Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News
L |
ucas,
nos Atos dos Apóstolos, quis afirmar que Jesus, o crucificado, ressuscitou e
foi acolhido por Deus. Os dois anjos com vestes brancas são os mesmos que
apareceram no dia de Páscoa, relatado em seu Evangelho.
O
mesmo Lucas, autor do Evangelho que leva seu nome, escreveu nesse seu outro
livro uma cena muito mais simples – Jesus se elevou aos céus perante seus
discípulos.
O
céu, entendido a partir do Evangelho de Jesus, não é o além das estrelas e das
nuvens. Isso seria um céu materializado, continuação do nosso mundo. Céu é a
comunhão plena com o Pai, a sintonização absoluta com sua santíssima vontade e
a vivência radical da caridade, do amor, a plenitude do amor fraterno, em total
ágape e comunicação com a Trindade.
Jesus
subiu ao céu no mesmo instante de sua morte, mas os discípulos só foram
compreendendo isso aos poucos, a partir do terceiro dia.
O
Senhor volta para o Pai e, ao mesmo tempo, está conosco, ao nosso lado. Isso é
possível porque Deus é onipotente, está em toda parte, em todo lugar.
Principalmente porque ele nos ama e quem ama deseja ficar ao lado do ser amado.
Jesus
está presente no mundo, no meio dos homens quando o testemunhamos, quando somos
fiéis aos seus ensinamentos e praticamos a justiça, o amor e o perdão.
Sua
obra de redenção continua no mundo, através da ação da Igreja, através de nossa
ação de batizados. Somos os continuadores de sua missão redentora. Ele investe
todos nós nessa missão ao dizer: “Toda autoridade me foi dada no céu e sobre a
terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em
nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o
que vos ordenei!”.
Ascensão
não é despedida, afastamento de Jesus, mas outro modo de Ele estar presente ao
nosso lado através de sinais. Por isso ele acrescenta: “Eis que eu estarei
convosco todos os dias, até o fim do mundo”.
E
os sinais serão nossa prática de caridade fraterna, nossa ida aos
marginalizados, aos sofredores, nossa vida alicerçada nos valores do Reino e
não nos contravalores de uma sociedade materialista e consumista.
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