sábado, 26 de setembro de 2020

REFLEXÃO LITÚRGICA DO XXVI DOMINGO DO TEMPO COMUM – 27/09/2020

  


Pe. Fábio Evaristo R. Silva, C.Ss.R.

Folheto litúrgico Deus Conosco - Ed. Santuário

 

D

eus nos convida, nos chama, convoca. É preciso unir a Palavra com nossos gestos e atitudes. Deus quer contar conosco para construirmos uma sociedade renovada pela justiça, pela fraternidade e pela paz. Diante desse projeto de vida, podemos assumir duas atitudes: dizer "sim" ou "não" à vontade de Deus. E ao celebrarmos o Dia Nacional da Bíblia, que a Palavra libertadora do Senhor alcance nosso coração. 

Na Liturgia da Palavra, Deus nos fala que devemos ter os mesmos sentimentos e atitudes de Cristo para segui-lo fielmente. Ele dispensou sua realeza para viver a simplicidade da vida.

Em diversas ocasiões nos evangelhos encontramos Jesus falando sobre a importância de uma vida coerente, isto é, uma vida onde as palavras e as ações não se contradizem, mas estão profundamente interligadas. Jesus aponta com frequência para o que deve caracterizar seus discípulos: saber colocar em prática a vontade do Pai, demonstrando por suas obras o quanto amam a Deus.

É assim que compreendemos suas palavras: "Nem todo aquele que me diz: 'Senhor, Senhor', entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus" (Mt 7,21). Tal como no tempo de Jesus, hoje também é possível encontrar alguém que, com sua capacidade de orar e comunicar-se, com seus conhecimentos sobre Bíblia ou religião, arranque lágrimas das outras pessoas. Por vezes, não passam de palavras vazias, infecundas.

Na parábola dos dois filhos que mudaram de atitude vemos um típico exemplo de que as palavras, assim como as ideologias, podem muitas vezes nos enganar. Só conhecemos verdadeiramente o coração do ser humano por suas obras: "Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros" (Jo 13,35).

O "sim" que os discípulos de Jesus são chamados a dizer deve ser respondido com consciência e maturidade, para que seja verdadeiro "sim", e não fruto de um mero momento de euforia. Nossa tarefa de cada dia consiste em renovar o nosso "sim", fazendo-o todas as vezes com mais profundidade, reafirmando-o sobretudo com nossas práticas.

Ao dizer que os cobradores de impostos e as prostitutas serão os primeiros a alcançar o Reino de Deus, Jesus aponta para a fragilidade daqueles que se acham perfeitos e melhores que os outros. Mostra-nos também que devemos nos colocar em permanente atitude de conversão, pois sempre estamos sujeitos a cair. Os que se acham "santos" são muito facilmente propensos ao erro, pois acabam perdendo-se na sua soberba e se fecham à graça divina.

Ao contrário, os pecadores são mais abertos para acolher a graça, pois têm consciência de sua precariedade e confiam apenas na misericórdia de Deus. Precisamos responder ao chamado de Deus nos atos cotidianos, nas relações interpessoais, nas próprias escolhas. Fazendo assim, caminha-se na justiça e no testemunho fidedigno do Reino de Deus.

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