Ressuscitado. Num segundo momento, estando novamente com os
discípulos, ele encontrou Jesus. Numa atitude de fé, Tomé se prostrou diante
dele, proclamando: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20,28). O
Evangelho nos mostra, assim, a importância de estar na comunidade dos
discípulos, a Igreja, para encontrar Jesus Ressuscitado e alimentar a fé.
Os Atos dos Apóstolos (At
2,42-47) nos descreve como era a vida da primeira comunidade cristã. “Eram
perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na
fração do pão e nas orações”, e partilhavam os seus bens. Hoje, cada comunidade é chamada a viver
assim, para ser reconhecida, de fato, como comunidade cristã.
Continuemos a rezar
pela superação da pandemia no Brasil e no mundo, lembrando-nos, de modo
especial, dos enfermos e das pessoas falecidas, dos seus familiares e de todos
os que estão a serviço dos doentes nas casas e nos hospitais, aos quais
expressamos a nossa profunda gratidão. Sejamos testemunhas da esperança e da
caridade, sendo mais fraternos e solidários com os que mais sofrem.
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