Jorge
Maciel
O |
período natalino sempre nos traz à lembrança
momentos marcantes da nossa vida. Sem dúvida é na nossa infância que ficam as
marcas mais significativas desta fase da nossa vida, passagens essas que, todos
os anos retornam ao pensamento, fazendo-nos reviver os momentos felizes, outros
nem tanto, mas que continuam a povoar o nosso consciente e a influenciar o
nosso estado de espírito no período natalino.
Já iniciamos as comemorações do Natal, com as cascatas de luzes
alegrando nossos corações e brilhando nos nossos olhos, casas, prédios, ruas e
praças iluminadas com decorações natalinas.
Mas não são todos os olhos que brilham e, para milhões de pessoas não há
nenhum motivo para festejar o Natal, pois estão sem alimentação, sem moradia,
sem trabalho, sem sequer um olhar carinhoso. É tempo de paixão e morte. Como
que em um único retrato, em branco e preto.
No Natal, Jesus nasce de novo. Mas, milhares de crianças que, como Ele,
vieram ao mundo no outro Natal, não estão comemorando, o primeiro aniversário.
Porque não conseguiram sobreviver à pobreza, à fome, às agressões, às guerras...
enfim, tudo isto, debaixo dos nossos olhos,
e com raras exceções, dos nossos representantes nos Poderes Legislativos
Municipal, Estadual e Federal, e dos nossos Prefeitos, Governadores e
Presidente da República, que insistem em não enxergar essa situação de milhares
de brasileiros.
Talvez essas coisas mágicas não aconteçam com todo mundo. Nem mesmo sei
se acontecem com muitas ou com poucas pessoas. Mas acontecem com algumas, não
que estas sejam melhores que ninguém. Apenas são mais perceptivas a algumas
sutis mudanças que ocorrem no ar, no humor e no amor das pessoas.
O clima de Natal é contagiante. Pelo menos na imaginação, o nosso desejo
é o de abraçar o mundo. De repente, parece que o melhor presente é estar
presente, é viver. Mas, se a vida é, para nós, o melhor presente, por que não a
envolvemos nos nossos mais belos laços e não doamos um pouco dela para quem,
dela, pouco, ou nada tem?
É verdade que no período natalino, as pessoas sorriem mais, tornam-se
mais tolerantes, mais pacientes. Algumas ficam mais otimistas. Outras ficam
criativas para acompanhar o otimismo daquelas, ainda que não tenham boas razões
para serem otimistas. Mas é preciso que esse número aumente para que mais
crianças possam sentir a alegria de imaginar ter sido atendida por Papai Noel.
Algumas pessoas, sós ou em
grupos, distribuem presentes, lanches e proporcionam brincadeiras, músicas e
muitas alegrias para as crianças carentes, fazendo a alegria daqueles que pouco
ou nada têm. Mas ainda são uma minoria quem se preocupam em proporcionar
alegrias aos menos favorecidos.
Quem sabe o próximo Natal seja diferente. Porque este (me parece), está
sendo igual aos anteriores. Pelo menos para milhares de brasileiros, irmãos ao
alcance do nosso abraço natalino, mas que não comparecem a nossa mesa, que não
brindam conosco. Portanto o próximo Natal há de ser melhor para estes. Para
isto, hoje e todos os próximos dias, têm que ser Natal. Há que se ter trabalho
e salário. Há que se ter escolas, hospitais e creches, enfim, há que se ter
vontade e decisão política.
Portanto vamos sonhar que a paz e a felicidade - poderemos conseguir,
simplesmente usando mais o AMOR, a COMPAIXÃO e a SOLIDARIEDADE.
Apesar de tudo, tenhamos um FELIZ NATAL!
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