A experiência do encontro pessoal com Jesus
é a única
capaz de sustentar a missão do Leigo (a) na Igreja.
A messe necessita de cristãos com o coração extasiado,
apaixonado pela Cruz e pela Paz do Senhor Jesus.
São todos os que professam a fé em Jesus Cristo, no âmbito da Comunidade Católica, tendo recebido o batismo, mas não pertencentes ao grupo dos ministros que receberam o Sacramento da Ordem.
O Igreja
pretende valorizar a vocação de todos, evitando qualquer distinção de classe
entre clérigos e não clérigos, pois ela não é formada por classes, mas
constitui-se numa grande comunidade de irmãos, que têm funções diferentes,
exercendo a autoridade hierárquica como um serviço à comunidade inteira. Bom
exemplo a respeito encontra-se na Carta aos Efésios que diz: “Há um só corpo e
um só espírito…, no entanto, a cada um de nós foi dada a Graça conforme a
medida do dom de Cristo… a alguns ele concedeu serem apóstolos; a outros,
profetas; a outros, evangelistas; a outros pastores e mestres” (Ef 4, 4 -12).
“Uma vez
que, como todos os fiéis, por meio do batismo e da confirmação, são destinados
por Deus ao apostolado, os leigos, individualmente ou reunidos em associações,
têm obrigação geral e gozam do direito de trabalhar para que o anúncio
divino da salvação seja conhecido e aceito por todos os homens, em todo o
mundo; esta obrigação é tanto mais urgente naquelas circunstâncias em que
somente através deles as comunidades podem ouvir o Evangelho e conhecer a
Cristo”.
DESAFIO VOCACIONAL
É preciso suscitar,
constantemente, no coração dos leigos e leigas a importância da sua vocação
missionária, e o quanto ela contribui para o bem de toda a Igreja e da
sociedade. Em saída, cheios do Amor de Deus em ações práticas de amor ao
próximo, os leigos devem refletir, com sabedoria, seu protagonismo neste
contexto reconhecendo o valor pessoal de seu ministério na comunidade. Serviço
chamado; movido e enaltecido intensamente pelo Amor de Jesus Cristo em todas as
ações pastorais desenvolvidas pela igreja.
Conforme
os desígnios de Deus, neste momento, em plena comunhão com a Santíssima
Trindade, com o Papa Francisco e a nossa Igreja, necessitamos de um novo
Pentecostes (At 2,1-4) dentro do coração de cada um, para que, impregnando o
mundo com o espírito cristão, possa bendizer e retribuir com muita alegria e
esplendor, todas as graças recebidas do alto, compartilhando-as fraternalmente
em grandes atos de caridade [amor pleno ao próximo], diante das missões
pastorais que, em caminhada, representam a imagem de Jesus Cristo – a Pedra
Angular que sustenta fielmente a edificação do projeto de Deus para todo seu
povo amado (1Pd 2,6-8).
O APOSTOLADO DOS LEIGOS
Como membros vivos na
missão da Igreja, todos os leigos são chamados a desenvolver funções que
incrementam a perene santificação da própria comunidade.
Atuando em
trabalhos voluntários que atingem à vida do próximo, nas pastorais; nos
movimentos e em missões fora da Igreja, os leigos e leigas continuam a
escrever, com amor, o Ato dos Apóstolos (Jo 13,12-17).
De irmão
para irmão, a participação dos leigos não está somente nas missões
desenvolvidas dentro das comunidades eclesiais, pois muitos se lançam às
Bem-Aventuranças fora da igreja, e voluntariamente dedicam boa parte de suas
vidas em ações de misericórdia e solidariedade em muitas instituições de saúde,
casas de assistência aos idosos e crianças, casas de recuperação de usuários de
drogas e de álcool, e tantas outras belíssimas obras de promoção humana (Mt
5,7).
Olhando
mais precisamente para as ações pastorais nas igrejas, imaginemos a quantidade
de fiéis engajados em todas as comunidades do universo Cristão. São milhares de
leigos e leigas envolvidos na estrutura eclesial, e, juntamente com o clero:
bispos, presbíteros e diáconos, como membros ativos, ajudam na missão
evangelizadora, anunciando Jesus, O Cristo – cabeça da nossa Igreja – movida
pela ação do Espírito Santo.
Hoje,
seria impossível mantermos as estruturas de atuação das nossas comunidades
eclesiais sem o apostolado dos leigos.
O MINISTÉRIO DOS LEIGOS
Devemos lembrar que
as portas sempre estiveram e continuam abertas para todo fiel que, como povo de
Deus, queira participar e evoluir, a seu modo, acatando o convite de Cristo,
“Vem e Segue-Me”, desenvolvendo a missão evangelizadora que Jesus Cristo
deixou para nossa Igreja através dos frutos do Espírito Santo.
Pelo
chamado a um enobrecedor projeto de vida pessoal, sendo, pela graça, um
instrumento para a construção do Reino de Deus, todo discípulo missionário deve
engajar-se ativamente em algum ministério eclesial, ou em obras de ações
sociais voltadas ao bem da comunidade, pois estando incorporado mais ativamente
às obras divinas, produz frutos abundantes que o elevam ainda mais a um estado
contemplativo de amizade com o Pai – servindo-O em ações de fraternidade,
realizadas e reconhecidas em todas as missões exercidas para o bem comum da
humanidade (Gl 6,10). “Consagram a Deus o próprio mundo”.
Para os
leigos e leigas que ainda não conseguiram “reconhecer o chamado”, para a alegria
do Pai, do Filho e do Espírito Santo, a Santíssima Trindade, todos podem
interceder em orações, clamando ao Espírito Santo para que ilumine a alma
missionária desses irmãos, manifestando em seu interior o desejo de agir na
propagação do Evangelho (At 18,18.26; Rm 16,3).
Todos os leigos
Incorporados a Cristo estão em plena comunhão com O Seu corpo que está vivo em
nossa igreja – revelando em unidade – o sentido universal da graça alcançada em
comunidade.
O serviço ao próximo
é um dos maiores testemunhos de fé do verdadeiro cristão, pois formando um só
corpo em Cristo (Rm 12,4-5), traz para a terra um pedaço do céu – onde Deus
está a serviço de suas amadas criaturas (Mc 10,45).
Movidos
pelos dons e carismas recebidos do céu, a participação, dentro das comunidades
pastorais, aproxima muitos irmãos que contemplam um grau mais elevado de
espírito evangélico, ou seja, estando mais enraizados e fortalecidos de
conhecimentos do plano de Deus, conseguem ser bons propagadores do Seu Reino.
O
envolvimento com a comunidade paroquial gera diversas oportunidades de
formações , de conhecimentos, estimulando a participação em cursos, palestras,
estudos bíblicos, Teologia, grupos de orações e tantas outras providências do
céu, que edificam e animam com a sabedoria divina e o discernimento humano [fé
e razão], “valores do Reino no âmbito da vida social, econômica, política e
cultural” (Documento de Aparecida n.212). Pela graça, o verdadeiro amor da
Santíssima Trindade ilumina os caminhos para ‘as coisas’ de Deus, fazendo com que
se receba verdades de fé e de caridade plena ao próximo (Rm 13,10).
LEIGOS – DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS
Para os que já atuam
em comunidades eclesiais, a perseverança é um dom que deve ser sempre animado
pelo Espírito Santo, pois o cansaço, a falta de interesse e a fraqueza podem
levar ao afastamento da missão. Por isso, é necessário “renovar seu carisma
original”. A obra necessita de cristãos com o coração extasiado, encantado pela
paz do Senhor (Jo 14,26-27).
REFLEXÃO À LUZ DO ESPÍRITO SANTO
Com o resplandecer da
Nova Primavera, exaltada com imensa riqueza pastoral pelo Concílio
Ecumênico Vaticano II, agora, colhendo e semeando bons frutos dessa estação, a
Igreja Católica, incentivada ardentemente pelo Papa Francisco, coloca os
cristãos leigos e leigas como protagonistas da Igreja em saída – sujeitos da
evangelização no mundo.
A missão
de anunciar a Boa-nova para o mundo tem seu início principalmente dentro das
comunidades pastorais das igrejas, visto que, tendo Cristo como cabeça; o
clero, os religiosos (as) e os leigos e leigas como seus membros, juntos, com
planejamento, vocação, visão apostólica, perseverança, fé, e principalmente
muito amor ao próximo, fortaleçam o Reino de Deus – aproximando os que mais
necessitam, pela graça, conhecer o Amor e a Misericórdia Divina.
Caminhando
e evangelizando através da caridade e não do proselitismo, mas sinalizando o
bem maior da paz interior prometida por Jesus, o protagonismo dos leigos
promove uma ação redentora, capaz de mostrar ao mundo, o quanto O Deus criador
deste mundo pode transfigurar nossas vidas. Mas para isso é preciso que O
conheçam melhor, pois é na vida que Ele se revela.
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