Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News
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este 26º Domingo do Tempo Comum a
liturgia nos fala sobre a liberdade do coração de Deus. Vivemos em um mundo
onde nos são exigidas carteirinhas, passaportes, enfim, tudo aquilo que
registra nossa pertença a alguma associação, a algum país e sem a apresentação
desse registro ficamos na rua, sem possibilidade alguma de ingressar no local
desejado.
Muitos
pensam desse modo em relação à religião e, pior ainda, também em relação a
Deus. Queremos enquadrar não apenas as pessoas, mas também Deus.
Tanto
o Livro dos Números quanto o Evangelho de Marcos comentam esse modo de ser
existente naqueles que foram chamados a ficar ao lado de Deus, a participar de
sua intimidade, e que se aborrecem porque outras pessoas, que não são do grupo
dos seguidores, de repente, estão na intimidade do Senhor.
Em
Números encontramos o caso de dois homens que não haviam acompanhado o grupo
dos escolhidos para receber o dom de profetizar, começaram a fazê-lo no
acampamento. Um jovem, preocupado com o fato, foi avisar Moisés, imediatamente.
O grande líder respondeu: “Quem dera que todo povo do Senhor fosse profeta,
e que o Senhor lhe concedesse o seu espírito!”
Em
São Marcos encontramos João dizendo a Jesus que ele e seus companheiros havia encontrado
um homem que estava expulsando demônios, e que o haviam proibido de fazê-lo,
por não ser do grupo dos discípulos.
Agindo do mesmo modo como Moisés, o Senhor discorda desse gesto e diz: “Não
o impeçais... Porque quem não é contra nós é por nós.”
O
Espírito de Deus - que sopra onde e quando quer - é dado a todos, pois cada um
dos seres humanos foi criado em um particular gesto de carinho de Deus, o Pai
de todos. Do mesmo modo, a redenção de Jesus foi feita em nome de todos e para
todos. Deus é livre para se revelar a quem quiser, e manifestar de modo
especial o seu amor.
Como
nos Atos dos Apóstolos, o Espírito Santo tocou a inteligência e o coração de um
pagão, e o fez desejar o Batismo. Nesse relato da conversão do etíope, vemos o
papel importantíssimo do Diácono Filipe ao obedecer à inspiração de Deus e se
aproximar do pagão.
Que
em nossa vida sejamos facilitadores do amor de Deus e não coloquemos empecilhos
à ação do Espírito Santo!
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