Padre Cesar Augusto, SJ -
Vatican News
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primeira leitura nos mostra a repreensão que
Deus, através do Profeta Jeremias, fez aos últimos reis de Israel daquele
tempo, Joaquim e Sedecias, por não terem cuidado do povo que então foi levado,
como escravo, para a Babilônia.
Como sempre, desde o Gênesis,
Deus não se deixa derrotar pelas más ações humanas e o amor vence.
Imediatamente após a chamada e atenção e ao aviso do castigo, o Senhor anuncia
a vinda de pastores de verdade, que zelem pelo rebanho e vai mais além, o Senhor
vai suscitar um rei dentre os descendentes de Davi. Esse rei “fará valer a
justiça e a retidão na terra”.
Isso aconteceu com a vinda de
Jesus Cristo, não trazendo de volta o esplendor de Salomão, mas a transformação
dos corações. Aí está o diferencial dos novos pastores, não
dando primazia àquilo que poderá corromper os humanos e que passa, mas àquilo
que os tornará filhos de Deus e irmãos de todos, àquilo que é eterno.
Também nós deveríamos, em um
exame de consciência, verificar se não traímos a confiança em nós depositada
por Deus, pela família, pelos amigos e até por nós mesmos, quando fomos infiéis
aos nossos propósitos.
Para sabermos que estamos no bom
caminho, se a autoridade, seja ela qual for, tem aprovação divina ou não,
deveremos examinar o que é feito em favor da justiça e do direito, se a
liderança é usada para servir, mesmo perdendo privilégios.
No Evangelho, São Marcos nos dá
uma grande lição: a necessidade de, ao terminarmos um trabalho, fazermos sua
avaliação à luz de Deus. É isso que significa os discípulos voltarem realizados
de suas atividades pastorais e relatarem para Jesus o que havia acontecido. É
necessário que o agente pastoral, que o leigo cristão, não sucumba no ativismo,
mas o que fizer seja fruto da oração, que tenha escutado Deus. Não basta uma
simples reflexão humana, é preciso rezar, dialogar com o Senhor e ouvir o que
nos diz, em nossa mente e em nosso coração, de nossas atividades. Também é importante
sentir, na oração, a comunidade, a família.
Após o exame com Jesus e um
breve descanso, os discípulos voltam ao trabalho. É assim nossa vida?
A segunda leitura nos traz São
Paulo falando aos Efésios, dizendo que de dois povos, Jesus fez um só,
“estabelecendo a paz”. Não existe mais judeus e pagãos.
O bom pastor busca e leva à
unidade. Ele reconcilia os homens entre si e com Deus. E isso deve ser buscado
sempre, mesmo com sacrifícios, pois Jesus a realizou em sua cruz. Nela ele
destruiu a inimizade.
Que nada em nossa vida fique sem
ser passado pelo filtro da fé, da caridade e que nossa presença seja
propiciadora da amizade das pessoas entre si e com Deus. Sejamos bons pastores,
conduzamos a ovelhas a nós confiadas ao prado da alegria, da justiça e da
caridade. Que elas se sintam realizadas!
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