“SOMOS UM POVO SACERDOTAL”
Dom José Aparecido Gonçalves de Almeida
Bispo Auxiliar de Brasília-DF
O
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s textos bíblicos, que
ouvimos neste XI DOMINGO DO TEMPO COMUM,
nos ajudam a compreender a realidade da Igreja. A primeira leitura (Ex. 19,
2-6a) evoca a Aliança que Deus estabeleceu com Moisés no Monte Sinai,
durante a fuga do Egito; o Evangelho (Mt 9, 36 – 10, 8) nos narra o
chamamento e a missão dos doze Apóstolos. Por meio da Palavra inspirada, o
Espirito Santo nos revela a constituição íntima da Igreja. Estas palavras são
dirigidas a cada um de nós, à comunidade da qual somos pedras vivas, como um
convite a reavivar o ardor da nossa vocação missionária para dilatar o
Evangelho do Reino, porque o Senhor – pelo sangue do nosso resgate – faz de nós
“um reino de sacerdotes, uma nação santa” (Ex. 19, 6a).
Dentre os que foram
incorporados a Cristo e passaram a fazer parte desse povo sacerdotal, “não
existe membro que não tenha parte na missão de todo o povo” (PO 2).
Pelo sacerdócio comum a todos os fiéis, os batizados oferecem sacrifícios
espirituais e anunciam os poderes d’Aquele que das trevas os chamou à sua luz
admirável (cf. LG 10). No entanto, o Senhor também escolhe, separa e
consagra alguns irmãos para o sacerdócio ministerial, com a missão de formar e
apascentar a grei de Cristo, e oferecer o sacrifício eucarístico em nome de
todo o povo e em seu favor. Se pelo sacerdócio comum, os fiéis leigos são
chamados a santificar as realidades em que se movem e vivem, pelo sacerdócio
ministerial os bispos e presbíteros são chamados a oferecer aos irmãos os bens
espirituais de que necessitam para viver santamente a sua vocação. Por isso o
Concílio Vaticano II quis lembrar que o sacerdócio comum dos fiéis e o
sacerdócio ministerial se ordenam um ao outro.
Ao ver as multidões
abatidas, Jesus se compadeceu delas e disse aos discípulos: “A messe é
grande, os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao dono da messe que envie
trabalhadores para a sua colheita” (Mt 9, 37-38). Ele chamou os doze
e lhes conferiu os poderes da sua missão messiânica, primeiro Pedro e, com ele,
os demais. Em seguida enviou os Doze em missão. Convidou a rezar, chamou e
enviou. E os Doze partiram imediatamente para anunciar que o Reino de Deus está
próximo.
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