domingo, 29 de junho de 2025

SÃO PEDRO

 

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esse dia 29 de junho, os fiéis refletem e honram a vida e o legado de um dos principais apóstolos de Jesus Cristo, SÃO PEDRO, um dos três santos celebrados na Festa Junina, junto com Santo Antônio e São João.

São Pedro é reconhecido como o fundador da Igreja Católica em Roma e o primeiro papa, mas sua importância vai muito mais além.

São Pedro se tornou um ícone cultural e uma figura venerada em várias tradições populares.

O dia 29 de junho é celebrado como o dia de São Pedro. Essa data foi escolhida em referência à tradição católica de celebrar o martírio de São Pedro e São Paulo, ambos considerados os principais santos da Igreja Cristã. No calendário litúrgico, São Pedro é honrado nesse dia em particular.

A celebração do martírio de São Pedro tem suas raízes nas histórias transmitidas pela tradição cristã. Segundo ela, Pedro foi crucificado de cabeça para baixo em Roma, a pedido dele próprio, por se considerar indigno de morrer da mesma maneira que Jesus. 

Esse ato final de devoção e sacrifício tornou São Pedro um mártir venerado e sua memória é celebrada no dia 29 de junho. 

A escolha dessa data específica para homenageá-lo está relacionada ao fato de que, segundo a tradição, tanto São Pedro quanto São Paulo foram martirizados em Roma nesse período.

A HISTÓRIA

São Pedro é um santo que iniciou sua vida de forma comum, nasceu em uma vila bem pequena no norte de Israel, chamada Betsaida, que fica às margens do lago de Genesaré. 

Seu nome de nascimento era Simão, era pescador e vivia em Cafarnaum, uma cidade importante na região.

Tudo mudou quando Simão conheceu Jesus. Foi durante esse encontro que Jesus disse a ele: "Você será pescador de homens", convidando-o a segui-Lo. Simão aceitou o chamado e tornou-se discípulo de Jesus. Mais tarde, Jesus deu a ele o nome de Pedro, que significa "Pedra" em aramaico.

Pedro desempenhou um papel fundamental na vida de Jesus e na história da Igreja. Ele foi um dos principais apóstolos de Jesus, testemunhando Seus ensinamentos, milagres e Sua ressurreição. Pedro também foi o primeiro líder da Igreja Cristã, sendo reconhecido como o primeiro papa.

Pedro também enfrentou momentos difíceis em sua jornada. Durante a prisão de Jesus, ele negou conhecê-Lo por três vezes, cumprindo uma profecia feita por Jesus. No entanto, Pedro se arrependeu amargamente e, após a ressurreição de Jesus, recebeu o perdão e a restauração por parte do Mestre.

Após receber o poder do Espírito Santo em Pentecostes, Pedro se tornou um pregador corajoso e um líder influente na disseminação do Evangelho. 

Ele viajou extensivamente, evangelizando e fortalecendo as comunidades cristãs. Pedro também escreveu duas cartas que estão presentes no Novo Testamento, encorajando os fiéis e instruindo-os em sua fé.

A devoção a São Pedro transcende as fronteiras religiosas. Ele é reverenciado não apenas pelos católicos, mas também por muitas outras tradições cristãs e é considerado um dos pilares da Igreja. 

Sua humildade, fé e devoção a Jesus são exemplos inspiradores para todos os cristãos.

A história de São Pedro é marcada por sua transformação de pescador a apóstolo e líder da Igreja. Sua jornada de fé, arrependimento e redenção serve como um lembrete poderoso do amor e da misericórdia de Deus. 

Celebrar São Pedro é uma oportunidade de conhecer e se inspirar nessa figura tão importante na história do cristianismo.

A CHAVE

Uma das representações mais conhecidas de São Pedro é vê-lo segurando uma chave nas mãos. Essa imagem simboliza o poder e a autoridade que foram concedidos a ele por Jesus Cristo. 

Ou seja, segundo a tradição católica, essa representação simbólica está associada a significados específicos:

Autoridade concedida por Jesus: De acordo com a Bíblia, Jesus disse a Pedro: "E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus." (Mateus 16:19). A chave representa a autoridade que foi dada a Pedro para governar a Igreja.

Papel de liderança: A chave também representa o papel de liderança de Pedro como o primeiro papa e fundador da Igreja Cristã em Roma. Ele recebeu a responsabilidade de guiar e governar a comunidade dos fiéis.

Portanto, essa imagem icônica de São Pedro segurando uma chave nos lembra da importância de sua posição como líder espiritual e da autoridade que lhe foi confiada. 

Ela simboliza a sua missão de abrir as portas da fé e conduzir os fiéis no caminho da salvação.

SANTO DAS CHUVAS

São Pedro é conhecido como o santo das chuvas e da aldeia, venerado especialmente nas regiões agrícolas e rurais. Sua associação com a chuva remonta a antigas tradições populares que acreditavam que ele tinha o poder de controlar o clima, trazendo chuvas para a fertilidade da terra.

Nesse contexto, São Pedro é considerado um protetor dos agricultores e responsável por garantir boas colheitas. 

Com isso, é comum encontrar procissões, danças e rituais relacionados à busca pela chuva durante as festividades juninas em várias partes do mundo.  As principais petições a São Pedro são para que ele abençoe a terra com água abundante, para garantir o sucesso das plantações.

Além disso, São Pedro é frequentemente retratado com características infantis, como uma figura amigável e acolhedora. Essa representação está associada ao fato de que Pedro era um dos discípulos mais próximos de Jesus e compartilhava uma relação de confiança com ele. 

A relação próxima entre São Pedro e Jesus é frequentemente retratada em histórias bíblicas, nas quais Pedro é mostrado como um aprendiz devoto, mas também como alguém que demonstrou falhas e dúvidas ao longo do caminho. 

Essa representação humanizada de São Pedro o torna mais acessível e inspirador para os fiéis, pois mostra que mesmo os líderes religiosos podem enfrentar desafios e incertezas. São Pedro também é conhecido por seu zelo e compromisso com a propagação do evangelho. 

Após a morte de Jesus, ele se tornou uma figura central na expansão do cristianismo, viajando para várias regiões para disseminar os ensinamentos de Jesus. Sua coragem e determinação em enfrentar perigos e perseguições são exemplos de devoção e dedicação à fé.

São Pedro é lembrado ainda por sua capacidade de realizar milagres. Histórias populares descrevem curas, libertações e outros feitos miraculosos atribuídos a sua intercessão. Esses relatos reforçam a crença na intercessão dos santos e inspiram os fiéis a buscar a ajuda espiritual de São Pedro em momentos de necessidade.

No contexto das festividades juninas, São Pedro desempenha um papel especial como padroeiro das celebrações. Suas festividades são marcadas por danças folclóricas, comidas típicas, fogueiras e muita alegria. 

As pessoas se reúnem em comunidades e paróquias para honrar São Pedro e agradecer pelas bênçãos recebidas, além de solicitar sua intercessão por proteção, prosperidade e boas colheitas.

Mensagem do dia... 29/06/2025

 

sábado, 28 de junho de 2025

REFLEXÃO LITÚRGICA DA SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO - 29/06/2025

 

Pe. Cícero Lenisvaldo - Arquidiocese de Maceió/AL

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isse Jesus: “Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”. Estas palavras dirigidas a Pedro por Jesus se tornaram uma espécie de emblema que a tradição da Igreja assume como imagem que se refere ao Papa: o símbolo das chaves é o sinal do poder espiritual que é delegado por Cristo a Pedro.

No Antigo Testamento a imagem aparece em um caso estranhamente político, ou seja, em relação à transferência de poderes de um ministro: “Porei sobre seus ombros a chave da casa de Davi; se ele abrir, ninguém fechará, se fechar, ninguém abrirá” (Is 22, 22). A expressão “chaves do Reino dos céus” não está presente no Antigo Testamento.

Ora, as chaves de uma casa são o indicativo de responsabilidade sobre ela; desse modo, Pedro recebe do único Senhor da Igreja a missão de governá-la em seu nome.

A imagem dessa passagem se alarga segundo um simbolismo subsequente, aquele de ligar e desligar, conhecido pelo judaísmo para indicar a potestade judiciária; evidentemente, aqui se coloca a questão da remissão dos pecados. Significa autoridade para afirmar quem está ou não na comunhão de fé da Igreja.

O símbolo das chaves que evoca o abrir e o fechar, no mundo judaico é aplicado também ao ensinamento. Era a chave da ciência a qual se referia Jesus em uma outra passagem do Evangelho: “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Vós fechais aos homens o Reino dos Céus. Vós mesmos não entrais e nem deixais que entrem os que querem entrar” (Mt 23,13). Desse modo, existe para Pedro também uma outra missão, a de comunicar com fidelidade e pureza a palavra de Cristo, sendo assim sinal de unidade na verdade, fazendo-a brilhar diante dos homens para que se torne lâmpada para os passos no caminho da vida.

Assim como Pedro foi colocado em um lugar único no Colégio dos Apóstolos pelo próprio Jesus, também os seus sucessores ocupam um lugar único no colégio episcopal. Isso porque a Palavra de Cristo não ficou no passado, ela é permanentemente presente; o Senhor continua confirmando Pedro em seus sucessores.

Jesus estabeleceu Pedro como o primeiro dos Apóstolos; o evangelho de hoje nos faz ver qual é a força de salvação que Jesus colocou nas suas mãos. Pedro e os seus sucessores têm o poder de decidir diante de Deus (ligar e desligar); devem confirmar na fé os seus irmãos; devem apascentar com amor toda a comunidade. Esta é a função de Pedro: ser a referência para a fé, reunir a igreja e conservá-la na unidade. Pedro dá solidez e coesão ao novo povo de Deus. Ensinando e governando com a assistência do Espírito Santo, traça o caminho para todos nós.

A liturgia de hoje é uma oportuna ocasião para manifestarmos nossa comunhão e fé com o sucessor de São Pedro e de rezar por ele.

Fonte:




Mensagem do dia... 28/06/2025

 

terça-feira, 24 de junho de 2025

SÃO JOÃO BATISTA

 

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ão João Batista nasceu no dia 24 de junho. Seu pai era sacerdote e chamava-se Zacarias. Sua mãe, conhecida como Santa Isabel, era prima de Santa Maria, mãe de Jesus.

O casal nunca tinha tido filhos. Além de idosa, Santa Isabel era estéril. No entanto, um dia, o anjo Gabriel anunciou a Zacarias que eles teriam um filho e ele deveria se chamar João. O acontecimento foi considerado um milagre.

João Batista aprendeu a ler e a escrever com os seus pais. No final da sua adolescência, seu pai, Zacarias, morreu, e ele passou a sustentar a sua mãe. Quando ela morreu, a vida de João Batista tomou outro rumo.

Já adulto, João Batista foi morar no deserto da Galileia com o objetivo de fazer pregações às margens do rio Jordão. Ele vivia uma vida precária, agasalhando-se com roupas feitas de peles de animais. Mesmo vivendo uma vida difícil, João era acompanhado por vários seguidores, que acreditavam em suas pregações.

Na sua fala, João pedia que as pessoas se arrependessem dos seus pecados. Para o completo arrependimento, ele as batizava nas águas do rio Jordão. Por esse motivo, o futuro santo ficou conhecido como João Batista.

Em sua passagem pelo deserto, João passou a ser considerado profeta ou “homem enviado por Deus”. Foi no deserto que ele anunciou que Jesus seria o messias e que chegaria para salvar a humanidade. João Batista também batizou Jesus.

MORTE DE SÃO JOÃO BATISTA

João Batista é lembrado como o primeiro mártir da Igreja. Segundo o Novo Testamento, o profeta denunciou a vida adúltera do rei Herodes Antipas. O monarca havia se envolvido com sua ex-cunhada, Herodíades.

Em uma festa, Salomé, filha de Herodíades e sobrinha do rei, dançou para ele, encantando-o. Embriagado, Antipas disse à moça que faria qualquer coisa que ela quisesse. Salomé, incentivada pela mãe, pediu a cabeça de João Batista em uma bandeja. Antipas, então, ordenou a prisão de João Batista, que morreu degolado na cadeia, no dia 29 de agosto.

João Batista é lembrado por ser santo, pregador, mártir, justo e o último dos profetas. A sua imagem mais conhecida é a da pintura, na qual ele segura um bastão em forma de cruz.

FESTA DE SÃO JOÃO

As primeiras festas de São João foram celebradas na Idade Média. Essa comemoração, com a de São Pedro e a de Santo Antônio, é conhecida como a festa dos santos populares.

No Brasil, as Festas Juninas costumam ser dedicadas aos três santos. A festa de São João Batista é celebrada no dia 24 de junho e em todos os estados brasileiros, especialmente nos da região Nordeste.

O evento comemora o nascimento de São João, a importância da sua figura e o anúncio que ele fez da vinda de Jesus Cristo.

FOGUEIRA DE SÃO JOÃO

Antes do nascimento de São João, Santa Maria perguntou à sua prima Isabel como ela saberia do nascimento. Então Santa Isabel disse que, nesse dia, ela acenderia uma grande fogueira para que, de longe, a prima soubesse que o bebê havia vindo ao mundo. Por esse motivo, a fogueira é o símbolo principal do Dia de São João.


Mensagem do dia... 24/06/2025

 

sábado, 21 de junho de 2025

REFLEXÃO LITÚRGICA DO 12º DOMINGO DO TEMPO COMUM - 22/06/2025

 

Pe. Cícero Lenisvaldo - Arquidiocese de Maceió-AL

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o Evangelho de hoje, encontramos uma profissão de fé cristológica. Observemos a pedagogia com a qual Jesus guia Pedro e os outros Apóstolos para a revelação que faz do Messias sofredor; ao mesmo tempo, o Senhor nos ensina que o cristão participa do Senhor ressuscitado somente compartilhando, na fé, a sua experiência de Senhor crucificado.

O Senhor nos pede uma resposta clara sobre a questão que Ele coloca: "E vós, quem dizeis que eu sou?". Qual é o tipo de Cristo no qual colocamos a nossa fé? Em qual Cristo eu creio realmente? Os equívocos são possíveis. O seguir Jesus Cristo pode ser marcado por ambiguidade e confusão.

Este caminho será autêntico se repercorre o caminho Pascal de Cristo. Muitos católicos acabam caindo em um prejuízo teológico de tendência protestante, que os faz pensar que seguir Jesus Cristo seria percorrer um caminho sem nenhum problema ou dificuldade. A motivação para seguir Cristo seria de resolver minhas dificuldades de diferentes ordens. Porém, não é essa proposta que o Senhor nos apresenta.

No evangelho encontramos um ponto decisivo: começa a se revelar o mistério, Jesus se dirige para a cruz. A viagem para Jerusalém tem início idealmente aqui: do primeiro anúncio da Cruz. Ele não coloca a questão da Cruz em letras pequenas como vemos que faz a propaganda para enganar o cliente.

Jesus está para oferecer aos discípulos a suprema revelação: a cruz é iminente. Ele faz esta revelação ao sair de um momento de profunda oração solitária. A oração cristã se encarna na própria Pessoa de Jesus; normalmente O encontramos absorvido, solitário, em diálogo com o Pai. Mas, os momentos da oração de Cristo são para Ele momentos altamente messiânicos; os principais gestos de Jesus são habitualmente preparados pela sua oração pessoal. Aqui, no contexto de hoje, o momento messiânico decisivo é o anúncio da Cruz, que para Lucas, o autor do Evangelho, é um mistério aceitável somente em um gesto de profunda espiritualidade e de diálogo com o Pai.

São Lucas não tem a intenção de adoçar a mensagem da Cruz. Para ele crer significa muito mais que uma simples adesão mental ou sentimental; se trata de acolher a proposta do Evangelho na vida. O gesto de Simão de Cirene no caminho do Calvário é símbolo para aqueles que seguem Cristo. Quando Jesus diz "Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me”, a expressão “tome sua cruz cada dia e me siga”, está se referindo à continuidade da Cruz na vida do cristão.

A Cruz é esperança e salvação, mas é preciso viver com o Senhor. É a única estrada que leva a ressurreição. E pelo fato de que a Cruz de Jesus salvou o mundo, o seu discípulo, participando com generosidade nas provações, está de qualquer modo envolvido na redenção de todo o mundo.

O significado Cristão do sofrimento é transformado em manifestação do amor, em participação no amor que Deus nos revelou em seu Filho.

Fonte:




Mensagem do dia... 21/06/2025

 

quinta-feira, 19 de junho de 2025

SOLENIDADE DE CORPUS CHRISTI

 

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 Solenidade em honra ao Corpo do Senhor – “CORPUS CHISTI”, que a Igreja celebra na quinta-feira após a oitava de Pentecostes, mais precisamente depois da festa da Santíssima Trindade, foi oficializada em 1264 pelo Papa Urbano IV.

Como sabemos, Deus costuma se revelar aos humildes e pequenos, e Ele se utilizou de uma simples jovem para lhe revelar a festa de Corpus Christi. Segundo os registros da Igreja, Santa Juliana de Cornillon, em 1258, numa revelação particular, teria recebido de Jesus o pedido para que fosse introduzida, no Calendário Litúrgico da Igreja, a Festa de Corpus Domini.

Santa Juliana nasceu, em 1191, nos arredores de Liège, na Bélgica. Essa localidade é importante, e, naquele tempo, era conhecida como “cenáculo eucarístico”. Nessa cidade, havia grupos femininos generosamente dedicados ao culto eucarístico e à comunhão fervorosa.

Tendo ficado órfã aos cinco anos de idade, Juliana, com a sua irmã Inês, foram confiadas aos cuidados das monjas agostinianas do convento-leprosário de Mont Cornillon. Mais tarde, ela também uma monja agostiniana, era dotada de um profundo sentido da presença de Cristo, que experimentava vivendo, de modo particular, o Sacramento da Eucaristia.

Com a idade de 16 anos, teve a primeira visão. Via a lua no seu mais completo esplendor, com uma faixa escura que a atravessava diametralmente. Compreendeu que a lua simbolizava a vida da Igreja na Terra; a linha opaca representava a ausência de uma festa litúrgica, em que os fiéis pudessem adorar a Eucaristia para aumentar a fé, prosperar na prática das virtudes e reparar as ofensas ao Santíssimo Sacramento.

Durante cerca de 20 anos, Juliana, que entretanto se tinha tornado priora do convento, conservou no segredo essa revelação. Depois, confiou o segredo a outras duas fervorosas adoradoras da Eucaristia: Eva e Isabel. Juliana comunicou essa imagem também a Dom Roberto de Thorete, bispo de Liége. Mais tarde, a Jacques Pantaleón, que, no futuro, se tornou o Papa Urbano IV. Quiseram envolver também um sacerdote muito estimado, João de Lausanne, pedindo-lhe que interpelasse teólogos e eclesiásticos sobre aquilo que elas estimavam.

Foi precisamente o Bispo de Liége, Dom Roberto de Thourotte, que, após hesitações iniciais, aceitou a proposta de Juliana e das suas companheiras, e instituiu, pela primeira vez, a solenidade do Corpus Christi na sua diocese, precisamente na paróquia de Sainte Martin. Mais tarde, também outros bispos o imitaram, estabelecendo a mesma festa nos territórios confiados aos seus cuidados pastorais. Depois, tornou-se festa nacional da Bélgica.

Dessa forma, a festa foi crescendo cada vez mais, e outros bispos faziam a mesma coisa em sua diocese. Tomou tal proporção, que veio a tornar-se não só uma festa do território da Bélgica, mas sim de todo o mundo. Sendo que, a festa mundial de Corpus Christi foi decretada oficialmente somente em 1264, seis anos após a morte de irmã Juliana, em 1258, com 66 anos.

No quarto onde repousava, foi exposto o Santíssimo Sacramento e, segundo as palavras do seu biógrafo, Juliana faleceu contemplando, com um ímpeto de amor, a Jesus Eucaristia, por ela sempre amado, honrado e adorado.

Santa Juliana de Mont Cornillon foi canonizada, em 1599, pelo Papa Clemente VIII.  Como vimos, ela morreu sem ver a procissão de forma mundial.

Milagre de Bolsena

Depois da morte do Papa Alexandre IV, foi eleito o novo Papa, o cardeal Jacques Panteleón. Naquela época, a corte papal era em Orvieto, um pouco ao norte de Roma. Muito perto dessa localidade fica a cidade de Bolsena, onde, em 1264, aconteceu o famoso Milagre de Bolsena.

Em que consiste esse milagre? Um padre da Boemia, Alemanha, que tinha dúvidas sobre a verdade da transubstanciação, presenciou um milagre. Durante uma viagem que fazia da cidade de Praga a Roma, ao celebrar a Santa Missa na tumba de Santa Cristina, na cidade de Bolsena, Itália, no momento da consagração, viu escorrer sangue da Hóstia Consagrada, banhando o corporal, os linhos litúrgicos e também a pedra do altar, que ficaram banhados de sangue.

O sacerdote, impressionado com o que viu, correu até a cidade de Orvieto, onde morava o Papa Urbano IV, que mandou a Bolsena o Bispo Giacomo, para ter a certeza do ocorrido e levar até ele o linho ensanguentado. A venerada relíquia foi levada em procissão a Orvieto em 19 junho de 1264. O Pontífice foi ao encontro do Bispo até a ponte do Rio Claro, hoje atual Ponte do Sol. O Papa pegou as relíquias e mostrou à população da cidade.

Começo da celebração

O Santo Padre, movido pelas visões de Santa Juliana, pelo prodígio e também a petição de vários bispos, fez com que a festa do Corpus Christi se estendesse por toda a Igreja por meio da bula Transiturus de hoc mundo, em 11 de agosto de 1264. Esses fatos foram marcantes para se estabelecer a festa de Corpus Christi.

A morte do Papa Urbano IV, em 2 de outubro de 1264, um pouco depois da publicação do decreto, prejudicou a difusão da festa. Mas o Papa Clemente V tomou o assunto em suas mãos e, no concílio geral de Viena, em 1311, ordenou, mais uma vez, a adoção dessa festa. Em 1317, foi promulgada uma recompilação das leis por João XXII e assim a festa foi estendida a toda a Igreja.

Foi assim que a festa de Corpus Christi aconteceu, tendo como testemunho estes dois fatos: as visões de Santa Juliana e o milagre eucarístico de Bolsena.

Corpus Christi NO BRASIL

Corpus Christi é uma festa religiosa católica que celebra a presença real de Jesus Cristo na Eucaristia. A festa ocorre sempre na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, que por sua vez acontece 60 dias após o Domingo de Páscoa.

No Brasil, é um feriado, e nas Igrejas, acontecem procissões onde o Santíssimo Sacramento é levado em ostensório e decoram as ruas com tapetes coloridos.

A festa celebra o mistério da transubstanciação, onde o pão e o vinho se transformam no corpo e sangue de Cristo na Eucaristia.

É um momento para os católicos reafirmarem sua fé na presença real de Cristo na Eucaristia e renovarem seu compromisso com o sacramento.

As tradições de Corpus Christi no Brasil têm raízes na cultura popular e na herança trazida pelos imigrantes portugueses.

DIA DE PRECEITO

Diferentemente de outras solenidades que foram transferidas para o domingo pela CNBB, Corpus Christi permanece sendo celebrado na quinta-feira, como sinal de reverência à instituição da Eucaristia. Assim, o fiel católico está chamado a participar da Missa nesse dia e, onde for possível, da tradicional procissão com o Santíssimo Sacramento pelas ruas, manifestando publicamente a fé e a adoração a Jesus Eucarístico.

A Solenidade de Corpus Christi é um dia de preceito na Igreja Católica, há obrigação de participar da Santa Missa, salvo por justa causa.

Mensagem do dia... 19/06/2025

 

sábado, 14 de junho de 2025

REFLEXÃO LITÚRGICA PARA A SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE – 15/06/2025

 


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oje, de um modo especial, celebramos Deus. Mas quem é Deus? Como explicá-lo? Como defini-lo? Como conhecê-lo?

Nenhuma pergunta sobre Deus pode ser respondida por nós humanos. Deus nos supera!

Temos noção de quem Ele é, mas não conseguimos defini-lo. É impossível! Ele é a eterna surpresa. Nosso Deus não é o Deus dos filósofos, mas é o Pai de Jesus Cristo, é o próprio Cristo, é o Espírito de Amor.

Para conhecê-lo deveremos abrir a Sagrada Escritura, principalmente o Novo Testamento, e ver o que Jesus, o Verbo Encarnado, nos diz.

A Sabedoria, tema da primeira leitura, afirma que ela é o próprio projeto de Deus que cria um mundo justo. Com o projeto da redenção, para sanar o pecado de Adão, o Verbo se encarnou e apareceu no meio do mundo como a Sabedoria de Deus.

Quando da ascensão de Jesus, sua subida aos céus foi um ganho para os discípulos, pois permitiu que o Senhor Ressuscitado estivesse presente em toda parte. O Senhor fala agora através do Espírito, do Paráclito, que une, com sua presença, o passado e o presente.

A segunda leitura, extraída da Carta de Paulo aos Romanos, nos fala que o “amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” Esse amor ocupa o primeiro lugar, deixando justificação e justiça para o segundo plano.

O Espírito, solidarizando-se com Jesus, age dentro de nós, construindo uma vida nova.

Ele nos proporciona duas colunas, a escuta e a disponibilidade, que nos ajudam a assumirmos o projeto de Deus em nossa vida.

Portanto, crer e adorar a Trindade é deixá-la habitar e agir em nossa vida, é colocar em prática a palavra de Paulo: “Eu vivo, mas não sou eu, é Cristo que vive em mim.” (Gal 2, 20)

Fonte: Vatican News

Mensagem do dia... 14/06/2025


sexta-feira, 13 de junho de 2025

SANTO ANTÔNIO: DEVOÇÃO, MISSÃO, MILAGRES E TRADIÇÕES

Renan Dantas*

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este 13 de junho, celebra-se um dos santos mais queridos e venerados do mundo: SANTO ANTÔNIO. Trazido pelos portugueses, sua devoção criou raízes profundas no Brasil, tornando-se uma tradição cultural e religiosa significativa: pelo menos 105 cidades em 10 estados têm Santo Antônio como padroeiro, tornando o dia 13 de junho um feriado significativo. Esse santo é uma figura central nos festejos juninos, ao lado de São Pedro e São João, celebrados com muita alegria e fé em todo o país.

DE LISBOA A PÁDUA

Nascido em Lisboa, Portugal, com o nome de Fernando de Bulhões, Santo Antônio faleceu em 13 de junho de 1231, nas proximidades de Pádua, na Itália. Por isso, é conhecido tanto como Santo Antônio de Lisboa quanto Santo Antônio de Pádua. Inicialmente, acreditava-se que ele havia nascido em 1191, mas uma exumação científica autorizada pelo Vaticano em 1981 revelou que Santo Antônio faleceu aos 40 anos, sugerindo que ele nasceu no final dos anos 1180.

Menos de um ano após sua morte, em 30 de maio de 1232, ele foi canonizado, tornando-se um dos santos canonizados mais rapidamente na história. Em 1946, o Papa Pio XII o proclamou “doutor da Igreja” com o título de ‘Doctor Evangelicus’ (Doutor Evangélico).

SANTO CASAMENTEIRO

Santo Antônio é amplamente conhecido como o "Santo Casamenteiro". Essa popularidade surgiu porque ele ajudava as mulheres que não conseguiam se casar por falta de dote. Recorreu à generosidade das pessoas para ajudar essas mulheres a realizarem o sacramento do matrimônio, mostrando sua sensibilidade às dificuldades do povo.

Tradicionalmente, as festividades em honra a Santo Antônio incluem:

1. Trezenas: durante os 13 dias que antecedem o dia de Santo Antônio, fiéis realizam missas e orações especiais, pedindo graças e intercessões.

2. Casamentos juninos: aproveitando a fama de Santo Antônio como santo casamenteiro, muitos casamentos são realizados nesta época, e as festas incluem danças e encenações de casamentos caipiras.

3. Distribuição de pães: seguindo a tradição do santo que multiplicava pães para os pobres, muitas igrejas distribuem pães abençoados aos fiéis.

4. Quermesses: festas com barraquinhas de comidas típicas, brincadeiras e uma barraca específica dedicada a Santo Antônio, onde pães e imagens do santo são vendidos ou doados.

5. Fogueiras: as fogueiras são acesas em homenagem ao santo, simbolizando a luz da fé.

Símbolos e curiosidades

Santo Antônio é frequentemente representado com um lírio, símbolo de pureza e castidade, e com o Menino Jesus, que, segundo a tradição, apareceu em seus braços acariciando-o. Além disso, ele era um grande pregador da Palavra de Deus, conhecido por sua eloquência e profundidade teológica.

Outro fato curioso é que a língua de Santo Antônio, um dos pedaços mais intactos de seu corpo, foi encontrada 40 anos após sua morte, em uma exumação. Esta relíquia é celebrada em Pádua no dia 15 de fevereiro durante a “festa da língua”.

Os milagres de Santo Antônio

1. Os pássaros e a plantação

Martinho de Bulhões, pai de Santo Antônio, possuía uma fazenda nos arredores de Lisboa e gostava de visitá-la com seu filho. Em uma dessas visitas, insaciáveis bandos de pássaros desciam sobre os campos de trigo, ameaçando a colheita. Martinho encarregou seu filho de afastar os pássaros. O garoto, no entanto, começou a se aborrecer com a tarefa e, avistando uma capelinha, desejou orar. Resolveu então guiar os pássaros para dentro de uma sala da fazenda. Obedientemente, os pássaros seguiram-no. Após trancá-los lá dentro, Fernando (Santo Antônio) foi até a capela rezar. Quando seu pai retornou e encontrou Fernando orando, ele o levou até a sala onde estavam os pássaros. A um sinal de Fernando, os pássaros foram libertados e voaram de volta para os céus.

2. O jumento se curva diante da Eucaristia

Durante uma pregação sobre a Eucaristia, um homem desafiou Santo Antônio, afirmando que acreditaria na presença de Cristo na Hóstia Consagrada apenas se seu jumento se ajoelhasse diante dela. Aceitando o desafio, Santo Antônio e o homem marcaram um encontro. O homem deixou o jumento sem comer por três dias. No dia do encontro, o jumento, mesmo faminto, ignorou a comida que lhe foi oferecida e ajoelhou-se diante da Hóstia Consagrada, confirmando a fé do Santo.

3. Livro roubado

Certa vez, um noviço fugiu do mosteiro levando consigo os comentários de Santo Antônio sobre o Livro dos Salmos. O Santo rezou para que o noviço e o livro retornassem. Em pouco tempo, o noviço arrependido voltou, trazendo os manuscritos consigo.

4. Sermão aos peixes

Santo Antônio foi pregar na cidade de Rímini, onde muitos hereges se recusaram a ouvi-lo. Mesmo com a maioria das pessoas deixando o local, ele continuou pregando. Insatisfeito com a conversão parcial, retirou-se para orar e pediu a Deus a conversão de toda a cidade. Depois, dirigiu-se às praias e começou a pregar aos peixes. Incontáveis peixes emergiram das águas, agrupados por espécie e tamanho, e ouviram atentamente o sermão do Santo.

5. O prato envenenado

Hereges, tentando matar Santo Antônio, convidaram-no para um debate sobre a Fé, oferecendo-lhe um prato envenenado. Avisado por Deus sobre a armadilha, o Santo fez o sinal da cruz sobre o prato e o comeu sem sofrer nenhum mal. Os hereges, perplexos, testemunharam mais um milagre.

6. O milagre da bilocação

Durante um sermão na Catedral no domingo de Páscoa, Santo Antônio lembrou-se de que deveria entoar a Aleluia na Missa do Convento franciscano. Mesmo pregando na Catedral, foi visto simultaneamente no Coro do Convento, entoando a Aleluia. O milagre da bilocação foi testemunhado por muitos.

7. Controle sobre o tempo

Em Limoges, durante um sermão ao ar livre devido à grande multidão, o céu escureceu e uma tempestade ameaçou interromper a pregação. Santo Antônio pediu calma aos fiéis, assegurando que não choveria naquele local. O sermão prosseguiu sem interrupções e, após seu término, todos ficaram impressionados ao ver que, embora estivesse seco onde estavam, as redondezas estavam alagadas pela chuva.

8. Santo Antônio cura um louco

Durante um sermão, um homem louco interrompeu a pregação, exigindo o cordão da cintura do Santo. Santo Antônio entregou-lhe o cordão e, ao envolvê-lo, o louco foi instantaneamente curado.

9. Menino salvo pela fé

Em Briba, uma mulher, apressada para ouvir Santo Antônio, deixou seu filho pequeno em casa. Ao retornar, encontrou o menino dentro de um caldeirão de água fervente, mas, invocando o Santo, encontrou o filho ileso, brincando na água fervente.

10. Criada caminha sob forte chuva sem molhar as roupas

Em um dia chuvoso, uma criada foi buscar verduras para o convento de Briba. Apesar da chuva torrencial, ela voltou completamente seca. Este milagre foi atribuído à intercessão de Santo Antônio.

11. Santo Antônio ressuscita um morto

Encontrando um carroceiro transportando um homem supostamente adormecido, Santo Antônio pediu que levasse alguns víveres. O carroceiro recusou, alegando transportar um morto. Mais tarde, percebendo que o homem estava realmente morto, o carroceiro buscou o Santo, que rezou sobre o cadáver e o ressuscitou.

12. Salvou um homem da morte por esmagamento

Durante a construção de um convento, um homem foi esmagado por uma pedra. Santo Antônio pediu que invocassem São Francisco, e o homem ferido levantou-se completamente são.

13. A cura de um menino paralítico

Uma mulher trouxe seu filho paralítico para que Santo Antônio o curasse. Após insistentes pedidos, o Santo fez o sinal da cruz sobre o menino, que foi imediatamente curado. Atribuiu o milagre à fé da mãe.

14. O Menino Jesus aparece para o santo

Um nobre hospedou Santo Antônio em sua casa e, certa noite, viu o Santo segurando o Menino Jesus. Maravilhado, o nobre foi advertido a não revelar o ocorrido até a morte do Santo.

15. Reconstituiu um pé decepado

Um jovem, após confessar que chutou sua mãe, cortou o próprio pé em remorso. Santo Antônio recolocou o pé e o curou, deixando apenas uma pequena cicatriz.

16. Morto falou em defesa do pai de Frei Antônio

O pai de Santo Antônio foi acusado de assassinato após encontrarem um cadáver em sua propriedade. Durante o julgamento, Santo Antônio ordenou ao morto que testemunhasse, e o cadáver afirmou a inocência de Martinho de Bulhões, salvando-o da condenação.

17. Recupera os cabelos arrancados de uma mulher

Em Arezzo, uma mulher foi espancada pelo marido, que lhe arrancou os cabelos. Arrependido, o marido procurou Santo Antônio, que abençoou a mulher e fez seus cabelos crescerem novamente.

18. Conserva um copo intacto e faz nascer uvas numa videira sem frutos

Um soldado incrédulo quebrou um copo, afirmando que só acreditaria em milagres se o copo permanecesse intacto. O copo não se quebrou e uma videira estéril produziu uvas, que encheram o copo. Este copo está preservado na Basílica de Santo Antônio, em Pádua.

19. Anel desaparecido do bispo de Córdoba é reencontrado

O Bispo de Córdoba, devoto de Santo Antônio, perdeu um anel estimado. Durante uma conversa sobre os milagres do Santo, o anel apareceu milagrosamente na mesa, deixando todos perplexos.

20. Ajuda um bispo a recuperar papéis perdidos

O Bispo Ambrósio Catarino perdeu documentos importantes. Após rezar a Santo Antônio, um desconhecido lhe devolveu os papéis perdidos.

21. O casamento da jovem

Uma jovem, desesperada por um noivo, atirou uma imagem de Santo Antônio pela janela. A imagem acertou um cavaleiro que passava, que subiu para devolvê-la e se apaixonou pela jovem, culminando em casamento.

SANTO ANTÔNIO é um Santo profundamente amado e respeitado não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro. Sua vida de generosidade, sua devoção aos pobres e sua fama como Santo casamenteiro fazem dele uma figura venerada e um exemplo de santidade que continua a inspirar milhões de fiéis. Seja através dos pães milagrosos ou de suas pregações inspiradoras, Santo Antônio permanece um símbolo de fé e solidariedade, sendo celebrado nas animadas festas juninas do Brasil, onde a devoção e a alegria popular se encontram em um espetáculo de fé e tradição.

Santo Antônio, rogai por nós!

*Renan Dantas é diácono, jornalista e assessor de comunicação da Diocese de Juína - MT

Mensagem do dia... 13/06/2025