Padre Cesar Augusto, SJ -
Vatican News
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primeira leitura nos ensina o que é um profeta
e qual sua função, quando Deus, como nos relata o livro de Ezequiel, o convoca
e o envia aos israelitas para lhes dizer: “Filho do homem, eu te envio aos
israelitas, nação de rebeldes, que se afastaram de mim.” Mais adiante,
acrescenta: “e tu lhes dirás: Assim diz o Senhor Deus.” O profeta é um homem
comum, escolhido dentre os demais, que se dirige a todos com a autoridade
recebida de Deus, para alertar os mesmos, com o objetivo de salvá-los da
infelicidade.
Do mesmo modo como costuma
acontecer conosco, quando alguém vem nos alertar de algum erro que estamos
cometendo, nós não gostamos e até agredimos o amigo. Também o povo de Israel
não gostava dos profetas porque eles os incomodavam, fazendo mudar de vida e
retomar o caminho certo.
No Evangelho, Marcos nos fala
que Jesus é esse profeta. Os presentes na sinagoga não o aceitam, pois além de
perturbar a ordem, corrigindo as interpretações da Lei feita pelos doutores,
ele era não apenas um homem comum, mas filho de pessoas muito simples. Isso
causou uma admiração negativa, um espanto. Como o filho do José carpinteiro e
de Dona Maria, vem nos ensinar? Que escola ele frequentou? Quem ele pensa que
é? E assim Jesus foi rejeitado até ser crucificado, apesar de suas palavras de
carinho, de perdão, apesar de seus milagres e de seu ensinamento trazer a
felicidade ao coração das pessoas. Mas apesar disso, seu ensinamento exigia
mudança de vida, reconhecer-se pecador, deixar a vidinha acomodada e egoísta
para ser feliz de verdade.
Na segunda leitura temos aquele
famoso trecho da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios, onde ele fala de que
lhe foi dado um espinho na carne, que é como um anjo de Satanás. Muito já se
escreveu sobre isso. Mas afinal, que espinho é esse? Certamente Paulo se refere
à fragilidade do profeta, do apóstolo, do missionário, do catequista, do
cristão, quando ser humano que é, sente-se em conflito quando, exercendo sua
função, é confrontado pelas atitudes hostis daqueles a quem é enviado. E a
resposta de Deus para Paulo e para todos nós que vivenciamos nossa humildade,
nossos limites é: “Basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que a força
manifesta todo o seu poder.”
Foi na cruz de Jesus que se
manifestou a força de Deus!
Portanto, concluindo nossa
reflexão, deixemos Paulo falar em nós: “Por isso, de bom grado, eu me gloriarei
das minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim. Pois, quando
sou fraco, então é que sou forte.”
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