Pe.
Fábio Evaristo R. Silva, C.Ss.R.
Folheto
litúrgico Deus Conosco - Ed. Santuário
D |
eus nos convida, nos
chama, convoca. É preciso unir a Palavra com nossos gestos e atitudes. Deus
quer contar conosco para construirmos uma sociedade renovada pela justiça, pela
fraternidade e pela paz. Diante desse projeto de vida, podemos assumir duas
atitudes: dizer "sim" ou "não" à vontade de Deus. E ao
celebrarmos o Dia Nacional da Bíblia, que a Palavra libertadora do Senhor
alcance nosso coração.
Na
Liturgia da Palavra, Deus nos fala que devemos ter os mesmos sentimentos e
atitudes de Cristo para segui-lo fielmente. Ele dispensou sua realeza para
viver a simplicidade da vida.
Em
diversas ocasiões nos evangelhos encontramos Jesus falando sobre a importância
de uma vida coerente, isto é, uma vida onde as palavras e as ações não se
contradizem, mas estão profundamente interligadas. Jesus aponta com frequência
para o que deve caracterizar seus discípulos: saber colocar em prática a
vontade do Pai, demonstrando por suas obras o quanto amam a Deus.
É
assim que compreendemos suas palavras: "Nem todo aquele que me diz:
'Senhor, Senhor', entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade
de meu Pai que está nos céus" (Mt 7,21). Tal como no tempo de
Jesus, hoje também é possível encontrar alguém que, com sua capacidade de orar
e comunicar-se, com seus conhecimentos sobre Bíblia ou religião, arranque
lágrimas das outras pessoas. Por vezes, não passam de palavras vazias,
infecundas.
Na
parábola dos dois filhos que mudaram de atitude vemos um típico exemplo de que
as palavras, assim como as ideologias, podem muitas vezes nos enganar. Só
conhecemos verdadeiramente o coração do ser humano por suas obras: "Nisto
conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos
outros" (Jo 13,35).
O
"sim" que os discípulos de Jesus são chamados a dizer deve ser
respondido com consciência e maturidade, para que seja verdadeiro
"sim", e não fruto de um mero momento de euforia. Nossa tarefa de
cada dia consiste em renovar o nosso "sim", fazendo-o todas as vezes
com mais profundidade, reafirmando-o sobretudo com nossas práticas.
Ao
dizer que os cobradores de impostos e as prostitutas serão os primeiros a
alcançar o Reino de Deus, Jesus aponta para a fragilidade daqueles que se acham
perfeitos e melhores que os outros. Mostra-nos também que devemos nos colocar
em permanente atitude de conversão, pois sempre estamos sujeitos a cair. Os que
se acham "santos" são muito facilmente propensos ao erro, pois acabam
perdendo-se na sua soberba e se fecham à graça divina.
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